segunda-feira, 13 de setembro de 2021

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DA QUALIFICAÇÃO SOCIOEMOCIONAL NA GESTÃO EFETIVA DAS CRISES PESSOAIS NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS LUZES DA SOLIDARIEDADE, COMUNICAÇÃO EFICAZ E ESPIRITUALIDADE CONCILIADORA NA PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL NA SUSTENTABILIDADE

“O executivo e a gestão de crises pessoais

        Falta de chuva, risco de apagão, queda do PIB, alta recorde dos preços, pandemia... Vai longe a lista das crises que um executivo tem que administrar todo dia. Isso sem falar nas crises dentro da própria empresa. Mas, como adoram dizer, somos pagos para isso.

         Sim, trabalhamos também para reverter as fases ruins. Seja para diminuir seus impactos, seja para virar o jogo e transformar em oportunidade algo que poderia afundar um negócio.

         Aliás, histórias de administração de crises são fundamentais no currículo de líderes. São elas que ajudam a forjar uma carreira bem-sucedida.

         A busca por qualificação, por informações e a experiência no dia a dia acabam nos deixando cada vez mais aptos a lidar com a crise seguinte, como em um jogo de videogame, em que os desafios só aumentam.

         Mas será que conseguimos usar essa competência para também administrar as crises pessoais? Será que temos a mesma desenvoltura como executivos para gerir os períodos ruins no casamento, no relacionamento com nossos filhos? Será que conseguimos adotar a mesma estratégia que usamos dentro da empresa para lidar com as nossas inseguranças e perdas?

         Cada crise tem suas particularidades, mas, basicamente, uma crise é uma quebra de um modelo, de uma rotina.

         A origem da palavra crise resume bem o que quero dizer. Do grego “krisis”: separação, depuração, ruptura com o estado anterior. O novo rumo pode ser de melhora ou piora.

         Como executivo, quando assumo a gestão de uma crise, meu primeiro passo é procurar entender o cenário. Para isso, é preciso calma, diálogo franco e respeitoso com os envolvidos e informação de qualidade.

         Dentro de casa, procuro adotar esse mesmo modelo básico.

         Claro que o processo nem sempre é tranquilo. Ele tem altos e baixos. Avanços e retrocessos.

         Por isso, algumas premissas devem ser consideradas.

         Nem todos os envolvidos na crise estão no mesmo nível de experiência de vida para lidar de igual para igual com um momento de turbulência. A gestão de uma crise com a minha esposa, por exemplo, é completamente diferente da crise que gerimos com nossos filhos. Sabemos que com eles, dependendo da situação, funciona muito mais o estabelecimento de regras e limites do que uma negociação.

         Outra consideração fundamental, toda administração de uma crise pessoal é pautada por muita comoção e sabemos que a comoção nem sempre nos leva a tomar a melhor decisão.

         Diante desse cenário, a gestão de uma crise em casa pode ser mais delicada e desgastante que uma crise nos negócios.

         Minha sugestão quando nos deparamos com uma crise, especialmente as pessoais, é usar todos os recursos que temos, além de buscar os que não temos, para resolvê-la. Que tal adotar um dos lemas da família Schurmann, que, inclusive, participa de uma live promovida hoje pelo Open Mind Brazil: “Quando avistamos uma tempestade, não ficamos gritando ‘tempestade, tempestade’, fazemos o que tem que ser feito para enfrentá-la”.”.

(Lúcio Júnior. CEO da Open Mind Brazil, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 8 de setembro de 2021, caderno OPINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 10 de setembro de 2021, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Efatá, isto é, abre-te

        Jesus, em travessia missionária, passa pela região de Tiro, Sidônia, indo até o mar da Galileia e a região da Decápole, narra o evangelista Marcos. Nessa travessia missionária, o Mestre realiza o milagre da cura de um surdo-gago. Antes, Jesus havia acolhido o pedido de uma mãe que, com seu modo de se expressar, tocou o coração de Deus. “Por causa de tua palavra, vai: o demônio saiu de tua filha” – disse o Mestre à mulher. Jesus Mestre sublinhou que o pedido foi atendido pela força da palavra, deixando preciosa indicação: a palavra tem propriedades criativas. Não pode, pois, ser usada como instrumento de destruição ou para semear ódios. Na pedagógica narrativa do evangelista Marcos, outra importante lição sobre a força da palavra. Jesus, já em terras dos crentes, cura um surdo-gago. Jesus tocou os ouvidos e, depois, a língua daquele homem. Olhando para o céu, o Mestre suspirou e disse: “Efatá” (que quer dizer: Abre-te). Com o milagre, o surdo-mudo passou a falar corretamente. No horizonte daquele homem e dos discípulos de Jesus está o compromisso de semear palavras capazes de recompor esperanças, gerar respostas e processos novos, nunca permitindo agressões à dignidade humana.

