sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E DESAFIOS DAS TECNOLOGIAS, PRIMADO ÉTICO E PLENA CIDADANIA NA ERRADICAÇÃO DA POBREZA E REDUÇÃO DE DESIGUALDADES SOCIAIS E REGIONAIS E AS POTENCIALIDADES DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS NA NOVA ORDEM CIVILIZATÓRIA NA SUSTENTABILIDADE

“Algoritmos para combater a pobreza

       A Constituição Brasileira traz no inciso III de seu artigo 3º que a erradicação da pobreza é um dos objetivos fundamentais da República. Sabe-se que não existe apenas uma resposta política para atender ao programa normativo trazido pelo constituinte. Considerando, contudo, o lugar que a Constituição ocupa em nosso ordenamento jurídico, de documento que organiza e norteia o funcionamento do próprio direito brasileiro, bem como a sua inconteste força normativa, entende-se que tais diretrizes não podem ser ignoradas pelo Estado.

         Tanto que em 2004 o Poder Legislativo cumpriu a sua função regulamentar ao editar a Lei 10.835, que instituiu a renda básica de cidadania. A legislação trata, em termos genéricos, da garantia de um benefício monetário para todos os brasileiros residentes no país e estrangeiros que aqui vivem há cinco anos, prevendo que a abrangência seria dada em etapas para as camadas mais necessitadas da população, além de facultar a sua operacionalização ao Poder Executivo. A lei também procurou estabelecer um plano financeiro a ser realizado a partir de 2005, mas é sabido que isso não foi implementado.

         A ideia de garantir uma renda básica para pessoas pobres não é nova. Ela já teve defensores em diferentes países, de distintos espectros ideológicos. No Brasil, apesar de não ter dado efetividade à lei da renda básica de cidadania, Lula amalgamou programas sociais do governo
Fernando Henrique Cardoso e criou o Programa Bolsa Família, que cumpre o papel de redistribuição, ainda que com condicionantes. Tal programa passou a ser considerado um importante marco na redução da pobreza no país, vez que a redistribuição é um tema que está no cerne dos debates sobre o conceito de justiça.

         Os defensores da renda básica entendem que se trata de um programa fundado em valores éticos, pois ajudar outras pessoas a sair de sua condição de privação seria justificável eticamente. Não se ignora, entretanto, que não são todos que concordam com tais programas. Além disso, internamente há importantes debates que são realizados sobre quem deve receber, quando, por quanto tempo etc.

         Ao considerar o problema da definição de critérios internos para a promoção da distribuição de renda, apresenta-se, aqui, uma ferramenta que pode auxiliar o aprimoramento de tal atividade: os algoritmos. Vive-se um momento em que grande atenção é dispensada às transformações que novas tecnologias passaram a promover nas relações intersubjetivas.

         Nos últimos anos, as pessoas mudaram de maneira expressiva suas interações com o mundo, em particular com o trabalho, em razão da era digital. Há quem estipule que, no futuro, teremos problemas agudos de desemprego por conta da substituição progressiva de pessoas pelas máquinas. A renda básica, neste caso, seria a solução para a manutenção da economia e para auxiliar as pessoas.

         Defende-se, portanto, a confluência da tecnologia e do uso de algoritmos programados com cuidados éticos e com controle sobre potenciais preconceitos para o aprimoramento dos critérios do programas de redistribuição de renda. Reconhece-se a existência de inúmeros desafios dos dois lados. Contra a pobreza e o desemprego, porém, devemos usar a tecnologia e as políticas públicas sob o norte dos princípios constitucionais, como o da garantia de um mínimo existencial para todos.”.

(Bruno Meneses Lorenzetto. Doutor em direito, professor de direito da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 5 de janeiro de 2023, caderno OPINIÃO, página 20).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 11 de janeiro de 2023, mesmo caderno, página 17, de autoria de Marcus Fireman, sócio-fundador da Climb (RS) e especialista em Lean, e que merece igualmente integral transcrição:

“Desafios para ampliação da oferta de energia renovável

       Em novembro de 2022, aconteceu a 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP27) e o Ministério de Minas e Energia brasileiro apresentou ao mundo seus planos para ampliar a oferta de energias renováveis, colocando o Brasil como o país da energia verde.

         De acordo com o Ministério, políticas públicas estão sendo criadas para acelerar o desenvolvimento da eólica offshore no país, o que pode aumentar nossa capacidade de geração – uma vez que a costa brasileira tem uma capacidade de geração de 700 GW.

         É claro que observo essa iniciativa com excelentes olhos, mas, como especialista em planejamentos ágeis, me chama atenção os desafios enfrentados para aplicação desses planos. Afinal, quando observamos processos produtivos, é preciso olhar para os pontos estruturantes a serem trabalhados.

         Vejamos, após a resolução normativa publicada no primeiro semestre, o Brasil observou uma corrida por licenciamento de novos projetos eólicos offshore. Atualmente, cerca de 65 projetos estão em processo de licenciamento ambiental. E este é só o primeiro passo, ainda existem alguns gargalos a serem vencidos.

         Se analisarmos o contexto internacional, a previsão é de um mercado europeu bastante aquecido – como reflexo das consequências da guerra entre Rússia e Ucrânia. Na União Europeia, áreas propícias para energia eólica e solar já foram mapeadas para terem um processo acelerado de licenciamento, o que pode prejudicar os planos brasileiros, uma vez que parte dos componentes das torres eólicas é importada.

         Um segundo ponto que podemos identificar como gargalo é o próprio processo de licenciamento brasileiro. Existem hoje diferenças no fluxo de processos entre Estados brasileiros, e o aquecimento previsto para os próximos anos irá precisar de uma ampliação de equipe técnica por parte dos órgãos ambientais.

         A cadeia de suprimentos também é um desafio. Só em agosto deste ano, o país perdeu um importante fabricante de torres eólicas. A GE fechou sua fábrica na Bahia, reduzindo ainda mais a gama de empresas capazes de atender a forte demanda para torres eólicas onshore e futuramente offshore.

         É inegável que estes planos são benéficos para nossa economia e desenvolvimento, principalmente  para o Sul do país. Hoje, a maior parte das fábricas de torres estão centradas no interior do nordeste, mas parte desses novos projetos de eólica offshore em licenciamento, estão na costa do Rio Grande do Sul, o que sinaliza um movimento direcionado de novas fábricas na região reduzindo assim o custo logístico e impactando no desenvolvimento local.

         O Brasil tem um grande potencial para ser o “país das energias verdes”, mas é preciso enxergar claramente todos os obstáculos que nos atrapalhem de alcançar o objetivo final que é se tornar a maior fonte de energia renovável do mundo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a estratosférica marca de 399,5% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,5%; e já o IPCA, em dezembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 5,79%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

        

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