Mostrando postagens com marcador Economia Verde. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Economia Verde. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A CIDADANIA, A ECONOMIA VERDE, A POBREZA E OS APLAUSOS POR MÉRITOS

“SÓ APLAUSOS!


O extraordinário sucesso de um jovem matemático do MIT mostra como a internet pode ser uma poderosa ferramenta para o ensino - e revolucionar a maneira como as pessoas assimilam conhecimento

Diante de uma plateia formada por alguns dos mais bem-sucedidos empresários do Vale do Silício, na Califórnia, o americano descendente de indianos Salman Khan, 34 anos, recebeu aplausos especialmente efusivos vindos de um canto do auditório. O espectador mais entusiasmado era Bill Gates, fundador da Microsoft, que subiu ao palco para dizer que o jovem à sua frente estava dando uma contribuição decisiva para a utilização da internet na educação. Formado em matemática, ciência da computação e engenharia elétrica pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Sal, como ficou mais conhecido, é o fenômeno atual da internet, digamos séria. O site da Khan Academy (www.khanacademy.org) está chegando aos 60 milhões de acessos de pessoas interessadas em assistir gratuitamente a algumas de suas mais de 2000 aulas. Elas duram de dez a vinte minutos, tempo em que Sal explica de maneira milagrosamente simples fenômenos complexos de quarenta áreas do conhecimento. São aulas cujos temas variam do cálculo da hipoteca de um imóvel à diferença entre os vírus e as bactérias ou que ensinam como os materiais radioativos se desintegram.

Sal usa apenas sua voz e um mouse pad, com que escreve ou desenha os símbolos necessários para se expressar. O nível de dificuldade vai dos primeiros anos do ensino fundamental, abrangendo operações básicas de soma e subtração, ao MBA, com lições sobre venture capital e as flutuações no preço do ouro. Diz Sal: “Meus professores eram enfadonhos. Dou aulas como as que gostaria de ter tido.

À primeira vista, suas aulas não parecem exatamente atraentes. Na tela do computador, surge a reprodução de uma lousa preta, e ao fundo se ouve o timbre grave da voz de Sal. Um de seus méritos reside em dirigir-se aos estudantes em uma linguagem didática e compreensível. Outro é oferecer a seus seguidores desafios constantes. Só passa ao nível seguinte quem acerta pelo menos dez exercícios consecutivos, propostos ao cabo de cada lição. O próprio ambiente virtual (ainda que, nesse caso, sem uso de grandes recursos tecnológicos) funciona, por si só, como um poderoso chamariz para as crianças e os jovens que ali navegam. Cada um aprende no seu tempo, repetindo a explicação quantas vezes julgar necessário. “A internet estimula a apreensão de informações de forma autodidata e exerce um magnetismo sobre as novas gerações que não pode mais ser desprezado pelos educadores”, observa José Armando Valente, do núcleo de informática aplicada à educação da Universidade Estadual de Campinas.

A estreia das aulas de Sal na rede deu-se em 2006, de maneira despretensiosa. Na época, ele trabalhava como analista do mercado financeiro e era frequentemente requisitado pelos três primos – de idade entre 10 e 12 anos – para que lhes tirasse dúvidas de matemática. Como eles moravam em cidades diferentes, Sal teve a idéia de começar a produzir, de casa mesmo, vídeos com explicações bem curtas, em estilo já bastante parecido com o das aulas atuais. Punha o material na web via YouTube. Para seu espanto, não apenas os primos mas muitas outras pessoas passaram a acompanhá-lo.

Foi em 2009, já com acessos na casa dos milhões e uma vultosa poupança, que Sal deixou o emprego em um fundo de investimento para dedicar-se exclusivamente ao que se tornara a Khan Academy. Sem fins lucrativos, virou um negócio que ele mantinha apenas com dinheiro próprio até receber um inesperado telefonema de Bill Gates. O fundador da Microsoft foi direto ao ponto: contou que os três filhos, e ele próprio, eram seus “seguidores incondicionais” – e doou à Khan Academy 1,5 milhão de dólares. À revista americana Fortune, Gates disse: “Morro de inveja desse cara. Não consigo ensinar meus filhos como ele faz”. Outra doação veio do Google, que destinou 2 milhões de dólares ao matemático, para que seu site fosse traduzido para pelo menos dez línguas, inclusive português – com prazo até 2012. Parte dos vídeos já recebeu traduções amadoras, que circulam na rede em blogs e sites de estudantes e professores.

O sucesso de Salman Khan é a prova de que o ensino pela internet tem um potencial que ainda não foi utilizado como poderia. Os especialistas atribuem o uso precário que se faz da web na educação ao despreparo dos professores. Alguns dos exemplos de sucesso obtidos em diversas partes do mundo ocorrem quando os mestres vencem suas próprias barreiras e inibições e passam a se sentir mais à vontade no ambiente da internet. Em escolas do Japão ou da Coreia do Sul, os alunos são encorajados a ficar conectados, engajando-se em debates on-line ou fazendo experimentos científicos na rede – em que cada um seja responsável por uma etapa do projeto. No Brasil, o colégio Integral, de Campinas, ainda em regime experimental, distribuiu tablets a estudantes do ensino médio. Os alunos agora discutem geopolítica em rede e compartilham seus esforços na resolução de problemas. Eles foram apresentados às aulas on-line de Sal na Khan Academy. “É uma tentativa de despertar a atenção de jovens que perderam o interesse pelo aprendizado da forma como ele é apresentado na escola – uma instituição que parou do tempo”, avalia o diretor Ricardo Falco.

