sexta-feira, 17 de março de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E DESAFIOS DA QUALIFICAÇÃO DA ESCOLA E PROMOÇÃO HUMANA NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE, ALEGRIA DA VOCAÇÃO, SABEDORIA E ALTRUÍSMO NA NOVA ORDEM SOCIAL, ECONÔMICA E POLÍTICA NA SUSTENTABILIDADE

“PENSAR NO FUTURO DOS ESTUDANTES

       Educação é um dos fatores essenciais para o desenvolvimento de uma sociedade. Não sem motivo, a Constituição Federal a considera “direito de todos e dever do Estado e da família” (art. 205). E ninguém discute a necessidade de investimentos consistentes em estruturas pedagógicas e na capacitação dos profissionais de ensino. Mas, não menos importante, deve-se atentar para o principal beneficiário do processo (e maior prejudicado no caso de falhas): os estudantes. Os professores da rede municipal de Belo Horizonte realizaram na quarta-feira (8) uma paralisação cobrando o pagamento da Lei do Piso Nacional da Educação e mudanças nas propostas de reajuste salarial, lançando sombras de greve sobre as escolas públicas.

         Independentemente da legitimidade das reivindicações trabalhistas, o fato é que, em três anos de pandemia da Covid-19, os estudantes da rede pública de BH ficaram cerca de 400 dias sem aulas presenciais após o fechamento das escolas em 19 de março de 2020. A medida possibilitou a proteção de vidas enquanto a vacina não estava disponível, mas trouxe sequelas para a formação de milhões de meninos e meninas em todo o mundo.

         Já no primeiro ano de suspensão das aulas presenciais, o resultado do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), do Ministério da Educação, apontou que as notas dos estudantes brasileiros do 5º ano do ensino fundamental em matemática caíram de 227,88 para 216,85 em 2021 – um regresso aos patamares de 2013. Dos jovens, 38,9% tinham dificuldades de identificar figuras geométricas como um triângulo.

         O Unicef revelou que o período de afastamento das escolas fez com que até 70% das crianças de 10 anos ainda estivessem incapazes de ler e interpretar textos simples. São perdas significativas e que podem afetar o futuro desses alunos, e o caminho para a recuperação será longo e árduo. Não se pode abrir mão de um dia sequer de aula. Assim, é preciso buscar novas formas para servidores e governo chegarem a um acordo trabalhista, pois o custo do impasse será caro e pago pelas crianças.”.

(Editorial do jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 9 de março de 2023, caderno OPINIÃO, página 20).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 6 de março de 2023, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“O regresso

       Tem gente que vive 80 anos ou mais e não sabe responder a si mesmo o que vale uma vida humana. De onde viemos, o que fazemos e para onde seguiremos... a “Odisseia”, de Homero, representa, metaforicamente, as etapas e provações de um homem e os estágios pelos quais ele precisa passar: lutas, guerras e provações. Tudo isso para cumprir um “dever” e se preparar para a ascensão.

         Os antigos sábios não enxergavam na vida “direitos”, como comumente acontece agora, mas “deveres”, obrigações consigo e com a sociedade, não apenas com seus filhos, descendentes e afins. Para muitos, a motivação de toda uma vida é exclusivamente enriquecer materialmente, e, já que não sabem nem mesmo gastar os resultados de suas atividades para o bem da sociedade, acumulam dinheiro para os herdeiros.

         Raramente quem virá depois deles conseguirá dar continuidade com a mesma vontade e os mesmos sacrifícios, apesar dos registros de filhos que chegam a ultrapassar os resultados de seus pais.

         Em sociedades pré-hispânicas, como é o exemplo dos incas, um dos estágios sociais mais elevados da humanidade – como foram também as cidades gregas entre o sétimo e o segundo século antes de Cristo –, preconizava-se uma vida ativa de trabalho e de compromisso até os 49 anos.

         Quando na vida se completavam sete ciclos setenários de existência, passavam a valer outras, e bem diferentes, regras, que, no hinduísmo, chamam-se “Caminho de Saída”. Bem resumidamente, é quanto o homem se exercita para satisfazer suas aspirações materiais e seus desejos de todas as ordens.

         A dor do esforço e as múltiplas peripécias não são, entretanto, experimentadas por quem permanece inerte, pois não terá as mesmas oportunidades de avançar. Como o atleta que não se exercita para desenvolver musculatura e habilidade, o homem inerte terá uma estrutura frágil e uma visão prejudicada.

         Os enfrentamentos determinados pelo alcance dos desejos representam exercícios. Apesar de não serem muito importantes pelos fins materiais que perseguem, acabam possibilitando um fortalecimento, uma expansão até da consciência, e, por meio das provações, derrotas e vitórias, dilatam a personalidade.

         Assim como o aço precisa de vários componentes para se tornar resistente, flexível e inoxidável, os desafios da vida preparam o ser humano para as etapas mais árduas.

         O homem inca, aos 49 anos, afastava-se e se dedicava apenas ao seu lado espiritual, que prevalecia após a morte. Isso, para o hinduísta, é o “Caminho do Regresso”, quando a procura da beatitude pela satisfação dos desejos se transforma em “vontade” de tudo e da comunidade. Nesse estágio, a sabedoria aprendida se torna “razão”, e o trabalho passa a ser a necessidade de “sacrifício”.

         O homem passa, então, a ser movido pela vontade, pela razão e pelo sacrifício, que substituem a beatitude, a sabedoria e o trabalho. Aparentemente, a sabedoria é mais do que razão, mas, nesse estágio avançado, aceita-se o mal como “necessário” à realização do bem, como a dor para fortalecer os músculos do atleta.

         O homem, assim, poderosamente iluminado, não vai fazer outra coisa que não o bem, preparando-se para reencontrar quem lhe deu vida. Enquanto o que era pó retornará ao pó.

         Conheci a aridez de certos homens e o sofrimento de outros ricos que cansaram de ser ricos, que, no fim de suas vidas, não encontraram a razão de sua labuta e se perguntavam: “Para que serviu tudo isso?”, deparando-se com a cruel realidade de que o capital material não é transferível para outra esfera.

         Os grandes mestres de yoga, intérpretes das leis cósmicas e da energia que rege o universo, sustentam que o homem e a mulher fazem parte da unidade de tudo, portanto indestrutível e eterno em seu espírito. A vida, dizem eles, é uma oportunidade de se preparar, esforçar e lutar em causas que se convertam na ampliação da nossa dimensão espiritual.

         Por tudo isso, depois de certa idade, é necessário se preparar para o “Regresso”, com o sentimento de “dever cumprido”. Nisso, a matéria é nitidamente um meio, e não um fim.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a estratosférica marca de 399,5% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,5%; e já o IPCA, em fevereiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 5,60%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrimas,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

 

      

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