“O executivo e a gestão de crises pessoais
Falta
de chuva, risco de apagão, queda do PIB, alta recorde dos preços, pandemia...
Vai longe a lista das crises que um executivo tem que administrar todo dia.
Isso sem falar nas crises dentro da própria empresa. Mas, como adoram dizer,
somos pagos para isso.
Sim,
trabalhamos também para reverter as fases ruins. Seja para diminuir seus
impactos, seja para virar o jogo e transformar em oportunidade algo que poderia
afundar um negócio.
Aliás,
histórias de administração de crises são fundamentais no currículo de líderes.
São elas que ajudam a forjar uma carreira bem-sucedida.
A busca
por qualificação, por informações e a experiência no dia a dia acabam nos
deixando cada vez mais aptos a lidar com a crise seguinte, como em um jogo de
videogame, em que os desafios só aumentam.
Mas será
que conseguimos usar essa competência para também administrar as crises
pessoais? Será que temos a mesma desenvoltura como executivos para gerir os
períodos ruins no casamento, no relacionamento com nossos filhos? Será que
conseguimos adotar a mesma estratégia que usamos dentro da empresa para lidar
com as nossas inseguranças e perdas?
Cada
crise tem suas particularidades, mas, basicamente, uma crise é uma quebra de um
modelo, de uma rotina.
A origem
da palavra crise resume bem o que quero dizer. Do grego “krisis”: separação,
depuração, ruptura com o estado anterior. O novo rumo pode ser de melhora ou
piora.
Como
executivo, quando assumo a gestão de uma crise, meu primeiro passo é procurar
entender o cenário. Para isso, é preciso calma, diálogo franco e respeitoso com
os envolvidos e informação de qualidade.
Dentro
de casa, procuro adotar esse mesmo modelo básico.
Claro
que o processo nem sempre é tranquilo. Ele tem altos e baixos. Avanços e
retrocessos.
Por
isso, algumas premissas devem ser consideradas.
Nem
todos os envolvidos na crise estão no mesmo nível de experiência de vida para
lidar de igual para igual com um momento de turbulência. A gestão de uma crise
com a minha esposa, por exemplo, é completamente diferente da crise que gerimos
com nossos filhos. Sabemos que com eles, dependendo da situação, funciona muito
mais o estabelecimento de regras e limites do que uma negociação.
Outra
consideração fundamental, toda administração de uma crise pessoal é pautada por
muita comoção e sabemos que a comoção nem sempre nos leva a tomar a melhor
decisão.
Diante
desse cenário, a gestão de uma crise em casa pode ser mais delicada e desgastante
que uma crise nos negócios.
Minha
sugestão quando nos deparamos com uma crise, especialmente as pessoais, é usar
todos os recursos que temos, além de buscar os que não temos, para resolvê-la.
Que tal adotar um dos lemas da família Schurmann, que, inclusive, participa de
uma live promovida hoje pelo Open Mind Brazil: “Quando avistamos uma
tempestade, não ficamos gritando ‘tempestade, tempestade’, fazemos o que tem
que ser feito para enfrentá-la”.”.
(Lúcio Júnior. CEO da Open Mind Brazil, em
artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 8 de
setembro de 2021, caderno OPINIÃO, página 17).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.domtotal.com,
edição de 10 de setembro de 2021, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente
integral transcrição:
“Efatá, isto é, abre-te
Jesus,
em travessia missionária, passa pela região de Tiro, Sidônia, indo até o mar da
Galileia e a região da Decápole, narra o evangelista Marcos. Nessa travessia
missionária, o Mestre realiza o milagre da cura de um surdo-gago. Antes, Jesus
havia acolhido o pedido de uma mãe que, com seu modo de se expressar, tocou o
coração de Deus. “Por causa de tua palavra, vai: o demônio saiu de tua filha” –
disse o Mestre à mulher. Jesus Mestre sublinhou que o pedido foi atendido pela
força da palavra, deixando preciosa indicação: a palavra tem propriedades
criativas. Não pode, pois, ser usada como instrumento de destruição ou para
semear ódios. Na pedagógica narrativa do evangelista Marcos, outra importante
lição sobre a força da palavra. Jesus, já em terras dos crentes, cura um
surdo-gago. Jesus tocou os ouvidos e, depois, a língua daquele homem. Olhando
para o céu, o Mestre suspirou e disse: “Efatá” (que quer dizer: Abre-te). Com o
milagre, o surdo-mudo passou a falar corretamente. No horizonte daquele homem e
dos discípulos de Jesus está o compromisso de semear palavras capazes de
recompor esperanças, gerar respostas e processos novos, nunca permitindo
agressões à dignidade humana.
