“Relações
afetivas
As medidas de emergência
que vêm resultando na reclusão das pessoas em suas casas podem ter influência
sobre o casal e sobre as relações familiares. Isso poderá contribuir para o fim
de um relacionamento ou o início de um vínculo mais profundo e maduro,
dependendo de como investiremos esse tempo. Que o estresse, a tristeza, a
ansiedade e o medo pelo momento poderão vir, isso é certo. Devemos aceitar essas
sensações e, apenas, cuidar para que não fiquem numa intensidade alta que
possam causar adoecimento físico e emocional.
O
momento atual, que nos obriga a nos fecharmos para o mundo externo, ao mesmo
tempo nos deixa frente com o nosso mundo interno, e quem não tolera esse
contato e até agora se refugiava em todos os afazeres do dia a dia, terá muitas
dificuldades. Se não sabemos lidar com as nossas próprias angústias e emoções,
o risco nas relações é acharmos que o outro deverá fazer algo para nos acalmar.
Isso não vai acontecer.
Nosso
parceiro poderá contribuir sendo aquela pessoa com quem possamos compartilhar
pensamentos e sentimentos, mas as aflições são individuais, e o caminho só nós
mesmos poderemos encontrar.
O
respeito pelas diferenças, pelo tempo e pelo espaço do outro já é um desafio da
vida. Agora, no momento de confinamento, isso se tornar bem maior. Se sabemos
de algo que incomoda extremamente o nosso parceiro e se não nos custar fazer
algo para contribuir, por que não? Precisamos lembrar também que ninguém tem
bola de cristal. É preciso falar sobre o nosso incômodo.
Outra
dica é estabelecermos uma rotina e colocar coisas que fazem sentido para nós
individualmente, por exemplo, cozinhar, escutar música, organizar material de
trabalho, ler e desapegar de vestuários. Além disso, tirar um tempo para o
casal. Sim, os parceiros podem fazer algo que os dois gostem juntos. É a vida
mais uma vez falando sobre o equilíbrio, como foi muito bem colocado por
Leandro Karnal, historiador brasileiro e professor: “Quem não sabe ficar
sozinho tem problema. Quem não sabe ser acompanhado tem problema também”.
Por fim,
não vamos esquecer que todos nós estamos vivendo potencialmente uma situação
difícil. Vamos aproveitar o tempo para olharmos para o que está acontecendo com
nós mesmos? Arrumar desculpas e culpar o outro é sempre o caminho mais fácil,
mas continuarão sendo posturas imaturas e pouco evoluídas, que não ajudam na
construção de nada. O momento agora é de aproveitar para construir e crescer de
uma forma mais humanizada. Do jeito que estávamos, não daria para continuar
mais.”.
(Camila Ribeiro
Lobato. Psicóloga e terapeuta sistêmica, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 10 de
abril de 2020, caderno OPINIÃO,
página 17).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
4 de maio de 2020, caderno A.PARTE,
página 10, de autoria de VITTORIO
MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:
“As
dimensões da onda
A pandemia, até o
presente momento, chegou a Minas Gerais com intensidade menor em relação a São
Paulo e Rio de Janeiro. Os dois estados vizinhos já enfrentam a saturação dos
hospitais, apesar de terem recorrido a unidades de campanha e realizado
adequações extraordinárias, com o aumento de centenas de novos leitos.
Os casos
de Covid-19 continuam em expressivo aumento em todo o Brasil.
No Norte
e Nordeste, especialmente no Amazonas, Amapá, Ceará, Pernambuco, a capacidade
da rede hospitalar esgotou-se. Os óbitos dispararam, e as notificações de
complicações das funções respiratórias e de AVC escondem a letalidade do novo
coronavírus.
Não
existem testes laboratoriais em quantidade suficiente para revelar o contágio,
anula-se com isso não só a realidade das estatísticas, mas a capacidade de
separar os contagiados e conceder-lhes tratamento adequado.
Enquanto
isso, laboratórios e atravessadores lucram fortunas com preços abismais e se
destacam como os aproveitadores da desgraça.
Embora
derretam ao calor de Manaus as previsões como aquela da suposta relação do
vírus com o frio invernal, consolida-se a teoria de que, a uma disseminação
rápida e explosiva, registra-se queda e superação com a mesma velocidade.
Disso o
cuidado de diluir no tempo e de alongar a “curva” do contágio, para o sistema
de saúde ter como atender com pontualidade e qualidade.
A
pandemia já está em todo o território nacional e não deixará fora nenhum
Estado. Os impactos menores serão nas áreas que conseguirem uma curva mais
alongada e dimensionada conforme a capacidade de hospitalização dos pacientes
da Covid-19.
