terça-feira, 12 de julho de 2022

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E DESAFIOS DA QUALIFICAÇÃO DAS ESCOLAS NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DO EXTREMO ZELO COM A CASA COMUM PARA A PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL NA SUSTENTABILIDADE

“Repensar a educação: um dever improrrogável

       Entre as áreas de formação da nossa sociedade, nenhuma tem tanto poder transformador como a educação. É um dos pilares que levam ao conhecimento, formando cidadãos críticos, integrais, preparados para atuar no mercado de trabalho competitivo e para enfrentar os desafios de um mundo cada vez mais plural. Há muito tempo, o olhar sobre esse tema vem reivindicando a participação de toda a sociedade.

         A construção coletiva e estruturada para encontrar caminhos e alternativas para uma educação de qualidade, mais democrática e acessível a todos os indivíduos, vem norteando especialistas dessa área.

         No último relatório da Unesco “Reimaginar nosso futuro juntos: Um contrato social para a educação”, ao propor cinco eixos como base que sustenta a educação (pedagogia organizada em torno da cooperação; currículo que promova a interdisciplinaridade; formação de professores envolvidos em pesquisa e conhecimento, com liberdade e autonomia; escola com ambientes diversificados e ambivalentes; e aprendizagem como etapa de vida que não extrapole o contexto escolar), a entidade consolida diretrizes e sinaliza condições transformadoras para um terreno fértil na educação. É um documento útil, atual, que dá base para muitas reflexões nesse campo.

         A educação é um direito básico, porém ela não chega da mesma forma para todas as pessoas. A pandemia evidenciou ainda mais as desigualdades nesse campo, quando milhares de jovens e crianças perderam o acesso aos estudos por tão terem internet, computadores, tablets ou outros dispositivos que permitissem a presença nas aulas virtuais e o desenvolvimento da aprendizagem, de trabalhos e projetos escolares.

         Em sintonia com esses movimentos, a Fundação ArcelorMittal se soma às discussões por acreditar que o resultado desejado é esforço de um coletivo, com participação e discussão do tema de forma ampla., transparente e democrática. Definimos como eixos de atuação a educação, a cultura e o esporte e acreditamos que um presente transformador e um futuro sustentável, para as pessoas e para o planeta, passam necessariamente pela educação e que, para isso, precisamos investirem uma formação que vá além da capacitação profissional.

         E é desenvolvendo o raciocínio crítico, a sensibilidade e a capacidade de conexão entre teoria e prática que vamos garantir uma base ampla para o jovem do futuro. O Liga STEAM, projeto estratégico lançado pela fundação, propõe uma jornada da educação das escolas públicas do país, que se baseia na formação de professores e em práticas pedagógicas que integram Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática (STEAM), para o desenvolvimento integral dos alunos.

         Fico feliz em fazer parte desse processo de repensar a educação. O trabalho em rede, que envolve a participação de todos, feito em parcerias para construir e cristalizar um futuro com mais equidade, equilíbrio e conhecimento, é o que nos transforma.”.

(Herik Marques. Diretor superintendente da Fundação ArcelorMittal, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 11 de julho de 2022, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 08 de julho de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Agenda social e ecologia

       A consciência da forte vinculação entre agenda social e ecologia está crescendo, mas ainda é insuficiente. O reconhecimento desse vínculo é importante interpelação da Carta Encíclica Laudato Si’ – sobre o cuidado com a Casa Comum, do Papa Francisco. O documento evidencia: a degradação ambiental relaciona-se também, e de modo determinante, com a deterioração da vida humana. Consequência dos estilos de vida agressivos, indiferentes e predatórios no planeta. Assim, a pauta da ecologia integral precisa se destacar na agenda social, contemplando seus vários aspectos, com ricas abordagens, para que sejam efetivadas profundas transformações. O ser humano é uma criatura desde mundo, com o direito de viver e de ser feliz, ancorado na sua especial dignidade, tão ferida com a degradação ambiental. Não se pode mais desvincular a dimensão social da vida das amplas questões ambientais, pois tudo está interligado.

         Assim, por exemplo, o modo como são tratados os territórios influencia a vida das famílias. A depredação ambiental irracional, movida por uma ganância sem limites pelo lucro, é também responsável pela desigualdade planetária, conhecida por todos. E as perdas no ambiente natural impactam o contexto social, com os pobres e mais frágeis pagando o preço mais alto, conforme indicam diversos estudos científicos. O Papa Francisco, neste horizonte, expressa preocupação pela falta de consciência sobre os problemas que ameaçam, particularmente, os excluídos, que constituem a maior parcela da humanidade. Os problemas sociais e as fragilidades que impactam a realidade dos pobres precisam de lugar preponderante na pauta ecológica, interagindo com a agenda social. Não é adequada a abordagem ambiental tendo em vista um progresso meramente lucrativo, sem compromisso com o desenvolvimento integral.

         É inadequado aquele desenvolvimento que gera riqueza apenas para os mais ricos, em desfavor dos pobres, acentuando as vergonhosas desigualdades sociais. As consequências dessa ilimitada e predatória busca pelo lucro, em benefício de poucos, são o agravamento dos flagelos da fome, da indisponibilidade de água potável para todos, dentre outras privações de muitos bens essenciais à vida. Reações mais vigorosas precisam emergir a partir das interfaces inteligentes entre a agenda social e a pauta ecológica, para superar esses cenários. Ora, os gemidos da mão terra unem-se aos clamores dos abandonados do mundo, reclamando um novo rumo, diz o Papa Francisco. Há de se promover uma cultura humanística, alicerçada em lastros de sensibilidades social e ecológica, para o adequado enfrentamento da crise atual.

         Não são suficientes as alianças entre as tecnologias e a econômica, ignorando perversa e indiferentemente o bem comum. Compreenda-se que guerras novas estão sendo geradas pelo esgotamento de recursos, urgindo o despertar de novas lógicas, alcançadas a partir da conjugação entre o campo social e a dimensão ecológica. Parta-se da convicção, envolvendo crentes e não-crentes, de que a Terra é uma herança comum, cujos frutos, sublinha a Laudato Si’, devem beneficiar todas as pessoas. A Carta Encíclica ainda lembra que, para os crentes, cultivar esta convicção é sinal de fidelidade ao Criador, porque Deus criou o mundo para todos. A Doutrina Social da Igreja Católica ensina que toda abordagem ecológica deve integrar uma perspectiva social, tendo em vista os direitos fundamentais dos mais desfavorecidos. O direito universal aos bens gerados pelos recursos naturais é “regra de ouro” para orientar o comportamento humano, sendo o primeiro princípio de toda ordem ético-social.

         Oportuno é estudar a Carta Encíclica Laudato Si’, que em seu 4º capítulo dedica-se ao sentido de ecologia integral, envolvendo, articuladamente, as dimensões social, ambiental, econômica e cultural. Estudar a Carta Encíclica consolida a compreensão inquestionável sobre a incidência dos problemas ecológicos nos cenários das desigualdades sociais. O ponto de partida para se efetivar um desenvolvimento integral, em benefício de todos, é a consideração fundamental de que a busca por soluções para os problemas enfrentados pela humanidade deve considerar as interações entre os sistemas naturais e a ordem social. Os contextos da política e dos empreendedores, também do judiciário, em união com o exercício da cidadania estão desafiados a compreender melhor essas interações: um mar a ser navegado com horizontes favoráveis à vista, a interrelação entre a agenda social e a pauta ecológica.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a estratosférica marca de 355,19% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,60%; e já o IPCA, em junho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 11,89%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

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