“PENSAR NO FUTURO DOS ESTUDANTES
Educação
é um dos fatores essenciais para o desenvolvimento de uma sociedade. Não sem
motivo, a Constituição Federal a considera “direito de todos e dever do Estado
e da família” (art. 205). E ninguém discute a necessidade de investimentos
consistentes em estruturas pedagógicas e na capacitação dos profissionais de
ensino. Mas, não menos importante, deve-se atentar para o principal
beneficiário do processo (e maior prejudicado no caso de falhas): os estudantes.
Os professores da rede municipal de Belo Horizonte realizaram na quarta-feira
(8) uma paralisação cobrando o pagamento da Lei do Piso Nacional da Educação e
mudanças nas propostas de reajuste salarial, lançando sombras de greve sobre as
escolas públicas.
Independentemente
da legitimidade das reivindicações trabalhistas, o fato é que, em três anos de
pandemia da Covid-19, os estudantes da rede pública de BH ficaram cerca de 400
dias sem aulas presenciais após o fechamento das escolas em 19 de março de 2020.
A medida possibilitou a proteção de vidas enquanto a vacina não estava
disponível, mas trouxe sequelas para a formação de milhões de meninos e meninas
em todo o mundo.
Já no
primeiro ano de suspensão das aulas presenciais, o resultado do Sistema de Avaliação
da Educação Básica (Saeb), do Ministério da Educação, apontou que as notas dos
estudantes brasileiros do 5º ano do ensino fundamental em
matemática caíram de 227,88 para 216,85 em 2021 – um regresso aos patamares de
2013. Dos jovens, 38,9% tinham dificuldades de identificar figuras geométricas
como um triângulo.
O Unicef
revelou que o período de afastamento das escolas fez com que até 70% das
crianças de 10 anos ainda estivessem incapazes de ler e interpretar textos
simples. São perdas significativas e que podem afetar o futuro desses alunos, e
o caminho para a recuperação será longo e árduo. Não se pode
abrir mão de um dia sequer de aula. Assim, é preciso buscar
novas formas para servidores e governo chegarem a um acordo trabalhista, pois o
custo do impasse será caro e pago pelas crianças.”.
(Editorial do jornal O TEMPO Belo
Horizonte, edição de 9 de março de 2023, caderno OPINIÃO, página 20).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no mesmo veículo, edição de 6 de março de 2023, caderno A.PARTE,
página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente
integral transcrição:
“O regresso
Tem
gente que vive 80 anos ou mais e não sabe responder a si mesmo o que vale uma
vida humana. De onde viemos, o que fazemos e para onde seguiremos... a
“Odisseia”, de Homero, representa, metaforicamente, as etapas e provações de um
homem e os estágios pelos quais ele precisa passar: lutas, guerras e provações.
Tudo isso para cumprir um “dever” e se preparar para a ascensão.
Os
antigos sábios não enxergavam na vida “direitos”, como comumente acontece
agora, mas “deveres”, obrigações consigo e com a sociedade, não apenas com seus
filhos, descendentes e afins. Para muitos, a motivação de toda uma vida é
exclusivamente enriquecer materialmente, e, já que não sabem nem mesmo gastar
os resultados de suas atividades para o bem da sociedade, acumulam dinheiro para
os herdeiros.
Raramente
quem virá depois deles conseguirá dar continuidade com a mesma vontade e os
mesmos sacrifícios, apesar dos registros de filhos que chegam a ultrapassar os
resultados de seus pais.
Em
sociedades pré-hispânicas, como é o exemplo dos incas, um dos estágios sociais
mais elevados da humanidade – como foram também as cidades gregas entre o
sétimo e o segundo século antes de Cristo –, preconizava-se uma vida ativa de
trabalho e de compromisso até os 49 anos.
Quando
na vida se completavam sete ciclos setenários de existência, passavam a valer
outras, e bem diferentes, regras, que, no hinduísmo, chamam-se “Caminho de
Saída”. Bem resumidamente, é quanto o homem se exercita para satisfazer suas
aspirações materiais e seus desejos de todas as ordens.
A dor do
esforço e as múltiplas peripécias não são, entretanto, experimentadas por quem
permanece inerte, pois não terá as mesmas oportunidades de avançar. Como o
atleta que não se exercita para desenvolver musculatura e habilidade, o homem
inerte terá uma estrutura frágil e uma visão prejudicada.
Os
enfrentamentos determinados pelo alcance dos desejos representam exercícios.
Apesar de não serem muito importantes pelos fins materiais que perseguem,
acabam possibilitando um fortalecimento, uma expansão até da consciência, e,
por meio das provações, derrotas e vitórias, dilatam a personalidade.
Assim
como o aço precisa de vários componentes para se tornar resistente, flexível e
inoxidável, os desafios da vida preparam o ser humano para as etapas mais
árduas.
O homem
inca, aos 49 anos, afastava-se e se dedicava apenas ao seu lado espiritual, que
prevalecia após a morte. Isso, para o hinduísta, é o “Caminho do Regresso”,
quando a procura da beatitude pela satisfação dos desejos se transforma em
“vontade” de tudo e da comunidade. Nesse estágio, a sabedoria aprendida se
torna “razão”, e o trabalho passa a ser a necessidade de “sacrifício”.
O homem
passa, então, a ser movido pela vontade, pela razão e pelo sacrifício, que
substituem a beatitude, a sabedoria e o trabalho. Aparentemente, a sabedoria é
mais do que razão, mas, nesse estágio avançado, aceita-se o mal como
“necessário” à realização do bem, como a dor para fortalecer os músculos do
atleta.
O homem,
assim, poderosamente iluminado, não vai fazer outra coisa que não o bem,
preparando-se para reencontrar quem lhe deu vida. Enquanto o que era pó
retornará ao pó.
Conheci
a aridez de certos homens e o sofrimento de outros ricos que cansaram de ser
ricos, que, no fim de suas vidas, não encontraram a razão de sua labuta e se
perguntavam: “Para que serviu tudo isso?”, deparando-se com a cruel realidade
de que o capital material não é transferível para outra esfera.
Os
grandes mestres de yoga, intérpretes das leis cósmicas e da energia que rege o
universo, sustentam que o homem e a mulher fazem parte da unidade de tudo,
portanto indestrutível e eterno em seu espírito. A vida, dizem eles, é uma
oportunidade de se preparar, esforçar e lutar em causas que se convertam na
ampliação da nossa dimensão espiritual.
Por tudo
isso, depois de certa idade, é necessário se preparar para o “Regresso”, com o
sentimento de “dever cumprido”. Nisso, a matéria é nitidamente um meio, e não
um fim.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
61
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar e destruir!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes ...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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