Mostrando postagens com marcador Universidade FUMEC. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Universidade FUMEC. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

A CIDADANIA, A EDUCAÇÃO ATRAVÉS DOS JOGOS DE EMPRESAS E OS DESAFIOS DA ACOLHIDA AOS MORADORES DE RUA

“Jogos de empresas para motivar alunos
        Os jogos de empresas, uma atividade secular, têm sido explorados como uma nova alternativa de ensino nas escolas, não apenas como um modismo, mas uma tendência que se expande exatamente por motivar o exercício da tomada de decisão em ambientes complexos e de alta competitividade. Os jogos de empresas proporcionam ao aluno, em cenários que retratam a realidade das empresas, o exercício de papéis similares aos ali existentes, privilegiando o aprender fazendo em um ambiente simulado.
         Acompanhando essa tendência, vários pesquisadores e associações internacionais ligadas ao tema têm discutido a eficácia da utilização desses instrumentos como alternativa de ensino, e os resultados têm demonstrado elevada aceitação, tanto para alunos, quanto professores. Há desafios, sim, principalmente aqueles ligados à motivação dos alunos que, apesar dos jogos simularem uma situação real, nada se compara à emoção e angústia associadas às consequências positivas ou negativas que, no ambiente real, são decorrentes de decisões, via de regra, ancoradas em expectativas futuras.
         Os jogos de empresas, evidentemente, são baseadas em modelos de situações reais e, em razão disso, simplificam a realidade, recortando-a de acordo com as percepções e fins desejados, o que não impede que possam oferecer vivência, apreciação, experimento e reflexão quanto a uma situação real. De alguma forma, o uso de jogos de empresas incorpora à metodologia de ensino uma série de vantagens, tais como: aprendizagem participativa, maior significado pessoal, desenvolvimento de habilidades gerenciais, além de permitir observar atitudes empreendedoras em coordenadores, professores e alunos.
         Em termos de habilidades, a mais significativa é o desenvolvimento de uma postura gerencial integrada, tão necessária no processo de tomada de decisão. Há de se considerar, também, a importância da abordagem sistêmica, importante na gestão empresarial. Outro aspecto relevante refere-se ao tempo e espaço reservados às experiências. Ainda com esses atributos reduzidos, é possível analisar as possíveis consequências de decisões agora tomadas, em termos de resultados e impactos no todo e até em partes da organização. Pode-se praticar aqui, o que já defendia Paulo Freire: “A educação verdadeira é a problematizadora, isto é, aquela que busca o desenvolvimento da capacidade de crítica e de reflexão”.
Há, no entanto, deficiências e limitações, principalmente aquelas relacionadas à motivação e às expectativas dos alunos. Devido à impossibilidade de se inserir a emoção e o risco iminente, alguns alunos consideram essa prática ainda irrelevante. Alerta-se, portanto, para a importância da atuação do professor como mediador da atividade que, por sua natureza dinâmica, necessita de intervenção ocasional com novas ações que possam reavivar a motivação dos alunos. Conclui-se, portanto, que o professor acaba por exercer a função de coordenador da simulação e, por essa razão, deve manter uma postura de facilitador do processo, de forma que os objetivos previamente estabelecidos pelas equipes, sejam continuamente revistos e analisados, de forma racional, até que, possivelmente, sejam atingidos.
Conclui-se, portanto, dentro da linha andragógica onde se encaixam os jogos de empresas como instrumento de aprendizagem, citando aqui um pensamento do filósofo Confúcio, que reforça o objetivo central desse instrumento, que, apesar de secular, tem sido uma inovação na arte de ensinar: “Ouço e esqueço; vejo e recordo; faço e compreendo”.”.

