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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A CIDADANIA E A ECOPEDAGOGIA NA ENFERMAGEM

“Não são necessários estudos sofisticados para perceber que os poupadores, os investidores, os consumidores, os profissionais ou os empregados solidários, éticos ou responsáveis, estão próximos uns dos outros por suas histórias pessoais ou coletivas. Aliás, uma mesma pessoa ou um mesmo grupo com freqüência adotarão todo o leque dos comportamentos econômicos cidadãos. Os militantes da economia cidadã, seja qual for a entrada escolhida, têm uma visão coerente de suas condutas nas diferentes áreas da vida econômica. Todos aspiram inscrever suas ações específicas em um esforço comum para fazer com que uma outra economia surja, uma economia cidadã. Isso significa que esses públicos simpatizantes exigem dos atores coletivos especializados que colaborem e compartilhem suas experiências.”
(HENRI ROUILLÉ D’ORFEUIL, in Economia Cidadã. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002)

Mais uma contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 3 de novembro de 2009, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de MÁRCIA DOS SANTOS PEREIRA, Coordenadora do curso de enfermagem da Universidade Fumec, doutora em ciências da saúde (infectologia e medicina tropical, que merece INTEGRAL transcrição:

Ecopedagogia na enfermagem

Estudiosos da educação afirmam que alunos precisam ser formados para pensar além de suas vidas particulares. É preciso desenvolver nos educandos a consciência crítica e política e capacitá-los teoricamente para atuar de forma ativa na transformação da sociedade. Nessa direção, a proposta curricular do curso de enfermagem, respondendo às exigências do atual contexto, busca refletir sobre a importância do processo educativo em saúde, especialmente sobre sua missão diante de infecções emergentes e reemergentes. Mas nossas metodologias de ensino estão efetivamente preparando enfermeiros para educar a população, promover a saúde e reduzir os índices de doenças infecciosas transmissíveis em nosso país? Com a evolução científica e tecnológica na área de saúde, esperava-se que doenças infecciosas transmissíveis, como dengue e hanseníase, tivessem reduzida sua importância como causa de morbidade e mortalidade da população. No Brasil, apesar de mudanças no perfil de mortalidade, as patologias infecciosas continuam a representar um importante fator de morbidade, sobretudo, pela emergência e reemergência de doenças, como reconhece o próprio Ministério da Saúde.

Na visão de muitos infectologistas, o impacto da exploração do planeta de forma irresponsável impõe estresse, isolamento, competição, degradação da natureza, migrações populacionais, o que tem resultado em desequilíbrio, desarmonia e provocado o surgimento e ressurgimento de doenças, indicando o equívoco humano na busca de acumulação de bens como requisitos para a felicidade e bem-estar. Esse impacto tem sido muito maior em decorrência do predomínio do modelo de atendimento à saúde centrado na doença e no indivíduo e com a aplicação de tecnologias de alto custo. Apesar de não haver consenso entre os teóricos, em linhas gerais, afirma-se que doenças emergentes são doenças novas, desconhecidas da população. São causadas por vírus ou bactérias nunca antes descritos ou por mutação de um vírus já existente. Também é possível que sejam causadas por um agente que só atingia animais, e que agora afeta também seres humanos. Dentro desse conceito, a AIDS aparece como o mais importante exemplo de doença emergente. Já as doenças reemergentes são aquelas já conhecidas e que foram controladas, mas voltaram a apresentar ameaça para a saúde humana. A dengue entre nesse conceito e chegou a ser considerada erradicada.

Consideram-se como causas comuns de emergência e reemergência de doenças infecciosas: crescente número de pessoas vivendo e se deslocando pelo mundo, rápidas e intensas viagens internacionais, superpopulação em cidades com precárias condições sanitárias, aumento da exposição humana a vetores e reservas naturais, alterações ambientais e mudanças climáticas. Ao tratar deste tema, o infectologista Dirceu Greco diz: “Para que se possam controlar as doenças existentes e as emergentes atuais, e aquelas porvir, faz-se necessária a eliminação da pobreza e a acentuação da ética. A ética da correta utilização dos recursos públicos, a priorização de aplicação deles em atividades que beneficiem a maioria da população, principalmente nas áreas da educação, saúde pública e saneamento”.

