quarta-feira, 9 de agosto de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A UNIVERSALIDADE DO EMPREENDEDORISMO E O IMPÉRIO DA LIBERDADE, DA VERDADE E DA JUSTIÇA

“Empreendedorismo ao alcance de todos
        O que você faria se estivesse sozinho em plena floresta amazônica? Mesmo que conhecesse regras de sobrevivência, ali não existem trilhas prontas nem mapas. Você terá de utilizar apenas os recursos e conhecimentos que tem. Deverá estar atento a tudo e tem de descobrir seus próprios caminhos. Essa é a imagem mais próxima que podemos fazer do empreendedor no atual mercado.
         Empreendedorismo não é necessariamente a atitude de criar empresas, mas, acima de tudo, de assumir uma postura ativa e independente na própria carreira. Como conceito essencial, a ação de empreender é o motivador de ideias e projetos que transformam a vida das pessoas e da sociedade. É um compromisso sério com o desenvolvimento de si mesmo e dos demais. Por isso, espírito empreendedor não é simplesmente a coragem para abrir um negócio. Está intimamente ligado à criação de novos produtos e serviços, à descoberta de inusitados nichos de mercado, a maneiras diferentes de trabalhar e de ver as coisas.
         Os verdadeiros empreendedores têm papel vital nos processos produtivos, na criação de riquezas e nos melhoramento da qualidade de vida em geral. São pessoas motivadas, visionárias e obcecadas pela inovação. Têm entusiasmo, brilho nos olhos e percepção apurada. Enxergam oportunidades onde a maioria não vê absolutamente nada. Sempre avançam criando uma teia de colaboradores e sua recompensa, além do lucro, é ver seu sonho realizado.
         Aparte da atual crise de empregos no Brasil, o grande problema que estamos vivendo hoje no universo do trabalho é muito mais uma mudança de modelo mental. Isso pode ser uma situação inexplicável para uma grande maioria de profissionais que continua presa ao passado, na ilusão daquela segurança do tradicional vínculo empregatício. E isso tem ainda maior impacto em milhares de jovens que buscam entrar na vida profissional com essa mesma e enganosa miragem. Infelizmente, não foram educados para ser criadores da própria carreira, mas apenas buscadores de emprego. Sem preparo e uma base mais sólida, saem por aí planfletando currículos na busca de uma vaga e de um salário. Não perceberam que, daqui pra frente, essas oportunidades – tal como vivenciaram nossos pais e avós – serão cada vez mais restritas.
         Nesta complexa e globalizada economia da atualidade, é necessário ter o foco voltado para as emergentes necessidades das pessoas e de grupos sociais específicos, descobrir suas demandas e se antecipar ao que está para acontecer. Isso exige grande percepção, para saber interpretar as informações e estar preparado para aproveitar ou criar oportunidades. É preciso buscar soluções incomuns para questões à nossa volta, encontrar novas ideias para velhos problemas, melhorar a qualidade de vida do mundo atual e futuro. Certo é que sair da mesmice, do previsível, ser original, ousado, visionário está deixando de ser um privilégio de alguns para se tornar a obrigação de todos. Esse é um claro fator de sobrevivência para os profissionais e também para as organizações.
         Com muito acerto afirma o conhecido professor e escritor C. K. Prahalad: “Quando você tem mais aspirações que recursos, o resultado é a inovação. Mas, se você tem mais recursos que aspirações, vai estagnar. Force-se a realizar coisas que você não sabe como como fazer e para as quais não tem recursos suficientes. Prefira sempre aumentar a aspiração em vez dos recursos. Siga o exemplo de Sam Walton, Larry Alison e Bill Gates. Todos começaram com baixos recursos, mas com altas aspirações. E o mais importante: souberam compartilhar suas aspirações. Eis aí a essência do empreendedor”.
         Ter sonhos individuais é essencial, mas isso não significa simplesmente fazer o que se gosta. É bastante diferente de gostar do que se faz. A primeira opção não demanda quase nenhum esforço. Já gostar do que se faz significa exigir-se mais, adaptar-se às necessidades e obrigações, desenvolver competências e motivos que gradualmente transformem o trabalho em uma atividade prazerosa. Para tanto, é preciso descobrir o que mais se liga às nossas qualidades técnicas e humanas, avaliar nossas possibilidades e criar metas viáveis. Depois é dirigir os melhores esforços nessa direção, trabalhando com inteligência, maior produtividade e mais qualidade em tudo o se faz.
         A demanda atual e do futuro é, cada vez mais, por profissionais versáteis com perfil dinâmico, autoliderança, capacidade realizadora e domínio da própria carreira. São aqueles que sabem desempenhar funções diferenciadas e estão constantemente sintonizados com as necessidades do mercado. Com certeza, essa é a síntese essencial do comportamento empreendedor e um passaporte seguro para se chegar ao sucesso.”.

(RONALDO NEGROMONTE. Professor, palestrante e consultor em desenvolvimento de pessoas e organizações, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 23 de julho de 2017, caderno ADMITE-SE CLASSIFICADOS, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 28 de julho de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Escolhas e poderes
        A vida humana está emoldurada por escolhas e poderes que definem a qualidade e o alcance da existência e da cidadania. Tudo depende das escolhas que se faz e, particularmente, de sua assertividade. Também contam os poderes exercidos e a qualidade desse exercício, na medida em que definem a velocidade e os rumos dos processos, com resultados e consequências boas ou nefastas para o bem comum.
         São as escolhas e as decisões que determinam os acertos ou produzem descompassos. E é cada cidadão, inserido na complexidade dessa configuração, o responsável pelos processos que definem a sua condição política e a competência para o exercício dos poderes.
         Assim, as escolhas e os poderes guardam o alcance antropológico e sociocultural do significado da política. Equilibram ou desorganizam os funcionamentos institucionais, promovendo a sua evolução ou atrasando seus processos. Fundamentalmente, tudo depende do exercício competente e qualificado da própria cidadania, tanto quanto da capacidade de exercer o poder que se tem, que se assume ou que é concedido.
         Por sua vez, a envergadura da cidadania e a qualidade da própria existência influenciam as escolhas e o modo de exercer o poder. Isso significa apontar a seriedade e a gravidade das escolhas que são feitas, em diferentes níveis e intensidades. O que se escolhe incide determinantemente sobre processos, vidas, situações e circunstâncias. Faz avançar na direção de metas a serem atingidas ou atrasa conquistas e produz déficits que pesam fortemente sobre o conjunto da sociedade e sobre a vida das pessoas, particularmente as pobres e indefesas.
         Por isso, a política, sendo prática de escolha e exercício de poderes, há de se temperar e fecundar por valores, que se forem desconsiderados lançam a vida social em descompassos, com sérios comprometimentos. Desse modo, apenas o respeito e a consideração a valores fundamentais – verdade, justiça, liberdade e amor – poderão manter o ritmo e a dinâmica, com propriedades capazes de garantir os ordenamentos adequados da vida social e os procedimentos cidadãos qualificados. Esses são valores sociais inerentes à dignidade da pessoa, com propriedades para favorecer o desenvolvimento autêntico e integral. Sem levar em conta e sem investir permanentemente nesses valores, corre-se sempre o risco de escolhas equivocadas ou estreitadas por interesses partidários e cartoriais. Consequentemente, o exercício do poder se prestará a alimentar vaidades, interesses mesquinhos e a perigosa sedução que o poder, em si, submete a alma humana.
         Observamos, na atualidade, que os descompassos são muitos, comprovando a falta de qualificação daqueles que ocupam as várias instâncias de poder, sem se assentar nos trilhos dos valores sociais. Resvalam na direção da mediocridade e da incapacidade de produzir as respostas que deveriam ser convertidas em qualificados serviços, impulsionando a sociedade e suas instituições aos parâmetros esperados.
         Assim, a mediocridade representa um risco tão sério e fermentador, com força para produzir uma miopia capaz de induzir todos – os cidadãos e aqueles que exercem os poderes – a escolhas também medíocres. Enjaulando as pessoas nas bitolas estreitas que inviabilizam respostas novas, mudanças urgentes e instituições inventivas como os tempos atuais exigem, as decisões assentadas nas escolhas medíocres atrasam as reformas que acabam não se fazendo e que não são intuídas na clarividência requerida de novos passos.
         As escolhas e poderes há de fazer seus percursos sobre os trilhos dos valores sociais inegociáveis, para, desse modo, possibilitar práticas capazes de fomentar uma cultura que preze sempre mais os caminhos e pessoas, que leve a respostas novas.
         Um dos valores sociais que é prioritário é o de viver a verdade. À medida que os grupos sociais buscarem resolver os problemas à luz da verdade é que avançarão na direção das escolhas acertadas. Esse é um enorme desafio de nosso tempo, imposto pelas circunstâncias sociais e políticas. Exige-se, desse modo, um grande investimento educativo no sentido de produzir gosto e empenho, em todos, pela busca da verdade.
         A verdade deve alicerçar o valor da liberdade, inerente a todas as pessoas, que só pode ser respeitado e honrado à medida que cada indivíduo é incentivado a realizar sua vocação pessoal e capacitado para discernir e recusar tudo o que possa comprometer a moral. Assim, o valor da justiça, particularmente no momento atual da sociedade, torna-se imprescindível para deter a tendência de se recorrer exclusivamente na direção da “utilidade” e do “ter”.
         Ora, a justiça não é uma simples convenção. O justo é intrínseco ao mais profundo do ser humano. Exige reconhecimento e incondicional respeito. Abre-se, então, o caminho para o amor que ultrapassa estreitamentos e fecunda a capacidade inventiva.
         O grande desafio da sociedade, especialmente nestes tempos de crise, é investir em um qualificado processo educativo capaz de aperfeiçoar as escolhas e o exercício dos poderes.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho/2017 a ainda estratosférica marca de 378,30% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 322,60%; e já o IPCA também no acumulado dos últimos doze meses chegou a 3,00%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        

 



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