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quarta-feira, 12 de julho de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E OS DESAFIOS DA GESTÃO E DA LIDERANÇA NA SUSTENTABILIDADE

“Educação e escolhas
        Platão dizia que “aquele que não tem algo, e não sabe que preciso desse algo, jamais o busca”. Essa frase é especialmente verdade quando imaginamos uma pessoa que, por fatores diversos, foi afastada da chance de ser educada, ou de se educar. Muitos são aqueles que, não tendo educação, acreditam que dela não necessitam para seguir suas vidas e, portanto, não a buscam.
         Nesse sentido, a vida das pessoas pode ser limitada pela falta de consciência daquilo que lhes falta. Assim sendo, as pessoas que não tiveram acesso à educação tendem reproduzir opiniões históricas ou visões de mundo que lhe são ditas ou partilhadas pela cultura que habitam, e isso é especialmente verdade para os preconceitos que existem na sociedade.
         Mas não apenas de opiniões e preconceitos vive um homem que não se educou: especialmente no campo do trabalho, esse mesmo homem tende a fazer o que os seus ancestrais fizeram, e a pensar como eles pensaram, buscando alcançar aquilo que alcançaram. Em suma, esse ser humano executa os passos em direção ao seu destino, ou seja, ao fatal resultado que sua vida já estava destinada a realizar. Mas, por que isso acontece? Porque a ausência de educação tende a limitar as possibilidades de quebrar as amarras, pular os muros, sair das caixas, de discordar.
         Dito isso, tenho forte convicção de que o fato de alguém não ter educação limita severamente suas escolhas sobre o mundo. A educação amplia sobremaneira o contato do homem com ideias, com exemplos diversificados, com histórias diferentes, com pontos de vista. Nesse sentido, é como se a educação permitisse que a pessoa passasse as opções de escolha em sua vida de uma moeda para um lado, de um dado para um baralho, de um baralho para um jogo de xadrez. A educação nos permite escolher, e a escolha é um ato de liberdade.
         Nelson Mandela dizia que “a educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”. Pessoas educadas não precisam mudar o mundo, mas elas têm a opção de fazer isso. A educação lhes garante uma visão plural sobre o mesmo problema que lhes permite atuar em várias frentes ou tentar e testar várias hipóteses sobre as coisas. Elas discutem, discordam, concordam, tomam posição, refletem sobre as necessidades públicas e privadas e o melhor para o bem comum, que é um princípio ético.
         Aliás, como as pessoas não nascem éticas, é necessário educá-las para a ética. Como as pessoas não nascem pensando no bem comum e não têm um gene dizendo “respeite os mais velhos”, é necessário educá-las para tal. Geralmente, pessoas mal-educadas tendem a seguir o senso comum social, que é carregado de juízos preconcebidos. Pessoas bem-educadas tendem a pensar sobre o problema e tomar uma decisão, ainda que seja seguir o senso comum social. Porque a quem foi dada (ou buscou) educação foi dada escolha, a quem não a teve (ou não a buscou) foi determinado um destino.
         E para completar a frase acima de Nelson Mandela, invoco o inspirador Paulo Freire, para quem a “educação não muda o mundo. A educação muda as pessoas, e as pessoas mudam o mundo”. É nesse sentido que imagino que feliz é o ser humano que é educado ou se educa, pois à sua frente vai se descortinando sempre um fabuloso leque de opções de entendimento sobre um mundo infinito, incompleto e em permanente estado de construção... ou descontrução, se você for muito bem educado!”.

(JULIANO COSTA. Mestre em educação pela Ufal e diretor pedagógico da Pearson Brasil, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 10 de julho de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 11 de julho de 2017, mesmo caderno e página, de autoria de RAIMUNDO GODOY, diretor do Instituto Aquila e autor do livro Como gerenciar e enfrentar desafios, e que merece igualmente integral transcrição:

“Gerenciar e enfrentar desafios
        Um líder fraco e sem capacidade para identificar os sinais de problemas financeiros na empresa é uma das causas da falência de diversos negócios. Conforma dados do Boa Vista Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), o volume de empresa que fecharam as portas cresceu 11,5% nos últimos 12 meses. O resultado das operações financeiras e seu respectivo impacto na disponibilidade do caixa é mais um aspecto que compromete diretamente a perenidade da empresa. O caixa é um importante indicador e muitos líderes não percebem esse fato como mais um sinal de falência.
