“Repensar a educação: um dever improrrogável
Entre
as áreas de formação da nossa sociedade, nenhuma tem tanto poder transformador
como a educação. É um dos pilares que levam ao conhecimento, formando cidadãos críticos,
integrais, preparados para atuar no mercado de trabalho competitivo e para
enfrentar os desafios de um mundo cada vez mais plural. Há muito tempo, o olhar
sobre esse tema vem reivindicando a participação de toda a sociedade.
A
construção coletiva e estruturada para encontrar caminhos e alternativas para
uma educação de qualidade, mais democrática e acessível a todos os indivíduos,
vem norteando especialistas dessa área.
No
último relatório da Unesco “Reimaginar nosso futuro juntos: Um contrato social
para a educação”, ao propor cinco eixos como base que sustenta a educação
(pedagogia organizada em torno da cooperação; currículo que promova a
interdisciplinaridade; formação de professores envolvidos em pesquisa e
conhecimento, com liberdade e autonomia; escola com ambientes diversificados e
ambivalentes; e aprendizagem como etapa de vida que não extrapole o contexto
escolar), a entidade consolida diretrizes e sinaliza condições transformadoras
para um terreno fértil na educação. É um documento útil, atual, que dá base
para muitas reflexões nesse campo.
A
educação é um direito básico, porém ela não chega da mesma forma para todas as
pessoas. A pandemia evidenciou ainda mais as desigualdades nesse campo, quando
milhares de jovens e crianças perderam o acesso aos estudos por tão terem
internet, computadores, tablets ou outros dispositivos que permitissem a
presença nas aulas virtuais e o desenvolvimento da aprendizagem, de trabalhos e
projetos escolares.
Em
sintonia com esses movimentos, a Fundação ArcelorMittal se soma às discussões
por acreditar que o resultado desejado é esforço de um coletivo, com
participação e discussão do tema de forma ampla., transparente e democrática.
Definimos como eixos de atuação a educação, a cultura e o esporte e acreditamos
que um presente transformador e um futuro sustentável, para as pessoas e para o
planeta, passam necessariamente pela educação e que, para isso, precisamos
investirem uma formação que vá além da capacitação profissional.
E é
desenvolvendo o raciocínio crítico, a sensibilidade e a capacidade de conexão
entre teoria e prática que vamos garantir uma base ampla para o jovem do
futuro. O Liga STEAM, projeto estratégico lançado pela fundação, propõe uma
jornada da educação das escolas públicas do país, que se baseia na formação de
professores e em práticas pedagógicas que integram Ciências, Tecnologia,
Engenharia, Artes e Matemática (STEAM), para o desenvolvimento integral dos
alunos.
Fico
feliz em fazer parte desse processo de repensar a educação. O trabalho em rede,
que envolve a participação de todos, feito em parcerias para construir e
cristalizar um futuro com mais equidade, equilíbrio e conhecimento, é o que nos
transforma.”.
(Herik Marques. Diretor superintendente da
Fundação ArcelorMittal, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo
Horizonte, edição de 11 de julho de 2022, caderno OPINIÃO, página 15).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.domtotal.com,
edição de 08 de julho de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:
“Agenda social e ecologia
A
consciência da forte vinculação entre agenda social e ecologia está crescendo,
mas ainda é insuficiente. O reconhecimento desse vínculo é importante
interpelação da Carta Encíclica Laudato Si’ – sobre o cuidado com a Casa Comum,
do Papa Francisco. O documento evidencia: a degradação ambiental relaciona-se
também, e de modo determinante, com a deterioração da vida humana. Consequência
dos estilos de vida agressivos, indiferentes e predatórios no planeta. Assim, a
pauta da ecologia integral precisa se destacar na agenda social, contemplando
seus vários aspectos, com ricas abordagens, para que sejam efetivadas profundas
transformações. O ser humano é uma criatura desde mundo, com o direito de viver
e de ser feliz, ancorado na sua especial dignidade, tão ferida com a degradação
ambiental. Não se pode mais desvincular a dimensão social da vida das amplas
questões ambientais, pois tudo está interligado.
Assim,
por exemplo, o modo como são tratados os territórios influencia a vida das
famílias. A depredação ambiental irracional, movida por uma ganância sem
limites pelo lucro, é também responsável pela desigualdade planetária,
conhecida por todos. E as perdas no ambiente natural impactam o contexto
social, com os pobres e mais frágeis pagando o preço mais alto, conforme
indicam diversos estudos científicos. O Papa Francisco, neste horizonte,
expressa preocupação pela falta de consciência sobre os problemas que ameaçam,
particularmente, os excluídos, que constituem a maior parcela da humanidade. Os
problemas sociais e as fragilidades que impactam a realidade dos pobres
precisam de lugar preponderante na pauta ecológica, interagindo com a agenda
social. Não é adequada a abordagem ambiental tendo em vista um progresso
meramente lucrativo, sem compromisso com o desenvolvimento integral.
É
inadequado aquele desenvolvimento que gera riqueza apenas para os mais ricos,
em desfavor dos pobres, acentuando as vergonhosas desigualdades sociais. As
consequências dessa ilimitada e predatória busca pelo lucro, em benefício de
poucos, são o agravamento dos flagelos da fome, da indisponibilidade de água
potável para todos, dentre outras privações de muitos bens essenciais à vida.
Reações mais vigorosas precisam emergir a partir das interfaces inteligentes
entre a agenda social e a pauta ecológica, para superar esses cenários. Ora, os
gemidos da mão terra unem-se aos clamores dos abandonados do mundo, reclamando
um novo rumo, diz o Papa Francisco. Há de se promover uma cultura humanística,
alicerçada em lastros de sensibilidades social e ecológica, para o adequado
enfrentamento da crise atual.
Não são
suficientes as alianças entre as tecnologias e a econômica, ignorando perversa
e indiferentemente o bem comum. Compreenda-se que guerras novas estão sendo
geradas pelo esgotamento de recursos, urgindo o despertar de novas lógicas,
alcançadas a partir da conjugação entre o campo social e a dimensão ecológica.
Parta-se da convicção, envolvendo crentes e não-crentes, de que a Terra é uma
herança comum, cujos frutos, sublinha a Laudato Si’, devem beneficiar todas as
pessoas. A Carta Encíclica ainda lembra que, para os crentes, cultivar esta
convicção é sinal de fidelidade ao Criador, porque Deus criou o mundo para
todos. A Doutrina Social da Igreja Católica ensina que toda abordagem ecológica
deve integrar uma perspectiva social, tendo em vista os direitos fundamentais
dos mais desfavorecidos. O direito universal aos bens gerados pelos recursos
naturais é “regra de ouro” para orientar o comportamento humano, sendo o
primeiro princípio de toda ordem ético-social.
Oportuno
é estudar a Carta Encíclica Laudato Si’, que em seu 4º capítulo dedica-se ao
sentido de ecologia integral, envolvendo, articuladamente, as dimensões social,
ambiental, econômica e cultural. Estudar a Carta Encíclica consolida a
compreensão inquestionável sobre a incidência dos problemas ecológicos nos
cenários das desigualdades sociais. O ponto de partida para se efetivar um
desenvolvimento integral, em benefício de todos, é a consideração fundamental
de que a busca por soluções para os problemas enfrentados pela humanidade deve
considerar as interações entre os sistemas naturais e a ordem social. Os
contextos da política e dos empreendedores, também do judiciário, em união com
o exercício da cidadania estão desafiados a compreender melhor essas
interações: um mar a ser navegado com horizontes favoráveis à vista, a
interrelação entre a agenda social e a pauta ecológica.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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