quinta-feira, 21 de outubro de 2021

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DA UNIDADE NACIONAL, VISÃO OLÍMPICA E ESPIRITUALIDADE CONCILIADORA NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DAS FINANÇAS E ZELO COM A CASA COMUM NA PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL NA SUSTENTABILIDADE

“Decadência ou unidade nacional?

        Desemprego elevado, pobreza gritante, concentração de renda, educação e saúde sem qualidade e desiguais conforme a renda e o endereço.

         Estamos no último ano do nosso segundo centenário como nação independente. Olhando para trás, há do que se orgulhar: a consolidação do quinto maior território do mundo, sexto maior em população, a economia entre as dez maiores, o país integrado pelo idioma, redes de assistência social, de saúde, de educação, de comunicação, de transporte, uma moeda equilibrada e um sistema político democrático.

         Mas, olhando o presente, há razões para se assustar: a economia em recessão persistente há anos, desemprego elevado, pobreza gritante, concentração de renda, educação e saúde sem qualidade e desiguais conforme a renda e o endereço, cidades degradadas, florestas queimadas, rios moribundos, pessoas famintas, jovens emigrando, violência generalizada, descrédito nas instituições. O primeiro ano do terceiro centenário se inicia sob incertezas, em um clima de desconfiança em relação ao futuro. O país atravessando um sentimento de decadência.

         O Brasil precisa enfrentar seu novo século de história buscando coesão e rumo que permitam dar vigor econômico e promover inclusão social. Isso só ocorrerá se buscarmos propósitos unificadores, pactos olhando o futuro.

         Pacto pela superação do vergonhoso quadro de pobreza que caracteriza a realidade em que vive nossa população, também pelo emprego e distribuição de renda. Pacto pela eficiência econômica e para garantir competitividade no mundo global, também pelo necessário avanço científico e tecnológico. Pacto pela infância e pela educação de base com qualidade para todos, sem distinção de gênero, cor, renda, endereço. Pacto pela juventude, trazendo-lhe esperança, confiança e desejo de viver no Brasil e aqui construir uma nação. Pacto pela paz nas ruas e pela boa convivência nas cidades. Pela proteção de nossas riquezas naturais e culturais, pela manutenção do valor de nossa moeda, pela garantia das liberdades e das instituições democráticas.

         Se formos capazes disso, o terceiro centenário será o tempo da consolidação da nação brasileira, tanto quanto os dois séculos anteriores foram tempo de consolidação do território e da infraestrutura básica. Se não formos capazes dessa unidade nacional, caminharemos para aprofundar a decadência das últimas décadas perdidas, podendo até mesmo perder as conquistas até aqui.

         Sem um grande pacto nacional que unifique aquilo que temos em comum, corremos o risco de sair da decadência para a desagregação social e territorial. O terceiro centenário seria o último do Brasil grande a que temos direito de sonhar. Ainda!”.

(Cristovam Buarque. Professor emérito da UnB e membro da Comissão Internacional da Unesco para o Futuro da Educação, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 10 de setembro de 2021, caderno OPINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 25 de julho de 2021, caderno esg, coluna OPINIÃO, página 2, de autoria de Rodrigo Tavares, fundador e presidente do Granito Group; professor de Sustainable Finance and Economics. Nomeado Young Global Leader pelo Fórum Econômico Mundial, em 2017, e que merece igualmente integral transcrição:

“Alguém sabe o que são

  as finanças sustentáveis?

        No teatro de sombras contam-se histórias com marionetas por detrás de uma cortina branca contra a luz. A audiência lateja intrigada com a quase representação da realidade. Inventada há cerca de 2 mil anos, a arte foi ganhando novas dimensões. A última delas chama-se finanças sustentáveis.

         O público agigantou-se e avolumaram-se os espetáculos ao longo dos anos, mas continua-se sem saber o que está por detrás do pano.