         A empresa começa a perder espaço para a concorrência à medida que os líderes não estabelecem uma política comercial clara e desafiadora, desprezando o cenário de atuação do setor. A falta de definição, ambições e conhecimento adequado do valor agregado (receitas e custos) dos produtos e serviços comprometem os resultados. Quando o líder não observa seu campo de atuação, as vendas caem e os concorrentes tomam o mercado, e uma empresa sem clientes não consegue honrar seus compromissos. Paulatinamente, diretor e marca perdem credibilidade e reputação.
         Já vai longe o tempo em que o gestor administrava somente na própria intuição e em resultados anteriores. A queda nas vendas, o aumento exagerado dos custos, os produtos e os serviços pouco atrativos e, finalmente, um saldo de caixa negativo são fatores que decretam a falência de qualquer tipo de negócio.
         O crescimento da quebradeira não pode ser diretamente ligado ao atual desaquecimento econômico. É claro que, durante qualquer processo de crise externa, toda empresa do setor pode ser diretamente afetada. Contudo, quem tem “lastro”, oxigênio e liquidez financeira sobrevive. As empresas com liquidez financeira investem durante esse período em novas tecnologias, processos e treinamentos. As crises passam.
         A falta de disciplina do líder para administrar e não escutar a voz dos clientes são situações comprometedoras em qualquer cotidiano empresarial. Em momentos críticos, deve-se agir rápido e não ficar protelando. Uma gestão eficaz requer sempre um olhar externo e imparcial para criticar e orientar o plano de negócio.
         A recomendação é que, ao pensar num negócio, deve-se sempre elaborar planos A e B. Qualquer empresa com um plano A, elaborado inadequadamente, pode falir ou enfrentar muitos problemas diante de qualquer situação de grandes dificuldades. A falta de um plano alternativo poderá decretar o fim do negócio. Vale lembrar que, em situações de crises, os problemas são os mesmos, tanto para a pequena quanto para a média e/ou grande empresa. As diferenças estão nas dimensões e valores, alterando a forma de atuação.
         No caso das pequenas e médias empresas, o que acontece é que o dono, em função de seu conhecimento, atua em todas as frentes, sempre apagando incêndios, e acaba saindo da estratégia para a operação. Nas grandes empresas, em geral, existe um organograma com funções bem definidas e, normalmente, um plano estratégico, normas e procedimentos bem definidos. Os problemas são enfrentados pelas áreas e diretorias correspondentes e a dificuldade fica em perder foco e energia por equipes que não se comunicam adequadamente.
         Em mais de 30 anos como consultor, convivi com centenas de líderes e empresas passando por essas situações. O livro Como gerenciar e enfrentar desafios apresenta modernos conceitos de gestão, demonstrando métodos gerenciais, como o PDCA, imprescindíveis para o sucesso de uma estratégia. A linguagem simples e envolvente convida o gestor a refletir sobre e como enfrentar e superar desafios sem desistir diante das dificuldades.