Sal Khan guarda um traço comum a jovens que, como ele, acumularam dinheiro e desfrutaram certa notoriedade muito cedo: a excentricidade. Toma apenas uma refeição diária (“como os animais que vivem no zoológico”) e faz reuniões de trabalho enquanto se exercita correndo pelas ruas da cidade de Mountain View, na Califórnia, onde mora. “A lógica de Sal é sempre fazer no mínimo duas coisas ao mesmo tempo, com uma empolgação quase infantil”, define o amigo Ariel Poler, 44 anos, fundador de cinco empresas de internet – uma delas vendida à Microsoft. Só recentemente Sal, casado com uma médica e pai de um menino de 2 anos, abandonou um cômodo acanhado de sua casa e instalou sua fundação educacional sem fins lucrativos em uma sala comercial. Contratou sete funcionários, mas ele próprio continua sendo o único responsável pelas aulas invariavelmente ministradas na lousa digital. Ele trabalha oito horas diárias, além daquelas dedicadas a estudar assuntos em que não é especialista – caso da Revolução Francesa, cuja origem é explicada por Sal como o resultado esperado da coexistência de uma maioria de pessoas que trabalham, passam fome e ainda têm de sustentar com impostos alguns poucos “parasitas esnobes que se concedem títulos pomposos”.”
(RENATA BETTI, em reportagem publicada na Revista VEJA – edição 2221 – ano 44 – nº 24, de 15 de junho de 2011).

Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 13 de junho de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de RENAULT CASTRO, Diretor Executivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (Abralatas), que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Economia verde e pobreza

A interação do homem com o meio em que vive é um debate tratado, muitas vezes, como se tivéssemos que parar tudo, evitar qualquer impacto. É verdade que só mais recentemente começamos a ter uma noção mais real da relação entre nossas decisões e suas conseqüências para o meio ambiente. Isso não pode significar, entretanto, bloquear decisões. Devemos, sim, torná-las mais adequadas ao bem-estar geral da sociedade. É esse o significado da expressão “desenvolvimento sustentável”, conceito focal da Rio+20, Conferência das Nações Unidas que será realizada em junho de 2012, no Rio de Janeiro. Com o tema Economia verde, desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza, o evento deixa ainda mais claro que precisamos pensar nosso futuro olhando para todos os lados. Isso dignifica criar postos de trabalho dignos em atividades que colaborem para a redução das emissões de gases de efeito estufa e contribuam para melhorar a qualidade ambiental no planeta.

Há vários formas de gerar empregos verdes e decentes no mundo. Segundo estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a reciclagem é o emprego verde que abriga a maior parte dos postos de trabalho no Brasil. Isso se deve, em grande parte, ao modelo surgido no país com a fabricação das primeiras latas de alumínio, há pouco mais de 20 anos. A própria indústria estimulou, por questões estratégicas, o reaproveitamento da lata. Criou valor sobre o que antes era considerado lixo. Naquele momento, surgiam as primeiras cooperativas de catadores de material reciclado do país. Quando nem se imaginava um debate sobre aquecimento global ou a definição de uma política de resíduos sólidos, um batalhão de brasileiros encontrava, no lixo, uma fonte de renda confiável e sustentável, termo que nem era utilizado na época.

Não há como negar que a base desse interesse estava no valor da sucata de alumínio, o que estimularia a coleta de outros materiais menos valiosos e seria a plataforma para um modelo de reciclagem que é reconhecido em todo o mundo. Entretanto, não houve muita preocupação com o trabalhador, com suas condições de trabalho. Sem melhor alternativa, ele foi, muitas vezes, obrigado a submeter-se a inadequadas condições de trabalho, a levar restos de material para a sua casa, ponde em risco a saúde e a segurança de toda a família. O valor da sucata e a facilidade de coleta acabaram por estimular também o indesejado trabalho infantil. Crianças passaram a colaborar com o orçamento familiar coletando material reciclado, abandonando os estudos e vivendo em meio a todos os tipos de lixo. Hoje, o Brasil ostenta o título de campeão mundial de reciclagem de latas de alumínio. Em 2009, atingimos o surpreendente índice de 98,2% do reaproveitamento dessas embalagens. Mas de que vale este trunfo estatístico se, muitas vezes, ainda convivemos com famílias inteiras trabalhando em condições inaceitáveis, com crianças se arriscando nas ruas para colaborar com a renda familiar?

Para nós, só há sentido no emprego verde se ele realmente representar emprego decente, como defende a OIT. O catador de material reciclado é um parceiro da indústria, que depende dele para ter boa parte da matéria-prima necessária para a produção. São dois lados da mesma moeda, situação eu ficou mais clara com a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ao catador, ele imprescindível da cadeia de embalagens, devem ser dadas todas as condições dignas de trabalho. Isso é responsabilidade que deve ser compartilhada entre setor produtivo e o poder público, com o envolvimento de toda a sociedade. No processo rumo a uma economia de baixas emissões, o trabalho informal precisa dar lugar à formalização. Não há espaço para situações degradantes, trabalho infantil, miséria. São situações que não podem conviver no mundo ideal com que todos sonhamos. E se nosso mundo ideal é o mundo verde, de baixas emissões, então, teremos que construir juntos – indústria, catadores, governo, consumidor – o caminho da sustentabilidade e da erradicação da pobreza.”

Assim, vamos, TODOS, visualizando a real dimensão dos GIGANTESCOS DESAFIOS que exigem, acima de tudo, o INARREDÁVEL compromisso com a EDUCAÇÃO, fonte UNIVERSAL e INESGOTÁVEL das transformações que se nos COLOCAM de maneira VELOZ e EXIGENTE...

Mas, NADA, absolutamente NADA, abate e ARREFECE nosso ÂNIMO e nosso ENTUSIASMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando a construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!.