“Falando
de vida interior e do
chamado a uma total transformação
Diante do
reconhecimento de que, para se viver em obediência aos Mandamentos Divinos, a
energia do indivíduo deve estar focalizada no momento presente. Dias, meses ou
anos não contam aquele que já despertou para a vida espiritual, principalmente
quando existe a necessidade de que maior abertura interna aconteça.
A
situação de conflito hoje existente na sociedade humana, em todos os campos e
em cada indivíduo que a compõe, repercute de maneira direta na espera psíquica
do planeta.
Nesta
época, que corresponde à finalização de um importante ciclo, grande parte da
humanidade está deixando de aproveitar o impulso recebido pelo seu Ser Interior
em toda uma ronda de evolução.
Sabemos
que tudo está previsto, que tudo é acompanhado por uma Inteligência Maior e
também que tudo está escrito. Porém, essas afirmações dizem respeito á
imutabilidade da vida divina e não aos detalhes circunstanciais da evolução.
Atualmente,
por mínima que seja a visão de um indivíduo tocado pelo Espírito, ele é capaz
de reconhecer que o padrão expresso pela sociedade humana terrestre não
corresponde à vida superior que lhe é destinada. Os que decidem romper os laços
que os prendem a essa vida ofuscada pela regência das coisas materiais
desbravam seus universos interiores, cujas noites escuras devem ser
atravessadas, cujas resistências em seus próprios corpos emocional e mental os
assolam em caminhos solitários, cujos fantasmas os atraem com promessas de uma
vida de gozo em entrega a fugazes recompensas. Envolvem-se em lutas contra um
mundo caído e têm como principais oponentes os secretos apetites das suas
personalidades. Devem aprender a não se render; aprender a estar neles sem com
eles se identificar.
Esses
buscadores precisam ter força e coragem, mas jamais poderão conceber o que
receberão a partir de suas escolhas. Assim como a semente deve transformar-se
para deixar nascer uma árvore, o estágio humano deve ser transcendido para que
o alvorecer da vida espiritual surja no horizonte do mundo interno do indivíduo.
A Lei
Divina não pergunta se temos recursos para manifestá-la: perscruta nosso
interior e vê nosso grau de decisão em acolhê-la. Não nos pergunta se temos
como sustentá-la, apenas vê o que fazemos em nossa vida, a que senhor servimos
e para qual destino encaminhamos nossos passos.
Os
tempos de hoje não são apenas de intenções. A Vida clama pela realização do que
o paciente Artesão do Universo construiu em nosso interior e clama pelo brotar
das sementes que foram plantadas em nós através das épocas. De milhões, bem
poucas resistiram. Para que possamos nos dirigir ao campo que deve receber
nossos cuidados, ainda hoje é preciso que nos seja representado o Chamado, de
modo constante e insistente, como o de uma mãe que, por amor, seguidamente
mostra aos seus filhos por onde caminhar.
Mesmo
que ocupe corpos adultos, a consciência do homem é ainda infantil, mantém-se de
tal modo cristalizada em ilusões materiais e há tanta defasagem entre a
verdadeira Realidade e a compreensão que ele tem dela, que são necessárias mãos
que o apoiem e o conduzam por caminhos que ele já poderia ter assumido.
Apegado
a pequenos bens e às posses, esse homem continua a se alimentar dos prazeres da
vida material, quando poderia receber o Reino, quando a descoberta de uma vida
sutil o preencheria como uma Fonte infindável de suprimento.”
(TRIGUEIRINHO.
Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 3 de janeiro de 2016, caderno O.PINIÃO, página 16).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 8 de janeiro
de 2016, caderno OPINIÃO, página 7,
de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Falências
e reações
A passagem de 2015 para
2016, com a contagem dos dias do novo ano civil, incide diretamente nos
propósitos pessoais e nas possíveis reações que buscam novos funcionamentos,
transformações nas relações, nos hábitos e na governança, em diferentes
segmentos da sociedade. Considerando o legado desolador deixado pelo ano que
passou, é hora de efetivar mudanças. Particularmente neste terceiro milênio, os
horizontes da democracia e dos admiráveis avanços científicos e tecnológicos
contracenam com os rios de lama da corrupção, dos desvarios no mundo da
política, da submissão de poderes a interesses partidários e cartoriais, dos
abomináveis desastres ambientais e humanitários. Para transformar esses
cenários desoladores, não bastam as mudanças em propósitos e hábitos pessoais.
A renovação das consciências é minimamente presumível para que seja superado o
descaso com que se costuma tratar a vida e as coisas na sociedade brasileira.
Se não
houver mudanças de conduta, haverá o comprometimento do bem e da justiça. Os
mais pobres e indefesos sempre pagam o preço mais alto. Bem no início dessa
contagem do ano-novo de 2016, em meio ao tratamento dos problemas que continuam
gerando suas consequências e preços a pagar, é urgente considerar que a crise
das crises – a crise motora de todas essas outras em curso – é a de caráter
antropológico. Não diz respeito apenas a funcionamentos comuns e nem mesmo se
resolverá com mudanças de nomes ou substituição de legendas partidárias. A
crise, quando de caráter antropológico, é algo mais sério e profundo. Exige
novos entendimentos e grande investimento na configuração mais consistente do
tecido cultural.
