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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

A CIDADANIA, A TRAVESSIA DO DESERTO INTERIOR E A CRIATIVIDADE NA BASE DA INOVAÇÃO

“Nos tempos atuais é preciso vencer nossa própria aridez interior
         
         A humanidade precisa ser ajudada a liberar-se da vida comum. Do ponto de vista espiritual, a vida comum é considerada um deserto.
         Por obedecer a padrões estabelecidos pelo estado de consciência da maioria, é uma vida que se caracteriza pela inércia, pela tendência ao acomodamento, pela busca de conforto e de bens materiais, pelo desejo e pela satisfação de vários tipos de apetite.
         Esse deserto, que é a vida de muitos, procura perpetuar estruturas decadentes, desatualizadas. As sensações, sobretudo o prazer, ajudam a manter a consciência aprisionada a esse estado. É uma vida em que as aparências determinam as opções, e não o que está no interior das pessoas, das coisas, dos acontecimentos. Podemos ver esse deserto espelhado nos noticiários diários. Eles ficam na superfície dos fatos, não mostram as causas.
         E desse deserto, essa vida comum, ilude as pessoas, promete-lhes felicidade e bem-estar com base em coisas materiais, em gostos pessoais. E isso é tudo muito mutável, muito fugaz. Quando as pessoas conseguem uma coisa, já querem outra, pois não conhecem sua verdadeira necessidade. Assim, essa vida comum é causa contínua de sofrimentos.
         Quando um indivíduo resolve assumir postura diferente, seguir outra direção, elevar-se, as forças que compõem as estruturas da vida comum tentam dissuadi-lo de sua decisão. As estruturas às quais ele se dedicou tentam retê-lo. Ficam sempre lembrando-lhe o passado, e este costuma exercer, em muitos, grande influência. É conhecida a história bíblica da mulher que se transformou em estátua de sal: ao olhar para trás, cristalizou-se.
         Importante saber que vamos nos libertando desse deserto quando praticamos o desapego. Não importa a que estejamos apegados, procuramos soltar aquilo, libertar-nos e tornar-nos independentes do que nos prende. Que aquilo prossiga, se tiver de prosseguir, mas nós nos desligamos de tudo o que nos detém. Encontramos forças para isso quando buscamos uma meta superior, mesmo que não saibamos exatamente qual é. É por essa meta superior que devemos deixar-nos atrair.
         Para sair desse deserto, seria um engano esperar ajuda do que é instituído. O que é instituído alimenta-se da vida comum, e é instrumento do deserto. Teríamos de ser uma voz diferente em meio a tudo isso.
         Existe um ensinamento, que encontramos na série de livros do Agni Yoga (Fundação Cultural Avatar), que se refere a um tesouro destinado a todos. Na mentalidade comum, crê-se que esse tesouro é dinheiro, que são bens materiais que se tem de perseguir. Mas o Agni Yoga nos diz que esse tesouro é o que há de mais próximo de nós. No deserto da mentalidade comum não se mantém a intenção de ouvir o ensinamento, de encontrar o tesouro. São poucos os que perseveram e que o têm como o mais importante valor em sua vida.
         A humanidade precisa de forte impulso para sair da vida comum. E como ajudá-la a fazer isso, como ser voz no deserto?
         Todo dia encontramos coisas fora do lugar, em desarmonia. Devemos, incansavelmente, colocá-las em ordem. E se as virmos de novo fora do lugar, voltar a ordená-las. Isso é ser voz no deserto: incansavelmente fazer o que é preciso.
         Para a travessia do deserto precisamos contar com a fé. Com paciência, deixamos que se consolide em nós. A fé transforma a aridez.”

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 23 de fevereiro de 2014, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, mesma edição, caderno MEGACLASSIFICADOSADMITE-SE, coluna MERCADO DE TRABALHO, de autoria de RONALDO NEGROMONTE, professor, palestrante e consultor em desenvolvimento de pessoas e organizações, e que merece igualmente  integral transcrição:

“A criatividade como base da inovação
         
         Todas as manhãs, em meio a essa multidão de pessoas que vai para o trabalho, é comum observar em muitas fisionomias uma visível marca de apatia, mau humor e indisposição a tudo que o novo dia espera de nós em compromissos e obrigações. Pelo visto, mesmo em uma sociedade tão marcada pelas novas tecnologias, permanece bem vivo o tradicional preconceito sobre a atividade laboral, nos lembrando aquele velho estigma de que o homem foi castigado com o trabalho. Visão totalmente absurda ainda a ser mudada individual e coletivamente.
         Até porque podemos observar que na natureza tudo é trabalho e atividade. Tudo está em constante transformação e não podemos nos esquecer de que, como seres humanos, também devemos fazer parte desse movimento dinâmico e inteligente da natureza. É exatamente no trabalho que nos tornamos  verdadeiramente ativos, onde dinamizamos nosso tempo, desenvolvemos competências técnicas e comportamentais, ganhamos nosso sustento e formamos um conceito respeitável, progredimos e criamos progresso em todas as áreas.
         O X do problema está em que, quando aprendemos algum tipo de atividade profissional, passamos a utilizar alguns recursos básicos que nos ajudam no dia a dia. E com eles costumamos ficar sem acrescentar ou aperfeiçoar nada. Como naquele chavão: “Não se mexe em time que está ganhando”. Só fazemos alguma mudança quando a realidade ao nosso redor nos pressiona. Mas, no geral, terminamos mesmo é repetindo as técnicas que conhecemos, sempre com as mesmas fórmulas já gastas e que, muitas vezes, já não dão o mesmo resultado. Daí vem a rotina, o desinteresse e aquele desânimo que tira a motivação no trabalho. E a palavra motivação vem de motivos em ação.
         Você precisa ter sempre novos motivos para acionar melhor. É o que pede o dinamismo do atual mercado, no qual recursos antigos estão perdendo rapidamente sua validade. O alerta vem exatamente dos clientes. Cada vez querem um tratamento mais diferenciado, mais atenção às suas necessidades, mais agilidade, mais qualidade nos produtos e serviços, mais vantagens... Tudo mais e com um custo menor. Naturalmente que realizar com sucesso todas essas demandas exige muita criatividade.
         Como capacidade inovadora, a criatividade abre a inteligência para novos e melhores caminhos, para possibilidades além daquelas já utilizadas ou conhecidas. Sai assim do previsível, da mesmice, em busca de soluções inusitadas para as questões diárias e do futuro. Daí se multiplicam os recursos que facilitam a vida em todas as suas projeções, em particular nas atividades profissionais. Por isso, a criatividade se tornou quesito essencial para todos aqueles que querem realmente alcançar melhores níveis de colocação no presente universo do trabalho.
         Para ser alguém realmente criativo é preciso ter uma postura questionadora, gostar de pesquisar e desenvolver competências em áreas múltiplas. Isso exige uma visão independente, ausência de dogmatismos, vivacidade mental, interesse para aprender e também para ensinar técnicas inovadoras. Pessoas criativas não são egoístas, passivas e indiferentes. A contrário, estão sempre interessadas, abertas a novas relações e descobertas. Mostram essa característica atração pelo novo, por mudanças e desafios, além de uma percepção das coisas ao mesmo tempo abrangente e detalhista.
         Os criativos são essencialmente altruístas e que querem interferir no mundo onde vivem de forma positiva. Têm a chamada visão perspectiva ou visão de futuro. É assim que vão delineando esse traço característico de maior autoconfiança, autoliderança, esforço e compromisso com tudo o que fazem. Naturalmente, isso não elimina de seu perfil o toque de leveza, da flexibilidade e do senso de humor, base para a originalidade em sua produções e soluções para os problemas. Daí conseguem encarar com mais naturalidade as dificuldades. Veem o erro como parte do processo de aprendizado e das descobertas. Estão sempre abertos a críticas e sugestões, conseguindo transformar desvantagens em vantagens.
         Por ser todo esse conjunto incomum e diversificado de valores, a criatividade infelizmente permanece como exceção e não uma regra no mundo do trabalho. Pelo contrário, ainda dominam os rotineiros, os repetidores, os previsíveis e até mesmo os que querem se aproveitar das ideias alheias. Daí ganha sentido esta curiosa afirmação do criativo e conhecido sociólogo italiano Domenico de Masi: “Enquanto o burocrata tem razão nove vezes em 10, o criativo erra nove vezes, mas quando acerta uma vez, está abrindo novos caminhos para a humanidade”.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, adequadas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais avassaladores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e intolerável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna- absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...