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quarta-feira, 9 de agosto de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A UNIVERSALIDADE DO EMPREENDEDORISMO E O IMPÉRIO DA LIBERDADE, DA VERDADE E DA JUSTIÇA

“Empreendedorismo ao alcance de todos
        O que você faria se estivesse sozinho em plena floresta amazônica? Mesmo que conhecesse regras de sobrevivência, ali não existem trilhas prontas nem mapas. Você terá de utilizar apenas os recursos e conhecimentos que tem. Deverá estar atento a tudo e tem de descobrir seus próprios caminhos. Essa é a imagem mais próxima que podemos fazer do empreendedor no atual mercado.
         Empreendedorismo não é necessariamente a atitude de criar empresas, mas, acima de tudo, de assumir uma postura ativa e independente na própria carreira. Como conceito essencial, a ação de empreender é o motivador de ideias e projetos que transformam a vida das pessoas e da sociedade. É um compromisso sério com o desenvolvimento de si mesmo e dos demais. Por isso, espírito empreendedor não é simplesmente a coragem para abrir um negócio. Está intimamente ligado à criação de novos produtos e serviços, à descoberta de inusitados nichos de mercado, a maneiras diferentes de trabalhar e de ver as coisas.
         Os verdadeiros empreendedores têm papel vital nos processos produtivos, na criação de riquezas e nos melhoramento da qualidade de vida em geral. São pessoas motivadas, visionárias e obcecadas pela inovação. Têm entusiasmo, brilho nos olhos e percepção apurada. Enxergam oportunidades onde a maioria não vê absolutamente nada. Sempre avançam criando uma teia de colaboradores e sua recompensa, além do lucro, é ver seu sonho realizado.
         Aparte da atual crise de empregos no Brasil, o grande problema que estamos vivendo hoje no universo do trabalho é muito mais uma mudança de modelo mental. Isso pode ser uma situação inexplicável para uma grande maioria de profissionais que continua presa ao passado, na ilusão daquela segurança do tradicional vínculo empregatício. E isso tem ainda maior impacto em milhares de jovens que buscam entrar na vida profissional com essa mesma e enganosa miragem. Infelizmente, não foram educados para ser criadores da própria carreira, mas apenas buscadores de emprego. Sem preparo e uma base mais sólida, saem por aí planfletando currículos na busca de uma vaga e de um salário. Não perceberam que, daqui pra frente, essas oportunidades – tal como vivenciaram nossos pais e avós – serão cada vez mais restritas.
         Nesta complexa e globalizada economia da atualidade, é necessário ter o foco voltado para as emergentes necessidades das pessoas e de grupos sociais específicos, descobrir suas demandas e se antecipar ao que está para acontecer. Isso exige grande percepção, para saber interpretar as informações e estar preparado para aproveitar ou criar oportunidades. É preciso buscar soluções incomuns para questões à nossa volta, encontrar novas ideias para velhos problemas, melhorar a qualidade de vida do mundo atual e futuro. Certo é que sair da mesmice, do previsível, ser original, ousado, visionário está deixando de ser um privilégio de alguns para se tornar a obrigação de todos. Esse é um claro fator de sobrevivência para os profissionais e também para as organizações.
         Com muito acerto afirma o conhecido professor e escritor C. K. Prahalad: “Quando você tem mais aspirações que recursos, o resultado é a inovação. Mas, se você tem mais recursos que aspirações, vai estagnar. Force-se a realizar coisas que você não sabe como como fazer e para as quais não tem recursos suficientes. Prefira sempre aumentar a aspiração em vez dos recursos. Siga o exemplo de Sam Walton, Larry Alison e Bill Gates. Todos começaram com baixos recursos, mas com altas aspirações. E o mais importante: souberam compartilhar suas aspirações. Eis aí a essência do empreendedor”.
         Ter sonhos individuais é essencial, mas isso não significa simplesmente fazer o que se gosta. É bastante diferente de gostar do que se faz. A primeira opção não demanda quase nenhum esforço. Já gostar do que se faz significa exigir-se mais, adaptar-se às necessidades e obrigações, desenvolver competências e motivos que gradualmente transformem o trabalho em uma atividade prazerosa. Para tanto, é preciso descobrir o que mais se liga às nossas qualidades técnicas e humanas, avaliar nossas possibilidades e criar metas viáveis. Depois é dirigir os melhores esforços nessa direção, trabalhando com inteligência, maior produtividade e mais qualidade em tudo o se faz.
         A demanda atual e do futuro é, cada vez mais, por profissionais versáteis com perfil dinâmico, autoliderança, capacidade realizadora e domínio da própria carreira. São aqueles que sabem desempenhar funções diferenciadas e estão constantemente sintonizados com as necessidades do mercado. Com certeza, essa é a síntese essencial do comportamento empreendedor e um passaporte seguro para se chegar ao sucesso.”.