Assim,
não basta resolver o caos perpetrado na sede dos poderes. Lá estão urgências
que precisam de novas e velozes reconfigurações. Mas é necessária uma revolução
cultural na sociedade brasileira, a partir de análises, assessorias
especializadas, engajamentos mais efetivos dos centros de pesquisa, formação e
educação, como universidades e escolas, com a participação decisiva e
insubstituível dos formadores de opinião, diversos meios de comunicação, não
podendo ficar de fora os produtores, instâncias e segmentos culturais. A
revolução cultural almejada não é um movimento político-partidário nem se reduz
a formas e dinâmicas de governo. Trata-se de investir e conquistar
entendimentos novos sobre a própria realidade histórico-cultural, promovendo
clarividências. Todos precisam compreender melhor a sua missão e vocação para
efetivar, a partir de riquezas próprias, por vezes desprezadas, desconhecidas e
maltratadas, novo conjunto de hábitos.
São
urgentes novas posturas políticas, ousadia em empreendimentos e no tratamento
das prioridades dos segmentos do povo para constituir um substrato cultural com
consistência e força para debelar descompassos. Desse modo, poderão ser
consolidadas dinâmicas saudáveis do viver cotidiano, que promovem o
desenvolvimento sustentável, equilíbrio na gestão e governanças inteligentes. O
processo de enfrentamento da grande crise antropológica parece não poder ser
tratado senão a partir de ações nos muitos contextos regionais do Brasil. No
horizonte do país com dimensões continentais, precisam ser feitas análises e
verificações no tecido cultural de cada região. A gigante realidade cultural brasileira
precisa de regates pontuais e incidentes nos seus substratos. No conjunto da
crise antropológico-cultural, estão os rasgões na diversidade que configura a
unidade do povo.
A
cultura é que sustenta a sociedade na conquista de progressos, na consolidação
da inteligência indispensável para tratar os anseios do povo, particularmente
as prioridades de quem é mais pobre, com oferta de educação, saúde lazer e
meios para fortalecer valores indispensáveis na composição do que é a nação
brasileira. Os líderes governamentais, educacionais, políticos, culturais e
religiosos são desafiados a olhar o conjunto de sua realidade sociocultural e
definir, com sabedoria, os investimentos prioritários, parcerias que façam
aumentar os tradicionais patrimônios – culturais, religiosos e educacionais –
que têm força para contribuir com as transformações capazes de dar ao país novo
rumo.
As
reformulações mais profundas não virão simplesmente das intenções de planos
governamentais. É hora de tratar – de modo técnico, científico e educativo – os
substratos que alavancam ou esvaziam a cultura de cada região. Trata-se de, a
partir da reconfiguração dos contextos locais, desencadear operação mais
revolucionária no conjunto da cultura brasileira. Muitos são os itens que
precisam ser elencados para análise e tratamento. Entre eles, está a
consciência de “pertencimento” ao povo. Urge, nesse caso, especialmente, quando
uma região é enriquecida por muitos e diferentes traços culturais, a superação
de um tipo de deboche – superficial e ridículo – que parece colocar fora das
próprias fronteiras o que é a riqueza do seu território.
Chama
a atenção quando uma região se deixa tratar apenas como destino extrativista e
desrespeita valiosos substratos da própria cultura. Uma visão distorcida, que
considera importante e interessante apenas o está e o que se edifica fora do
próprio território. Isso acaba por sustentar dinâmicas que vão habituando o
conjunto da população a não tratar adequadamente seu patrimônio e a não mais
investir em empreendimentos com força para fazer avançar a sua história. Nesse
caminho, despreza-se o potencial turístico local, desconsiderando seus valores
culturais. Abre-se mão das riquezas regionais.
Líderes
de diversas áreas devem investir e apoiar projetos capazes de valorizar
equipamentos ambientais e culturais, legados da história e da natureza, com
força de projeção internacional. Dos governantes e políticos locais, é esperado
que busquem, inteligentemente, no cenário nacional, caminhos para melhorar a
infraestrutura de sua região, a partir do diálogo e do respeito aos outros.
Assim, é possível fazer, por exemplo, da malha rodoviária de seu território um
verdadeiro jardim, e não cenários de abomináveis desastres fatais. Dos
educadores e produtores da cultura, são esperados mais diálogo e cooperação
efetiva, para fortalecer redes educativas, mecanismos que valorizam as
tradições, riqueza inigualável. Dos líderes religiosos são demandadas mais
inventividade e abnegação para preservar o patrimônio da fé. Dos menos ao mais
influente socialmente, pede-se o diálogo, que leva à cooperação mútua,
alimentada por valores já existentes nas práticas familiares e religiosas.
A
ladainha do que é necessário reconfigurar no substrato cultural é grande, pode
ser acrescida com novos itens por todos. Conta agora compreender a crise
antropológica e reagir com ardor para aperfeiçoar recursos, dar velocidade a
projetos, priorizar as necessidades dos pobres. É hora de uma revolução
cultural, tratando sabiamente as incontestáveis falências para, assim, iniciar
reações indispensáveis.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a
educação – universal e de qualidade –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional
todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da
educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação,
da sustentabilidade...);
b) o
combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a também estratosférica marca
de 378,76% para um período de doze meses; e mais, em 2015, o IPCA acumulado nos doze meses
chegou a 10,67%...); II – a corrupção, há
séculos, na mais perversa promiscuidade
– “dinheiro público versus
interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da
vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão sendo
apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já
se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a
dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para
2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
-
pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e
ainda a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas
do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos e que contemplam eventos como a
Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das
exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das
organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias,
da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da
paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
-
Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...