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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

A CIDADANIA, A HUMANIDADE EM BUSCA DO SAGRADO E A CELEBRAÇÃO DA PAZ

“O despertar da humanidade para uma 
vida em comunhão com o sagrado
        Muitos hoje estão conscientes do caminho espiritual, tanto em seus aspectos filosóficos como no que se refere à prática, à transformação do próprio ser. Todavia, nem sempre conseguem trilhá-lo com o requerido vigor. Por isso, o ensinamento espiritual indica-lhes receptividade cada vez maior a energias transcendentes e transformadoras por meio do puro amor ao que é divino. Essa atitude de devoção deve ser isenta de emocionalismo para que se possa atingir com precisão a meta superior. A devoção ajuda os seres a irem adiante, a ingressarem no serviço evolutivo e eleva elementos positivos de sua atual constituição para adaptá-la à nova vibração deste universo.
         Segundo o Ensinamento superior, a humanidade da superfície da Terra distribui-se em três etapas evolutivas: a dos que ainda não despertaram para a realidade interna; a dos que estão receptivos à realidade espiritual interna e têm intenção de colaborar para a evolução; a dos que vivem conscientemente a realidade interna.
         A humanidade constitui elo imprescindível entre os inúmeros reinos que compõem os escalões evolutivos de um planeta, principalmente por ser capaz de canalizar para os outros reinos – o mineral, o vegetal e o animal – as energias que lhes são enviadas de reinos espirituais e divinos.
         Como a atuação da humanidade repercute nos demais reinos, sua principal função é atingir níveis de vida superiores. Por terem os seres humanos ignorado o seu destino verdadeiro – o planeta chegou ao presente estado de desarmonia e necessita de cura.
         Tanto essa cura como o aprofundamento da evolução humana efetivam-se quando os indivíduos assumem certas tarefas positivas em benefícios dos demais, isto é, quando cumprem o que lhes é previsto no Plano divino, expressando no mundo externo a própria realidade interna. A partir daí sua função em relação aos semelhantes pode chegar à plenitude, e seus relacionamentos podem tornar-se verdadeiros.
         A humanidade que habita a superfície terrestre ainda não tem consciência da organização subjacente à vida planetária; explora os bens de que o planeta dispõe sem mesmo preocupar-se em mantê-lo ou em ajuda-lo a evoluir. Vive em busca de satisfação de desejos e assim desvirtua ritmos, desrespeita leis de equilíbrio e destrói o que a natureza cria.
         Uma energia positiva potente está hoje na superfície da Terra mais atuante que no passado, embora muitas vezes não seja notada. Revela sua face aos que não ambicionam vê-la. Quando presente, os ares se movem, e nos interior dos indivíduos se acende uma chama, poderoso convite para prosseguirem no Caminho. Apesar de a grande maioria desta humanidade continuar adormecida, prisioneira de interesses pessoais, pensando apenas em usufruir os bens que a existência material ainda lhes possa oferecer, a vida sobre a Terra continua. Isso, por si só, é uma prova inquestionável da atuação dessa energia.
         A energia superior, proveniente do Alto, recolhe os lampejos de entrega sincera dos que almejam ascender à existência imaterial. Os que assim se oferecem são elevados a patamares que, de outra forma, lhes seriam inacessíveis. São conduzidos ao reencontro com sua própria essência espiritual.
         O que ao homem foi anunciado inevitavelmente será cumprido; a vida em comunhão com esferas de consciência sagradas está ao alcance dos que a buscam.”

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 20 de dezembro de 2015, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de dezembro de 2015, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Natal: celebrar a paz
        Diante dos cenários mundiais e das suas complexidades, mais do que nunca é preciso viver o Natal como oportunidade para celebrar a paz. Os votos natalinos, os projetos que nascem nesta festa precisam ser transformados em propósitos e compromissos com a paz. E a concretização dessas metas assumidas só será possível a partir da referência fundamental da celebração de hoje: Jesus Cristo. Prescindir da pessoa que é a razão do Natal significa a precipitação de processos, por falta de consistência e grandeza. Não se conquista a paz simplesmente transcrevendo as intenções nos papéis documentais. Afinal, essas metas e promessas habitualmente não são cumpridas ou efetivadas.
         Fóruns, conferências, reuniões, cúpulas, tantos outros mecanismos de congregação de representantes e debatedores não têm força para garantir avanços mais significativos rumo à paz. A dificuldade em efetivar a convivência pacífica relaciona-se com a carência generalizada do sentido de alteridade. Na atualidade, os indivíduos não exercitam a fundamental competência que rege a fé cristã como princípio determinante: a consideração da importância do outro. O que de fato tem contado mais é a preocupação com os próprios interesses, a manutenção de comodidades, o desânimo para fazer avançar projetos capazes de mudar os rumos da sociedade.
         Celebrar o Natal como compromisso de trabalhar pela paz contribui para corrigir esses descompassos. Exige a capacidade de dar centralidade existencial à pessoa de Jesus Cristo. O nascimento de Jesus é o selo que patenteia a marca maior de Deus: o seu amor. É a oferta feita pela Pai Misericordioso de seu Filho amado, o Salvador. A consideração de sua vinda ao encontro da humanidade e a generosidade de sua oferta incondicional são desconcertantes e têm força para vencer toda lógica do egoísmo e da mesquinhez.
         O Natal hoje celebrado está balizado pela sapiencial indicação da vivência da misericórdia, meta do Ano Santo Extraordinário convocado pelo papa Francisco. É oportunidade para se viverem experiências novas capazes de fazer com que cada pessoa seja instrumento de promoção da paz. Sem o exercício da misericórdia, os povos não encontrarão o caminho da paz, os inimigos não se abraçarão e não se conseguirá vencer a terrível “globalização da indiferença”, apontada pelo papa como um grande mal deste tempo.
         Este Natal merece ecoar como voz forte nos corações pela singularidade de ser celebrado no horizonte da misericórdia. Francisco acentua que, com o Jubileu da Misericórdia, quer “convidar a Igreja a rezar e trabalhar para que cada cristão possa maturar um coração humilde e compassivo, capaz de anunciar e testemunhar a misericórdia, de perdoar e doar, de abrir-se àqueles que vivem nas mais variadas periferias existenciais, que muitas vezes o mundo contemporâneo cria de forma dramática, sem cair na indiferença que humilha, no hábito que anestesia o espírito e o impede de descobrir a novidade, no cinismo que destrói. O Natal é, pois, compromisso sério e inarredável de todo aquele que crê em Cristo garantir que onde houver cristãos haverá um oásis de misericórdia.
         Quando cada pessoa assumir o compromisso de cultivar um coração misericordioso, será então possível avançar na conquista efetiva da paz. O programa de vida de quem quer contribuir com a construção de um mundo pacífico inclui a compaixão e a solidariedade. Vive-se um tempo oportuno para cultivar esses valores, pois o Natal é a mais terna expressão da misericórdia de Deus, que vem ao nosso encontro. Pela coragem da experiência de cultivar a proximidade com outras pessoas é que se pode fazer do Natal fecunda celebração da paz.
         Os pactos e acordos de representantes e dirigentes de nações, de grupos ou de segmentos variados da sociedade não substituirão jamais a inscrição da misericórdia como fundamento da aliança entre pessoas, com força para irmanar corações. Cultivada a misericórdia, nascerá um mundo pacífico. Deus oferece seu Filho Amado para que no Natal se celebre a paz.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a também estratosférica marca de 378,76% para um período de doze meses; e mais, ainda em novembro, o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 10,48%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”