(RONALDO NEGROMONTE. Professor, palestrante e consultor em desenvolvimento de pessoas e organizações, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 23 de julho de 2017, caderno ADMITE-SE CLASSIFICADOS, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 28 de julho de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Escolhas e poderes
        A vida humana está emoldurada por escolhas e poderes que definem a qualidade e o alcance da existência e da cidadania. Tudo depende das escolhas que se faz e, particularmente, de sua assertividade. Também contam os poderes exercidos e a qualidade desse exercício, na medida em que definem a velocidade e os rumos dos processos, com resultados e consequências boas ou nefastas para o bem comum.
         São as escolhas e as decisões que determinam os acertos ou produzem descompassos. E é cada cidadão, inserido na complexidade dessa configuração, o responsável pelos processos que definem a sua condição política e a competência para o exercício dos poderes.
         Assim, as escolhas e os poderes guardam o alcance antropológico e sociocultural do significado da política. Equilibram ou desorganizam os funcionamentos institucionais, promovendo a sua evolução ou atrasando seus processos. Fundamentalmente, tudo depende do exercício competente e qualificado da própria cidadania, tanto quanto da capacidade de exercer o poder que se tem, que se assume ou que é concedido.
         Por sua vez, a envergadura da cidadania e a qualidade da própria existência influenciam as escolhas e o modo de exercer o poder. Isso significa apontar a seriedade e a gravidade das escolhas que são feitas, em diferentes níveis e intensidades. O que se escolhe incide determinantemente sobre processos, vidas, situações e circunstâncias. Faz avançar na direção de metas a serem atingidas ou atrasa conquistas e produz déficits que pesam fortemente sobre o conjunto da sociedade e sobre a vida das pessoas, particularmente as pobres e indefesas.
         Por isso, a política, sendo prática de escolha e exercício de poderes, há de se temperar e fecundar por valores, que se forem desconsiderados lançam a vida social em descompassos, com sérios comprometimentos. Desse modo, apenas o respeito e a consideração a valores fundamentais – verdade, justiça, liberdade e amor – poderão manter o ritmo e a dinâmica, com propriedades capazes de garantir os ordenamentos adequados da vida social e os procedimentos cidadãos qualificados. Esses são valores sociais inerentes à dignidade da pessoa, com propriedades para favorecer o desenvolvimento autêntico e integral. Sem levar em conta e sem investir permanentemente nesses valores, corre-se sempre o risco de escolhas equivocadas ou estreitadas por interesses partidários e cartoriais. Consequentemente, o exercício do poder se prestará a alimentar vaidades, interesses mesquinhos e a perigosa sedução que o poder, em si, submete a alma humana.
         Observamos, na atualidade, que os descompassos são muitos, comprovando a falta de qualificação daqueles que ocupam as várias instâncias de poder, sem se assentar nos trilhos dos valores sociais. Resvalam na direção da mediocridade e da incapacidade de produzir as respostas que deveriam ser convertidas em qualificados serviços, impulsionando a sociedade e suas instituições aos parâmetros esperados.
         Assim, a mediocridade representa um risco tão sério e fermentador, com força para produzir uma miopia capaz de induzir todos – os cidadãos e aqueles que exercem os poderes – a escolhas também medíocres. Enjaulando as pessoas nas bitolas estreitas que inviabilizam respostas novas, mudanças urgentes e instituições inventivas como os tempos atuais exigem, as decisões assentadas nas escolhas medíocres atrasam as reformas que acabam não se fazendo e que não são intuídas na clarividência requerida de novos passos.
         As escolhas e poderes há de fazer seus percursos sobre os trilhos dos valores sociais inegociáveis, para, desse modo, possibilitar práticas capazes de fomentar uma cultura que preze sempre mais os caminhos e pessoas, que leve a respostas novas.
         Um dos valores sociais que é prioritário é o de viver a verdade. À medida que os grupos sociais buscarem resolver os problemas à luz da verdade é que avançarão na direção das escolhas acertadas. Esse é um enorme desafio de nosso tempo, imposto pelas circunstâncias sociais e políticas. Exige-se, desse modo, um grande investimento educativo no sentido de produzir gosto e empenho, em todos, pela busca da verdade.
         A verdade deve alicerçar o valor da liberdade, inerente a todas as pessoas, que só pode ser respeitado e honrado à medida que cada indivíduo é incentivado a realizar sua vocação pessoal e capacitado para discernir e recusar tudo o que possa comprometer a moral. Assim, o valor da justiça, particularmente no momento atual da sociedade, torna-se imprescindível para deter a tendência de se recorrer exclusivamente na direção da “utilidade” e do “ter”.
         Ora, a justiça não é uma simples convenção. O justo é intrínseco ao mais profundo do ser humano. Exige reconhecimento e incondicional respeito. Abre-se, então, o caminho para o amor que ultrapassa estreitamentos e fecunda a capacidade inventiva.
         O grande desafio da sociedade, especialmente nestes tempos de crise, é investir em um qualificado processo educativo capaz de aperfeiçoar as escolhas e o exercício dos poderes.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho/2017 a ainda estratosférica marca de 378,30% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 322,60%; e já o IPCA também no acumulado dos últimos doze meses chegou a 3,00%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        