(ANDRÉ LUIZ PIRES DE MIRANDA. Professor da Universidade Fumec, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 16 de agosto de 2015, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 11 de setembro de 2015, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Da rua ao acolhimento
        O Santuário Nossa Senhora da Piedade recebeu uma visita especial nesta semana preparatória para a festa da padroeira de Minas Gerais, celebrada no segundo domingo de setembro, dia 13. Muitos que vivem na rua acolheram o convite e, acompanhados pela Pastoral de Rua da Arquidiocese de Belo Horizonte, peregrinaram ao Santuário. A expressão de um dos peregrinos, ao dizer que por si só        seria impossível chegar ao alto daquela montanha, toca o conjunto dos desafios da vida de todos os enfraquecidos e vítimas da exclusão social.
         São muitas as causas da situação excludente que marca a realidade dessas pessoas – que são cidadãs. Cada um tem sua história, mas no coração de todos há um sonho: a conquista de uma vida minimamente digna, a começar pela superação dos sofrimentos que são consequência da discriminação. A peregrinação desses excluídos da sociedade coloca em evidência a necessidade de posturas mais comprometidas, a exigência da participação de todos os cidadãos, para transformar essa realidade. Comprometimentos que possam estar além de políticas públicas compensatórias e pouco emancipatórias. Iniciativas que, lamentavelmente, surgem mais como argumento eleitoreiro, ou justificativa de opção partidária, ajudando a compor cenários de uma sociedade que não sabe cuidar de seus pobres.
         Os moradores de rua, consideradas as suas condições, são a comprovação de que a alegria falsamente vivida em outros setores da sociedade está ruindo. E, no “salve-se-quem-puder”, acredita-se que o amparo e o bem-estar possam ser alcançados a partir da idolatria ao dinheiro. Porém, como bem sublinha o papa Francisco, na base da crise econômica, está uma séria crise antropológica, a desconsideração da primazia do ser humano. A situação dos moradores de rua, entre tantas outras, é o retrato do desrespeito a essa primazia. Trata-se de fruto da tirania do lucro, lógica que conduz o cidadão à insensatez de, desenfreadamente, procurar ganhar e ajuntar mais, riscando de sua agenda o compromisso da partilha. Trilha-se caminho na contramão da solidariedade, que é remédio para corrigir os descompassos nos funcionamentos da sociedade.
         No centro da situação vergonhosa de exclusão social, torna-se oportuno lembrar o que disse São Vicente de Paulo. Cada pessoa deveria sentir vergonha de si ao encontrar um pobre e miserável. Assim, todos se empenhariam mais no apoio a projetos sociais, trabalhariam para mudanças mais rápidas nos cenários de exclusão que exigem atitudes efetivas de instâncias governamentais, instituições religiosas, academias e das famílias que estão na outra ponta, distantes dos pobres, no esbanjamento. O papa Francisco, com gestos concretos, diante do tratamento inadequado recebido pelos migrantes no contexto europeu, pede a atitude cidadã de se estender a própria mão. Apresentar ofertas que efetivamente produzam diferenças nesses quadros que compõem a crise humanitária, mais grave do que a econômica.
         A peregrinação dos moradores de rua ao Santuário Nossa Senhora da Piedade e a acolhida a eles oferecida constituem profética e interpelativa cena, formada pela magnífica arquitetura divina e a presença dos esquecidos, os mais pobres. Um cenário que mostra a urgência de se promover a inclusão, com inventividade e coragem. Pode-se começar, justamente, pela escuta dos corações de quem é excluído. Eles guardam sabedorias que, retomadas e assimiladas, podem apontar o caminho de saída dessa grave crise humanitária e antropológica.
         Oportuno é deixar-se envolver pela presença abandonada dos moradores de rua. Convidá-los para estarem nas salas das escolas e universidades, dos escritórios, nas cortes, nas igrejas, nas mesas das famílias e nos recintos de festa. Assim, se investe na criação de uma nova sensibilidade que fortalecerá a cultura humanística. Chovia e fazia frio no dia da peregrinação dos moradores de rua ao santuário da Padroeira de Minas Gerais. Um disse que não se importava, pois ali era o céu. O céu pelo acolhimento dado, por ter experimentado o gosto gostoso de saber-se igual e digno na casa da Mãe da Piedade, a casa de clemência. A sociedade precisa viver um novo tempo: de acolher, ouvir, partilhar, renunciar e oferecer, a partir de gestos corajosos e proféticos, simples, singulares ou sistêmicos. É hora de clemências!”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a estratosférica marca de 395,3% ao ano... e mais, em julho, o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 9,56%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

     c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”  
  
     



quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A CIDADANIA, A CRIAÇÃO DE LÍDERES E A GESTÃO DE DESASTRES

“O desafio de criar líderes

A qualidade do desempenho de uma organização, bem como suas perspectivas de crescimento sustentável, depende fundamentalmente da quantidade de profissionais talentosos que estão a bordo e, principalmente, dos líderes que é capaz de formar.