         O futuro não tem lugar marcado para ninguém. O sucesso é um ciclo contínuo e para ser sustentável a empresa precisa inovar sempre em busca da sua vantagem competitiva no mercado em que atua. Liderança requer paixão, emoção e força de trabalho. É preciso enxergar o que os outros não veem. Empreender não é difícil. Empreender e ter sucesso, sim, é muito difícil. O líder deve ter conhecimento sobre sua cadeia de valor, manter um eficiente trabalho de equipe e acompanhar a contribuição dos processos para identificar os gargalos e restrições. O fato é que não existe um negócio bom ou ruim, mas uma empresa bem ou mal administrada.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio/2017 a ainda estratosférica marca de 345,10% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 301,45%; e já o IPCA também no acumulado dos últimos doze meses, em junho,  chegou a 3,00%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        




terça-feira, 30 de maio de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS DESAFIOS DA NOVA GESTÃO E A LUZ DOS HORIZONTES DE ESPERANÇA NA SUSTENTABILIDADE

“O perfil do novo gestor
        As empresas, em geral, estão sentindo os impactos do atual cenário econômico e, diariamente, os gestores têm suas habilidades testadas. Superar desafios, transmitindo segurança para suas equipes, exige conhecimento técnico e habilidades comportamentais, como inteligência emocional, capacidade de adaptação e metodologias eficazes.
         Historicamente, o trabalhador brasileiro tende a ser menos produtivo do que o de outros países. Conforma a Conference Board, em 2015, a produção de cinco funcionários brasileiros era equivalente de um americano. A baixa produtividade prejudica a rentabilidade das empresas e faz com que os gestores sejam mais cobrados em relação aos resultados produzidos.
         Mais do que aperfeiçoamento das práticas gerenciais, é preciso garantir que as metas sejam atingidas. Novos planos de ação só serão assertivos se o empresário implementar um método para localizar oportunidades, entender os fatos e dados e as causas que bloqueiam os resultados.
         A excelência na gestão passa pela prática. Mais do que implementar boas ações, e preciso repeti-las e encontrar um padrão ideal de processos para se replicar nas empresas. É preciso mudar a cultura. Além disso, os gestores devem estar imersos na realidade financeira, de modo a entender o cenário atual e as devidas alavancas para se mudar os resultados.
         Em face a tantos desafios, a capacidade de adaptação é uma habilidade essencial e necessária para esse profissional. Agir rapidamente diante de novas situações e fundamental. É importante manter o domínio sobre a inteligência emocional. Conhecer a si mesmo é o primeiro passo para lidar com isso.
         Quando o empresário conhece as particularidades da equipe e sabe se valer do potencial de cada funcionário, certamente ele atingirá resultados mais consistentes e duradouros. Liderar nem sempre e uma habilidade nata, mas pode ser aprendida.
         Vantagem competitiva é binária, ou temos ou não temos. Para alcançá-la, e consequentemente garantir fluxos de caixa positivos por longos períodos, é preciso inovar ou copiar práticas já existentes. Desta forma, em tempos de desafios econômicos e políticos, espera-se que o gestor seja capaz de estimular a criatividade e a inovação de suas equipes.
         É crucial testar novas ideias e se perguntar: “por que não?”. A curiosidade é o primeiro passo para identificar novas soluções para problemas antigos e propagar a inovação, mas nem sempre é eficaz. Utilizar metodologias voltadas para a inovação, como o desing thinking, tem sido uma arma poderosa para muitas organizações.
         O treinamento Plataforma do Futuro mescla conhecimento teórico e práticas vivenciais para aperfeiçoar técnicas gerenciais, promovendo a superação de dificuldades e a descoberta de ações eficazes para o ambiente empresarial. Saber aonde se quer chegar e pensar no planejamento para alcançar esse resultado é fundamental.”.

(PAULO COIMBRA. Diretor de operações do Instituto Aquila, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de maio de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Horizonte de esperança
        O amargor da falência das esperanças pesa forte sobre os ombros da humanidade. As derrocadas políticas com reflexos nas relações e nos funcionamentos em diferentes segmentos das civilizações obscurecem horizontes. Os fracassos na economia – com tiranos mecanismos que provocam o empobrecimento – e nas relações interpessoais apagam a luz da esperança. E essa luminosidade, quando perdida, inviabiliza as reações. A escuridão prevalece, impossibilitando encontrar caminhos novos. Mas, para ir em frente e fazer a travessia dos vales da sombra é imprescindível cultivar a esperança, capaz de nutrir os corações e as inteligências com a realidade do amor e do bem que transformam o mundo.