 



quarta-feira, 25 de abril de 2012

A CIDADANIA, A FORÇA DA INDÚSTRIA E A LIÇÃO DE HARVARD E DO MIT

“Vitamina industrial

Os industriais e muito mais o pessoal do governo, da presidente a seus ministros, se esfalfam para mostrar serviço neste momento em que se tornou evidente o que vem de anos e se agrava desde 2003: a “primarização” da economia, a reboque dos minérios, da agricultura e logo mais do pré-sal, em paralelo com o declínio da indústria.

A ficha caiu, descobrindo a anemia da indústria pelos juros e pela carga tributária, ambos excessivamente elevados, além dos custos da infraestrutura e dos aumentos salariais, com nenhum desses fatores que minaram a competitividade da produção nacional compensado – como se fazia no passado –, pelo câmbio depreciado. O governo acordou.

As providências emergenciais, tipo desoneração tributária da folha de salários, corte de juros, desvalorização cambial e novos aportes do Tesouro para reforçar o crédito subsidiado do BNDES à indústria, são bastante conhecidas. Assim como as sequelas de algumas delas.

É arroz com feijão. Lembra o chefe de polícia francês, no clássico Casablanca, mando prender os “suspeitos de sempre” para distrair os nazistas que ocupavam a cidade e permitir a fuga do amigo Rick.

Estranho é que há exatamente uma semana a presidente Dilma Rousseff foi à Confederação Nacional da Indústria prestigiar o lançamento de um programa, esse sim, grandioso, inovador, sem contraindicação nenhuma e efetivamente destinado a fortalecer a indústria. E... É.

Falar o quê desse lançamento, se nem os interessados, governo e o empresariado, prestaram atenção? Não deviam, porque, se “não há hipótese de o Brasil dar certo sem indústria sem indústria forte”, como Dilma discursou, não será apenas com moeda fraca que ela vai sobreviver.