Os líderes desempenham papéis-chave nas organizações por funções críticas, como atuar como catalisadores de mudanças, traduzir a visão estratégica em ações efetivas e tomar decisões que impactam de forma definitiva no sucesso do negócio. À medida que o ambiente de negócios se torna mais complexo e imprevisível, o papel dos líderes, em todas as dimensões hierárquicas, adquire maior relevância.

De acordo com Ram Charan, um dos papas da gestão, “uma forte liderança faz com que uma boa empresa seja ainda melhor, da mesma forma que, com certeza, uma fraca liderança reduz o seu potencial e, com o tempo, o destrói”. De fato, uma liderança despreparada é tão danosa que essa questão tem sido apontada como o único verdadeiro ponto fraco de uma organização. Todo o resto deriva dessa fraqueza. A empresa é o retrato de seu líder e tudo o que acontece nela resulta de suas ações. Qualquer transformação significativa na empresa começa com a consciência da liderança.

Apesar da grande relevância do fator liderança, nota-se uma séria escassez de líderes nas organizações, tanto em termos de quantidade quanto em termos de qualidade. O problema não reside na falta da matéria-prima para a liderança. Afinal, os profissionais com potencial para se tornarem líderes são encontrados com frequência. Ao que parece, a ineficiência está nos métodos atuais aplicados na identificação, na formação e no desenvolvimento de líderes.

Para descobrir se o candidato a marinheiro sabe nadar, o teste é fácil: atire-o ao mar. Se ele conseguir voltar, contrate-o. Por mais incoerente que possa parecer esse raciocínio, é exatamente assim que algumas empresas trabalham a alocação e a formação de líderes. Não existe um processo efetivo de planejamento e de desenvolvimento. A alocação do novo líder em uma determinada área acaba por se tornar algo que se assemelha a uma aposta, um exercício de fé. Nesses casos, por conta de seu despreparo, muito do aprendizado do novo líder virá de seus erros, que podem, seguramente, custar caro à empresa e ao futuro daquele profissional.

Outras empresas estão engajadas em seus processos de formação de líderes. Contudo, o modelo tradicional de aprendizagem apresenta sinais de desgaste. Algumas da principais falhas dos processos de desenvolvimento de líderes que temos observado são a inexistência de métodos para identificar os profissionais com potencial para liderar; os líderes atuais não são envolvidos no processo de formação de novos líderes; os métodos atuais de desenvolvimento são dissociados da realidade do profissional; e a importação de modelos de desenvolvimento de outras empresas advindos de outras realidades.

Algumas organizações aplicam processos de avaliação de desempenho para a identificação de performances diferenciadas e líderes potenciais. Entretanto, muitas vezes, os processos de avaliação são burocráticos, ineficientes e tomam por referência características dissociadas do que deveria compor o perfil dos líderes de alto desempenho.

Mas, afinal, de que é feito um líder? Existe um perfil ideal para liderar? Líderes legítimos são capazes de inspirar e mobilizar as pessoas, habilidades valiosas em tempos de transição e de competitividade. Liderar é, antes de tudo, um exercício de visão, é ter a consciência do destino certo e engajar a equipe na jornada rumo a esse destino. Em termos gerais, pode-se afirmar que os profissionais com potencial para liderar combinam dois grupos de competências: as competências interpessoais, que lhes permitem inspirar pessoas, engajar equipes, e as competências técnicas, que lhes conferem uma ampla visão de negócios, o domínio das melhores práticas e a capacidade de gerar resultados concretos. O desafio na criação de líderes para o futuro é, portanto, criar um processo de desenvolvimento integral capaz de prover a liderança efetiva.”

(ANDERSON OLIVEIRA. Professor do MBA em gestão estratégica de pessoas da Fundação Getúlio Vargas/IBS Business School (FGV/IBS), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 13 de janeiro de 2013, caderno MEGACLASSIFICADOSADMITE-SE, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 26 de janeiro de 2013, caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de DANIEL JARDIM PARDINI, que é doutor em administração pela UFMG-Birmigham University, coordenador da pós-graduação lato sensu da Universidade Fumec, e que merece igualmente integral transcrição:

“Gestão de desastres

À primeira vista a terminologia pode parecer inusitada, no entanto o gerenciamento de desastres é uma área da administração que recebe a atenção de pesquisadores, acadêmicos e autoridades governamentais em nações desenvolvidas, mas ainda pouco estudada no Brasil.

