“As oportunidades de um país maduro
Dados
recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que o
envelhecimento avança de forma acelerada no Brasil.
Até o
final desta década, o número de jovens será menos da metade da população,
configurando o fim do atual bônus demográfico, que ocorre quando um país tem
mais pessoas com idade economicamente ativa em comparação à população inativa
(idosos e crianças).
A
questão que se coloca no país é a perspectiva de envelhecer sem ter
enriquecido, a exemplo que ocorreu majoritariamente nos países da Organização
para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Diante da iminente perda
do bônus demográfico, temos o desafio de buscar alternativas de desenvolvimento
que sejam consistentes com o novo padrão etário e econômico que se desenha no
país.
A
economia brasileira tem experimentado nas últimas décadas um processo de
desindustrialização acelerada, o que indica a necessidade de buscar
alternativas para o país. Neste sentido, um novo padrão de desenvolvimento
baseado na economia sustentável e do conhecimento parece uma boa alternativa a
ser seguida.
A
sustentabilidade econômica está ligada ao conhecimento e à inserção competitiva
das empresas brasileiras no jogo global, além de ser a base de uma sociedade
estável e mais justa. Já o acúmulo de conhecimento é uma condição necessária
para o desenvolvimento de soluções que causem menos impactos ao meio ambiente.
Diferentemente
do que havia nas sociedades industriais, o principal recurso econômico deixando
de ser os recursos da natureza, capital ou mão de obra (muitas das vezes pouco
qualificada), para ter como base o conhecimento e a inovação.
Deste
modo, o envelhecimento populacional, antes de ser uma ameaça ao
desenvolvimento, pode se constituir uma oportunidade. Estamos diante da
evidência que a experiência e o conhecimento acumulado serão decisivos na
construção do novo paradigma econômico que se avizinha.
Naturalmente,
os custos com a previdência e saúde se elevam com o passar dos anos,
entretanto, o envelhecimento uma vez acompanhado de políticas de prevenção de
doenças e de promoção de hábitos saudáveis, pode, paradoxalmente, se constituir
num pilar da sustentabilidade dos sistemas sociais, já que o casamento da
economia sustentável e do conhecimento com hábitos saudáveis, indica uma
perspectiva de consistente elevação na expectativa de vida. Assim, o sistema
econômico passaria a contar com indivíduos hígidos e produtivos em maior
período, o que potencializará a a viabilidade do padrão de desenvolvimento.”.
(João Matos. Professor de ciências econômicas
da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio – FPMR, em artigo publicado no jornal O
TEMPO Belo Horizonte, edição de 24 de julho de 2023, caderno OPINIÃO,
página 15).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no mesmo veículo e edição, caderno A.PARTE, de autoria
de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:
“Tradução do silêncio
O
tradutor oficial da corte inglesa na segunda parte do século XVI, o poliglota
Giovanni Florio, era versado, ao mesmo tempo, em latim, italiano, alemão,
francês, espanhol e inglês. Como excelso tradutor da sua época, sustentava
teorias de perfeccionismo na sua profissão: “Precisa interpretar (de um
pronunciamento) corretamente o silêncio, além de ser necessário conhecer muito
bem a língua de um homem”.
Ele era
mais que um simples intérprete e chegou a colher uma admiração irrestrita de
Elizabeth I por suas “traduções” que iam além da transliteração e captavam o
“não dito”, as entrelinhas, as nuances que ficariam ocultas.
A
palavra, é preciso lembrar, é um ato de criação – não apenas de ideias, mas de
descrições. Pode ser vista como uma magia dos homens, já que os animais não a
possuem.
Pode
alegrar, felicitar ou, ainda, machucar mais que uma lâmina. Faz surgir, do
nada, objetos, sentimentos, circunstâncias. Não há limites para a palavra.
Substitui as imagens não presenciadas. Pode fazer descer às profundezas e
captar o segredo dos bons, as maldades dos diabos; revelar a inconsistência dos
ignorantes, o vasto oceano de sabedoria.
A
palavra certa, no momento certo, no local adequado, pode iluminar a compreensão
– até dar voo e criar um ambiente sublime. Pode também entristecer,
aterrorizar, levar à morte.
Florio
tinha ciência de que uma má tradução poderia provocar perda irreparável,
condenação imerecida e até ódios e horrores. Bem por isso, no fim de sua
existência, forjado pelas responsabilidades cruciais, confessava que “a
gramática e a palavra eram os meios úteis para pacificar a humanidade, mais do
que tratados de paz e acordos comerciais firmados entre homens de Estado”.
A
palavra correta, no tom mais próprio à circunstância, quebra a resistência da
ignorância, penetra no íntimo, abre o coração, conquista territórios e
riquezas, ergue a paz no meio dos desentendimentos e das incompreensões. Mas,
cuidado: “Para compreender o ânimo de um homem, é preciso escutar como ele
fala, pois a maioria das coisas fica sem ser dita, nas entrelinhas silenciosas.
A parte não dita pode ser a mais importante e fixa o sentido da verdade.
Pode
parecer complicado, mas é próprio do homem, por tendência egoísta e
preservacionista, fugir do que lhe desagrada, do que o complica, do que o
desmente, do que o faz lembrar-se de que está em falta com a verdade.
Se um
cisco no olho alheio assume mais gravidade que a trave que cega a visão do
próprio estulto, é por aí: “As palavras são as cores de um quadro; o silêncio,
as sombras”. Por isso, é preciso prestar mais atenção às áreas de treva; nelas,
como no silêncio, o indivíduo esconde o que o incomoda, aquilo que o povo não
pode sonhar. Transcorridos mais de 400 anos, se o tradutor de Elizabeth I
reencarnasse no Brasil, teria que se dedicar a “interpretar o não dito dos
culpados”, daqueles que, do trono, falam despudoradamente sem parar. Falam por
medo de ter que escutar. Viajam para longe porque recolhem menos vaias que por
aqui.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, com o auxílio da
música, yoga e shantala (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de
idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos
nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
62
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2023)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar e destruir!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes ...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!
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