         Quase todas as semanas surge uma nova pesquisa sobre o mercado regional ou global das finanças sustentáveis. Mas as estatísticas não são comparáveis ou credíveis.

         O problema é que não existe uma definição padronizada e universalmente aceita do que são finanças sustentáveis, nem das várias categorias de investimentos que utilizam políticas, práticas ou dados ambientais, sociais e de governança (ESG).

         O significado de “investimentos sustentáveis”, “responsáveis” ou “de impacto” é alvo de ampla subjetividade individual ou de tonalidades regionais.

         Na semana passada o regulador britânico, a FCA (Financial Conduct Authority), finalmente anunciou os Guiding Principles, que estabelecem boas práticas de integração ESG em fundos. Foi também lançado o Global Sustainable Investment Review, uma espécie de mapa mundi bianual da indústria. Não há consenso entre os dois em relação a definições.

         A FCA chega a postular que “investimentos de impacto”, que têm uma dimensão considerável no Brasil, são investimentos que não têm como objetivo retornos financeiros, mas apenas de impacto social ou ambiental positivos. Ao olhar para uma sombra galopante, alguns veem um cavalo, outros uma zebra.

         Se confiarmos no Global Sustainable Investment Review, o mercado de investimentos com ângulo ESG atingiu os US$ 35 trilhões (R$ 183,7 trilhões), um crescimento tímido de 15% em dois anos. Na América Latina, o relatório destaca boas práticas na Colômbia, Chile e México – o Brasil ficou fora do radar.

         O estudo indica também que houve um espantoso decréscimo do mercado ESG na Europa (-13%) “devido a mudanças significativas na forma como o investimento sustentável é definido nesta região ao abrigo da legislação da EU, tornando muito difíceis as comparações com versões anteriores deste relatório” (tradução livre).

         O mesmo estudo indica também que os investimentos de impacto caíram de US$ 444 bilhões (R$ 2,3 trilhões) para US$ 352 bilhões (R$ 1,8 trilhão) entre 2018 e 2020, enquanto a associação que responde por este tipo de investimentos, a Giin (Global Impact Investing Network), aponta que o volume total é de US$ 715 bilhões (R$ 3,7 trilhões). Ou seja, mais do dobro.

         Viveremos numa encenação de penumbras e silhuetas durante mais alguns anos. Mas pelo menos quatro iniciativas em desenvolvimento deverão oferecer as garantias e padronização que o mercado tanto busca.

         A Fundação IFRS, responsável pelas normas internacionais de contabilidade corporativa, deverá lançar em 2022 um novo sistema de contabilidade de dados ESG. Atualmente existem cerca de 30 metodologias (contrastantes) para as empresas reportarem o seu trabalho em sustentabilidade.

         Também no próximo ano, a ISSO, o BSI e o governo britânico, juntamente com representantes da indústria financeira, irão lançar o primeiro standard com pré-requisitos para fundos de investimentos serem considerados “responsáveis” ou “sustentáveis”.

          Para sabermos exatamente o que significa uma atividade econômica que contribui para objetivos ambientais ou sociais, a União Europeia continuará avançando no desenvolvimento de uma taxanomia. A versão ambiental desse catálogo entrará (parcialmente) em vigor em janeiro de 2022, enquanto a taxanomia social está em consulta pública até 27 de agosto.

         No contexto brasileiro, em breve a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) deverá também lançar um novo sistema de classificação de fundos para chegar à autorregulação do mercado de produtos ligados à sustentabilidade.

         Só nos próximos anos começaremos a ter uma fiel perspectiva do tamanho e do perfil do mercado global das finanças sustentáveis. O mesmo é verdade no Brasil. Apenas nessa altura se poderá, finalmente, construir uma prática financeira com bases sólidas.

         Quando cair a cortina e acabar a música, ouviremos o relinchar de uma égua ou o zurro de um jumento?”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a estratosférica marca de 336,11% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 124,89%; e já o IPCA, em setembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 10,25%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

 

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

        

Nenhum comentário: