“O hidrogênio verde em Minas Gerais
O
hidrogênio foi apontado como uma solução energética viável a partir da década
de 1970, após a primeira grande crise do petróleo. Como combustível, ele tem
várias vantagens: é abundante na natureza, não é tóxico ao meio ambiente,
dissipa-se facilmente na atmosfera e pode ser armazenado.
A forma
mais comum de se obter hidrogênio é o chamado “hidrogênio cinza”, que é
produzido a partir da queima de combustíveis fósseis, como o gás natural. Mas
há uma maneira totalmente sustentável de obter o hidrogênio por meio da divisão
da molécula de água por um processo denominado eletrólise. Porém, para que essa
reação ocorra é preciso muita energia. Se essa energia vem de uma fonte
renovável, o produto é chamado de “hidrogênio verde”.
Segundo
a Mckinsey & Company, a cadeia do hidrogênio poderá gerar um total entre
US$ 15 bilhões e US$ 20 bilhões em receitas até 2040, a maioria (cerca de US$
12 bilhões) para atender o mercado doméstico.
Minas
Gerais tem enorme potencial para se tornar um verdadeiro hub do hidrogênio,
podendo concentrar projetos de geração do combustível, principalmente hídrica,
solar e biomassa; de aplicação, pois é uma potência nacional em indústrias que
mais demandam essa fonte de energia, como a mineração, fertilizantes,
siderurgia e automotivo; e de produção de eletrolisadores e reformadores.
Energia
limpa não seria problema para produzir hidrogênio verde. Minas é o maior Estado
produtor de energia solar fotovoltaica, com uma potência instalada de quase 1,6
GW em geração centralizada e 2,1 GW em geração distribuída (Absolar, 2022;
Aneel). O Estado também é um dos melhores locais para abrigar projetos de
geração de energia hidráulica, principalmente as Pequenas Centrais Hidrelétricas
(PCHs) e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs), consideradas fontes
sustentáveis de geração de energia.
Já na
aplicação do hidrogênio, vários setores poderiam ser beneficiados, a começar
pela indústria siderúrgica, que pode substituir o carvão eliminando assim a
emissão de CO2 na atmosfera. A mineração, por sua vez, também pode
utilizar o hidrogênio como combustível para veículos fora de estrada. No
agronegócio, o elemento pode substituir a amônia na produção de fertilizantes.
Precisamos
avançar rápido em seu programa de incentivo ao hidrogênio verde. Nós, da Invest
Minas, junto com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, estamos
concentrando esforços para fomentar a cadeia de valor em torno do hidrogênio
verde. Em 2022, já realizamos dois workshops sobre o assunto com representantes
de praticamente de todos os setores da economia.
O
primeiro, em agosto, tratou da tributação da produção e comercialização do
produto e financiamentos. Já o segundo evento, em outubro, abordou o licenciamento
ambiental e a logística de transporte. Esses encontros já resultaram em avanços
para o crescimento dessa cadeia no Estado. O próximo deverá ser realizado já no
início de 2023, com o tema Financiamento e Tecnologia.
Estamos
diante da oportunidade de consolidação de uma cadeia produtiva de bilhões de
dólares em investimento, geração de empregos, transferência de tecnologia e de
descarbonização, de maneira relevante, de atividades altamente poluentes.”.
(Miller Gazolla Corrêa de Sá. Analista de Promoção
de Investimentos da Invest Minas, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo
Horizonte, edição de 6 de dezembro de 2022, caderno OPINIÃO, página 16).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.domtotal.com,
edição de 02 de janeiro de 2023, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente
integral transcrição:
““Novo ano novo”: 2023!
“Novo
ano novo” não pode ser apenas um trocadilho compondo augúrios compartilhados.
As urgências contemporâneas, evidentes a partir de simples contemplação da
realidade, interpelam por novas posturas. Essas urgências gritam pedindo
respostas para graves problemas que impactam, principalmente, a vida dos mais
pobres, de migrantes e de tantas pessoas indefesas. Indispensável é a
composição espiritual e humanística de propósitos, com força para encetar novos
rumos e caminhos, tendo diante dos olhos os descompassos e as injustiças que
ferem a humanidade. É preciso deixar arder na própria pele os sofrimentos dos
que estão excluídos, de muitas maneiras, das vítimas dos preconceitos e ódios.
Trata-se de corajosa atitude para contribuir com processos de mudança,
particularmente na sociedade brasileira.