O que seriam então desastres? E gestão de desastres? Desastre é o risco provocado por causas naturais ou derivado da participação humana que resulta em um evento de substancial destruição física, mortes ou mudanças drásticas no ambiente. Já o gerenciamento de operações de desastres diz respeito ao conjunto de atividades desempenhadas antes, durante e depois do desastre, com o objetivo de prevenir a perda de vidas humanas, reduzir o impacto na economia e recuperar a normalidade do Estado.

São considerados tipos de desastres, aqueles naturais, como tufões e furacões (ciclones tropicais que ocorrem em oceanos do Sul asiático e Atlântico Norte), erupções vulcânicas, terremotos, enchentes e secas. Complementam a tipologia de desastres aqueles associados à vida humana: epidemias, insegurança alimentar, desastres de natureza tecnológica, ataques terroristas e movimentos populacionais, seja por questões políticas, raciais ou naturais.

A gestão de desastres deve envolver concomitantemente o planejamento de ações preventivas, a operacionalização e a manutenção das atividades propostas. Mesmo sendo fenômenos geridos pelo Estado é de fundamental importância a mobilização da sociedade civil nas três etapas da administração do evento. Quando bem administrado, aumenta a confiabilidade e a credibilidade do governo perante a comunidade atingida.

O recente episódio, em novembro de 2012, da passagem do furacão Sandy nos Estados Unidos ilustra a mobilização envolvendo o governo federal, a prefeitura e a população de Nova York. A preparação para receber a tormenta envolveu a cobertura de todos os bueiros da cidade, sem contar a bem-sucedida retirada de moradores dos principais pontos de passagem do ciclone. De acordo com a mídia norte-americana, o sucesso da operação de prevenção e ações que se sucederam aos impactos do Sandy renderam votos estratégicos para garantir a reeleição do presidente Obama.

Alguns tipos de desastres fazem parte do cotidiano brasileiro. Especialmente, nesta época do ano, convivemos com mais frequência com as enchentes, secas e acidentes rodoviários. A experiência de tragédias causadas por transbordamentos de água tem mostrado que ainda não embutimos a cultura do planejamento para obras condicionadas aos possíveis transtornos provocados por chuvas intensas e contínuas. As ações que deveriam estar previstas para os meses que antecedem o período das águas são lembradas após os estragos causados nos dias de grandes precipitações de chuvas. Consumada a tragédia, as falhas derivam da falta de recursos específicos para operacionalizar a reconstrução imediata da localidade afetada, da morosidade na liberação de investimentos de emergência e, o mais grave, do desvio de recursos financeiros liberados para esses fins.

Muito pouco também evoluímos ao tratar os problemas da seca. Em termos científicos, enquanto na Espanha, país em que certas regiões atingem um quarto do índice pluviométrico do semiárido mineiro, os territórios áridos são objeto de inúmeras dissertações e teses, no Brasil ainda é tímida a produção científica destinada a propor ações de preservação de nascentes e coletivização de propostas para a manutenção das bacias hidrográficas. Sem esquecer a legislação de recursos hídricos no Brasil, que não estabelece penalidades mais severas nos casos de mau uso da água.

Hoje, é prevalecente o interesse em compreender melhor de que maneira gerenciar efetivamente os desastres, não só em função dos prejuízos materiais e imateriais decorrentes, mas também pelo fato de sabermos que esses fenômenos tendem a se agravar e continuarão a afetar as comunidades, os negócios e a economia. Caberá, assim, cada vez mais ao Estado profissionalizar as operações de prevenção e manutenção para evitar futuras catástrofes.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, graves e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

b) o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

c) a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e intolerável desembolso da ordem de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tanta sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de extremas e sempre crescentes demandas, necessidades, carências e deficiências, o que aumenta o colossal abismo das desigualdades sociais e regionais e nos afasta num crescendo do seleto grupo dos sustentavelmente desenvolvidos...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que permita a partilha de suas extraordinárias riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a 27ª Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em julho; a Copa das Confederações em junho; a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, segundo as exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das empresas, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A CIDADANIA, OS CAMINHOS DA PROSPERIDADE E A CORRUPÇÃO ENDÊMICA (41/19)

(Novembro = Mês 41; Faltam 19 meses para a COPA DO MUNDO de 2014)

“Pouco bem-estar

Depois de 18 anos de relativa estabilidade da inflação, graças à reforma monetária que criou o real, e nove anos de forte política de transferência de renda, impulsionada pelos aumentos do salário mínimo e por programas como o Bolsa-Família, o desempenho econômico e a sua resultante social estão transformando as condições do Brasil, mas mais da economia que dos indicadores de qualidade de vida.