Alemanha, Japão e Coreia do Sul, potências industriais, serviram-se do câmbio, além de outros estratagemas, para fincar suas raízes fabris. Mas foi com o investimento em educação, em tecnologia de produto e de processos, em laboratórios de testes e com um massivo ensino profissionalizante que construíram os alicerces permanentes de sua indústria. A China está na transição destes dois movimentos.

Os EUA vivem o que é chamado de “renascimento industrial”, graças à inovação, no que sempre foram fortes, e depois de se convencerem de que o setor de serviço, embora grande empregador, não basta para prover as demandas sociais, como Dilma também registrou na CNI.

Inspiração na Alemanha

A iniciativa que deverá oxigenar a produção é o Programa de Apoio à Competitividade da Indústria Brasileira, administrado pelo Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e com dotação de R$ 1,9 bilhão, dos quais R$ 1,5 bilhão fornecidos pelos BNDES.

O programa tem duas frentes. A primeira é voltada à prestação de serviços técnicos às indústrias em nível nacional, com a criação de 38 Institutos Senai de Tecnologia (IST), atuando em ensaios, testes laboratoriais para aferir a qualidade de produtos e metrologia.

Ao lado dessa rede, surgirão 23 Institutos Senai de Inovação (ISI) inspirados no Fraunhofer, da Alemanha, o maior centro de pesquisas aplicadas da Europa, trabalhando com todo tipo de demanda – de testes de resistência de materiais ao desenvolvimento completo de peças.

Fábricas de tecnologias

O ISI, tal qual seu similar alemão, será uma espécie de fábrica de projetos, ampliando o potencial de inovação das empresas, sobretudo de menor porte, que até então só podiam dispor do licenciamento de tecnologias. Agora, poderão desenvolvê-las com o supor do Senai.

Dos 23 ISI, nove serão voltados à produção, quatro para materiais e componentes, um para microeletrônica, um para defesa e assim por diante. Às duas estruturas, dos 38 IST e 23 ISI, se adicionam a rede de 53 novos centros de formação profissional até 2014, além da compra de 81 unidades móveis de ensino, das quais 50 em operação já este ano onde haja demanda por profissionais qualificados e não tem escolas fixas do Senai, que atende 2,6 milhões de operários ao ano. A meta: 4 milhões de alunos/ano até 2014 com as 134 novas unidades novas.

Indústria poderá reagir

Embora privado, o projeto começou a tomar forma quando o ministro da Educação, Aloízio Mercadante, soube do Fraunhofer quando estava na pasta da Ciência e Tecnologia e entusiasmou Dilma com a ideia de replicar o sucesso alemão no Brasil. O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, evangelista incansável da inovação tecnológica, abraçou a iniciativa e a CNI trabalhou para estar à frente dela.

“O programa abre o início do processo de reação da indústria”, diz Coutinho. Sem falha na implantação, o país entrará num clube seleto – o da inovação, principal vacina contra males da competitividade, de moeda forte a custo salarial alto. Isso é política industrial.”
(ANTÔNIO MACHADO, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22 de abril de 2012, Caderno ECONOMIA, coluna BRASIL S/A, página 19).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 11 de abril de 2012, Caderno POLÍTICA, página 5, de autoria de ELIO GASPARI, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“O que é que Harvard e o MIT têm?

Ontem a doutora Dilma esteve em duas das melhores universidades do mundo, Harvard e o Massachussetts Institute of Technology. Uma nasceu em 1686, de uma doação de um pastor/taverneiro. A outra veio da iniciativa de um grupo de homens de negócios de Boston.

No início do século passado o MIT ganhou vigor com o patrocínio de George Eastman, uma espécie de Steve Jobs de seu tempo. Se um criou o iPhone, o outro popularizou as máquinas fotográficas Kodak.

As duas instituições devem muito aos projetos de pesquisa financiados pelo governo, mas nada devem à burocracia pedagógica de Washington. Pelo contrário, Harvard e o MIT influenciam as políticas educacionais do país. Graças à filantropia do andar de cima e à qualidade da gestão de seus patrimônios, as duas têm um ervanário de US$ 42 bilhões.

