“Colaboradores como clientes
Em 2006, a Best Buy, varejista
norte-americana especializada em eletrônicos, criou uma rede social exclusiva
para funcionários. Trata-se de uma plataforma digital chamada Blue Shirt Nation
(BSN), que permite aos colaboradores trocar informações e experiências entre
si. Uma iniciativa ambiciosa, que demandou um considerável investimento
financeiro por parte dos gestores. Mas por que dedicar tamanho esforço a um
projeto restrito ao público interno?
A resposta está no
conceito de endomarketing: estratégia de comunicação interna que visa à
promoção da imagem da empresa perante o público interno, ou seja, os próprios
colaboradores. A ideia é otimizar a produção por meio de ações que promovam
engajamento e motivação, já que a produtividade do negócio tem relação direta
com o nível de satisfação dos funcionários. Pessoas mais felizes formam uma
equipe mais integrada e motivada e, consequentemente, apresentam resultados
melhores. Trata-se de uma relação ganha-ganha, afinal a empresa e o colaborador
crescem juntos.
A estratégia pode
parecer abstrata, mas sua concretização é possível por meio de ações pontuais,
como o reconhecimento dos profissionais com bom desempenho, a promoção de
treinamentos e capacitações, iniciativas de integração entre a equipe,
oferecimento de benefícios complementares e estabelecimento de um plano de
carreira. Além disso, é importante dar visibilidade a essas iniciativas. Uma
prática comum, adotada atualmente, tem sido a produção de vídeos institucionais
que contribuem para a geração de um sentimento de pertencimento.
A utilização do
endomarketing já é uma tendência entre as principais multinacionais do mercado.
Empresas como Toyota e Golden Cross, por exemplo, são referências em
iniciativas que visam promover funcionários a “embaixadores” das marcas. E os
resultados positivos dessa estratégia vão além, uma vez que as práticas
internas ecoam externamente.
A criação de uma
campanha de endomarketing demanda estratégia e criatividade, afinal deve ser
direcionada para os objetivos específicos da organização. No caso da Best Buy,
que tinha elevados índices de rotatividade de profissionais, a implantação da
rede social corporativa foi um sucesso nesse sentido. Após a inauguração da
BSN, o índice de turnover, que mede a rotatividade de colaboradores em uma
empresa, foi reduzido em 50%. O resultado possibilitou economia e demonstrou
uma melhoria valiosa do clima organizacional.
O case da Best Buy
comprova a tese de que a valorização do público interno e a comunicação com
eles são características de uma gestão inteligente, focada em minimizar custos
e aumentar a produtividade. É a certeza de que o colaborador também deve ser
visto como um cliente.”.
(Matheus Vieira Campos.
Coordenador regional da Câmara Americana de Comércio de Belo Horizonte
(Ancham-BH), em artigo publicado no jornal O
TEMPO Belo Horizonte, edição de 9 de novembro de 2019, caderno OPINIÃO, página 21).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho
de Mobilização para a Excelência
Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 08 de novembro de 2019, de
autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente
integral transcrição:
“Imagens e sons de cada dia
Imagens e sons configuram a memória –
alicerce de experiências, armazém de valores e princípios que sustentam a vida;
articulam as conexões que configuram o tecido ético-moral indispensável no
exercício da cidadania. Com imagens e sons o mundo se faz e se refaz,
recompõe-se e, também, lamentavelmente, se deteriora. Particularmente, a
contemporaneidade se estreita entre os binários das imagens e dos sons de cada
dia. As ciências especializadas e seus pesquisadores alertam sobre as perdas e
os riscos provocados pela forma de se relacionar com as imagens e os sons do
dia a dia – que sustentam ou abalam experiências. Uma singularidade
interessante no complexo âmbito das imagens é o afã na produção de fotos.
Observa-se que a facilidade tecnológica faz de todo mundo um fotógrafo. Muitos
se posicionam atrás da câmera para registrar determinados momentos. E ao se
dedicarem à captação da foto, perdem a essência do importante registro a ser
feito pela memória, fundamental para subsidiar experiências determinantes.
É preciso analisar e calcular as perdas
quando não se vive experiências e, consequentemente, deixa-se de apreender
imagens nas sinapses cerebrais, por priorizar a tarefa de fotografar. Com foco
na câmera, o olhar pode não fazer o giro experiencial que provoca novos
entendimentos, com incidências nas emoções, capazes de qualificar as relações
humanas. Quando busca somente fotografar, o ser humano faz registros, mas
arrisca-se a perder a oportunidade de viver importantes experiências. E os
prejuízos, naturalmente, são muitos, pois a privação da competência
contemplativa, indispensável a todo processo de constituição da interioridade,
leva à perda da qualidade de vida.
A rica e complexa teia das imagens de cada
dia requer contemplação. Do contrário, a vida passa a ser vivida “do lado de
fora”, sem alicerces interiores, o que constitui o risco suicida da desconexão
com a realidade – certamente, uma das razões do crescimento de índices sobre as
desistências de se viver. Outra consequência é a primazia de certa
superficialidade, quando se faz ainda mais necessária uma sólida aptidão humana
para lidar com os muitos desafios contemporâneos. A contemplação é, pois,
indispensável para se alcançar as riquezas conduzidas pelas imagens de cada dia.
Faz-se necessário aprender a contemplar
para que as incalculáveis imagens de cada dia, nos muitos cenários que compõem
a jornada da humanidade, se desdobrem em sabedoria de vida, na competência para
discernimentos e na produção do sentido que alimenta o viver. No educativo e
amplo horizonte da ecologia integral, com indicações para o civilizado
tratamento da Casa Comum, está incluída a orientação de reconhecer a Criação na
beleza singular da natureza – o desenvolvimento de um olhar contemplativo.
Trata-se de oportunidade para se qualificar na arte que produz sentido para
amar e viver. Inscreve-se também na dinâmica dessa contemplação a aprendizagem
para lidar com sons – ouvi-los e produzi-los. Preocupante é a patológica
produção de barulhos que, certamente, escondem, ou ao menos disfarçam,
ansiedades e angústias. Geram certas ilusões, a partir de sensações, mas são
incapazes de superar o vazio existencial.
O mundo
contemporâneo é palco de muitos sons que, na verdade, são barulhos, causam
perturbação e são sinais de pouca civilidade. Esses ruídos muitas vezes
atrapalham o encontro de verdades que só se revelam no indispensável silêncio
para o exercício da escuta. A humildade na avaliação pessoal e familiar, também
na vida em sociedade, permite calcular os comprometimentos resultantes dos
equívocos nas formas de lidar com imagens e sons. Ver muito e enxergar pouco,
conviver com poluição sonora e ser incapaz de escutar são consequências.
Essa inadequada relação com sons e imagens
contribui para consolidar indiferenças diante de graves situações, a exemplo de
cenários em que pessoas esbanjam os bens, têm demais, e até por isso adoecem,
enquanto tantas outras, feridas em sua dignidade, vivem de migalhas. A
incapacidade para lidar com imagens e sons ajuda a perpetuar, desse modo,
injustiças sociais e desigualdades. Por tudo isso, vale investir na
aprendizagem da contemplação, importante caminho na qualificação humana,
espiritual e cidadã.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a ainda estratosférica marca
de 307,82% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 307,58%; e já o IPCA, em
outubro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,54%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria
grega, do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.