Não tem nada a ver com a situação de 1973, fim do chamado “milagre econômico” da ditadura, quando o general-presidente Emílio Médici soltou a máxima segunda a qual a “economia vai bem, mas o povo vai mal”. A economia, as liberdades individuais e a qualidade de vida melhoraram em relação aos anos 1970 e 1980, mas poderia ter havido maior avanço em questões de segurança pública e de eficiência da educação – dois dos componentes do bem-estar em qualquer nação.

Esse é o resultado que emerge da mais abrangente pesquisa global, envolvendo 142 países, sob o conceito de que a prosperidade não é apenas uma questão monetária, mas também de bem-estar. Realizado pelo Legatum Institute, entidade apartidária e sem fins lucrativos baseada em Londres, o estudo, intitulado Legatum Prosperity Index, analisa 89 indicadores por nação, distribuídos em oito subíndices, para identificar os fatores que explicam o sucesso e a felicidade.

Com Noruega, Dinamarca, Suécia, Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Finlândia, Holanda, Suíça e Irlanda abrindo os 10 primeiros postos desse ranking dos países mais bem-sucedidos do mundo – considerados os critérios e empreendedorismo; governança pública; educação; saúde; segurança e percepção de proteção; liberdade pessoal; capital social –, Brasil é o 44º entre as 142 nações avaliadas. Era o 41º em 2009, quando o índice foi elaborado pela primeira vez, com 104 países listados.

O que progrediu, o que regrediu e o que está estagnado? O destaque do Brasil no Índice de Prosperidade coincide com o que se intui: o avanço dos fundamentos econômicos. De 54º lugar no ranking de 2009 o país saltou para a 33ª posição em 2012. No item sobre liberdade individual, o país também está bem posicionado, com o 25º lugar no subíndice global, embora estivesse em 2009, na 16ª posição.

Desastre e humilhação

Desastrosa é a avaliação da educação. Já era ruim em 2009, quando o Brasil foi listado em 58º nesse quesito, e ficou pior este ano, ao ocupar a 79ª posição na lista global. A Argentina, a título de comparação, é o 42º país mais bem avaliado no quesito educação (e ocupa o 48º lugar no ranking geral graças a seus índices sociais).

Saúde, em compensação, avançou do 64º para o 57º lugar (mas ainda distante da Argentina, 41º nesse subíndice, apesar de sua difícil situação econômica desde a moratória da dívida externa, em 2001).

Mas humilhante, para o Brasil, é o resultado da segurança pública como um dos principais fatores a solapar a prosperidade. O país é o 87º menos seguro do mundo (era o 79º em 2009), comparado na América Latina, segundo o Legatum Institute, ao México (116º), onde cartéis de drogas se infiltraram no Estado, à Colômbia (136º), que enfrenta uma guerrilha ativa, e ao Haiti (121º), o mais pobre do continente.

Decepção da governança

Em pesquisa realizada em 2010, 40,3% dos brasileiros disseram sentir-se seguros à noite, contra 61,9% na média mundial, embora a taxa de vítimas de assalto fosse menor que a média global – 14,9% com 16,8%. Tais números revelam uma sociedade violenta, embora com indicadores expressivos de capital social: 90,6%, contra 80,6% na média global, dizem confiar em terceiros; 26% (e 28% no mundo) fazem doações regulares; e 48% ajudam estranhos (45,7% no mundo).

A leitura conjunta dos dados sobre capital social, de segurança e sentimento de proteção e de educação mostra um país necessitado de melhor governança, item em que estamos na 56ª posição – melhor que a Argentina (75ª), mas muito abaixo do Uruguai (27º neste subíndice e 31º no ranking geral) e do Chile (24º no subíndice de qualidade da governança e 34º na lista global de 142 países).

Retorno social é baixo

Parte das informações vem de pesquisa mundial do Instituto Gallup, contratado pelo Legatum. Outra parte sai de dados oficiais. Mal ou bem, eles revelam que na economia o país está numa lenta escalada, com crescimento médio em cinco (até 2010) de 3,4%, comparado a 2,7% da média global. Mas, apesar di gasto per capita e em relação do PIB com a média social, ambos dos mais elevados para os padrões internacionais, o resultado está muito aquém do necessário.