Na perspectiva de uma pedagogia crítica, não há como nos mantermos distantes da realidade. É necessário mergulhar no mundo dos usuários dos serviços de saúde, partindo de onde eles estão e se situam socialmente. De fato, não é fácil, diante de tantas prioridades, vencer o desafio de, ao mesmo tempo em que se é competente tecnicamente, saber atuar politicamente, quando as condições de trabalho e as injustiças sociais são uma ameaça constante. As dificuldades, entretanto, não podem impedir que profissionais de saúde, principalmente os enfermeiros, saibam atender as necessidades assistenciais da população brasileira, buscando pelo diálogo verdadeiro a essência das situações, sem ficar na superfície ou nas aparências dos problemas apresentados. Assim, especialmente no que se refere ao tema das doenças emergentes e reemergentes, uma das idéias mobilizadoras da atualidade, ou seja, de uma sociedade sustentável, é a da ecopedagogia, voltada não simplesmente para a preservação da natureza, mas para uma nova proposta de civilização, em que estruturas econômicas, sociais e culturais sejam transformadas e cujo objetivo seja a possibilidade de ver emergir ou reemergir, em vez de doenças, uma sociedade mais justa, democrática, ética e feliz.”

Bem assimilada, a LICÃO ora colocada nos remete, em feliz oportunidade, aos mandamentos da nossa CARTA MAGNA que, em expressão clara, nos diz:

“Art. 3º - Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
...........................................................................................”

Assim, no horizonte da COPA DO MUNDO de 2014, da OLIMPÍADA DE 2016 e com bons projetos e “a ética da correta aplicação” dos BILIONÁRIOS INVESTIMENTOS do PRÉ-SAL, podemos promover as NECESSÁRIAS e URGENTES transformações que o PAÍS está a EXIGIR, tornando nossa SOCIEDADE verdadeiramente SAUDÁVEL, LIVRE, JUSTA, SOLIDÁRIA e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDA, em BENEFÍCIO de TODOS os BRASILEIROS e de TODAS as BRASILEIRAS.

O BRASIL TEM JEITO!...

sábado, 17 de outubro de 2009

A CIDADANIA É ALIADA DE DESENVOLVIMENTO E VIDA

“A justaposição em um mesmo quadro globalizado de duas economias diferentes, uma com vocação para se construir em escala mundial, a outra permanecendo enraizada no território, está longe de ser uma questão fácil de resolver para as autoridades públicas. Se quisermos evitar que a economia mais poderosa canibalize a outra, precisamos delimitar um espaço econômico para cada uma das famílias e refletir sobre os mecanismos de regulação que podem equilibrar entre esses dois espaços as chances de desenvolvimento.
(HENRI ROUILLÉ D’ORFEUIL, in Economia Cidadã - Alternativas ao neoliberalismo – Petrópolis, RJ: Vozes, 2002).

Mais uma IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 16 de outubro de 2009, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, com INTEGRAL transcrição:

“Desenvolvimento e vida

A carta encíclica Caridade na Verdade (Caritas in Veritate), a terceira do Pontificado do papa Bento XVI, promulgada em 29 de junho de 2009, festa dos apóstolos Pedro e Paulo, tem provocado uma recepção qualificada nos ambientes científicos, políticos, sociais e eclesiais. Essa receptividade revela a pertinência da temática do desenvolvimento cuja compreensão afeta de modo determinante a vida. A defesa e promoção da vida dependem muito da compreensão e da atuação conseqüente acerca do que se entende por desenvolvimento, que não pode ser tido simplesmente como progresso e aquisições materiais.

Ora, as causas do subdesenvolvimento não são primariamente de ordem material. Suas razões se encontram em outras dimensões do homem. Deixar de considerar os deveres da solidariedade pode provocar desmedidos prejuízos para a vida, reduzindo o desenvolvimento a dimensões muito estreitas no seu entendimento. Não é mais possível admitir teses sobre desenvolvimento sem uma decisiva procura de um humanismo novo que permita ao homem moderno o encontro de si mesmo. Na verdade, no entendimento sobre desenvolvimento no cenário contemporâneo, com as maravilhas dos avanços tecnológicos e com o poder do dinheiro, é um risco suicida não eleger a fraternidade entre os homens e entre os povos como lição sempre primeira desses processos e de seus desdobramentos.

