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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A CIDADANIA E O MOMENTO FAVORÁVEL À VIDA SAUDÁVEL E FELIZ

“Não diga que não avisei!

A enfermeira australiana Bronnie Ware passou anos da vida profissional cuidando de pacientes em estágio terminal, após deixarem o hospital para morrerem em casa – a maioria restando menos de três meses de vida. Só quem tem muito amor ao próximo, tenacidade mental inabalável e desapego à vida pode assumir essa tarefa terrível e ao mesmo tempo humana, nobre e necessária. Bronnie, porém, constatou surpresa que as pessoas crescem diante da morte e aprendeu a não subestimar a coragem delas para enfrentar cada fase do processo; negação da própria situação, pavor, medo, raiva, remorso, nova negação, até chegar, enfim, à resignação. No trajeto revelam grande sabedoria de vida. E todos encontram a paz antes de partir.

A todos Bronnie indagou: “O que lamenta na vida que viveu? Do que se arrepende? O que mudaria se tivesse nova chance?” Com as respostas, escreveu The top five regrets of the dying (ou “Os cinco lamentos do moribundo”, em tradução livre). Ignoro se a enfermeira saberia interpretar as respostas. Mas não vi nenhum disparate.

A maioria das respostas foi “gostaria de ter tido a coragem de viver a vida que eu quisesse, não a que os outros esperavam que eu vivesse”. Para Bronnie, quando as pessoas sentem que a vida está acabando, olham para trás e se dão conta de quantos sonhos não se realizaram e vão morrer sabendo que não viveram a própria e única vida, e isso aconteceu pelas decisões que tomaram ou deixaram de tomar.

“Gostaria de não ter trabalhado tanto”, disseram os homens ouvidos. Todos, sem exceção, queriam ter vivido mais junto dos filhos e se arrependiam de ter passado tanto tempo pensando no trabalho. As mulheres lamentaram a falta de tempo para os filhos – apesar de a maioria ser de geração ainda não engajada em carreiras.

Enquanto oferecia aos pacientes seus cuidados paliativos, Bronnie reunia respostas. A terceira mais ouvida foi “queria ter tido a coragem de expressar meus sentimentos”, que ela acha típica dos que reprimiram sentimentos e emoções por medo, inibição ou para ficar bem com os outros. Ocultaram tanto o que sentiam ou pensavam que se acomodaram numa vida opaca e medíocre, sem nunca se tornar quem eles de fato são – e desenvolveram graves doenças associadas à amargura e ao ressentimento.

Muitos dos pacientes de Bronnie viveram tão voltados para suas próprias vidas que, ao longo dos anos, deixaram escapar suas amizades de ouro. O arrependimento por não terem dedicado tempo e atenção às amizades é profundo e desolador, quando se ouve o lamento “gostaria de ter ficado mais tempo com os meus amigos”.

Mas até chegarem às suas últimas semanas de vida ainda não percebiam o valor dos velhos amigos. “Todo mundo sente falta dos amigos quando está morrendo”, garante Bronnie, “E nem sempre era possível rastrear velhos amigos perdidos.”

“Gostaria de ter me permitido ser mais feliz” foi o quinto lamento mais ouvido. “Só no fim da vida é que a felicidade é uma escolha”, diz Bronnie. O apego a velhos hábitos, a coisas conhecidas, e o medo da mudança fizeram com que fingissem, para ou outros e para si mesmos, que estavam contentes, mas no fundo ansiavam rir de verdade e usufruir de novo das boas coisas da vida.

Ninguém lamenta perda de poder, fortuna e beleza, que, em vida, fascinam. Nem o medo do que virá. Não se trata de livro de autoajuda, para enriquecer a enfermeira. Bronnie Ware não quis nos afligir com situações mórbidas, arrolar a dor da agonia, ou assustar com o transe que vamos encarar um dia. As últimas palavras revelam o que se sente na partida, mas também sugere “as cinco atitudes que podem aliviar os lamentos do desenlace”. Ou melhor: “Não diga que não avisei!”.”
(ALCIONE ARAÚJO, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de fevereiro de 2012, Caderno CULTURA, página 8).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 24 de fevereiro de 2012, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Momento favorável

Momento favorável é uma indicação que o apóstolo Paulo faz dirigindo-se aos cristãos em Corinto. É uma referência ao dia da salvação, mas que deve ser incorporada às situações do dia a dia. Não se pode perder nunca a hora certa para coisas importantes na vida familiar, social e cultural. Aproveitá-la é caminho para o êxito. Contudo, não é tarefa fácil saber discernir o tempo propício para cada coisa da vida. Ainda mais desafiador é inserir-se na dinâmica e nas circunstâncias deste momento.