O Brasil pode ser beneficiado por um movimento renovador do ensino superior. A doutora Dilma quer dobrar o tamanho da melhor escola de engenharia do país, o Instituto Tecnológico da Aeronáutica. Do ITA saiu a Embraer, cujo faturamento atual equivale a 102 anos do orçamento da escola. Em São Paulo, com o apoio de empresários, o Insper anunciou que em 2015 abrirá uma faculdade de engenharia voltada para a produção. É bom, mas ainda falta.

O Brasil tem 36 bilionários em dólares na lista da Forbes. Juntando-se os donos das grandes empreiteiras e os homens do agronegócio que escaparam ao radar da revista, passam de 50. Juntos, têm pelo menos US$ 200 bilhões, mas só uns vinte patrocinam filantropias relevantes.

Nos Estados Unidos o nome de Andrew Carnegie, que foi o homem mais rico do mundo, não está associado à ruína da vida dos operários de suas minas e siderúrgicas, mas às doações que fez. Ele dizia: “Quem morre rico morre desgraçado.” Em vida, acumulou algo como US$ 200 bilhões em dinheiro de hoje. Quando morreu, 1919, distribuíra US$ 150 bilhões, criando escolas técnicas e bibliotecas. Bill Gates deixou de ser o sujeito que cobra caro pelo Windows. Em vez de ser conhecido pelo que ganha, tornou-se notável pelo que dá. Ele já distribuiu algo como US$ 30 bilhões.

Os magnatas brasileiros podem se juntar, oferecendo ao país duas grandes escolas, mais uma de engenharia e outra de medicina. Com folga, R$ 500 milhões pagam essa conta. Ou seja, R$ 10 milhões de cada um.

A avareza da plutocracia nacional é uma explicação insuficiente. Ela não doa porque sabe quanto custa ganhar um dinheiro que, passando pelo governo ou por instituições semioficiais, acaba malbaratado. Em 1930, Eufrásia Teixeira Leite, uma grande mulher, que namorou Joaquim Nabuco e multiplicou uma herança do baronato do café, deixou sua fortuna para educar e assistir pobres de Vassouras. Em dinheiro de hoje, seriam pelo menos R$ 170 milhões. Cadê? Restam um centro de tecnologia de alimentos e poucas lembranças.

O dinheiro de Eufrásia sumiu porque ela amarrou mal sua gestão. Os bilionários de hoje podem blindar suas doações, como fizeram os americanos. De quebra, melhorarão a qualidade da memória nacional, pois nela há mais nomes de grandes bandidos, como Lampião e Chico Picadinho, do que de grandes empresários admirados pela benemerência.”

Eis, portanto, mais páginas contendo IMPORTANTES e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam, em meio à MAIOR crise de LIDERANÇA de nossa HISTÓRIA – que é de MORAL, de ÉTICA, de PRINCÍPIOS, de VALORES –, para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nossas estruturas EDUCACIONAIS, GOVERNAMENTAIS, JURÍDICAS, POLÍTICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS, FINANCEIRAS e AMBIENTAIS, de modo a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, CIVILIZADAS, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Assim, torna-se URGE ainda a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas) até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado);

b) o COMBATE, implacável e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais DEVASTADORES inimigos que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de forma a manter-se em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, como um CÂNCER a se espalhar por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS e INTOLERÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES, também ocasionando INESTIMÁVEIS perdas e danos, inquestionavelmente IRREPARÁVEIS;

c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ASTRONÔMICO e INSUPORTÁVEL desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÃO e REFINANCIAMENTOS, igualmente a exigir uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Desse modo, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que DILAPIDA o já escasso DINHEIRO PÚBLICO, MINA a nossa ECONOMIA e a nossa capacidade de INVESTIMENTO e de POUPANÇA e, mais GRAVE ainda, AFETA a confiança em nossas INSTITUIÇÕES, negligenciando a JUSTIÇA, a VERDADE, a HONESTIDADE e o AMOR da PÁTRIA, ao lado de extremas e crescentes DEMANDAS, NECESSIDADES, CARÊNCIAS e DEFICIÊNCIAS, que aumenta o fosso das desigualdades SOCIAIS e REGIONAIS, nos afastando cada vez mais dos sagrados objetivos constitucionais...

