quinta-feira, 9 de março de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E DESAFIOS DO EXTREMO ZELO COM A CASA COMUM E ECOLOGIA INTEGRAL NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA QUALIFICAÇÃO HUMANA, SOLIDARIEDADE E LIDERANÇAS VISIONÁRIAS NA NOVA ORDEM SOCIAL, ECONÔMICA E POLÍTICA NA SUSTENTABILIDADE

“Olhar atento para as águas

       O Brasil ganhou pelo menos 1,7 milhão de hectares de água em 2022. Apesar da boa notícia, os pesquisadores alertam que o país está secando. Gerar energia, cultivar alimentos, produzir insumos ou simplesmente matar a sede. A água é fundamental para a economia e para a vida no planeta.

         Não podemos esquecer que o Brasil é um dos países mais ricos do mundo quando pensamos nesse recurso. Doze por cento de toda a água doce do globo está aqui. Mas, mesmo sendo uma potência hídrica, o país não para de secar. Em 30 anos foi perdida uma área de 1,5 milhão de hectares em superfície de água, segundo monitoramento do MapBiomas, que gera indicadores mensais desde 1985. O balanço mais recente foi divulgado em fevereiro deste ano e exige um olhar atento para o curso dessa realidade.

         Mudanças climáticas e o desmatamento estão entre os principais fatores para perda de água no Brasil. Os ambientalistas alertam: o ciclo da água precisa estar em pleno equilíbrio. Com isso, estamos falando das florestas, das águas subterrâneas, das superficiais e também do uso do solo. Tudo está diretamente relacionado.

         O que o estudo do MapBiomas evidencia é justamente um enorme desequilíbrio, proveniente, majoritariamente, dos desmatamentos.

          Enquanto, por um lado, as medições de 2022 apontaram um ganho de 1,7 milhão de hectares de superfície de água – o que deixa o Brasil em situação mais confortável –, por outro, os dados demandam atenção. É preciso observar que muitas dessas áreas estão concentradas em hidrelétricas, cultivos e outras atividades que geram impactos socioambientais negativos. Já os ambientes naturais estão perdendo água.

         Conforme divulgado pelo MapBiomas, a verdade é que o ano de 2022 deu apenas um alento ao Brasil em relação à disponibilidade hídrica. Afinal, segundo os levantamentos, o país vinha de uma sequência de 20 anos continuamente reduzindo a superfície de água.

         Além disso, desde 2013 o país passou pelos dez anos mais secos da série histórica da pesquisa. De acordo com o MapBiomas, as perdas só não foram maiores por causa da construção de hidrelétricas.

         Escassez de água, escassez na economia. O que se vê de mais imediato e mais grave é justamente no setor que ajuda a alavancar o superavit primário brasileiro, o agronegócio. Decisivo para a balança comercial, o segmento depende totalmente da oferta de água, principal recurso para a produção de alimentos.

         Considerando a necessidade de atender demandas atuais e futuras por alimentos, que vão requerer um rápido aumento de produtividade, é urgente desenvolver caminhos para obter resultados sem danos adicionais ao ambiente.

         Para que isso ocorra, é fundamental que os princípios de sustentabilidade sejam parte central das políticas agrícolas nacionais. Ou é isso, ou o colapso hídrico e produtivo é uma questão de tempo.”.

(Saulo Penaforte. Jornalista, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 6 de março de 2023, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br, edição de 08 de março de 2023, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“A Terceira vez

       É a terceira vez que a Igreja Católica no Brasil, por meio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), promove a Campanha da Fraternidade dedicando-se, de modo pertinente e profético, ao tema da fome: “Fraternidade e Fome”. A primeira vez foi em 1975, a segunda, em 1985. Essa recorrência na promoção missionária e evangelizadora da Campanha da Fraternidade, a partir do tema da fome, guarda elementos interpelantes à cidadania civil e à cidadania do Reino, aos discípulos e discípulas do Mestre Jesus. O Brasil voltou ao mapa da fome, apesar de ser reconhecidamente um “celeiro” do mundo. Muitos brasileiros sofrem por não ter o que comer – há um Brasil que sente fome. Trata-se de problema político e social, como também uma interpelação aos que creem em Cristo, o Salvador e Redentor: “Dai-lhes vós mesmos de comer”, disse Jesus aos seus discípulos, diante do sofrimento de uma multidão que estava faminta.

