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segunda-feira, 19 de abril de 2010

A CIDADANIA, A HORA DO NÃO E UM NOVO PAÍS

“Por que não o não?

[...] Esquecemo-nos todos de que entre o que compra e o que se vende, diferença nenhuma existe, pois não se compra o que não se vende e não há como vender-se se não há ninguém para comprar.

Há falta de gritos neste país. Não de dor, mas de indignação. O salário é pago com mais raiva do que a propina; os honorários mais pechinchados do que o toco para o funcionário desonesto que impõe pedágio para que os direitos sejam respeitados. O profissional eficiente será o que quebra o galho, não o que triunfa com as armas da lei; o político pela sua malandragem é que se impõe como líder.

Por que não o não? Não, não dou, multe-me. Não, não aceito, procure outro. Aceito defender, não aceito ser cúmplice. Não, não me vendo. Não, não suporto, digo-lhe não, político velhaco. Caço-lhe o mandato pelo meu repúdio, pelo meu protesto. Denuncio-o, juiz ladrão, ainda que por isso vá eu à prisão. Não estou sozinho a dizer não, quero grafitar no muro da minha história o que um dia o poeta José Régio soube gritar: não sei por onde vou, mas sei que não vou por aí.

E o sonho nasceu de tanto ver e ler o que se tem feito e desfeito neste país campeão da dor e da miséria, sem terremotos, sem nevascas, sem ciclones; mas povoado de perversos, devassos, debochados que “vão por aí”...

Demo-nos as mãos, comecemos a campanha do não.”
(JOSÉ CARLOS DIAS, 54, advogado criminal, é presidente da Associação Brasileira dos Juristas Democratas. Foi secretário de Justiça do Estado de São Paulo (governo Montoro) e presidente da Comissão Justiça e Paz de São Paulo; em artigo publicado no Jornal FOLHA DE SÃO PAULO, edição de 17 de novembro de 1993, Caderno OPINIÃO, página 1- 3).

Mais uma IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 12 de janeiro de 1994, Caderno OPINIÃO, página 6, de autoria de PAULO EMÍLIO NELSON DE SENNA, que merece INTEGRAL transcrição:

“Um novo país

O mundo de hoje já consagrou uma nova era de governos representativos livres, estimulados por sistemas aperfeiçoados de relações nacionais, por um espírito de livre exame, e com toda razão despertados por uma difusão sem precedentes do saber em todas as comunidades.

O Brasil está atado indissoluvelmente a estes grandes princípios do destino, e até mesmo a despeito dos revezes, dos erros acumulados, das perturbações produzidas por comportamentos estranhos, da desconfiança geral, da intranqüilidade política de uma profunda depressão moral – figuras que estão a compor o atual cenário político da Nação.

Neste pedaço do mundo em que todas estas violências e desequilíbrios nunca exerceram nenhuma sedução, o nosso povo há de modelar uma perfeita democracia e demonstrar também que ainda é possível alcançar o bem estar coletivo sem nenhum outro recurso senão o da liberdade. Tudo que é de útil ao País e que é perfeitamente realizável existe no regime democrático, que é susceptível por uma elasticidade de evoluir conforme as circunstâncias, sem sacrifícios, entretanto, de direitos e princípios que estão incorporados pelos séculos ao patrimônio da civilização. Imperioso, todavia, é reconhecer que as instituições democráticas vêm sendo mal cumpridas no Brasil, em parte por efeito de circunstâncias que só o tempo consegue remover, como sejam as que decorrem do grau de cultura e progresso em que se encontra o País, e de outra parte por motivos perfeitamente sanáveis, como os que ora assistimos no Brasil, desde que haja o firme propósito de evitá-los ou corrigi-los, o que é absolutamente indispensável.

Daí o que está acontecendo: a descrença na democracia como se ela fosse responsável pelas degradações de que é vítima. Penitenciem-se todos os que até hoje, por ventura, erraram, dos erros que tiverem cometido. Abre-se um novo capítulo ou uma era nova para um novo País, e para anular a ação dos tóxicos que se estão infiltrando nas nossas instituições democráticas, aceitemos o desafio e as conseqüências decorrentes da resolução de anulá-los, da decisão de acelerar o passo, de apressar o nosso processo de plena reconquista dos princípios democráticos, tarefa esta que estabelecerá bases sólidas sobre as quais se erguerá um novo país que prossiga no seu caminho organizando-se econômica e politicamente e evoluindo sem sobressaltos dentro do progresso social.

Assim a Nação se imporá pela dignidade e pelo ardor com que prepara o futuro, preservando a sua integridade e a sua independência e o povo brasileiro e nossa classe dirigente prosseguirão no mesmo apurado sentido do bem comum e na mesma ardente e abnegada ambição de servir.”

São, pois, sérias e estimulantes advertências como essas que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE que visa a construção de uma NAÇÃO verdadeira e solidamente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA que permita a INCLUSÃO e tornem BENEFICIÁRIOS de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS E POTENCIALIDADES efetivamente TODOS os BRASILEIROS e TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL...

Este é o nosso SONHO, a nossa LUTA, o nosso AMOR, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...