A se considerar os 89 indicadores analisados pela pesquisa, o que surpreende é a boa avaliação da sociedade diante do que recebe. E não se trata de aumentar o gasto, mas o retorno do que é aplicado, função dos talentos dos governantes e da qualidade das instituições.”

(ANTÔNIO MACHADO, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 31 de outubro de 2012, Caderno ECONOMIA, coluna BRASIL S/A, página 13).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 4 de agosto de 2012, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de DANIEL JARDIM PARDINI, Doutor em administração (UFMG-Birmingham Universal), coordenador da pós-graduação lato sensu da Universidade Fumec, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Corrupção endêmica

O fenômeno endêmico da corrupção no Brasil deveria merecer mais atenção dos acadêmicos e pesquisadores. Em um momento em que estamos perdendo a oportunidade de incluí-lo no Código Penal como crime hediondo, que deparamos quase diariamente com desvios de conduta e dinheiro público e que estamos testemunhando o maior julgamento do gênero na história do país, são ainda poucas as pesquisas e publicações que apontam as causas e possíveis soluções das ações corruptas.

A corrupção é um ato súbito ou gradativo contrário às normas e aos valores vigentes, que necessita dos corruptores, que agem isoladamente ou em grupo, visando alcançar benefícios próprios. O corruptor assume o comportamento sedutor na busca dolosa e solidária de vantagem mútua e objetiva romper os regulamentos e obrigações morais nas diversas áreas em que opera: financeira, política, policial, judiciária e outras mais. No Brasil, a figura do corrupto possui natureza contraditória. Malicioso, enganador, mentiroso e farsante, ele pode tanto ser um tipo popular, como o malandroe o ladrão, um personagem da elite, como o político, o jornalista e o empresário importante. É uma figura que conquista a simpatia do público por sua situação social, em que os pequenos golpes, ou chamado jeitinho, são vistos como estratégias de sobrevivência, ocultando o enriquecimento ilícito, que, na maioria das vezes, prevalece e beneficia apenas o corrupto.

O desgaste maior nesse traço presente na cultura brasileira está nos prejuízos provocados nas finanças e na imagem do país. Informações recentes divulgadas pela Federação das Indústrias de São Paulo e Fundação Getúlio Vargas estimam o custo médio anual da corrupção no Brasil entre R$ 50 bilhões a R$ 87,5 bilhões, valor que pode ser muito maior se medido e termos de perdas de competitividade movida pelas repercussões no noticiário internacional e do desinteresse de investidores de fazer negócios em nações com altos índices de corrupção.

Quais seriam então as linhas de pesquisa que poderiam contribuir para desvendar e propor soluções para o problema? Epistemologicamente a corrupção permeia as áreas da psicologia, da sociologia, do direito e das ciências políticas, econômicas e administrativas. Alguns caminhos investigativos poderiam ser percorridos. Identificar processos mentais do indivíduo corruptor e os processos de coletivização da ação corrupta estaria relacionado às perspectivas psicológica e sociológica. Estudos da doutrina e do conjunto de normas jurídicas que tratam do tema auxiliariam a compreender melhor a influência dos sistemas legais na manifestação da corrupção. Pesquisas que decifrem os mecanismos políticos que encobrem a disfunção comportamental nas arenas do Executivo, do Judiciário e do Legislativo ou que indiquem a dinâmica de proliferação da ação corrupta nos diversos setores da economia nacional, por exemplo, para ampliar o conhecimento do fenômeno nas áreas das ciências políticas e econômicas.

No campo da gestão, um dos grandes desafios investigativos é entender os diversos meios de expropriação do capital no ambiente organizacional e as ferramentas de controle necessárias para mitigá-los. Atos ilegais se propagam tanto no âmbito público quanto na iniciativa privada. Em pesquisa realizada no programa de stricto sensu em administração da Fumec com gerentes e funcionários dos principais bancos privados brasileiros evidenciaram-se 24 tipos de práticas de corrupção, que vão desde desvios de recursos internos de clientes e de programas de crédito governamentais até a facilitação de assaltos, fraudes eletrônicas e pagamentos de propinas em saques. O estudo revela que a grande dificuldade de mapear os passos do corruptor está na criatividade do agente em criar novas formas de agir ilegalmente.

