A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA ESCUTA AMOROSA, LUDICIDADE, AUTOESTIMA E CORAGEM MORAL PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO INTEGRAL NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E O PODER DA VISÃO, EMPATIA E SOLIDARIEDADE NA QUALIFICAÇÃO DA HUMANIDADE NA SUSTENTABILIDADE
“A coragem do palhaço que escuta crianças
pelo equilíbrio
Minas
Gerais reserva aprendizados atrás de cada montanha. São inúmeras pesquisas em
áreas inovadoras: tecnologia, engenharia, agricultura, saúde, segurança,
nutrição, mobilidade e educação. Pesquisas inovadoras para experiências
autênticas. “Infelizmente, ainda são poucas as escolas que consideram que
preparar alguém para a vida ou para o mercado de trabalho é muito mais do que
ensinar matemática, português ou geografia. Todo e qualquer conteúdo que
aprendemos vem junto com a forma de escutar e de dizer. Escutar as crianças é
um ato de coragem”.
A
citação é do livro “O palhaço e o Psicanalista”, da editora Planeta que reúne
dois autores de áreas tão distintas quanto comuns para discutir a importância
da escuta nas relações humanas, da infância à vida adulta. De um lado, o
psicanalista Christian Dunker, e de outro, o palhaço, escritor e educador
Cláudio Thebas. Escutar crianças envolve de atitudes corporais a modular a voz.
Tudo na escuta amplia a investigação do desejo e das necessidades do
crescimento. Estamos de frente de uma forma de elaboração da criança, dos
momentos e dos termos que ela usa para formular suas próprias hipóteses.
As
formas de estabelecer suas conexões, de se comunicar, de se frustrar e de se
compreender como sujeito, é preciso supor que sua discordância com os adultos é
também signo de seu movimento por autonomia e independência. Encontrei em João
Monlevade um educador físico, com uma formação primorosa. Com uma experiência
ampla em artes circenses, este profissional que se apresenta com um chapéu de
palhaço é chamado carinhosamente de “Tio Lucas”. Seu método é a base para um
propósito de vida: desenvolver o ser humano integral estimulando a confiança, a
autopercepção, a alegria e a consciência do corpo. É um trabalho digno de
livro, e já falei a ele. Quando estimulamos o domínio físico através da escuta
da demanda do outro pelo amor, respeitam-se as pessoas como seres humanos,
valorizam-se a diversidade, as diferenças e limitações de cada um.
Em um
ambiente lúdico diretamente ligado a melhorar a vida dessas crianças e jovens,
o método une diversão enquanto os desenvolve de forma integral. Um programa de
intervenção desde bebês até adolescentes passa por musicalização, balanço,
interações sensórias e bases motoras, que ajudam as crianças a se desenvolverem
pelo amor à atividade física. Um processo de iniciação em habilidades sociais
através de músicas, danças coreografadas, show de fantoches, passeis especiais
e várias outras atividades de uma forma inteligente que nunca vi igual.
Exercícios
e formas de propor esses caminhos que ampliam a escuta, divertem com jogos
estruturados, aventuras fascinantes e elementos iniciais de ginástica que
fortalecem o desenvolvimento de habilidades sociais enquanto os transforma em
ouvintes, antes de suas próprias falas. Tudo neste espaço envolve e move. Move
o coração, move a mente, move o sentido da vida. Tudo é mover-se buscando uma
vida mais saudável e sustentável. Quem trabalha no projeto aprende que a
ciência de tudo é o movimento. Siga na direção do outro, de si mesmo, das
coisas e do mundo. Em um momento em que conectar-se parece tão simples, para
fazer isso vai ser necessário mais que dar um “enter”, mais do que ficar “on”. Vai
ser preciso levantar-se, dependurar-se. Mover-se. Boas escolhas.”.
(Otávio Grossi. otaviogrossi@saudeintegral.com.br,
em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 20 de
setembro de 2021, caderno INTERESSA, página 18).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no mesmo veículo e edição, caderno A.PARTE, página 2,
de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral
transcrição:
“Ver é vida
Como
imaginar a sensação de um ser humano que começa a enxergar o mundo e a infinita
diversidade que existe dentro dele, de repente, por “milagre”, depois de uma
vida inteira na cegueira total? Que impacto se passa dentro desse ser humano ao
desvendar a realidade em seus contornos?
O
significado das ocorrências se firma pelas sensações táteis, olfativas,
gustativas e sonoras, mas apenas a visão pode dar sentido real a uma montanha,
à vastidão do mar, às nuvens, ao arco-íris, ao voo das aves, às manobras de um
beija-flor, à floresta equatorial, ao rio amazônico, à manada de cavalos em
disparada, ao elefante e seu filhote. Só os olhos captam a metamorfose entre a
juventude e a velhice. De improviso a mãe, o irmão, o amigo, todos, apenas
“sonhados”, ganham face e cores reais. E no espelho! Misericórdia... surgem o
rosto e o corpo, emprestados à nossa alma.
