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sexta-feira, 25 de novembro de 2016

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS FACES DE UMA NOVA POLÍTICA E OS LÍDERES PARA A SUSTENTABILIDADE

“Uma reflexão sobre a reforma política
        É atribuída a Sófocles a expressão “o poder revela o homem”. Aristóteles, ao enveredar por esses caminhos, constrói a narrativa de que o homem é um animal político. Discípulo de Platão, Aristóteles é mais afeito às questões do mundo real que do mundo imaginário. O famoso quadro de Rafael A escola de Atenas, mostra os dois. Enquanto Platão contempla o céu, Aristóteles olha a terra.
É na terra chamada Brasil que há uma urgência de compreensão de uma filosofia prática que nos ajude a olhar o que tem de ser feito hoje em busca do amanhã. Aqueles que exercem o poder precisam saber que tudo passa. Foucault dizia que o poder é processo e não coisa. Que é dinâmico. Que é mutável. O poder em si não existe. O que existe são relações de poder. O poder é um serviço. O poder, sob a égide da ética, é um serviço, que visa ao bem. E, voltando a Aristóteles, o exercício do poder requer virtudes, requer compromisso com o bem-comum.
         A política é uma excelência moral. Recordou, recentemente, o papa Francisco, que “a política é uma elevada forma de caridade”. Mas por que então essa aversão à política? O político é aquele que deixa os seus interesses próprios por compreender que é preciso cuidar do todo, do coletivo. É o que renuncia a uma parte da própria vida para cuidar de tantas outras. Mas são essas outras vidas que hoje não querem os políticos. Por quê? Fala-se em reforma política. E não é de hoje. É razoável um país ter mais de 35 partidos políticos e outros 50 em pedidos de registro? O que é um partido político?
         Na teoria, é uma parte da sociedade que comunga de ideias e que se une para governar com base nesses princípios. É por isso que os partidos têm documentos, têm compromissos. São diferentes uns dos outros. Mas com essa quantidade de partidos será possível identificar a diferença entre eles? O que pensam? Como agirão se estiverem no governo? Como agem os legislativos?
         Há outras questões. Os partidos têm processos internos democráticos ou têm donos? Como são financiados? Como usam esses recursos? Um vereador de uma cidade do interior e um prefeito de uma outra cidade, de um outro canto do país, do mesmo partido, têm projetos comuns? Evidentemente, as pessoas são diferentes, mas se estão no mesmo partido é porque há algo que as une. Ou não? E as coligações? Respeitam quais fundamentos? Buscam quais objetivos?
         A proibição do financiamento empresarial foi um passo importante. Por que não ir além? Se as campanhas forem financiadas apenas com recursos públicos, haverá maior liberdade para que os eleitos possam agir, respeitando os princípios do próprio partido. Com menos partidos, isso será possível?
         O poder revela o homem. Revela se o homem está maduro ou não para o seu exercício. Se tem serenidade ou se busca o aplauso fácil. Seja um juiz, seja um promotor, um deputado, um ministro, um governador, um prefeito, cada um exerce o poder. E a forma de exercê-lo será exemplo correto ou incorreto para os que hoje não se sentem representados, nem ouvidos, e, talvez por isso, rejeitam a política e o poder.”.

(GABRIEL CHALITA. Presidente da Academia Paulista de Letras, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 10 de novembro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 11 de novembro de 2016, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Painel de escolhas
        O painel de escolhas que afetam e desafiam a subjetividade humana no mundo contemporâneo, é de tamanho imensurável. Essa realidade oferece novas possibilidades para discernimentos, mas, ao mesmo tempo, os tornam ainda mais complexos. Uma complexidade que incide também nas relações entre grupos, pessoas e sociedades. É muito forte o fluxo da cultura globalizada, que, sem deixar de apresentar novos valores e possibilidades, produz fragmentações e fragilidades, processos que, frequentemente, desqualificam subjetividades. Por isso, são urgentes as medidas que permitam recuperar a interioridade humana.
         A carência de líderes capazes de conduzir processos sociais, culturais, políticos e religiosos com propriedade para dar novos rumos à sociedade é consequência dessa fragilidade no âmbito da subjetividade, enfraquecido nas dimensões humana e espiritual. Os desdobramentos são os atrasos nas dinâmicas conjunturais, com a desfiguração e a falência de muitas instituições. Sem líderes e agentes capazes de garantir o adequado funcionamento institucional, é estabelecida uma ambiência confusa, onde as pessoas não reconhecem o próprio papel, o serviço que devem oferecer e as prioridades.
         Diante desse quadro que atinge os recursos humanos, as instituições não conseguem se adequar às necessidades do mundo contemporâneo e, por isso, não são capazes de oferecer contribuições à sociedade. Tornam-se prisioneiras de um tipo de marasmo egoísta que incapacita pessoas, permanentemente indispostas para assumir compromissos e, por isso mesmo, apenas preocupadas em manter o “tempo livre”. Essa situação cria indisposição para posturas altruístas, que requerem dois componentes indispensáveis: a motivação e o objetivo prioritário de se promover o bem do outro.
         A esse marasmo acrescenta-se ainda a ânsia pelos resultados imediatos, um mal contemporâneo. Busca-se uma velocidade que desconsidera os necessários processos para se alcançarem certos objetivos. Essa ansiedade gera sensação de fracasso e de desânimo. Mas grave, ainda, é o pessimismo estéril que precisa ser vencido com um “não” radical. O derrotismo apenas aprisiona as pessoas em uma permanente sensação de desencanto, tornando-as lamurientas. Esse quadro, indiscutivelmente, é reflexo da falta de uma espiritualidade profunda, déficit que gera uma desertificação interior, o apego e a submissão ao que conta menos. Um mal que domina, faz perder a serenidade e a alegria de servir e de participar dos projetos que ajudam a transformar o mundo.
         As instituições, consequentemente, não conseguem agentes capazes de inovar e abrir novas frentes. Apegam-se apenas à manutenção do que já fazem, inviabilizando as dinâmicas capazes de gerar novas respostas. Mesmo reconhecendo a necessidade de caminhos novos, permanecem amarradas a processos pesados. Respondem às “perguntas de hoje” com as “respostas” de ontem.
         Ao se reconhecer a importância dos funcionamentos institucionais, que se alicerçam no agir de cada pessoa, identifica-se uma urgência: investir nas tarefas educativas que deem aos indivíduos a possibilidade de conquistarem uma subjetividade com envergadura humana, espiritual e moral, condição para que se tornem agentes de mudanças e inovações. Ao mesmo tempo, inadiável é a permanente avaliação das dinâmicas institucionais, para que elas não enjaulem as pessoas e os grupos na mediocridade. Assim, é possível romper o “círculo vicioso” que impede o desenvolvimento humano. A superação desses entraves ajudará no surgimento de líderes e agentes com criatividade para oferecer novas respostas à sociedade do atual painel de escolhas.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a ainda estratosférica marca de 475,8% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial  registrou históricos 328,9%; e também no mesmo período, o IPCA acumulado  chegou a 7,87%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...