“Habilidade
de negociação como vantagem competitiva
Criar o próprio negócio e
conduzi-lo ao sucesso não é nada fácil. Além de criatividade, expertise na área
e habilidades gerenciais, o empreendedor precisa conhecer técnicas de
comunicação e relacionamento com terceiros. Afinal, sozinho não se chega a
lugar nenhum. E, quando se trata de interações interpessoais, é muito comum nos
depararmos com interesses divergentes. E a forma como lidamos com eles é
decisiva tanto para o futuro do negócio quanto para nosso próprio
desenvolvimento pessoal.
A
necessidade de negociar se faz presente em diversas esferas da vida. Tanto em
simples barganhas no supermercado quanto em transações comerciais complexas
temos que nos preocupar em nos conciliar nossos objetivos com os dos
interlocutores. Buscando equilibrar os momentos de concessão com aqueles de
prevalência dos nossos próprios interesses.
As
grandes fusões empresariais, por exemplo, são frutos de longos processos de
negociação. Um exercício interessante para refletir sobre o processo de busca
por um consenso que atenda aos interesses de duas partes distintas é pensar
sobre momento como, por exemplo, o da primeira reunião entre representantes de
Fiat Chrysler e Peugeot para discutir seus respectivos termos para a realização
da fusão que movimentou cerca de US$ 50 bilhões em 2019.
A
importância da negociação no mundo corporativo é ainda mais evidente em
transações complexas, mas vai muito além dos empreendedores. Todos os líderes,
gestores e profissionais eventualmente se deparam com situações de conflitos de
interesse em que suas habilidades são postas à prova. Por isso, é fundamental
que, além de serem constantemente aprimoradas, as habilidades de negociação
sejam levadas em consideração na hora de construir as equipes de trabalho.
Mas como
se tornar um bom negociador de fato? A verdade é que se trata de um fenômeno
complexo, sendo inclusive objeto de estudo em instituições acadêmicas.
Atualmente existem diversos cursos de capacitação para quem deseja se
aprofundar e se especializar na área. Trata-se de uma habilidade que pode ser
aprimorada por meio de práticas simples, aplicáveis no dia a dia.
Saber
ouvir o interlocutor, entender seu contexto e suas necessidades para avaliar
como sua proposta se encaixa é a regra número 1. Também é preciso ser
transparente e objetivo, para conquistar a confiança e garantir a realização de
novas negociações no futuro. Além disso, estar disposto a fazer concessões é
essencial. Afinal, o ideal é que o acordo traga benefícios a ambas as partes.
Trata-se
de uma habilidade que merece ser valorizada. Ter capacidade de negociar com
interlocutores diversos pode abrir inúmeras portas, desde que seja sempre
aplicado o princípio de manter a cortesia e o respeito entre as partes
envolvidas.”.
(Matheus Vieira
Campos. Coordenador regional da Câmara Americana de Comércio de Belo
Horizonte (Amcham_BH).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com,
edição de 17 de julho de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo
Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e
que merece igualmente integral transcrição:
“Lei,
hábitos, inovação
Há consenso que a
pandemia da Covid-19 aponta para a necessidade de mudanças. Os esgotamentos de
modelos econômicos, político-culturais e até religiosos ameaçam a Casa Comum,
sacrificam, de modo criminoso, o meio ambiente. Com a pandemia, percebe-se, com
mais clareza, a velocidade impressionante com que esses sacrifícios impactam,
frontalmente, todas as pessoas, em cada lugar do planeta. Novas respostas aos
muitos desafios contemporâneos são urgentes e, hoje, o que se tem, é a
expectativa definida por uma expressão recentemente formulada: a chegada de um
“novo normal”. E a recorrência dessa expressão, em muitos discursos, consolida,
cada vez mais, um importante entendimento: não haverá retorno ao que se chamava
de “normalidade”.
Para se
viver o “novo normal”, muitas lições devem ser aprendidas – não apenas cultivar
convicções morais em uma perspectiva conceitual, mas traduzi-la com a adoção de
um novo estilo de vida. Sem essa mudança, o mundo continuará a pagar alto
preço, agravadas pela fragilidade que toma conta das instâncias governamentais.
Nessas instâncias, faltam gestores comprometidos com um sólido humanismo e
capazes de aproveitar, mesmo que minimamente, os avanços científicos e
tecnológicos da contemporaneidade para promover novos passos civilizatórios.
Diversos setores – a exemplo dos contextos acadêmicos, científicos e religiosos
– estão desafiados a alcançar nova epistemologia capaz de qualificar a
cidadania, possibilitando adequado discernimento ético-moral sobre práticas e
sistemas políticos.
Na
ausência de adequadas mudanças, permanecem os colapsos agravados nos últimos
meses com a pandemia, não somente nos sistemas de saúde, por falta de solidez,
mas também na dimensão normativa que rege a sociedade. Há orientações
conflituosas, pouco eficazes, vindas de diferentes esferas do poder público.
Uma situação que constitui verdadeiro “bate cabeça” entre autoridades: falta
diálogo entre instâncias de decisão, o que, consequentemente, inviabiliza a
abertura de novos ciclos capazes de superar a atual situação de caos. O momento
torna-se ainda mais grave porque valores inegociáveis da democracia,
indispensáveis para promover o bem comum, sofrem atentados. Uma realidade
triste, que pede o fortalecimento do coro dos lúcidos, capaz de impedir
escolhas obscurantistas, antes que seja tarde. O sistema legal precisa avançar
neste momento para socorrer a democracia e todos os valores e princípios que
não podem desaparecer. Imprescindível também é configurar o tecido cultural e
os hábitos, de modo a superar cenários de exclusão social e desigualdades.
Infelizmente,
há uma lentidão nos necessários processos de mudanças civilizatórias
especialmente urgentes no atual momento. Contribui para essa inércia a
insistência perversa que vem de segmentos sociais que não enxergam nada para
além da lógica do dinheiro. Esses grupos estão na contramão de um novo
humanismo, esperança para superar os desafios estabelecidos pela pandemia e por
outros males. A desafiadora tarefa educativa para se cultivar novos hábitos
precisa, pois, contar com o serviço e a participação de instituições sérias e
credíveis, a serem sempre fortalecidas.
Mudar
mentalidades e promover a adoção de hábitos a partir de uma grande mudança
cultural não é tarefa fácil. Exige cultivar convicções renovadas que levem à
lucidez. A força educativa precisa gerar inspiração para transformar desde
situações simples a realidades mais complexas, com incidência na infraestrutura
da sociedade. É preciso conquistar o que é essencial para se viver
adequadamente e descartar aquilo que ameaça a vida.
As inovações
em campos tecnológicos de alta complexidade precisam inspirar um fenômeno
similar em situações cotidianas até aqui tratadas com displicência, sem clareza
sobre seus impactos no dia a dia. Trata-se de um desafio para a civilização
contemporânea, exigindo adequada resposta de cada contexto social. Todos unidos
em um mutirão para alcançar, ao mesmo tempo, urgentes correções políticas e uma
Lei pedagógica, capaz de promover novos hábitos.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em maio a estratosférica marca de 303,43%
nos últimos doze meses, e a taxa de
juros do cheque especial chegou ainda em históricos 117,06%; e já o IPCA, em
junho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,13%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(ao menos com esta rubrica, previsão de R$
1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito
e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.