“Empreendedorismo
ao alcance de todos
O que você faria se
estivesse sozinho em plena floresta amazônica? Mesmo que conhecesse regras de sobrevivência,
ali não existem trilhas prontas nem mapas. Você terá de utilizar apenas os
recursos e conhecimentos que tem. Deverá estar atento a tudo e tem de descobrir
seus próprios caminhos. Essa é a imagem mais próxima que podemos fazer do
empreendedor no atual mercado.
Empreendedorismo
não é necessariamente a atitude de criar empresas, mas, acima de tudo, de
assumir uma postura ativa e independente na própria carreira. Como conceito
essencial, a ação de empreender é o motivador de ideias e projetos que
transformam a vida das pessoas e da sociedade. É um compromisso sério com o
desenvolvimento de si mesmo e dos demais. Por isso, espírito empreendedor não é
simplesmente a coragem para abrir um negócio. Está intimamente ligado à criação
de novos produtos e serviços, à descoberta de inusitados nichos de mercado, a
maneiras diferentes de trabalhar e de ver as coisas.
Os
verdadeiros empreendedores têm papel vital nos processos produtivos, na criação
de riquezas e nos melhoramento da qualidade de vida em geral. São pessoas
motivadas, visionárias e obcecadas pela inovação. Têm entusiasmo, brilho nos
olhos e percepção apurada. Enxergam oportunidades onde a maioria não vê
absolutamente nada. Sempre avançam criando uma teia de colaboradores e sua
recompensa, além do lucro, é ver seu sonho realizado.
Aparte
da atual crise de empregos no Brasil, o grande problema que estamos vivendo
hoje no universo do trabalho é muito mais uma mudança de modelo mental. Isso
pode ser uma situação inexplicável para uma grande maioria de profissionais que
continua presa ao passado, na ilusão daquela segurança do tradicional vínculo
empregatício. E isso tem ainda maior impacto em milhares de jovens que buscam
entrar na vida profissional com essa mesma e enganosa miragem. Infelizmente, não
foram educados para ser criadores da própria carreira, mas apenas buscadores de
emprego. Sem preparo e uma base mais sólida, saem por aí planfletando
currículos na busca de uma vaga e de um salário. Não perceberam que, daqui pra
frente, essas oportunidades – tal como vivenciaram nossos pais e avós – serão
cada vez mais restritas.
Nesta
complexa e globalizada economia da atualidade, é necessário ter o foco voltado
para as emergentes necessidades das pessoas e de grupos sociais específicos,
descobrir suas demandas e se antecipar ao que está para acontecer. Isso exige
grande percepção, para saber interpretar as informações e estar preparado para
aproveitar ou criar oportunidades. É preciso buscar soluções incomuns para
questões à nossa volta, encontrar novas ideias para velhos problemas, melhorar
a qualidade de vida do mundo atual e futuro. Certo é que sair da mesmice, do
previsível, ser original, ousado, visionário está deixando de ser um privilégio
de alguns para se tornar a obrigação de todos. Esse é um claro fator de
sobrevivência para os profissionais e também para as organizações.
Com
muito acerto afirma o conhecido professor e escritor C. K. Prahalad: “Quando
você tem mais aspirações que recursos, o resultado é a inovação. Mas, se você
tem mais recursos que aspirações, vai estagnar. Force-se a realizar coisas que
você não sabe como como fazer e para as quais não tem recursos suficientes.
Prefira sempre aumentar a aspiração em vez dos recursos. Siga o exemplo de Sam
Walton, Larry Alison e Bill Gates. Todos começaram com baixos recursos, mas com
altas aspirações. E o mais importante: souberam compartilhar suas aspirações.
Eis aí a essência do empreendedor”.
Ter
sonhos individuais é essencial, mas isso não significa simplesmente fazer o que
se gosta. É bastante diferente de gostar do que se faz. A primeira opção não
demanda quase nenhum esforço. Já gostar do que se faz significa exigir-se mais,
adaptar-se às necessidades e obrigações, desenvolver competências e motivos que
gradualmente transformem o trabalho em uma atividade prazerosa. Para tanto, é
preciso descobrir o que mais se liga às nossas qualidades técnicas e humanas,
avaliar nossas possibilidades e criar metas viáveis. Depois é dirigir os
melhores esforços nessa direção, trabalhando com inteligência, maior
produtividade e mais qualidade em tudo o se faz.
A
demanda atual e do futuro é, cada vez mais, por profissionais versáteis com
perfil dinâmico, autoliderança, capacidade realizadora e domínio da própria
carreira. São aqueles que sabem desempenhar funções diferenciadas e estão
constantemente sintonizados com as necessidades do mercado. Com certeza, essa é
a síntese essencial do comportamento empreendedor e um passaporte seguro para
se chegar ao sucesso.”.
(RONALDO
NEGROMONTE. Professor, palestrante e consultor em desenvolvimento de
pessoas e organizações, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 23 de julho de 2017, caderno ADMITE-SE CLASSIFICADOS, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
28 de julho de 2017, caderno OPINIÃO,
página 7, de autoria de DOM WALMOR
OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que
merece igualmente integral transcrição:
“Escolhas
e poderes
A vida humana está
emoldurada por escolhas e poderes que definem a qualidade e o alcance da
existência e da cidadania. Tudo depende das escolhas que se faz e, particularmente,
de sua assertividade. Também contam os poderes exercidos e a qualidade desse
exercício, na medida em que definem a velocidade e os rumos dos processos, com
resultados e consequências boas ou nefastas para o bem comum.