Por isso
mesmo, chama a atenção as incongruências nos diferentes modos de se expressar,
sinalizando fragilidades, agravadas pelas facilidades tecnológicas. O avanço da
técnica pode contribuir para o desenvolvimento integral e facilitar diálogos
que levem a entendimentos. Mas, tristemente, constata-se ter razão o desabafo
lúcido e instigante do filósofo italiano Umberto Eco, ao sublinhar que as redes
sociais deram voz a uma legião de imbecis. Não é uma acusação gratuita.
Trata-se de diagnóstico: há grave fragilidade no desempenho da prerrogativa
humana de se expressar adequadamente. Manifestações adequadas significam tecer,
a partir da linguagem, entendimentos, favorecendo interpretações lúcidas. É,
pois, oportunidade para se alcançar metas que promovam os direitos humanos,
estimulando a solidariedade cidadã.
Na
contramão do falar adequadamente está a condição contemporânea de “surdo-gago,
comprovada pelos equívocos que circulam com mais facilidade a partir das
novidades tecnológicas, agravando fragilidades humanas deste tempo. A
contaminação e os comprometimentos da linguagem expõem feridas que precisam ser
curadas – um processo exigente e demorado, mas urgente. Sem adequado tratamento
para essas feridas, a sociedade continuará a amargar muitos prejuízos, vários
irreversíveis: muita gente não está tendo forças para continuar a viver – referência
ao Setembro Amarelo – com estatísticas espantosas. Os entendimentos políticos,
acirrados, vão se desenrolando com comprometimentos que alimentam retrocessos,
manipulações e favorecimentos de oligarquias sociais. O tratamento do meio
ambiente está cegado por entendimentos legislativos estreitados e por
posicionamentos judiciários mais burocráticos do que realistas – considerando o
futuro próximo da humanidade. As consequências são desastrosas, irreversíveis,
com uma visão limitada pela lógica do lucro desmedido, distanciado de dinâmicas
de um desenvolvimento, efetivamente, sustentável e integral.
Neste
planeta adoecido, com muitas crises, urge-se uma linguagem de reconstrução para
ancorar avanços e lógicas novas pelo bem da humanidade. A recuperação da linguagem,
longe de ser algo abstrato e distante, é necessária. O ser humano precisa
admitir, humildemente, a sua condição de “surdo-gago”, tornando-se livre para
adequadamente se expressar – isto não significa se achar no direito de espalhar
o que está nos trilhos do ódio, da falta de parâmetros e das irracionalidades,
sujeitas, inclusive, a penalidades judiciais. Especialmente, o adequado
tratamento do dom de se expressar não pode ser confundido com certa miopia:
achar, ilusoriamente, que a própria convicção é a correta, que um entendimento
estreitado é a verdade, que a odiosidade pode fazer bem. Quem assim age
comprova incapacidades e fragilidades encobertas por patologias e perversões
psicológicas.
Há
milagre que precisa acontecer para requalificar a linguagem, em todos os níveis
e âmbitos. A capacidade para se expressar precisa sempre ser precedida de
adequada escuta. Hoje, fala-se muito, escuta-se pouco. No milagre narrado,
Jesus toca primeiro o ouvido e, em seguida, a língua do surdo-mudo. Fundamental
é escutar mais, para somente depois falar e, assim, não comprometer a força
performativa da palavra. Para se expressar deve-se ter responsabilidade,
cultivada a partir do exercício da escuta de cada pessoa, prioritariamente dos
pobres e vulneráveis, dos clamores da casa comum. Para bem ouvir e falar, é
hora de “efatá” – abre-te!”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia,
da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”).
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.
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