“Educação por um mundo com Amazônias
Como
seria o mundo sem a Amazônia? Seria um mundo mais quente e seco: somente no
Brasil, a temperatura subiria 0,25ºC, e haveria 25% menos chuvas, segundo uma estimativa
feita em 2019 pelos pesquisadores.
O
problema, porém, vai muito além. A Amazônia também é casa de uma enorme
diversidade de pessoas, histórias e contextos, que, em comum, são marcados por
uma imensa desigualdade.
Enquanto
o percentual de pessoas em situação de pobreza registradas em 2021 na Amazônia
Legal é de 45%, no restante do Brasil é de 26,9%, segundo o IBGE. Informações
do DataSUS apontam que a mortalidade infantil em 2021 na Amazônia Legal foi de
14,4 para cada mil nascidos vivos – acima da média no resto do país, de 11,4.
Já o Ideb foi 3,4 no ensino médio dos Estados da região, em 2021, frente a 4,1
no Brasil; e o percentual de jovens de 25 a 29 anos com ensino superior
completo, 22,5%, e 14,5%, respectivamente.
Lidar
com tantos desafios demanda medidas estruturais, e a educação é uma das
principais entre elas. Um caminho promissor é promover o desenvolvimento
integral dos jovens para que possam fazer escolhas conscientes sobre sua vida e
a participação que querem ter no meio em que vivem.
Nesse
sentido, conhecer todas as Amazônias, suas histórias, desafios e
potencialidades pela voz de quem vive no território é fundamental para que os
estudantes possam se conectar com esse conhecimento e transformá-lo em
consciência cidadã, agindo para transformar o mundo.
É isso
que se pretende com o Programa Itinerários Amazônicos, realização conjunta do
Instituto iungo, do Instituto Reúna e da iniciativa Uma Concertação pela
Amazônia, em parceria e com investimentos do BNDES, Fundo de Sustentabilidade
Hydro, Instituto Arapyaú, Movimento Bem Maior e patrocínio da Vale.
A
iniciativa tem como objetivo promover a Amazônia – em sua complexidade
ambiental, social, histórica, cultural e econômica – nos currículos de ensino
médio. Ele consiste em ofertar às redes de ensino materiais pedagógicos e
formação docente para que os jovens do ensino médio possam aprender, em
profundidade, sobre mudanças climáticas, questões sociais, culturais e
econômicas da região e os valores tradicionais dos povos da região favoráveis à
conservação da floresta.
O
programa, feito com a participação ativa de pessoas que conhecem profundamente
todas as Amazônias do Brasil, oferece um material que é, ao mesmo tempo,
aprofundado e flexível, pois permite que as redes de ensino o incorporem da
forma que for mais adequada à sua realidade educacional. E também promove a
formação continuada para professores e gestores das escolas públicas da região,
por meio de parceria com as redes de ensino estaduais.
Reforçar
a Amazônia nos currículos é necessário, pois pensar seu desenvolvimento
sustentável é papel de todos. Diante do alerta da ONU sobre o risco do não
cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODSs) até 2030, a
parceria entre governos e sociedade civil é apontada como algo essencial para
alavancar as ações rumo a essas metas nos próximos sete anos.
Mesmo
que o cumprimento integral dos ODSs seja pouco provável no prazo definido pelas
Nações Unidas, e ainda que o desmatamento irreversível de partes da Amazônia
não tenha sido completamente evitado, agir para alcançar o máximo de resultados
é fundamental para evitarmos uma catástrofe ambiental e social. Promover uma
educação capaz de possibilitar que os jovens do ensino médio de todo o Brasil
conheçam e ajam a favor da Amazônia é cuidar do planeta.”.
(Eduardo Fischer (*) e Paulo Andrade (**), em
artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 23 de
setembro de 2023, caderno OPINIÃO, página 16).
(*) Eduardo Fischer é CEO da MRV&CO, presidente do
Instituto MRV e líder de impacto pelo Pacto Global da ONU Brasil; (**) e Paulo
Andrade é presidente do Instituto iungo.
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
edição de 22 de setembro de 2023, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Vida em primeiro lugar
A
vida em primeiro lugar é o inegociável e insubstituível princípio do Evangelho
da vida, centro da mensagem de Jesus. Solenemente, o Mestre proclama: “Eu vim
para que todos tenham vida e a tenham em abundância”. Os que creem em Jesus
Cristo, em diálogo e cooperação com os que defendem a vida desde a concepção
até o declínio com a morte natural, se posicionam, sem concessões, contra o
aborto. Não há espaço para ceifar vidas – um desatino criminal – ampliando
legislações abortistas, sob a justificativa de que se busca solução para outros
problemas graves. A correção de descompassos que sacrificam vidas humanas não
pode significar a eliminação de outras vidas, dos nascituros, especialmente
indefesos. Por isso mesmo, a Igreja Católica se opõe ao precedente que se busca
abrir com a Arguição do Descumprimeto de Preceito Fundamental (ADPF) 442, em
análise no Supremo Tribunal Federal. Esse precedente diz respeito à
consideração da legalidade do aborto até 12ª semana de gestação. E a Igreja é
contra a legalização do aborto.