         Por isso mesmo, chama a atenção as incongruências nos diferentes modos de se expressar, sinalizando fragilidades, agravadas pelas facilidades tecnológicas. O avanço da técnica pode contribuir para o desenvolvimento integral e facilitar diálogos que levem a entendimentos. Mas, tristemente, constata-se ter razão o desabafo lúcido e instigante do filósofo italiano Umberto Eco, ao sublinhar que as redes sociais deram voz a uma legião de imbecis. Não é uma acusação gratuita. Trata-se de diagnóstico: há grave fragilidade no desempenho da prerrogativa humana de se expressar adequadamente. Manifestações adequadas significam tecer, a partir da linguagem, entendimentos, favorecendo interpretações lúcidas. É, pois, oportunidade para se alcançar metas que promovam os direitos humanos, estimulando a solidariedade cidadã.

         Na contramão do falar adequadamente está a condição contemporânea de “surdo-gago, comprovada pelos equívocos que circulam com mais facilidade a partir das novidades tecnológicas, agravando fragilidades humanas deste tempo. A contaminação e os comprometimentos da linguagem expõem feridas que precisam ser curadas – um processo exigente e demorado, mas urgente. Sem adequado tratamento para essas feridas, a sociedade continuará a amargar muitos prejuízos, vários irreversíveis: muita gente não está tendo forças para continuar a viver – referência ao Setembro Amarelo – com estatísticas espantosas. Os entendimentos políticos, acirrados, vão se desenrolando com comprometimentos que alimentam retrocessos, manipulações e favorecimentos de oligarquias sociais. O tratamento do meio ambiente está cegado por entendimentos legislativos estreitados e por posicionamentos judiciários mais burocráticos do que realistas – considerando o futuro próximo da humanidade. As consequências são desastrosas, irreversíveis, com uma visão limitada pela lógica do lucro desmedido, distanciado de dinâmicas de um desenvolvimento, efetivamente, sustentável e integral.

         Neste planeta adoecido, com muitas crises, urge-se uma linguagem de reconstrução para ancorar avanços e lógicas novas pelo bem da humanidade. A recuperação da linguagem, longe de ser algo abstrato e distante, é necessária. O ser humano precisa admitir, humildemente, a sua condição de “surdo-gago”, tornando-se livre para adequadamente se expressar – isto não significa se achar no direito de espalhar o que está nos trilhos do ódio, da falta de parâmetros e das irracionalidades, sujeitas, inclusive, a penalidades judiciais. Especialmente, o adequado tratamento do dom de se expressar não pode ser confundido com certa miopia: achar, ilusoriamente, que a própria convicção é a correta, que um entendimento estreitado é a verdade, que a odiosidade pode fazer bem. Quem assim age comprova incapacidades e fragilidades encobertas por patologias e perversões psicológicas.

         Há milagre que precisa acontecer para requalificar a linguagem, em todos os níveis e âmbitos. A capacidade para se expressar precisa sempre ser precedida de adequada escuta. Hoje, fala-se muito, escuta-se pouco. No milagre narrado, Jesus toca primeiro o ouvido e, em seguida, a língua do surdo-mudo. Fundamental é escutar mais, para somente depois falar e, assim, não comprometer a força performativa da palavra. Para se expressar deve-se ter responsabilidade, cultivada a partir do exercício da escuta de cada pessoa, prioritariamente dos pobres e vulneráveis, dos clamores da casa comum. Para bem ouvir e falar, é hora de “efatá” – abre-te!”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em julho a estratosférica marca de 331,49% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 123,48%; e já o IPCA, em agosto, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 9,68%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

 

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

  

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