Mostrando postagens com marcador CRB - 6ª Região MG/ES. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador CRB - 6ª Região MG/ES. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 9 de julho de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS FASCINANTES E DESAFIANTES HÁBITOS DA LEITURA E O PODER DA ESPIRITUALIDADE CONCILIADORA NA SUSTENTABILIDADE


“Leitura para deficientes visuais
        Os livros contribuem para a formação intelectual e pessoal durante toda a vida, mas, de modo especial, em relação a crianças em processo de alfabetização. O ideal é que a apresentação da literatura ocorra de forma integral, inclusive envolvendo pessoas com necessidades especiais.
         O Brasil ainda está longe de se tornar um país de leitores. Conforme o último estudo Retratos da Leitura do Ibope, 44% dos brasileiros não têm o hábito de ler e 30% nunca, sequer, compraram um livro. O que torna esse retrato ainda pior é a falta de acessibilidade a leitores deficientes. De acordo com o IBGE, 23,9% de brasileiros são portadores de algum tipo de deficiência, sendo que 6,6% deles são visuais.
         Uma biblioteca acessível acolhe o maior e mais diverso público para oferecer o mesmo serviço, independentemente de limitações físicas ou intelectuais. Infelizmente, a falta de investimento ainda resulta na realidade de que são poucas as bibliotecas com obras adaptadas ou aparelhos que possibilitem a leitura e prédios planejados para receberem deficientes físicos.
         À primeira vista, parece que as mudanças para atender a democratização da literatura são um pouco complexas. Entretanto, as alterações podem ser feitas de forma gradativa, mesmo em caso de recursos financeiros escassos. Além do mais, uma das barreiras mais importantes a se superar são as barreiras comportamentais, que envolvem as reações e as relações com os usuários com deficiência. Para romper essas barreiras, a informação e a formação dos mediadores nas bibliotecas são as providências mais importantes, e nem sempre dependem de algum dinheiro.
         A internet tem algumas videoaulas e contação de histórias em libras que podem auxiliar no atendimento a pessoas com deficiência auditiva. Também existem aplicativos, como o Eye-D, possibilitando a leitura de livros para portadores de deficiência visual, além dos já antigos audiolivros (quem se lembra dos disquinhos coloridos de décadas atrás?).
         Os exemplos são vários, alguns apenas paliativos que podem auxiliar na rotina da biblioteca e não numa solução efetiva. Entretanto, já são um caminho, considerando que o mais importante é todos entenderem a importância da democratização do acesso à cultura escrita, buscando efetivamente minimizar o problema, que não se limita só aos portadores de necessidades especiais, mas os brasileiros em geral.
         Os obstáculos ainda são muitos para se ampliar o acesso ao livro e a acessibilidade no Brasil, mas podem e devem ser superados. A leitura é importante para a formação e orientação de qualquer cidadão, pois permite acessar o conhecimento e contribui para uma maior evolução social e aí, sim, secundariamente, melhorar a posição brasileira no ranking mundial de leitores.”.

(MARÍLIA PAIVA. Presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia – 6ª Região (MG/ES), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 5 de julho de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Diálogos e diálogos
        Tem razão quem afirma que o diálogo não resolve tudo. É verdade, mas é incontestável que o diálogo resolve quase tudo. Quando não se consegue resolver algo pelo diálogo, percebe-se, facilmente, que o descompasso não envolve as dinâmicas próprias do ato de dialogar. Certamente, ruídos e descompassos se hospedam naqueles que protagonizam o diálogo. Ora, além de ser uma forma de expressão, o diálogo é um instrumento de produção filosófica e científica, da indispensável clarividência no entendimento das realidades e de seus processos determinantes para o equilíbrio dos funcionamentos, como garantia de participação e respeito à verdade e ao bem. Por isso, a força do diálogo pode desconstruir os dogmatismos que impedem avanços e conquistas. Constata-se a rigidez que precisa ser tratada com força dialogal para produzir um novo caminho de compreensão. E se valer do que realmente importa quando se busca o bem e a prática da justiça – condições inegociáveis para o equilíbrio da sociedade desafiada por sua pluralidade e complexidades específicas.
