“Acolhendo
a família na escola
Sabemos que o mundo
está vivendo uma fluidez de informações e a rapidez é hoje o roteiro e o ritmo de
vida da maioria das pessoas. Para entrar na contramão dessa correria que apaga
e constrange o real objetivo dos relacionamentos verdadeiros e felizes, é
necessário ter projetos que acolham os pais na escola.
Por
meio da compreensão do quanto os pais são importantes na vida da criança e
também o papel da escola em seu desenvolvimento, é viável analisar a proposta
de ter uma ação na qual podemos compor um cenário com a participação de ambos –
escola e família –, valorizando essa interação, e o tempo como grande aliado na
construção de uma nova visão do valor da troca afetiva e da participação real
dos pais no contexto escolar da criança.
Para
cada faixa etária existe uma necessidade específica e que precisa ser
contemplada com atenção e cuidado, respeitando-se não só o desenvolvimento
físico, mas também o emocional da criança.
O
objetivo é sensibilizar os pais para a importância da parceria escola-família,
oportunizando recursos e horários para esse convívio, no qual os mesmo se
tornarão protagonistas e compreenderão a diferença entre os papéis de educar e
ensinar.
Segundo
o clínico psicológico Gottman, a importância de estabelecer com os pais um
aprendizado no sentido de capacitá-los a lidar com as emoções de seus filhos
está na “preparação emocional”, que ajuda os pais a lidar com os sentimentos
difíceis como raiva, medo e tristeza, sem tirar-lhes o importante papel de
colocar limites, gerando segurança e, enfim, promovendo a consciência de que é
fundamental estar junto com a criança nos momentos marcantes de sua vida.
A
conquista de um trabalho voltado para pais dentro da escola necessita de tempo
para implantação, objetivos claros ao longo do processo e muito comprometimento
de diversos profissionais, como professores, equipe técnica e direção, a fim de
incorporar ao ambiente de ensino essa nova formação. O limite claro na atuação
de cada um, bem como a melhor forma de unir forças para a evolução
biopsicossocial da criança, é uma das grandes metas.
Sendo
assim, além do vínculo natural que gradativamente é construído entre professor
e aluno, paralelamente, os pais, nessa perspectiva de aproximação efetiva,
também criam um vínculo com a escola, mudando posturas e atitudes que antes
eram justificadas pela insegurança, mas agora podem ser traduzidas em parceria,
ressignificando a importância de cada um no desenvolvimento emocional da
criança.”.
(KEILA
FRASSEI. Psicóloga e pedagoga, orientadora educacional da educação infantil
do Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré – Internacional, em artigo publicado
no jornal ESTADO DE MINAS, edição de
5 de outubro de 2018, caderno OPINIÃO,
página 9).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de DOM
WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e
que merece igualmente integral transcrição:
“Labirinto
eleitoral
Às vésperas das
eleições, a sociedade brasileira se vê em um complexo labirinto. O eleitor está
desafiado a fazer suas escolhas, e é importante ressaltar: são escolhas, no
plural, pois, além de ser preciso definir o voto para a Presidência da
República, deve-se escolhe, entre os candidatos, quem merece ocupar o governo
dos estados, compor as assembleias legislativas e o Congresso Nacional. Para o
eleitor que define o seu voto ancorado na ideologia de um partido, a escolha
parece ser tarefa menos difícil, mas há sempre o risco de se exercer a
cidadania de modo limitado. Incontestavelmente, os partidos têm a maior
responsabilidade pelo descrédito da política, em razão dos procedimentos
duvidosos e modo cartoriais de atuação, com prejuízos para o bem comum. A
política não pode ser entendida e praticada como se fosse um serviço a partidos
e correligionários.
Muito
mais do que se envolver na disputa de legendas, o exercício da cidadania
relaciona-se com algo bem diferente dos discursos e refrões eleitoreiros. Uma
sociedade política é aquela que promove o bem comum a partir da participação de
todos. Porém, muitos consideram que o contexto político é caminho para alcançar
vantagens pessoais. Ambicionam benefícios apenas para os que estão no poder. Ao
restante da população, especialmente para quem é mais pobre, destina-se pouco,
perpetuando situações de miséria. Sinais dessa concepção equivocada de política
e, consequentemente, do exercício da cidadania, são as propagandas partidárias,
em que candidatos buscam conquistar o eleitor a partir de ataques aos
adversários. Quem se apega às legendas acaba por protagonizar disputas sem
qualquer tipo de reflexão, com certa semelhança ao que ocorre nas arquibancadas
de estádios esportivos.
Esse
cenário de equívocos no exercício da cidadania, e também do poder, revela falta
de qualificada visão antropológica a respeito da sociedade. Os descompassos não
ocorrem apenas no contexto da política partidária, mas incidem também nos
âmbitos religioso e de outros segmentos contaminados pelas manipulações,
instrumentalizados para atender a interesses de pequenos grupos de “amigos”.
Consequentemente, a fé, os bens que são de propriedade do povo e a força das
instituições são submetidos a dinâmicas medíocres, justificadas a partir de
certas ideologias. Não se reconhece que a “lente” da ideologia, de qualquer
natureza, permite apenas uma visão limitada, sem nitidez. Prevalecem, assim,
conclusões que desconsideram a complexidade da sociedade e de suas
instituições.
A
chatice dos debates, restritos à troca de acusações e autoelogios, sem o
aprofundamento de temas importantes, deriva também desse apego cego às legendas
e às suas ideologias. Perde-se a oportunidade de se alcançar, a partir da troca
de argumentos, um nível de inteligência que permite abrir novos caminhos,
capazes de levar o país a novos patamares, necessários para o seu
desenvolvimento. Mesmo diante dessas dificuldades, de um cenário distante do
ideal, o cidadão deve estar atento. É verdade que o eleitor se perde num
verdadeiro labirinto no exaustivo exercício da reflexão e diálogo para definir
o voto. Mas é preciso perseverar, pois piora ainda mais a situação a omissão
diante da responsabilidade de se votar bem.
O
exercício da liberdade cidadã para escolher seus candidatos exige algo que
ultrapassa a simpatia por quem se enquadra em determinado contexto
ideológico-partidário. Também não se deve decidir o voto a partir da troca de
favores. Critérios relevantes devem sustentar escolhas acertadas, para que
sejam eleitas pessoas capazes de promover os consensos e entendimentos
necessários à recuperação da máquina pública e à realização das reformas
necessárias. Entre esses critérios, fundamental é verificar aqueles que têm
competência, ampla visão de mundo e, principalmente, partilham valores relacionados
à promoção da vida e da dignidade do ser humano.
Para
os cristãos, os valores do evangelho de Jesus Cristo são critérios
inegociáveis. De cada pessoa, exige-se profundo discernimento, envolvendo
sensibilidade social e espiritual, para mais assertividade nas escolhas. Assim,
talvez, seja possível encontrar a saída desse confuso labirinto eleitoral, para
o bem da sociedade brasileira.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente
o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional
todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da
educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da
participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de
274,0% nos últimos doze meses, e a taxa
de juros do cheque especial se manteve em históricos 303,19%; e já o IPCA,
também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,19%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de
um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura,
ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega,
do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais
e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura
(rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento
ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados,
macrodrenagem urbana, logística reversa); meio
ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte,
acessibilidade); minas e energia;
emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro
nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e
nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil;
logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura,
esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento –
estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia,
efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade,
produtividade, competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)
- Estamos
nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita
misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.