“Você é ou está executivo?
Temos
sonhos, planos, metas. Nossos objetivos são fundamentais para pautar o
presente. Fazem-no ter foco para terminar a qualificação, força para persistir
no desafio, para cuidar da saúde e dos relacionamentos.
Mas nada
é garantia de nada.
Nada
garante que, mesmo com meu empenho, eu alcance o que me propus, da forma que me
propus, pelo tempo que planejei, simplesmente porque o desenrolar da vida não
depende só de mim. Os acontecimentos não são determinados só pelas minhas
ações.
Uma
decisão do cônjuge, o comportamento de um filho, uma crise econômica, um
desastre natural, um acidente podem mudar o rumo da nossa história.
Mesmo
com contrato assinado, nada é garantia de nada. Aliás, contrato existe para
ressarcir a parte que sofreu com a quebra de um acordo.
E o que
isso tem a ver com a vida de um executivo? Tenho cargo de diretor hoje. Mas
continuarei tendo, ou melhor, até quando terei? Até quanto você continuará no
cargo em que está, na empresa em que está, que terá o poder que tem? E se você
perdesse a posição de C-level agora? Você está preparado para esse cenário?
Dizem
que o plantio é opcional, mas a colheita é obrigatória. Se plantei café, vou
colher café.
Esta é a
tendência. Mas o clima, uma praga, uma decisão política podem acabar com o
lucro da safra ou até mesmo com toda a colheita.
É no
campo que me inspiro para lidar com as variáveis que não domino. No caso do
agronegócio, o mercado do futuro oferece mecanismos para garantir o preço de
uma commodity que ainda será colhida, aconteça o que acontecer.
É o
chamado “hedge” – ou proteção contra prejuízo.
Sabemos,
claro, que não existe risco zero de perdas. Mas há toda uma engenharia no
mercado financeiro, com combinação de estratégias, para reduzir esse risco no
menor nível possível. Tomei o exemplo só para ilustrar. O foco aqui é mostrar
como essa noção de hedge pode pautar a carreira do executivo.
Investir
em um negócio, ter um networking que te abra as portas como consultor, ter
qualificação para ser um conselheiro são estratégias para reduzir os prejuízos
com um redirecionamento não esperado na carreira.
Mas há
algo ainda mais “simples” que pode ajudar a reduzir o impacto de perder sua uma
posição, é o redirecionamento de discurso.
Eu ESTOU
executivo, não SOU um.
Adotar isso,
mesmo que apenas internamente, me leva a um caminho que não me deixa
estacionar. Interessante é que essa fala interna poderia gerar ansiedade, mas o
uso adequado dos verbos “ser” e “estar” me fortalece, me faz olhar para dentro
e me conhecer.
É claro
que uma posição de poder é interessante, e faz todo sentido trabalhar para
ocupar uma e manter-se nela, especialmente para quem tem a ambição de melhor o
mundo.
Mas
perceber que estou executivo – e não sou um – afasta a tentação de acreditar
que sou insubstituível, que um cargo me pertence e me define. Isso faz de mim
um profissional mais consciente. No fim do dia, isso me torna uma pessoa
melhor.”.
(Lúcio Júnior. CEO da Open Mind Brazil, em
artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 22 de julho
de 2021, caderno OPINIÃO, página 23).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 23 de julho de
2021, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de
autoria de Renato Janine Ribeiro, Fernanda Sobral e Paulo
Artaxo
Novo
presidente da SBPC, é professor titular de ética e filosofia política da USP e
ex-ministro da Educação
Nova
vice-presidente da SBPC, é socióloga e professora aposentada da UnB
Novo
vice-presidente da SBPC, é físico e professor titular do Instituto de Física da
USP
“A SBPC defende o conhecimento
e
a democracia
Algumas décadas atrás, a diferença entre países
desenvolvidos e subdesenvolvidos estava em priorizarem os manufaturados ou o
fornecimento de matérias-primas. Hoje, sem negar a importância da indústria,
somou-se um componente essencial: o conhecimento.
Um
produto vale mais se tiver conhecimento embutido, assim como é o conhecimento
que nos oferece inúmeras soluções para nossa vida cotidiana. Por isso, a
pesquisa científica é essencial ao que muitos chamam de “sociedade do
conhecimento”. A economia, nesta sociedade, é focada na ciência e na
inteligência.
Infelizmente,
porém, o Brasil vive um momento difícil: o governo federal não dá o devido
valor ao conhecimento científico e à educação, à cultura, à saúde ou ao meio
ambiente, que juntos compõem a principal base para o desenvolvimento econômico
e social.
Em
defesa desses pilares de uma “sociedade livre, justa e solidária” (como
prescreve nossa Constituição Federal), a Sociedade Brasileira para o Progresso
da Ciência tem travado uma luta se descanso para resgatar um futuro digno de
nosso país. A nova diretoria há de continuar esse combate, conduzido nos
últimos anos pelo presidente Ildeu Moreira, que conclui seu mandato.
A
Covid-19 mostra à perfeição o quanto a pesquisa científica é essencial na
sociedade atual. Cem anos atrás, a gripe dita espanhola matou entre 3% e 5% dos
seres humanos, isso embora as redes de comunicação fossem limitadas e o
interior do Brasil – para dar um exemplo – tenha sido aparentemente pouco
afetado. Na época, já se conheciam os efeitos dos micróbios, e algumas medidas
de prevenção adotadas, como distanciamento, porte de máscaras e higienização
das mãos, já prefiguravam as atuais.
Mas,
comparando com a Covid-19, vê-se que, embora seja lamentável já terem morrido
mais de 4 milhões de pessoas, esse percentual é de 0,05% da população mundial –
um centésimo da proporção dos mortos pela gripe de 1918. A ciência salvou
centenas de milhões de vidas. Merece ênfase, aliás, a integração entre as
ciências – já que, se as ciências da saúde e biológicas estão na linha de
frente dos diagnósticos e tratamentos, áreas como matemática, computação e
estatística as apoiam com projeções, modelos e dados, enquanto ciências humanas
e sociais oferecem contribuições no que se refere aos impactos sociais e
econômicos e como minimizá-los.
A
ciência poupa vidas. Ela também mostra como é falso opor saúde e economia, uma
das maiores bibliotecas de biodiversidade que há no planeta. Muita riqueza veio
de lá, a começar pelo látex – sem os pneus de borracha, dificilmente teríamos
automóveis –, se aprofundando em produtos cada vez mais sofisticados.
Pesquisas
de qualidade podem e devem mostrar a riqueza enorme que de lá dispomos e que
não pode ser destruída sem alto prejuízo, não só para a saúde humana e
planetária como também para a solução de problemas que as ciências podem
administrar com elementos ainda por descobrir. Também muitas políticas sociais
efetivas poderiam ser implementadas, pela ação governamental, a partir de
subsídios provenientes do conhecimento científico.
Esse
círculo virtuoso, que integra ciência, educação, cultura, saúde, meio ambiente,
tecnologia e inclusão social, será o ponto principal de atuação da nova
diretoria da SBPC. Isso também implica uma luta ingente pela democracia, o
regime político que melhor promove a justiça social e o único que permitirá se
realizarem os inúmeros talentos que hoje o Brasil desperdiça devido à nossa
terrível desigualdade social – que nega aos pobres os meios de alcançarem suas
potencialidades.
O Brasil
precisa olhar para a frente, se tornar competitivo e aproveitar seus recursos
humanos, construindo uma sociedade mais justa e sustentável.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”).
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.
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