O momento favorável abordado pelo apóstolo Paulo, em referência ao dia da salvação, toca existencialmente todos. O dom da vida requer o discernimento sobre esse momento para seu tratamento adequado e sua qualificação. A liturgia da Igreja Católica, com o tempo da quaresma, iniciado nesta quarta-feira de cinzas, até a semana santa, é uma sábia e indispensável indicação de um tempo especial para a vida de cada pessoa.

Neste tempo da quaresma ecoa a profecia que convida insistentemente para um encontro com Deus, de todo o coração. É um processo de reconfiguração qualificada da própria vida que inclui as circunstâncias todas do tecido da sociedade. O ápice da qualificação de qualquer vida pessoal é a consistência da própria interioridade como fonte sustentadora da paixão pela verdade, o gosto pela solidariedade e a coragem de lutar pela justiça. É cultivar a honestidade na palavra dada, no respeito aos outros e, particularmente, na condução da coisa pública e do bem comum.

Pensar a salvação como momento favorável é reconhecer que ninguém pode furtar-se ao propósito existencial de reconciliação, com Deus e o com o semelhante, superando inimizades. É aproximar-se do pobre, do indefeso e do inocente. Trata-se também de uma reconciliação consigo mesmo, um movimento reverso ao que leva à depressão, à vida vivida nos disparates da arbitrariedade e das tiranias do desejo. O convite central deste tempo da quaresma, o voltar-se para Deus, se concretiza na indicação direta do imperativo: convertei-vos. Cria a convicção indispensável de que não apenas os sistemas, os governos, os funcionamentos administrativos, os mecanismos da sociedade merecem uma revisão, mas também o si mesmo de cada um.

É o si mesmo de cada um a alma e o sustento de processos, de famílias, de instituições, de lideranças lúcidas e da indispensável capacidade cidadã de indignar-se com o mal. O tempo da quaresma tem a finalidade educativa de motivar a correção do orgulho que perpetua insanidades, atrasa reconciliações e enjaula a possibilidade de se viver mais solidariamente. Quem percorre o caminho quaresmal escutando a palavra de Deus, falando menos, contemplando mais, sensibilizando-se sob o impulso da caridade fraterna, alcança uma qualificação ancorada na força de valores. Faz a diferença no que é, onde está e no exercício de suas responsabilidades.

Oportuno, pode se concluir, o tema deste ano da Campanha da Fraternidade, uma tradição quase cinqüentenária promovida pela Igreja Católica no Brasil, a saúde pública com o propósito e o compromisso, como reza o livro do Eclesiástico, de espalhar a saúde pela terra. O propósito da Campanha da Fraternidade 2012 e, de verdade, a corajosa abordagem, visando melhorias, no sistema público de saúde.

Os cortes orçamentários feitos em âmbito governamental e o inevitável comprometimento de programas e projetos merecem a mobilização sistemática da sociedade, que tem o direito de discutir esse assunto de interesse coletivo. É preciso amadurecer e encontrar caminhos para a qualificação do sistema público de saúde. Legislação lúcida e garantia do tratamento adequado aos enfermos são conquistas fundamentais. Além disso, deve ser permanentemente buscado o necessário processo educativo de cada cidadão, estimulando-o a viver de forma saudável. Este tempo da quaresma, de forma especial, ajuda também a entender a saúde como tarefa espiritual. É, por isso mesmo, momento favorável, um verdadeiro antídoto para a crise existencial contemporânea.”

Eis, pois, mais páginas contendo IMPORTANTES, EDIFICANTES e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que sinalizam, em meio à MAIOR crise de LIDERANÇA de nossa HISTÓRIA, para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS TRANSFORMAÇÕES em nossas estruturas EDUCACIONAIS, GOVERNAMENTAIS, POLÍTICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS, FINANCEIRAS e AMBIENTAIS, de modo a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Assim, URGE a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas) até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;

b) o COMBATE, implacável e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais DEVASTADORES inimigos que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de maneira a manter-se em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, câncer que se espalha por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES, também acarretando INESTIMÁVEIS perdas e danos;

c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ASTRONÔMICO e INSUPORTÁVEL desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, sob o título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÃO e REFINANCIAMENTO, a exigir igualmente IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Isto posto, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que MINA a nossa ECONOMIA e a nossa capacidade de INVESTIMENTO e de POUPANÇA e, mais GRAVE ainda, afeta a CONFIANÇA em nossas INSTITUIÇÕES, ao lado de extremas NECESSIDADES, CARÊNCIAS e DEFICIÊNCIAS...

Sabemos, e bem, que são GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de forma alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos que contemplam EVENTOS como: a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO+20) em junho; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS e de um POSSÍVEL e NOVO mundo, da JUSTIÇA, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e da FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...