quinta-feira, 23 de setembro de 2021

 A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA ESCUTA AMOROSA, LUDICIDADE, AUTOESTIMA E CORAGEM MORAL PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO INTEGRAL NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E O PODER DA VISÃO, EMPATIA E SOLIDARIEDADE NA QUALIFICAÇÃO DA HUMANIDADE NA SUSTENTABILIDADE

“A coragem do palhaço que escuta crianças pelo equilíbrio

        Minas Gerais reserva aprendizados atrás de cada montanha. São inúmeras pesquisas em áreas inovadoras: tecnologia, engenharia, agricultura, saúde, segurança, nutrição, mobilidade e educação. Pesquisas inovadoras para experiências autênticas. “Infelizmente, ainda são poucas as escolas que consideram que preparar alguém para a vida ou para o mercado de trabalho é muito mais do que ensinar matemática, português ou geografia. Todo e qualquer conteúdo que aprendemos vem junto com a forma de escutar e de dizer. Escutar as crianças é um ato de coragem”.

         A citação é do livro “O palhaço e o Psicanalista”, da editora Planeta que reúne dois autores de áreas tão distintas quanto comuns para discutir a importância da escuta nas relações humanas, da infância à vida adulta. De um lado, o psicanalista Christian Dunker, e de outro, o palhaço, escritor e educador Cláudio Thebas. Escutar crianças envolve de atitudes corporais a modular a voz. Tudo na escuta amplia a investigação do desejo e das necessidades do crescimento. Estamos de frente de uma forma de elaboração da criança, dos momentos e dos termos que ela usa para formular suas próprias hipóteses.

         As formas de estabelecer suas conexões, de se comunicar, de se frustrar e de se compreender como sujeito, é preciso supor que sua discordância com os adultos é também signo de seu movimento por autonomia e independência. Encontrei em João Monlevade um educador físico, com uma formação primorosa. Com uma experiência ampla em artes circenses, este profissional que se apresenta com um chapéu de palhaço é chamado carinhosamente de “Tio Lucas”. Seu método é a base para um propósito de vida: desenvolver o ser humano integral estimulando a confiança, a autopercepção, a alegria e a consciência do corpo. É um trabalho digno de livro, e já falei a ele. Quando estimulamos o domínio físico através da escuta da demanda do outro pelo amor, respeitam-se as pessoas como seres humanos, valorizam-se a diversidade, as diferenças e limitações de cada um.

         Em um ambiente lúdico diretamente ligado a melhorar a vida dessas crianças e jovens, o método une diversão enquanto os desenvolve de forma integral. Um programa de intervenção desde bebês até adolescentes passa por musicalização, balanço, interações sensórias e bases motoras, que ajudam as crianças a se desenvolverem pelo amor à atividade física. Um processo de iniciação em habilidades sociais através de músicas, danças coreografadas, show de fantoches, passeis especiais e várias outras atividades de uma forma inteligente que nunca vi igual.

         Exercícios e formas de propor esses caminhos que ampliam a escuta, divertem com jogos estruturados, aventuras fascinantes e elementos iniciais de ginástica que fortalecem o desenvolvimento de habilidades sociais enquanto os transforma em ouvintes, antes de suas próprias falas. Tudo neste espaço envolve e move. Move o coração, move a mente, move o sentido da vida. Tudo é mover-se buscando uma vida mais saudável e sustentável. Quem trabalha no projeto aprende que a ciência de tudo é o movimento. Siga na direção do outro, de si mesmo, das coisas e do mundo. Em um momento em que conectar-se parece tão simples, para fazer isso vai ser necessário mais que dar um “enter”, mais do que ficar “on”. Vai ser preciso levantar-se, dependurar-se. Mover-se. Boas escolhas.”.

(Otávio Grossi. otaviogrossi@saudeintegral.com.br, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 20 de setembro de 2021, caderno INTERESSA, página 18).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo e edição, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“Ver é vida

        Como imaginar a sensação de um ser humano que começa a enxergar o mundo e a infinita diversidade que existe dentro dele, de repente, por “milagre”, depois de uma vida inteira na cegueira total? Que impacto se passa dentro desse ser humano ao desvendar a realidade em seus contornos?

         O significado das ocorrências se firma pelas sensações táteis, olfativas, gustativas e sonoras, mas apenas a visão pode dar sentido real a uma montanha, à vastidão do mar, às nuvens, ao arco-íris, ao voo das aves, às manobras de um beija-flor, à floresta equatorial, ao rio amazônico, à manada de cavalos em disparada, ao elefante e seu filhote. Só os olhos captam a metamorfose entre a juventude e a velhice. De improviso a mãe, o irmão, o amigo, todos, apenas “sonhados”, ganham face e cores reais. E no espelho! Misericórdia... surgem o rosto e o corpo, emprestados à nossa alma.