São, e bem o sabemos, GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de maneira alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, CIVILIZADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS e generosas RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos e que contemplam EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO+20) em junho; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um POSSÍVEL e NOVO mundo, da JUSTIÇA, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e da FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA... e PERSEVERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...





quarta-feira, 15 de junho de 2011

A CIDADANIA, A ECONOMIA VERDE, A POBREZA E OS APLAUSOS POR MÉRITOS

“SÓ APLAUSOS!


O extraordinário sucesso de um jovem matemático do MIT mostra como a internet pode ser uma poderosa ferramenta para o ensino - e revolucionar a maneira como as pessoas assimilam conhecimento

Diante de uma plateia formada por alguns dos mais bem-sucedidos empresários do Vale do Silício, na Califórnia, o americano descendente de indianos Salman Khan, 34 anos, recebeu aplausos especialmente efusivos vindos de um canto do auditório. O espectador mais entusiasmado era Bill Gates, fundador da Microsoft, que subiu ao palco para dizer que o jovem à sua frente estava dando uma contribuição decisiva para a utilização da internet na educação. Formado em matemática, ciência da computação e engenharia elétrica pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Sal, como ficou mais conhecido, é o fenômeno atual da internet, digamos séria. O site da Khan Academy (www.khanacademy.org) está chegando aos 60 milhões de acessos de pessoas interessadas em assistir gratuitamente a algumas de suas mais de 2000 aulas. Elas duram de dez a vinte minutos, tempo em que Sal explica de maneira milagrosamente simples fenômenos complexos de quarenta áreas do conhecimento. São aulas cujos temas variam do cálculo da hipoteca de um imóvel à diferença entre os vírus e as bactérias ou que ensinam como os materiais radioativos se desintegram.

Sal usa apenas sua voz e um mouse pad, com que escreve ou desenha os símbolos necessários para se expressar. O nível de dificuldade vai dos primeiros anos do ensino fundamental, abrangendo operações básicas de soma e subtração, ao MBA, com lições sobre venture capital e as flutuações no preço do ouro. Diz Sal: “Meus professores eram enfadonhos. Dou aulas como as que gostaria de ter tido.

À primeira vista, suas aulas não parecem exatamente atraentes. Na tela do computador, surge a reprodução de uma lousa preta, e ao fundo se ouve o timbre grave da voz de Sal. Um de seus méritos reside em dirigir-se aos estudantes em uma linguagem didática e compreensível. Outro é oferecer a seus seguidores desafios constantes. Só passa ao nível seguinte quem acerta pelo menos dez exercícios consecutivos, propostos ao cabo de cada lição. O próprio ambiente virtual (ainda que, nesse caso, sem uso de grandes recursos tecnológicos) funciona, por si só, como um poderoso chamariz para as crianças e os jovens que ali navegam. Cada um aprende no seu tempo, repetindo a explicação quantas vezes julgar necessário. “A internet estimula a apreensão de informações de forma autodidata e exerce um magnetismo sobre as novas gerações que não pode mais ser desprezado pelos educadores”, observa José Armando Valente, do núcleo de informática aplicada à educação da Universidade Estadual de Campinas.

A estreia das aulas de Sal na rede deu-se em 2006, de maneira despretensiosa. Na época, ele trabalhava como analista do mercado financeiro e era frequentemente requisitado pelos três primos – de idade entre 10 e 12 anos – para que lhes tirasse dúvidas de matemática. Como eles moravam em cidades diferentes, Sal teve a idéia de começar a produzir, de casa mesmo, vídeos com explicações bem curtas, em estilo já bastante parecido com o das aulas atuais. Punha o material na web via YouTube. Para seu espanto, não apenas os primos mas muitas outras pessoas passaram a acompanhá-lo.