         Esperança que pode ser recuperada com a força e a fascinante facilidade da comunicação na partilha, em tempo real, dos acontecimentos mundo afora. A capilaridade dessa rede de informações reúne a sociedade, grupos e segmentos em torno das mesmas questões, desafios e preocupações. Também aponta para uma exigente tarefa: a responsabilidade e o desafio posto a cidadania de como lidar com as notícias boas, más, verdadeiras ou falsas.
         Singular contribuição para refletir sobre esse desafio está na mensagem do papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações, celebrado neste último domingo de maio, Festa Litúrgica da Ascensão do Senhor. O papa se refere aos antigos pais na fé, que comparavam a mente humana a mó de azenha – tipo de moinho movido pela força da agua que não se podia parar. Ao moleiro cabia decidir se moeria na azenha o trigo ou o joio, e escolher o fermento que leveda a massa, dando-lhe forma e gosto ou o contrário, aquele que a estraga. A referência à mó de azenha é para remeter à enorme responsabilidade que está na condução e na conformação da mente humana que nunca para, está sempre em ação. Importa a atenção e a responsabilidade moral que determinam o material que a fornecemos, minuto a minuto.
         O “alimento” fornecido à mente pode produzir luzes de esperança que alargam horizontes com realismo, ou a precipitação da sociedade, de suas instituições e de seus funcionamentos na vala do fracasso. O propósito, pois, é investir em uma comunicação construtiva ao “moer” as informações, conforme diz o papa Francisco, para oferecer um “pão perfumado e bom”. Assim, de modo qualificado, constroem-se compreensões. São favorecidos os discernimentos para as decisões que determinam os rumos da vida de cada pessoa e de toda a sociedade. É, pois, grave e urgente a responsabilidade cidadã de investir em uma comunicação construtiva, pela rejeição de preconceitos contra outras pessoas. O vetor permanente, indica o papa Francisco, deve ser a promoção da cultura do encontro, para que o brilho do olhar da esperança permita ler, interpretar e tratar a realidade com confiança, altruísmo e competente sabedoria. Assim, é possível descobrir e trilhar rumos novos e superar fracassos.
         Obviamente, isso não significa promover desinformação ou fazer “vista grossa” ante os cenários de dramas humanos, adotando otimismo ingênuo e isentando-se, por insensibilidade ou indiferença, da tarefa de vencer o mal. Situar-se nos horizontes da esperança é iluminar o caminho que precisa ser percorrido para avançar. Permite reconfigurar mecanismos de funcionamentos governamentais, sociais, administrativos e culturais. Sublinha o papa Francisco: “Para um tempo novo de esperanças, é preciso superar o mau humor e a resignação, que lançam a pessoa na apatia, produzem medos e a incompetência que advém da convicção falsa de que não é possível impor limites ao mal.” Diante da responsabilidade de reconstruir a sociedade, nenhum cidadão tem o direito de abdicar-se do esforço necessário para acender em si a chama da esperança. Também precisa assumir o compromisso de contribuir para iluminar o coração, a mente e consciência do próximo com a chama da esperança. O passo primeiro, na avalanche de tantas informações ruins, é narrar boas notícias.
         Para os cristãos, o ponto de partida e a fonte perene de esperança é Jesus Cristo, a boa nova que tem força para mudar o mundo, alimentando a alegria de servir e de promover a vida. Ninguém tem o direito de aparar as chamas da esperança, valendo-se de lamúrias, maledicências, apatias, preguiças e mesmo da projeção de negatividades que forjam leituras pessimistas da realidade. Que a chama da esperança acesa em cada cidadão, pelas boas notícias que encantam e curam, possibilite novas dinâmicas e solidariedades, necessárias para se alcançar a almejada paz mundial e dissipar a corrupção que encharca a sociedade brasileira. Sejam alargados os horizontes de esperança.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril/2017 a ainda estratosférica marca de 422,46% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,3%; e já o IPCA também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,08%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...