         E o que são as cores? As mudanças da manhã até noite, o sol e as estrelas?

         Se para uma criança as experiências ocorrem progressivamente, com naturalidade, para quem adquire a visão “por milagre” se abate uma avalanche de descobertas, de novas conexões, revela-se toda a diversidade. Fascinante e, ao mesmo tempo, perturbador olhar para qualquer canto e descobrir pela “primeira vez”.

         O cego de nascença não consegue desenvolver a linguagem facial; os mais variados sentimentos quase não conseguem alterar as expressões do rosto e provocar gestos das mãos. A insegurança, o temor, o espanto, a curiosidade, a contrariedade, o agrado, como a tristeza, pouco ou nada alteram as linhas da face. A direção do rosto se volta para uma constante e imutável escuridão.

         Tenho notado a dificuldade de comunicar dos que têm deficiência visual e, ainda, a necessidade de acolhimento no mundo que lhes é próprio. A necessidade de compartilhar experiências entre eles, aqueles que comungam a mesma situação e conseguem se entender.

         Quem nunca viu sorrir alguém não tem modelos a seguir para expressar a alegria no rosto. Tende a se isolar, a criar seu habitat reservado e intransponível.

         Tive há poucos dias a satisfação de visitar uma jovem de 16 anos no seu segundo dia de uma nova vida, que, por graça de Deus, ajudei a realizar o milagre de ver.

         A história dessa “visão adquirida” começou no dia 21 de fevereiro de 2018, quando Lula, antes de ser condenado e preso, em seguida libertado e absolvido, veio em caravana a Betim. Sua equipe marcou evento no teatro da Colônia Santa Isabel, em Citrolândia, distrito do município, antiga colônia de hansenianos. Recebi o convite, e o que fazer? “Ir ou não ir?” Como primeiro cidadão do município, a visita de um ex-presidente e do governador em exercício a um local público de tanta significação impunha a presença. Mais ainda com o resultado das eleições de 2016, que me deram maioria absoluta no distrito, tradicional reduto petista. Apesar da presença do ex-presidente (que nunca apoiei em eleição) ladeado da nata do PT, que me espinafrou caninamente a vida toda, a recusa seria considerada uma descortesia, um gesto de medo e temor.

         Fechei os olhos e ouvidos, contrariei as apostas de quem não gostaria de me ver lá. Cheguei na hora certa, sem escolta e sem colete à prova de bala. Apenas com um assessor, o fotógrafo para registrar a agenda oficial. Como o atraso da caravana se prolongava de hora em hora, fiquei na multidão entre olhares controversos, conferindo o frisson entre os presentes.

         Nesse meio surge uma mulher negra, com seus 40 anos, que me aborda e começa a explicar que os prefeitos anteriores nunca deram atenção a ela em promover o tratamento da filha, de 13 anos. Cega de nascença. Disse que haveria uma possibilidade, primeiramente com uma série de cirurgias complexas, de a filha adquirir a visão, colocando, em seguida, lentes de contato especiais. Mostrou a receita já antiga de alguns anos.

         Na mesma semana fui à casa dela e conheci Julia. Ouvi as várias tragédias que se abateram sobre a família e até a morte por atropelamento da outra irmã, de 18 anos.

         De 2018 para cá, a Prefeitura de Betim montou um setor de oftalmologia com 30 especialidades cirúrgicas, realizou, antes de a pandemia iniciar-se, em 2020, um mutirão de 5.000 cirurgias de catarata, zerou atrasos de anos e conseguiu atender até a complexidade do caso de Julia. Na última segunda-feira, ela ganhou as sonhadas lentes (que o SUS não forneceu) e completou a última etapa, que culminou com a visão do mundo.

         Já no dia seguinte, terça-feira, queria me conhecer com seus olhos e agradecer pelo “milagre” que começou num momento inesquecível. Cheguei, assim, mais uma vez, à casa humilde, onde continua morando, para encontrar a alegria exuberante da família inteira. Indescritível. Julia, emocionada, agradeceu, tentando acenar um sorriso, que seus músculos faciais ainda não aprenderam para demonstrar a imensa felicidade que me descreve com palavras.

         Quantos casos assim pelo Brasil afora? Quantas vidas no aguardo de ganhar asas com uma saúde pública que funcione de verdade?”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em julho a estratosférica marca de 331,49% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 123,48%; e já o IPCA, em agosto, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 9,68%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

 

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

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