Os
Estados que registram uma curva menor e mais achatada provavelmente superarão a
pandemia num lapso de tempo maior.
Na Netflix
está disponível o primeiro episódio de uma série que documenta a evolução da
Covid-19 e traça gráficos esclarecedores.
Pode,
também, servir ao entendimento uma análise dos relatórios de ontem do
Ministério da Saúde da Itália. Nele se apresenta que 75% dos contagiados
estavam em isolamento domiciliar, cerca de 23,5% estão internados em leitos
hospitalares clínicos, e 1,5%, em leitos de terapia intensiva. A Itália tem
60,4 milhões de habitantes; ontem havia 100.704 com contágio em evolução,
17.534 hospitalizados em leitos clínicos e 1.539 pacientes em leito de UTI.
Foram notificados ontem 192 falecimentos, bem menos que os 784 num só dia
registrados no ápice da crise.
À luz
das últimas notícias, o que precisarão Minas e a região metropolitana de Belo
Horizonte, a área mais adensada do Estado, com seus 5,9 milhões de habitantes,
distribuídos em 50 municípios? E se a onda se abater por aqui como ocorreu na
Itália, o que precisamos fazer?
Analisando
os dados de regionalização da pandemia na Itália, encontra-se recorde de
incidência de contágio nas cidades e nos Estados mais ricos do Norte. O Estado
da Lombardia tem o maior número de casos e de perdas humanas, seguido por
Piemonte, Ligúria e Emilia-Romagna. Já na área central, o Lazio, com a capital
Roma, registra ainda uma curva bem mais achatada, mas ainda ascendente. Outros
Estados ficam alinhados em sua maioria com a evolução de Lazio.
É
possível, se me permitem, um paralelo das situações de São Paulo e Rio de
Janeiro com a da Lombardia, e a de Minas, ainda às margens da onda, com a do
Lazio.
Pois
bem, Minas na pior hipótese, pode evoluir para uma intensidade sofrida pela
Emilia-Romagna e, na melhor, pelo Lazio. Apesar de ser muito improvável cair no
desastre da Lombardia, podemos traçar três cenários: A) gravíssimo; B) grave;
C) de média intensidade. Se tivermos sorte, serão abaixo de médio, e é isso que
queremos.
O caso A
representaria uma necessidade hospitalar de 12 mil leitos clínicos e de 1.000
leitos de UTI para Minas inteira. No caso B, demandaria 9.000 leitos clínicos e
800 leitos de UTI. Na hipótese C, seriam 5.000 leitos clínicos e 440 de UTI.
Esta última pode ser a mais provável.
Temos
esses leitos? Como estão distribuídos?
Tenha-se
presente que um número adequado de leitos clínicos com atendimento precoce
reduz a necessidade de leitos de UTI, decorrentes de agravamento por atraso.
A
ministração rápida de medicamento resulta eficaz, enquanto a demora pode ser desastrosa
especialmente para os pacientes com patologias como hipertensão, diabetes e
pneumopatia.
A
distribuição menos adensada da população no interior leva a um prognóstico de
menor intensidade de contágio, já a região metropolitana, mesmo abrigando 29%
da população mineira, sofre riscos maiores de três a quatro vezes. Disso a
necessidade de cuidados diferenciados.
Caso
esses números se revelem perto da realidade, a rede hospitalar privada, que
cobre um terço da população da Grande BH, precisará (caso se repita a
intensidade do Lazio) dispor de 1.700 leitos clínicos, e a rede pública, de
3.300. Nem uma, nem a outra rede os têm. Já os leitos de UTI, seguindo a
evolução italiana, deverão ser 250 unidades, 80 da rede privada e 170 da rede
pública. Contudo, a insuficiência de leitos clínicos (para terapia não
invasiva) pode ampliar a gravidade dos pacientes, a pressão e,
exponencialmente, a necessidade de leitos de UTI.
Espero
estar errado e que Minas passe pelo caso do Estado da Sicília, o menor
atingido, e assim, com 1.000 leitos, possa dar conta da epidemia.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em março a estratosférica marca de 326,4%
nos últimos doze meses, e a taxa de
juros do cheque especial chegou ainda em históricos 130,0%; e já o IPCA, também
no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,30%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega,
do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais
e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura
(rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento
ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados,
macrodrenagem urbana, logística reversa); meio
ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte,
acessibilidade); minas e energia;
emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro
nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e
nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil;
logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura,
esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento –
estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia,
efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade,
produtividade, competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
- Estamos
nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.