         A Campanha da Fraternidade, pela terceira vez, enfrenta o flagelo da fome. Há 48 anos, quando a Igreja no Brasil convocou uma Campanha da Fraternidade sobre a fome pela primeira vez, uma multidão dos adultos de hoje, em cargos importantes na sociedade, eram crianças, ou nem tinham nascido. Tristemente, quase meio século depois, o flagelo da fome de muitos brasileiros não foi superado. Comprova-se que não bastam as indispensáveis estratégias lógicas da tecnologia e da ciência. É preciso ir além, buscando a iluminação que vem da fé, com sua lógica essencial à qualificação da humanidade. A fé é capaz de alicerçar um horizonte inspirador na sociedade brasileira. A fome é um dos mais graves flagelos que ameaçam o ser humano, humilhando a todos. Exige o alcance de soluções com rapidez, pois leva a mortes, a sequelas que serão carregadas pelo resto da vida, considerando especialmente a fragilidade das crianças, dos enfermos e dos idosos. Por isso mesmo, o Papa Francisco afirma, profeticamente, na sua mensagem dedicada à Campanha da Fraternidade 2023, que a fome é um crime – o alimento é um direito.

         A Igreja Católica, servidora da humanidade, na promoção e defesa da vida, de modo obediente ao seu único Senhor e Pastor, Jesus Cristo, convoca fiéis, homens e mulheres de boa vontade, a enfrentarem a fome: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. No caminho percorrido e celebrado durante a Quaresma, a liturgia da Igreja ecoa o compromisso de conversão dos cidadãos do Reino de Deus. Essa conversão é testemunhada quando se busca efetivar uma nova organização social e política capaz de superar, urgentemente, o sofrimento de quem não tem o que comer. A fome de Deus, a ser permanentemente saciada pela proclamação e escuta da Palavra de Deus, deve fecundar o exercício cidadão de se buscar vencer a carência alimentar de muitas famílias. Assim, os cidadãos devem trabalhar na superação da fome, exigindo também do poder público um tratamento adequado para combatê-la.

         A busca pela conversão não dispensa o compromisso com ações efetivas para promover o direito de todos à alimentação. Afrontar o problema da fome encontrando soluções urgentes é vivência fecunda deste tempo da Quaresma, em preparação para frutuosamente celebrar a Páscoa. Assim, não se deve apenas esperar soluções de instâncias governamentais. A sociedade, de um modo geral, deve investir em novo estilo de vida, mais solidário com o próximo e com a casa comum, na perspectiva da ecologia integral. Essa perspectiva da corresponsabilidade leva a reconhecer que a fome não é problema somente de quem padece por não ter o que comer. Todos, compreendendo os ensinamentos de Jesus, devem buscar soluções criativas, evidentemente reconhecendo as responsabilidades de governantes e líderes da sociedade.

         A gravidade do problema da fome, reiteradamente apontada pela Campanha da Fraternidade, é mal que precisa ser erradicado “pela raiz”. Isto significa investir sempre, e cada vez mais, na solidariedade, partilhando as dores do próximo, que é irmão e irmã. A Doutrina Social da Igreja Católica ensina, sublinhando ser questão de honra e fidelidade ao Evangelho de Jesus, sobre o sentido da destinação universal dos bens da Criação: deve favorecer a todos, ser garantido como direito. Essa lição da Doutrina Social da Igreja Católica permite contestar modelos econômicos excludentes e perversos, que precisam ser urgentemente substituídos, sob pena de um colapso geral – já há sinais muito evidentes de diferentes colapsos na vida da humanidade.

         Neste momento, o apelo é à compreensão do desafiador flagelo da fome. Por se saber que tem gente passando fome no Brasil, “cai por terra” qualquer crítica aos propósitos da Campanha da Fraternidade 2023. Eventuais críticas à Campanha apenas escancaram o rosto dos indiferentes, distanciados da autenticidade da fé. São atitudes que apenas indicam a importância daqueles que, efetivamente, se dedicam à construção de um novo tempo, enquanto estão na peregrinação para o Reino definitivo. Importante lembrar: entrarão no Reino definitivo os que obedecem ao Senhor da vida, escutando, compassivamente, a sua interpelação: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Seja, pois, acolhida, pela terceira vez, a convocação da Campanha da Fraternidade, reconhecendo a presença de Jesus em cada pessoa que sofre com a fome, na atenta escuta de Sua Palavra – “Tive fome e me destes de comer”.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a estratosférica marca de 399,5% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,5%; e já o IPCA, em fevereiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 5,60%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

  Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

 Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

 Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

 Nosso patrimônio público.

 Patrimônio esse construído com o

 Sangue, suor e lágrimas,

 Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

 Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

 

  

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