Dentre
as metas para o novo ano, indicado é buscar no novo estilo de vida, mais
simples, sem desperdícios. Todos possam se compadecer que não têm o que comer,
lembrando que o Brasil novamente está inserido no mapa da fome. As estatísticas
comprovam que a adoção de um estilo de vida mais simples, mundo afora, pode
resgatar muitos da miséria: aproximadamente um terço dos alimentos produzidos
no planeta são desperdiçados. Esse volume, se adequadamente aproveitado, seria
suficiente para vencer a fome e a insegurança alimentar. A busca por um novo modo
de agir no mundo precisa contemplar ainda o compromisso com a promoção da paz,
o que significa fazer da própria interioridade um coração da paz. Isto é muito
necessário quando se considera, por exemplo, as ameaças de violência inseridas
no cotidiano da realidade brasileira. Urge um célere resgate humano e social.
O
respeito incondicional a cada pessoa é o caminho efetivo para a paz, meta
insubstituível para um autêntico humanismo integral, alicerçando um futuro
sereno e de igualdade social. Não se alcançará a paz, dom de Deus, sem
cotidianamente reafirmá-la, vivenciá-la,
fazendo do próprio coração um templo da paz. É preciso agir na contramão de
ressentimentos e de soberbas que tomam o lugar de gratidão, instalando um
“campo de guerra” na interioridade humana. Seja, pois, meta de cada um forrar o
coração de amor fraterno, para expulsar o ódio e, assim, desencadear uma
profunda transformação humanística no planeta. É o caminho para efetivar uma
dinâmica transformadora, alicerçada no reconhecimento de que todas as pessoas
partilham a mesma dignidade, têm o mesmo valor, são iguais. O reconhecimento da
igualdade humana derruba castelos de vaidades e soberbas, que podem tomar o
coração até daquelas pessoas mais inteligentes e competentes no exercício de
suas responsabilidades.
Cultivar
cotidianamente um coração pacífico é atitude tão importante e necessária que se
torna até difícil a mensuração de suas consequências, na geração de mudanças e
de novas respostas para problemas graves. É atitude que transforma o ser humano
em instrumento testemunhal do amor verdadeiro, aquele que tudo perdoa e
reconcilia, conforme canta o hino da caridade do apóstolo Paulo, escrevendo aos
coríntios, no capítulo 13. Vale a recomendação de recitar esse hino e deixar-se
fecundar por seus versos, com propósitos que farão a diferença impulsionando a
paz e a justiça social. Sublinhe-se: aqueles que fazem de si um coração da paz
adquirem qualificadas aptidões para promover a boa política, um desafio
urgente. A política é um meio fundamental para (re)construir a cidadania. Tudo
desaba quando políticos não vivem a serviço da coletividade, ambicionando
somente privilégios, permanecendo-se indiferentes à realidade dos mais pobres.
Por isso
mesmo, no conjunto de propósitos para o novo ano, busque-se tratar a política a
sério, em todos os seus níveis, para fomentar a consciência de pertencimento a
uma sociedade que pode e precisar ser, urgentemente, justa e fraterna. Inspira
a busca por esse objetivo a citação das bem-aventuranças de um político,
segundo o Cardeal vietnamita Francisco Xavier Nguyen Van Thuan, falecido em
2002: “Bem-aventurado o político cuja pessoa irradia a credibilidade;
bem-aventurado o político que trabalha para o bem comum e não para os próprios
interesses; bem-aventurado o político que permanece fielmente coerente;
bem-aventurado o político que realiza a unidade; bem-aventurado o político que
está comprometido na realização de uma mudança radical; bem-aventurado o
político que sabe escutar; bem-aventurado o político que não tem medo”.
A litania
da bem-aventurança do político ainda tem uma lista grande a ser acrescentada,
como combate a privilégios, a partir de inovações no exercício do poder,
inspiradas no direito e na justiça. O direito e a justiça, vividos e
testemunhados, promovem a consciência de que cada pessoa pertence à mesma
família – a humanidade – que precisa ser comunidade de paz. Dessa maneira, para
fecundar o “novo ano novo”, vale acolher o pedido do Papa Francisco, na sua
mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2018: cultivar um olhar contemplativo
dirigido ao mundo. A sabedoria da fé nutre esse olhar contemplativo que permite
fortalecer a compreensão de que todos fazem parte da mesma comunidade humana,
trabalhando para torná-la mais inclusiva e dialogal. Um olhar contemplativo,
isto é, um olhar de fé, capaz de perceber a presença de Deus na própria casa,
nas ruas e nas praças, inspirando em todos a solidariedade, a fraternidade, o
desejo de se promover o bem, a verdade e a justiça. Por muitos outros
propósitos, o momento pede que cada um se torne artífice da paz, para que seja
verdadeiramente novo o ano novo de 2023.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
61
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar e destruir!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes ...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: "... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)" ...
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador
e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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