Pode parecer muito distante o lugar da fraternidade e aquele da lógica do dinheiro e das conquistas científico-tecnológicas. Essa distância é responsável pelo comprometimento da qualidade de vida e provoca o crescimento da exclusão, jogando povos, culturas e nações num desumano ostracismo.

A sociedade globalizada, diz o para Bento XVI, torna nações, homens e mulheres mais próximos. No entanto não os faz mais irmãos. Afirma ainda que “a razão por si só é capaz de ver a igualdade entre os homens e estabelecer uma convivência cívica entre eles, mas não consegue fundar a fraternidade. Esta tem origem numa vocação transcendente de Deus Pai, que nos amou primeiro, ensinando-nos por meio do Filho, o que é caridade fraterna”. Está em jogo não simplesmente o que está inscrito nas coisas, nos acontecimentos e nos problemas. Está em questão, em seu pensando o desenvolvimento, o desafio da realização de uma autêntica fraternidade. A fundação dessa fraternidade é relevante para o futuro da humanidade e é forte a exigência de uma disponibilidade grande de todos na compreensão e mobilização em torno da questão e das desafiadoras tarefas de dar aos processos econômicos e sociais metas mais plenamente humanas.

Nesse horizonte, o papa Bento XVI trata, no capítulo V da carta encíclica Caridade na Verdade, a decisiva importância da colaboração da família humana. Afirma que “as pobrezas frequentemente nasceram da recusa do amor a Deus, de uma originária e trágica recusa de reclusão do homem em si próprio, que pensa que se basta a si mesmo ou então que é só um fato insignificante e passageiro, um estrangeiro num universo formado por acaso. O homem aliena-se quando fica sozinho ou se afasta da realidade, quando renuncia a pensar e a crer num fundamento”. Na raiz deste enorme desafio está uma humanidade inteira alienada por entregar-se unicamente a projetos humanos, ideologias e falsas utopias, assevera o papa Bento XVI citando o papa João Paulo II na sua carta encíclica Centesimus annus, de 1991, comemoração do centenário da carta encíclica Rerum novarum, do papa Leão XIII.

Na verdade, a humanidade precisa encontrar o caminho para transformar a facilidade da proximidade que conquistou em verdadeira comunhão. É uma exigência que pode parecer simples e, lamentavelmente, um romantismo para muitos, mas é determinante agora aplicar esforços para que na compreensão do desenvolvimento dos povos seja central o reconhecimento de que são uma só família, promovendo uma verdadeira comunhão e não se limitando simplesmente a viver uns ao lado dos outros. A cooperação da família humana está no âmbito de entendimentos e práticas, com aprofundamento crítico e pertinente, da categoria relação. É preciso dar conta de encaminhar a humanidade para práticas que garantam a conquista do remédio da solidariedade, aquele que cura os males terríveis que estão corroendo a vida humana e o equilíbrio das sociedades. A nova consciência planetária deve chamar-se solidariedade, fazendo do desenvolvimento vida para todos”.

Eis, pois, a necessidade da Mobilização de TODOS para, e principalmente em vista do horizonte da COPA DO MUNDO DE 2014 e das OLIMPÍADAS DE 2016, efetivarmos e CONSOLIDARMOS um BRASIL verdadeiramente JUSTO, LIVRE, DESENVOLVIDO e SOLIDÁRIO, onde TODOS os BRASILEIROS e TODAS as BRASILEIRAS sejam os ABSOLUTOS BENEFICIÁRIOS dos BILIONÁRIOS INVESTIMENTOS previstos e a DISTRIBUIÇÃO EQUÂNIME de nossas INESTIMÁVEIS RIQUEZAS, e assim a colocação definitiva de nosso PAÍS no PÓDIO das NAÇÕES CIVILIZADAS e DESENVOLVIDAS.

É o nosso SONHO, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA...

O BRASIL TEM JEITO!...