No contexto da administração pública brasileira não tem sido diferente. As dificuldades residem nos obstáculos para a penalização do servidor, amparados pelo argumento da estabilidade e da própria complexidade na abertura de processos administrativos. Se a reversão desses cenários tem se apresentado demasiadamente lenta, a aceleração de mudanças perpassa pelo incentivo a investigações científicas que apontem caminhos para lidar com o problema e diminuam o grande distanciamento que ainda prevalece nas relações entre academia e as organizações públicas e privadas no país.”

Eis, portanto, mais páginas contendo IMPORTANTES e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam, em meio à MAIOR crise de LIDERANÇA de nossa HISTÓRIA – que é de ÉTICA, de MORAL, de PRINCÍPIOS, de VALORES –, para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nossas estruturas EDUCACIONAIS, GOVERNAMENTAIS, JURÍDICAS, POLÍTICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS, FINANCEIRAS e AMBIENTAIS, de modo a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, CIVILIZADAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Assim, URGE ainda a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas) – e mais o IMPERATIVO da modernidade de matricularmos nossas crianças de seis anos na 1ª série do ENSINO FUNDAMENTAL, independentemente do mês do NASCIMENTO –, até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;

b) o COMBATE, implacável e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais AVASSALADORES inimigos que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de forma a manter-se em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, como um CÂNCER a se espalhar por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, também a ocasionar INESTIMÁVEIS perdas e danos, inexoravelmente IRREPARÁVEIS;

c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ASTRONÔMICO e INTOLERÁVEL desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÃO e REFINANCIAMENTOS, a exigir igualmente uma IMEDIADA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Destarte, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que DILAPIDA o nosso já escasso DINHEIRO PÚBLICO, MINA a nossa capacidade de INVESTIMENTO e de POUPANÇA e, mais GRAVE ainda, AFETA a confiança em nossas INSTITUIÇÕES, negligenciando a JUSTIÇA, a VERDADE, a HONESTIDADE e o AMOR da PÁTRIA, ao lado de extremas e sempre crescentes DEMANDAS, NECESSIDADES, CARÊNCIAS e DEFICIÊNCIAS, o que aumenta o colossal ABISMO das DESIGUALDADES sociais e regionais e nos afasta num crescendo do seleto grupo dos SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDOS...

São, e bem o sabemos, GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de maneira alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, CIVILIZADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS e abundantes RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODAS as BRASILEIRAS e com TODOS os BRASILEIROS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos e que contemplam EVENTOS como a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as obras do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das empresas, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um POSSÍVEL e NOVO mundo da JUSTIÇA, da LIBERDADE, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e da FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ, a nossa ESPERANÇA... e PERSEVERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A CIDADANIA E A ECOPEDAGOGIA NA ENFERMAGEM

“Não são necessários estudos sofisticados para perceber que os poupadores, os investidores, os consumidores, os profissionais ou os empregados solidários, éticos ou responsáveis, estão próximos uns dos outros por suas histórias pessoais ou coletivas. Aliás, uma mesma pessoa ou um mesmo grupo com freqüência adotarão todo o leque dos comportamentos econômicos cidadãos. Os militantes da economia cidadã, seja qual for a entrada escolhida, têm uma visão coerente de suas condutas nas diferentes áreas da vida econômica. Todos aspiram inscrever suas ações específicas em um esforço comum para fazer com que uma outra economia surja, uma economia cidadã. Isso significa que esses públicos simpatizantes exigem dos atores coletivos especializados que colaborem e compartilhem suas experiências.”
(HENRI ROUILLÉ D’ORFEUIL, in Economia Cidadã. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002)

Mais uma contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 3 de novembro de 2009, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de MÁRCIA DOS SANTOS PEREIRA, Coordenadora do curso de enfermagem da Universidade Fumec, doutora em ciências da saúde (infectologia e medicina tropical, que merece INTEGRAL transcrição:

Ecopedagogia na enfermagem

Estudiosos da educação afirmam que alunos precisam ser formados para pensar além de suas vidas particulares. É preciso desenvolver nos educandos a consciência crítica e política e capacitá-los teoricamente para atuar de forma ativa na transformação da sociedade. Nessa direção, a proposta curricular do curso de enfermagem, respondendo às exigências do atual contexto, busca refletir sobre a importância do processo educativo em saúde, especialmente sobre sua missão diante de infecções emergentes e reemergentes. Mas nossas metodologias de ensino estão efetivamente preparando enfermeiros para educar a população, promover a saúde e reduzir os índices de doenças infecciosas transmissíveis em nosso país? Com a evolução científica e tecnológica na área de saúde, esperava-se que doenças infecciosas transmissíveis, como dengue e hanseníase, tivessem reduzida sua importância como causa de morbidade e mortalidade da população. No Brasil, apesar de mudanças no perfil de mortalidade, as patologias infecciosas continuam a representar um importante fator de morbidade, sobretudo, pela emergência e reemergência de doenças, como reconhece o próprio Ministério da Saúde.

