“Como mudar a cultura
de uma organização?
A pergunta chegou a mim como solicitação de uma
empresa que queria criar um programa de wellness para seus colaboradores. Achei
curioso e pensei: “Cabe uma reflexão”.
Cultura
é o conjunto de saberes, valores e princípios que dá o tom das dinâmicas dentro
de um grupo social. O grupo, por sua vez, é composto de pessoas. E as relações
entre esses indivíduos tem o poder de reforçar ou desconstruir os hábitos
preestabelecidos naquele contexto.
Relações
são sempre trocas. Influenciamos o meio no qual estamos inseridos e somos por
ele influenciados. Ou seja: cada pessoa que compõe um grupo deixa sua marca e
leva consigo as vivências ali experimentadas. O que nos leva à conclusão
imediata, e quase óbvia, de que, para se alterar uma cultura, é necessário
transformar os indivíduos que a compõem.
A forma
como agimos e reagimos depende essencialmente de quem somos e de como estamos.
Nossas memórias, crenças, traumas, humores e prévias experiências têm um papel
determinante na interpretação que fazemos dos fatos que nos envolvem. E, como
cada um de nós tem uma história diferente, é natural que, diante de um mesmo
fato, tenhamos interpretações divergentes. Daí nasce a diversidade. E daí
nascem, também, as intolerâncias.
Insistimos
em acreditar que as nossas perspectivas são sempre absolutas e, dessa forma,
deixamos de reconhecer que o outro carrega dores e sabores diferentes dos
nossos. Nós nos sentimos no direito de acreditar que nossas interpretações e
emoções são mais legítimas do que as demais e, dessa forma, tentamos impregnar
no outro a nossa visão de mundo – que, no fim do dia, é só nossa, visto que, se
ninguém mais viveu as experiências que vivemos, ninguém mais vai enxergar a
vida da forma como fazemos.
Quando
se fala em diversidade e cultura no meio empresarial, há que se entender que
somos diversos não só em raça e gênero, mas principalmente nas ideias, nas
pulsões, nas crenças e predileções. Por isso, para desenhar um ambiente
organizacional harmônico, é necessário criar habilidades para equilibrar as
relações que ele envolve.
Se
relações são trocas e se o que manifestamos depende de quem somos, não há,
portanto, outra saída a não ser dar aos colaboradores ferramentas para que
sejam o melhor que podem ser. A falta de gestão emocional, os hábitos poucos
saudáveis, o estresse, a ansiedade e os distúrbios de sono vão impactar a forma
como cada indivíduo vive e, claro, a forma como participa da dinâmica do grupo.
E isso tem, seguramente, mais impacto na cultura organizacional do que um banheiro
sem gênero.
Só se
cria diversidade criando espaço para liberdade. E a liberdade do outro só é
respeitada quando a nossa está em dia. Essa construção depende, essencialmente,
da dose de autoestima, equilíbrio emocional e resiliência que carregamos do lado
de dentro.
Por
isso, respondendo à pergunta que me foi feita pela organização em questão, só
há uma resposta possível: a cultura é transformada, de verdade, quando a
organização se propõe a transformar indivíduos. Se quiser modificar um
ambiente, comece atuando nas pessoas que o compõem.”.
(Carol Rache. carol@carolrache.com.br,
em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 22 de
outubro de 2021, caderno INTERESSA, coluna FILOSOFADAS, página
13).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 11 de agosto de
2021, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de
autoria de Alok Sharma, presidente da COP-26, reunião internacional
sobrea a crise do clima que acontece de 31 de outubro a 12 de novembro, em
Glasgow, na Escócia, e que merece igualmente integral transcrição:
“COP-26 é a última chance
de mantermos o 1,5ºC vivo
Em novembro, Glasgow, na Escócia, receberá o mundo
para a 26ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP-26. Este é o
momento de colocarmos o planeta no curso certo para lidar com a grande ameaça
das mudanças do clima e construir um futuro promissor para todos.
Sabemos
o que fazer. Em 2015, por meio do Acordo de Paris, o mundo se comprometeu a
limitar o aumento global da temperatura a 2ºC, esforçando-se para mantê-lo
abaixo de 1,5ºC. A ciência nos diz que isso evitaria os piores efeitos das
mudanças climáticas.
Entretanto,
o mundo não chega nem próximo do suficiente. Como presidente da COP-26, tenho
testemunhado de perto esses efeitos. O Brasil não é exceção: partes do
ecossistema único da floresta amazônica estão sob o risco de se transformarem
em um tipo de savana, e eventos de seca tendem a se intensificar, com
consequências para a produção de energia e de alimentos.
Para nos
mantermos a 1,5ºC, devemos cortar pela metade as emissões de carbono até 2030.
Está década é decisiva – e, por isso, a COP-26 é crucial. Como presidente da
conferência, estou trabalhando com todos os países, empresas e sociedade civil
em um plano de quatro pilares.
Primeiro,
precisamos colocar o mundo em um caminho de redução de emissões até que
alcancemos a neutralidade de carbono em meados do século. Para isso, os países
devem anunciar metas claras de redução, incluindo para 2030, que sejam
consistentes com a neutralização até 2050. Essas metas precisam estar ancoradas
na ciência para que não sejam apenas intenções vagas. Também precisamos ver
ações dos setores mais poluentes. Glasgow precisará ser a COP que relegará o
carvão para a história, que indicará uma data para o fim de veículos poluentes
e que pedirá um basta ao desmatamento.
Nosso
segundo objetivo é proteger as pessoas e a natureza. A crise climática já é uma
realidade. Precisamos resolver as reais necessidades de defesa contra enchentes
e criar sistemas de aviso, além de outros esforços vitais para diminuir e lidar
com as perdas e danos causados pelas mudanças do clima.
O
terceiro objetivo é sobre o financiamento. Sem ele, todo o resto será quase
impossível. Países ricos precisam cumprir a promessa de prover US$ 100 bilhões
por ano para apoiar as nações em desenvolvimento. O Reino Unido já lidera pelo
exemplo, tendo comprometido 11,6 bilhões de libras entre 2016 e 2025.
Precisamos que todos os países ricos deem mais. É uma questão de confiança.
Quarto,
precisamos trabalhar juntos para cumprir esses objetivos. Isso inclui criar
consenso entre os governos para que as negociações em novembro sejam um
sucesso. Da mesma forma, precisamos trabalhar com o setor privado e a sociedade
civil.
Nos
últimos dias, me encontrei com representantes dos governos federal, estaduais e
municipais, do setor privado e da sociedade civil em Brasília. Conversei sobre
como o Brasil pode alavancar seus compromissos climáticos em linha com as
bem-vindas promessas do presidente Jair Bolsonaro feitas em abril. Foi ótimo
escutar que o país vai apresentar em novembro, na COP-26, seu plano para
alcançar emissões líquidas zero em 2050 e eliminar o desmatamento ilegal até
2030.
Fiquei
muito contente em presenciar os compromissos de estados, cidades e empresas na
campanha “Race to Zero”. Juntos, os estados representam cerca de 50% das
emissões e 50% do PIB do Brasil. Foi ótimo também ouvir representantes do
Congresso sobre seus planos de aumentar a ambição na meta contra o desmatamento
ilegal.
Como
potência ambiental e agrícola, o Brasil tem um importante papel no combate às
mudanças do clima e uma enorme oportunidade de se beneficiar do aumento de
fluxos financeiros que deverão ser gerados.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”).
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.
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