São as
escolhas e as decisões que determinam os acertos ou produzem descompassos. E é
cada cidadão, inserido na complexidade dessa configuração, o responsável pelos
processos que definem a sua condição política e a competência para o exercício
dos poderes.
Assim,
as escolhas e os poderes guardam o alcance antropológico e sociocultural do
significado da política. Equilibram ou desorganizam os funcionamentos
institucionais, promovendo a sua evolução ou atrasando seus processos. Fundamentalmente,
tudo depende do exercício competente e qualificado da própria cidadania, tanto
quanto da capacidade de exercer o poder que se tem, que se assume ou que é
concedido.
Por
sua vez, a envergadura da cidadania e a qualidade da própria existência
influenciam as escolhas e o modo de exercer o poder. Isso significa apontar a
seriedade e a gravidade das escolhas que são feitas, em diferentes níveis e
intensidades. O que se escolhe incide determinantemente sobre processos, vidas,
situações e circunstâncias. Faz avançar na direção de metas a serem atingidas
ou atrasa conquistas e produz déficits que pesam fortemente sobre o conjunto da
sociedade e sobre a vida das pessoas, particularmente as pobres e indefesas.
Por
isso, a política, sendo prática de escolha e exercício de poderes, há de se
temperar e fecundar por valores, que se forem desconsiderados lançam a vida
social em descompassos, com sérios comprometimentos. Desse modo, apenas o
respeito e a consideração a valores fundamentais – verdade, justiça, liberdade
e amor – poderão manter o ritmo e a dinâmica, com propriedades capazes de
garantir os ordenamentos adequados da vida social e os procedimentos cidadãos
qualificados. Esses são valores sociais inerentes à dignidade da pessoa, com
propriedades para favorecer o desenvolvimento autêntico e integral. Sem levar
em conta e sem investir permanentemente nesses valores, corre-se sempre o risco
de escolhas equivocadas ou estreitadas por interesses partidários e cartoriais.
Consequentemente, o exercício do poder se prestará a alimentar vaidades,
interesses mesquinhos e a perigosa sedução que o poder, em si, submete a alma
humana.
Observamos,
na atualidade, que os descompassos são muitos, comprovando a falta de
qualificação daqueles que ocupam as várias instâncias de poder, sem se assentar
nos trilhos dos valores sociais. Resvalam na direção da mediocridade e da
incapacidade de produzir as respostas que deveriam ser convertidas em
qualificados serviços, impulsionando a sociedade e suas instituições aos
parâmetros esperados.
Assim,
a mediocridade representa um risco tão sério e fermentador, com força para
produzir uma miopia capaz de induzir todos – os cidadãos e aqueles que exercem
os poderes – a escolhas também medíocres. Enjaulando as pessoas nas bitolas
estreitas que inviabilizam respostas novas, mudanças urgentes e instituições
inventivas como os tempos atuais exigem, as decisões assentadas nas escolhas
medíocres atrasam as reformas que acabam não se fazendo e que não são intuídas
na clarividência requerida de novos passos.
As
escolhas e poderes há de fazer seus percursos sobre os trilhos dos valores
sociais inegociáveis, para, desse modo, possibilitar práticas capazes de
fomentar uma cultura que preze sempre mais os caminhos e pessoas, que leve a
respostas novas.
Um dos
valores sociais que é prioritário é o de viver a verdade. À medida que os
grupos sociais buscarem resolver os problemas à luz da verdade é que avançarão
na direção das escolhas acertadas. Esse é um enorme desafio de nosso tempo,
imposto pelas circunstâncias sociais e políticas. Exige-se, desse modo, um
grande investimento educativo no sentido de produzir gosto e empenho, em todos,
pela busca da verdade.
A
verdade deve alicerçar o valor da liberdade, inerente a todas as pessoas, que
só pode ser respeitado e honrado à medida que cada indivíduo é incentivado a
realizar sua vocação pessoal e capacitado para discernir e recusar tudo o que
possa comprometer a moral. Assim, o valor da justiça, particularmente no
momento atual da sociedade, torna-se imprescindível para deter a tendência de
se recorrer exclusivamente na direção da “utilidade” e do “ter”.
Ora, a
justiça não é uma simples convenção. O justo é intrínseco ao mais profundo do
ser humano. Exige reconhecimento e incondicional respeito. Abre-se, então, o
caminho para o amor que ultrapassa estreitamentos e fecunda a capacidade
inventiva.
O
grande desafio da sociedade, especialmente nestes tempos de crise, é investir
em um qualificado processo educativo capaz de aperfeiçoar as escolhas e o
exercício dos poderes.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em junho/2017 a ainda estratosférica
marca de 378,30% nos últimos doze meses,
e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 322,60%; e já o IPCA
também no acumulado dos últimos doze meses chegou a 3,00%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável
desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão,
a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com
esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões),
a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...