Foi em 2009, já com acessos na casa dos milhões e uma vultosa poupança, que Sal deixou o emprego em um fundo de investimento para dedicar-se exclusivamente ao que se tornara a Khan Academy. Sem fins lucrativos, virou um negócio que ele mantinha apenas com dinheiro próprio até receber um inesperado telefonema de Bill Gates. O fundador da Microsoft foi direto ao ponto: contou que os três filhos, e ele próprio, eram seus “seguidores incondicionais” – e doou à Khan Academy 1,5 milhão de dólares. À revista americana Fortune, Gates disse: “Morro de inveja desse cara. Não consigo ensinar meus filhos como ele faz”. Outra doação veio do Google, que destinou 2 milhões de dólares ao matemático, para que seu site fosse traduzido para pelo menos dez línguas, inclusive português – com prazo até 2012. Parte dos vídeos já recebeu traduções amadoras, que circulam na rede em blogs e sites de estudantes e professores.

O sucesso de Salman Khan é a prova de que o ensino pela internet tem um potencial que ainda não foi utilizado como poderia. Os especialistas atribuem o uso precário que se faz da web na educação ao despreparo dos professores. Alguns dos exemplos de sucesso obtidos em diversas partes do mundo ocorrem quando os mestres vencem suas próprias barreiras e inibições e passam a se sentir mais à vontade no ambiente da internet. Em escolas do Japão ou da Coreia do Sul, os alunos são encorajados a ficar conectados, engajando-se em debates on-line ou fazendo experimentos científicos na rede – em que cada um seja responsável por uma etapa do projeto. No Brasil, o colégio Integral, de Campinas, ainda em regime experimental, distribuiu tablets a estudantes do ensino médio. Os alunos agora discutem geopolítica em rede e compartilham seus esforços na resolução de problemas. Eles foram apresentados às aulas on-line de Sal na Khan Academy. “É uma tentativa de despertar a atenção de jovens que perderam o interesse pelo aprendizado da forma como ele é apresentado na escola – uma instituição que parou do tempo”, avalia o diretor Ricardo Falco.

Sal Khan guarda um traço comum a jovens que, como ele, acumularam dinheiro e desfrutaram certa notoriedade muito cedo: a excentricidade. Toma apenas uma refeição diária (“como os animais que vivem no zoológico”) e faz reuniões de trabalho enquanto se exercita correndo pelas ruas da cidade de Mountain View, na Califórnia, onde mora. “A lógica de Sal é sempre fazer no mínimo duas coisas ao mesmo tempo, com uma empolgação quase infantil”, define o amigo Ariel Poler, 44 anos, fundador de cinco empresas de internet – uma delas vendida à Microsoft. Só recentemente Sal, casado com uma médica e pai de um menino de 2 anos, abandonou um cômodo acanhado de sua casa e instalou sua fundação educacional sem fins lucrativos em uma sala comercial. Contratou sete funcionários, mas ele próprio continua sendo o único responsável pelas aulas invariavelmente ministradas na lousa digital. Ele trabalha oito horas diárias, além daquelas dedicadas a estudar assuntos em que não é especialista – caso da Revolução Francesa, cuja origem é explicada por Sal como o resultado esperado da coexistência de uma maioria de pessoas que trabalham, passam fome e ainda têm de sustentar com impostos alguns poucos “parasitas esnobes que se concedem títulos pomposos”.”
(RENATA BETTI, em reportagem publicada na Revista VEJA – edição 2221 – ano 44 – nº 24, de 15 de junho de 2011).

Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 13 de junho de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de RENAULT CASTRO, Diretor Executivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (Abralatas), que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Economia verde e pobreza

A interação do homem com o meio em que vive é um debate tratado, muitas vezes, como se tivéssemos que parar tudo, evitar qualquer impacto. É verdade que só mais recentemente começamos a ter uma noção mais real da relação entre nossas decisões e suas conseqüências para o meio ambiente. Isso não pode significar, entretanto, bloquear decisões. Devemos, sim, torná-las mais adequadas ao bem-estar geral da sociedade. É esse o significado da expressão “desenvolvimento sustentável”, conceito focal da Rio+20, Conferência das Nações Unidas que será realizada em junho de 2012, no Rio de Janeiro. Com o tema Economia verde, desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza, o evento deixa ainda mais claro que precisamos pensar nosso futuro olhando para todos os lados. Isso dignifica criar postos de trabalho dignos em atividades que colaborem para a redução das emissões de gases de efeito estufa e contribuam para melhorar a qualidade ambiental no planeta.

Há vários formas de gerar empregos verdes e decentes no mundo. Segundo estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a reciclagem é o emprego verde que abriga a maior parte dos postos de trabalho no Brasil. Isso se deve, em grande parte, ao modelo surgido no país com a fabricação das primeiras latas de alumínio, há pouco mais de 20 anos. A própria indústria estimulou, por questões estratégicas, o reaproveitamento da lata. Criou valor sobre o que antes era considerado lixo. Naquele momento, surgiam as primeiras cooperativas de catadores de material reciclado do país. Quando nem se imaginava um debate sobre aquecimento global ou a definição de uma política de resíduos sólidos, um batalhão de brasileiros encontrava, no lixo, uma fonte de renda confiável e sustentável, termo que nem era utilizado na época.

Não há como negar que a base desse interesse estava no valor da sucata de alumínio, o que estimularia a coleta de outros materiais menos valiosos e seria a plataforma para um modelo de reciclagem que é reconhecido em todo o mundo. Entretanto, não houve muita preocupação com o trabalhador, com suas condições de trabalho. Sem melhor alternativa, ele foi, muitas vezes, obrigado a submeter-se a inadequadas condições de trabalho, a levar restos de material para a sua casa, ponde em risco a saúde e a segurança de toda a família. O valor da sucata e a facilidade de coleta acabaram por estimular também o indesejado trabalho infantil. Crianças passaram a colaborar com o orçamento familiar coletando material reciclado, abandonando os estudos e vivendo em meio a todos os tipos de lixo. Hoje, o Brasil ostenta o título de campeão mundial de reciclagem de latas de alumínio. Em 2009, atingimos o surpreendente índice de 98,2% do reaproveitamento dessas embalagens. Mas de que vale este trunfo estatístico se, muitas vezes, ainda convivemos com famílias inteiras trabalhando em condições inaceitáveis, com crianças se arriscando nas ruas para colaborar com a renda familiar?

Para nós, só há sentido no emprego verde se ele realmente representar emprego decente, como defende a OIT. O catador de material reciclado é um parceiro da indústria, que depende dele para ter boa parte da matéria-prima necessária para a produção. São dois lados da mesma moeda, situação eu ficou mais clara com a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ao catador, ele imprescindível da cadeia de embalagens, devem ser dadas todas as condições dignas de trabalho. Isso é responsabilidade que deve ser compartilhada entre setor produtivo e o poder público, com o envolvimento de toda a sociedade. No processo rumo a uma economia de baixas emissões, o trabalho informal precisa dar lugar à formalização. Não há espaço para situações degradantes, trabalho infantil, miséria. São situações que não podem conviver no mundo ideal com que todos sonhamos. E se nosso mundo ideal é o mundo verde, de baixas emissões, então, teremos que construir juntos – indústria, catadores, governo, consumidor – o caminho da sustentabilidade e da erradicação da pobreza.”

Assim, vamos, TODOS, visualizando a real dimensão dos GIGANTESCOS DESAFIOS que exigem, acima de tudo, o INARREDÁVEL compromisso com a EDUCAÇÃO, fonte UNIVERSAL e INESGOTÁVEL das transformações que se nos COLOCAM de maneira VELOZ e EXIGENTE...

Mas, NADA, absolutamente NADA, abate e ARREFECE nosso ÂNIMO e nosso ENTUSIASMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando a construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!.