E o que
são as cores? As mudanças da manhã até noite, o sol e as estrelas?
Se para
uma criança as experiências ocorrem progressivamente, com naturalidade, para
quem adquire a visão “por milagre” se abate uma avalanche de descobertas, de
novas conexões, revela-se toda a diversidade. Fascinante e, ao mesmo tempo,
perturbador olhar para qualquer canto e descobrir pela “primeira vez”.
O cego
de nascença não consegue desenvolver a linguagem facial; os mais variados
sentimentos quase não conseguem alterar as expressões do rosto e provocar
gestos das mãos. A insegurança, o temor, o espanto, a curiosidade, a
contrariedade, o agrado, como a tristeza, pouco ou nada alteram as linhas da
face. A direção do rosto se volta para uma constante e imutável escuridão.
Tenho
notado a dificuldade de comunicar dos que têm deficiência visual e, ainda, a
necessidade de acolhimento no mundo que lhes é próprio. A necessidade de
compartilhar experiências entre eles, aqueles que comungam a mesma situação e
conseguem se entender.
Quem
nunca viu sorrir alguém não tem modelos a seguir para expressar a alegria no
rosto. Tende a se isolar, a criar seu habitat reservado e intransponível.
Tive há
poucos dias a satisfação de visitar uma jovem de 16 anos no seu segundo dia de
uma nova vida, que, por graça de Deus, ajudei a realizar o milagre de ver.
A
história dessa “visão adquirida” começou no dia 21 de fevereiro de 2018, quando
Lula, antes de ser condenado e preso, em seguida libertado e absolvido, veio em
caravana a Betim. Sua equipe marcou evento no teatro da Colônia Santa Isabel,
em Citrolândia, distrito do município, antiga colônia de hansenianos. Recebi o
convite, e o que fazer? “Ir ou não ir?” Como primeiro cidadão do município, a
visita de um ex-presidente e do governador em exercício a um local público de
tanta significação impunha a presença. Mais ainda com o resultado das eleições
de 2016, que me deram maioria absoluta no distrito, tradicional reduto petista.
Apesar da presença do ex-presidente (que nunca apoiei em eleição) ladeado da
nata do PT, que me espinafrou caninamente a vida toda, a recusa seria
considerada uma descortesia, um gesto de medo e temor.
Fechei
os olhos e ouvidos, contrariei as apostas de quem não gostaria de me ver lá.
Cheguei na hora certa, sem escolta e sem colete à prova de bala. Apenas com um
assessor, o fotógrafo para registrar a agenda oficial. Como o atraso da
caravana se prolongava de hora em hora, fiquei na multidão entre olhares
controversos, conferindo o frisson entre os presentes.
Nesse
meio surge uma mulher negra, com seus 40 anos, que me aborda e começa a
explicar que os prefeitos anteriores nunca deram atenção a ela em promover o
tratamento da filha, de 13 anos. Cega de nascença. Disse que haveria uma
possibilidade, primeiramente com uma série de cirurgias complexas, de a filha
adquirir a visão, colocando, em seguida, lentes de contato especiais. Mostrou a
receita já antiga de alguns anos.
Na mesma
semana fui à casa dela e conheci Julia. Ouvi as várias tragédias que se
abateram sobre a família e até a morte por atropelamento da outra irmã, de 18
anos.
De 2018
para cá, a Prefeitura de Betim montou um setor de oftalmologia com 30
especialidades cirúrgicas, realizou, antes de a pandemia iniciar-se, em 2020,
um mutirão de 5.000 cirurgias de catarata, zerou atrasos de anos e conseguiu
atender até a complexidade do caso de Julia. Na última segunda-feira, ela
ganhou as sonhadas lentes (que o SUS não forneceu) e completou a última etapa,
que culminou com a visão do mundo.
Já no
dia seguinte, terça-feira, queria me conhecer com seus olhos e agradecer pelo
“milagre” que começou num momento inesquecível. Cheguei, assim, mais uma vez, à
casa humilde, onde continua morando, para encontrar a alegria exuberante da
família inteira. Indescritível. Julia, emocionada, agradeceu, tentando acenar
um sorriso, que seus músculos faciais ainda não aprenderam para demonstrar a
imensa felicidade que me descreve com palavras.
Quantos
casos assim pelo Brasil afora? Quantas vidas no aguardo de ganhar asas com uma
saúde pública que funcione de verdade?”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”).
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.
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