Quem
defende a legalização do aborto fundamenta-se em três princípios: o primeiro
princípio refere-se à consideração que a vida uterina tem irrelevância
jurídica. Essa premissa pode levar à legalização do aborto em outras fases da
gestação, como ocorre em outros países. O segundo princípio relaciona-se à
“proteção gradativa da vida”. Isto significa considerar que o ser humano, a
depender do estágio de sua vida, se torna mais ou menos merecedor da proteção
de seu direito de viver. Quem defende a legalização do aborto que, sublinhe-se,
não existe na Constituição Federal do Brasil. Uma discussão tão séria, com
consequência direta na promoção e defesa da vida, deve motivar a sociedade
brasileira a questionar: por que não se aceita a participação de instituições
representativas e de reconhecida autoridade moral e social, a exemplo da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nessa discussão que ocorre na
Suprema Corte? Oportuno lembrar que o diálogo com diferentes segmentos é um dos
pilares da sociedade democrática.
Ao invés
do diálogo, o calendário proposto para a discussão do tema revela desrespeitos
à democrática participação. Há de se considerar que um tema de graves
repercussões, que está em confronto com o pensamento antiabortista da maioria
da população brasileira, não pode se limitar a uma discussão restrita –
respeitada a competência do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao deliberar sobre
o aborto, sem envolver ampla participação democrática, a Suprema Corte é
chamada a responder: o STF considera o Congresso omisso e, por isso, ultrapassa
a sua própria competência para legislar sobre o aborto? Oportuno lembrar que
essa discussão, sem envolver o Parlamento, representa ferida na democracia,
pois além de desconsiderar a participação da sociedade civil, também não
contempla os representantes eleitos pela população. Trilhe-se adequadamente o
caminho para tratar tema tão grave – não por uma ADPF, que parece ter mais
força que grande parte da população brasileira e de procedimentos democráticos.
Importante recordar que o Brasil é signatário de tratados internacionais em que
se compromete a proteger a vida.
Aborto é
a eliminação de uma vida humana. E ninguém tem o direito de escolher se uma
pessoa deve ou não viver – todo ser humano é sagrado. Legalizar o aborto é uma
imoralidade e, por isso mesmo, todos que são fiéis ao Evangelho da Vida devem
se posicionar pela defesa de cada ser humano, especialmente dos nascituros e
vulneráveis. A discussão no STF conduza a aprimoramentos de princípios
democráticos, que demandam iluminação de parâmetros morais. Esses princípios
contribuam para que representantes do povo brasileiro definam necessárias
políticas públicas, pois é justamente a ausência dessas políticas que,
equivocadamente, fundamenta o argumento de quem defende o crime do aborto. O
rico horizonte do Evangelho da Vida precisa emoldurar o entendimento jurídico e
sociopolítico da sociedade, para que todos reconheçam a dignidade incomparável
de cada ser humano.
A vida
humana, para além de suas dimensões terrenas, contempla a participação na vida
de Deus. A sublimidade dessa vocação sobrenatural revela o valor e a grandeza
do ser humano, que precisa ser respeitado em todas as etapas de sua existência.
Por isso, a Igreja sabe e faz ecoar na interioridade de crentes e não crentes,
pela luz da razão e por força da graça, o reconhecimento da Lei Natural que
está inscrita no coração humano. Essa Lei Natural expressa o valor da vida de
cada pessoa, desde a concepção até o declínio natural. Não se pode
contemporizar e relativizar essa Lei Natural inscrição no coração, tornando
urgente e massivo o anúncio do Evangelho da Vida, para debelar todas as ameaças
à existência humana – aborto, guerras, misérias, violências e discriminações. O
panorama atual é inquietante e exige coragem profética, em uma movimentação
forte e veloz, para reverter situações configuradas pelo mal. Nesta
perspectiva, todos se unam para que o Brasil não se afaste do horizonte de sua
Constituição Federal, não aprove o aborto, uma derrocada moral. É preciso
discernir entre o bem e o mal pela do Evangelho da Vida, pela lição de colocar
sempre a vida, dom sagrado, em primeiro lugar.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, com o auxílio da
música, yoga e shantala (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de
idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos
nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de
recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido
dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais
grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e
o amor à pátria, ao lado de abissais
desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes
necessidades de ampliação e modernização
de setores como: a gestão pública; a
infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
62
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2023)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar e destruir!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes ...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!