         Cristalizações emocionais-afetivas incidem muito fortemente no processo dialogal, tornando-se determinante impeditivo para que esse processo alcance o êxito que se pressupõe em todo diálogo. A mundividência do indivíduo também muito influencia o processo dialogal. Obviamente que os estreitamentos no horizonte de compreensão fecundam as limitações nesse processo, configurando dificuldades até intransponíveis. Nesse âmbito, localizam-se tendências a polarizações em razão da incompetência no exercício da fundamental experiência dialogal. Todo tipo de polarização é sinal de incompetência na tarefa de se construir, civilizadamente, os rumos da sociedade. Por isso, verifica-se o uso de recursos indevidos e até perversos na ânsia de querer impor a própria opinião e os parâmetros de escolha, na contramão do que se considera minimamente civilizado. Tentar se afirmar, se construir, conquistar os postos almejados, a partir da detratação do outro, de modo inverídico, são evidências de uma subcivilização, consequência da ausência do diálogo.
         Compreende-se que o diálogo é um recurso forte e portador de elementos com propriedades para criar novos rumos na política, na prática da justiça, no respeito aos direitos humanos e no estabelecimento da paz e da conciliação na convivência humana, que precisa sempre alcançar patamares de fraternidade. Há de se considerar, ao se constatar a relativização do diálogo e seu consequente enfraquecimento enquanto força de construção, o que hermeneuticamente tem peso determinante, o lugar que se ocupa com seus contornos próprios – do lugar no qual se está assentado não se pode ter pretensão de ver tudo. O diálogo funciona, então, como gerador do movimento indispensável da circularidade que possibilita consequente alargamento da compreensão. Pode-se exemplificar com referências a multíplices situações e circunstâncias. Entre essas, a referência à escuta indispensável da dor dos mais pobres pelos segmentos oligárquicos da sociedade ou daqueles que detêm o poder. A ausência dessa escuta gera insensibilidade para as escolhas que definem os processos capazes de levar a sociedade a avançar na direção almejada do bem viver, justo e saudável – direito de todos.
         A força dinâmica do diálogo fica amortecida numa engrenagem que não funciona e não consegue impulsionar na direção de um entendimento que cause a lucidez necessária para se encontrar saídas e conseguir respostas adequadas de segmentos e instituições. Por falta de competência dialogal, multiplicam-se as mediocridades. Indivíduos precisados da força do diálogo também se emperram e se tornam endurecidos, comprovadamente pelas afirmações muito parciais e por considerar seu modo de pensar completo e adequado. A rigidez no exercício dialogal explica muito do que se percebe de emperramentos. Isto inclui ilusões a respeito de si mesmo, alimentadas pela idolatria àquilo que se elege, aprisionando-se às bitolas de ideologias, sejam elas de que tipo for. Esses descompassos que geram atrasos são notados em processos complexos nos governos, em julgamentos que deformam ou estreitam decisões. Impactam até as relações interpessoais.
         As mentalidades fechadas, a mesquinhez do coração humano, a correção urgente de processos tortos e prejudiciais, a recuperação da convivialidade em lugar de arbitrariedades perversas e inimizades entre grupos e pessoas, bem como o entendimento mais cidadão do usufruto dos bens da criação na casa comum, dependem, fundamentalmente, do diálogo. Mas a competência dialogal é quase sempre fragilizada pela mediocridade humana e presunção social e civilizatória de não conseguir enxergar o “outro lado”, que precisa ser considerado. É verdade, diálogo e diálogos, entre os que logram a lucidez humanística e civilizatória, abrem caminhos. Também renovam instituições, garantem a justiça em favor dos indefesos e pobres, clareiam as escolhas que preservam o meio ambiente na contramão da idolatria do dinheiro. Fazem encontrar o sentido de viver e cultivar laços de solidariedade. O diálogo pode ser tudo: alargamento de horizontes e caminho para entendimentos alicerçados em valores e princípios, configurando novos passos na organização social e política da sociedade, com incidência também na vivência da fé, enquanto relação dialogal com Deus.
         O fato é que pode não existir o diálogo por estreitamento de mentalidades, por entendimentos pífios e por se estar enjaulado em compreensões parcializadas por falta de formação humanística. Um paradoxo nesse tempo em que todos falam, e falam muito, de tudo, até daquilo que não entendem nem lhes diz respeito. Tem razão quem diz que o diálogo não é tudo, porque existem diálogos e diálogos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 299,78% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 320,87%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,66%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.