Na visão de muitos infectologistas, o impacto da exploração do planeta de forma irresponsável impõe estresse, isolamento, competição, degradação da natureza, migrações populacionais, o que tem resultado em desequilíbrio, desarmonia e provocado o surgimento e ressurgimento de doenças, indicando o equívoco humano na busca de acumulação de bens como requisitos para a felicidade e bem-estar. Esse impacto tem sido muito maior em decorrência do predomínio do modelo de atendimento à saúde centrado na doença e no indivíduo e com a aplicação de tecnologias de alto custo. Apesar de não haver consenso entre os teóricos, em linhas gerais, afirma-se que doenças emergentes são doenças novas, desconhecidas da população. São causadas por vírus ou bactérias nunca antes descritos ou por mutação de um vírus já existente. Também é possível que sejam causadas por um agente que só atingia animais, e que agora afeta também seres humanos. Dentro desse conceito, a AIDS aparece como o mais importante exemplo de doença emergente. Já as doenças reemergentes são aquelas já conhecidas e que foram controladas, mas voltaram a apresentar ameaça para a saúde humana. A dengue entre nesse conceito e chegou a ser considerada erradicada.

Consideram-se como causas comuns de emergência e reemergência de doenças infecciosas: crescente número de pessoas vivendo e se deslocando pelo mundo, rápidas e intensas viagens internacionais, superpopulação em cidades com precárias condições sanitárias, aumento da exposição humana a vetores e reservas naturais, alterações ambientais e mudanças climáticas. Ao tratar deste tema, o infectologista Dirceu Greco diz: “Para que se possam controlar as doenças existentes e as emergentes atuais, e aquelas porvir, faz-se necessária a eliminação da pobreza e a acentuação da ética. A ética da correta utilização dos recursos públicos, a priorização de aplicação deles em atividades que beneficiem a maioria da população, principalmente nas áreas da educação, saúde pública e saneamento”.

Na perspectiva de uma pedagogia crítica, não há como nos mantermos distantes da realidade. É necessário mergulhar no mundo dos usuários dos serviços de saúde, partindo de onde eles estão e se situam socialmente. De fato, não é fácil, diante de tantas prioridades, vencer o desafio de, ao mesmo tempo em que se é competente tecnicamente, saber atuar politicamente, quando as condições de trabalho e as injustiças sociais são uma ameaça constante. As dificuldades, entretanto, não podem impedir que profissionais de saúde, principalmente os enfermeiros, saibam atender as necessidades assistenciais da população brasileira, buscando pelo diálogo verdadeiro a essência das situações, sem ficar na superfície ou nas aparências dos problemas apresentados. Assim, especialmente no que se refere ao tema das doenças emergentes e reemergentes, uma das idéias mobilizadoras da atualidade, ou seja, de uma sociedade sustentável, é a da ecopedagogia, voltada não simplesmente para a preservação da natureza, mas para uma nova proposta de civilização, em que estruturas econômicas, sociais e culturais sejam transformadas e cujo objetivo seja a possibilidade de ver emergir ou reemergir, em vez de doenças, uma sociedade mais justa, democrática, ética e feliz.”

Bem assimilada, a LICÃO ora colocada nos remete, em feliz oportunidade, aos mandamentos da nossa CARTA MAGNA que, em expressão clara, nos diz:

“Art. 3º - Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
...........................................................................................”

Assim, no horizonte da COPA DO MUNDO de 2014, da OLIMPÍADA DE 2016 e com bons projetos e “a ética da correta aplicação” dos BILIONÁRIOS INVESTIMENTOS do PRÉ-SAL, podemos promover as NECESSÁRIAS e URGENTES transformações que o PAÍS está a EXIGIR, tornando nossa SOCIEDADE verdadeiramente SAUDÁVEL, LIVRE, JUSTA, SOLIDÁRIA e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDA, em BENEFÍCIO de TODOS os BRASILEIROS e de TODAS as BRASILEIRAS.

O BRASIL TEM JEITO!...