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sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DA LIBERDADE E DA AUTONOMIA E OS SUBLIMES CAMINHOS DA ESPIRITUALIDADE NA SUSTENTABILIDADE


“Sobre tudo e nada
        Infelizmente, as pessoas deduzem e concluem cedo demais sobre tudo. Acreditam que podem rotular uma pessoa por algumas palavras que leem ou escutam dela. A pressa de ter certezas sobre tudo e garantir a segurança através do saber, mesmo que precipitado, é danosa e nos conduz a erros e perdas desnecessárias.
         Sempre me intrigou, por exemplo, a forma como alguns que se intitulam cristãos são os primeiros a condenar aquilo que parece errado. Condenam o pecador e nem se lembram que Jesus salvou Maria Madalena do apedrejamento por mau comportamento, que multiplicou o vinho da festa do casamento para alegrar o povo, que dividiu o pão e multiplicou peixes, isto é, do pouco fez muito e esta divisão proveu tantos.
         Homem como nós, ele se assentava e circulava entre os diferentes para levar até eles aquilo que acreditava, pois afirmava que estando sempre entre seus pares e iguais não poderia alcançar quem precisava. Assim nos admira ver que as pessoas em seu nome fazem exclusões e precipitam-se ao fogo dos diferentes.
         Entendo que não seja fácil andar na linha e seguir uma ideologia plenamente. A prática da tolerância é coisa dificílima, pois somos seres agressivos e gostamos de estar no topo da hierarquia quando se trata se garantias e poder, e, embora sejam imaginarizados, tais valores não garantem nada.
         Qualquer desses valores imaginários podem sustentar o ego, mas desmoronam a qualquer tremor. Por isso, dizemos que viver é perigoso. O que você tem hoje pode perder amanhã, seja emprego, dinheiro, amor e até mesmo a vida. Porque viver é névoa nada. Passa como nuvem.
         E aquele que desejar ser eternizado, que deixe suas marcas porque só o será pela palavra dos que ainda falarão e pelas obras que deixou, seja um filho, um livro, uma árvore. E é muito fácil perder o foco neste nosso tempo quando andamos sob uma chuva de informações que passa por nós como água em penas de um pato.
         Eles tentam o comando, têm um alcance imperativo, requerem o estatuto de verdade absoluta, mas elas, estas informações, não são “a verdade”. A verdade, verdade mesmo, é isso que funciona entre nós, que trabalha em nós e que faz em nós uma lógica imbatível, um acontecimento.
         Acontecimento que marca e muda um funcionamento depois dela, alterando a lógica anterior. Uma enunciação que, uma vez escutada, nos transporta para outro posicionamento.
         Precisamos ter muito cuidado com os donos da verdade, aqueles que querem exercer o domínio do pensar e do viver, traçando mandamentos imperativos contra o que é o real, contra os furos do real e quanto! São como uma rede de um pescador, muitos furos sustentados por firmes nós que suportam a carga a ser içada do mar.
         E se quisermos pescar bons peixes, precisaremos encarar os furos que deixam escapar ainda bons frutos, mas assim é e será. Sempre teremos diante de nossos olhos fatos com os quais não concordamos, formas de vida diferentes e incompreensíveis. Porém, não podemos enquadrar o que quer que seja entre as categorias normal ou patológica.
         Este insuportável em que o real nos coloca, que desperta a raiva, a reação exacerbada, quando podemos chegar a agressões, crimes e tribunais, este cume do ápice que nos arrebata, embaraça, chamamos gozo da pulsão de morte. Fruição do pior que granjeia entre nós.
         Que possamos, antes de agir como queremos, pensar se não estamos mergulhados demais entre os peixes da rede, esta rede que nos torna isca fácil para as vozes do mercado e pela sua mão invisível que nos aponta um caminho que nem ele sabe aonde vai dar.”.

(REGINA TEIXEIRA DA COSTA, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 16 de dezembro de 2018, caderno CULTURA, coluna EM DIA COM A PSICANÁLISE, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 14 de dezembro de 2018, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Ortodoxia e ortopatia
        A sociedade contemporânea, já tão ferida por graves descompassos, não pode confundir visíveis situações patológicas com o bem. No conjunto dessas situações, estão aqueles que se acham defensores da “verdade absoluta” e, por isso mesmo, distanciam-se da verdade, que é Deus misericordioso. Assim se configuram os radicalismos e as polarizações, o ataque a pessoas e a instituições, os grupos que se acham no direito de tirar a vida do outro em nome daquilo em que acreditam. Mentes doentias, que necessitam recuperar a sanidade, a inteireza moral e afetiva.
         O surgimento de dinâmicas messiânicas perigosas, agrupamentos que se percebem como “donos da verdade” e com o direito de julgar os outros em nome da fé, mesmo sem a mínima competência, revela uma urgência: investimentos humanísticos e espirituais para que todos se compreendam como irmãos uns dos outros, filhos e filhas de Deus. Essa compreensão é necessária para que cada pessoa faça a diferença, agindo a partir de valores ético-morais coerentes com o evangelho de Jesus Cristo. A sociedade não pode permanecer indiferente diante de um progressivo e generalizado adoecimento que está corroendo a condição humana.
         É preocupante o desvario verificado nos mais variados segmentos sociais, institucionais e, também, no contexto religioso. Situações que merecem ser conhecidas em suas complexidades, a partir da contribuição de diferentes campos do saber – antropologia, filosofia, sociologia, teologia e tantos outros. Avaliações a partir de referências à ortodoxia e à ortopatia são caminho promissor para conhecer e mudar essa realidade. O conjunto de sentimentos e paixões (pathos) é elemento fundante e determinante da condição humana – saudável ou doentia. Tem fortíssima influência na dimensão racional. Pode gerar, assim, desvios de conduta e doenças, a partir tanto da dinâmica da rigidez quanto do laxismo.
         O conceito de ortodoxia, diferentemente do que pensa o senso comum, não serve apenas para denotar posturas enrijecidas. Define a desafiadora interpretação correta de uma verdade, como crença ou como dogma. O funcionamento correto da capacidade humana de conhecer a realidade é fundamental para qualificar as relações interpessoais e também para o desenvolvimento de instituições, em estreita fidelidade à sua natureza e missão. A ortodoxia requer processos cognitivos que naveguem nas águas do sentido da verdade, sem manipulações ou adaptações que se tornem, consequentemente, negação de valores e princípios. Mas essa fidelidade não pode significar “estreitar a verdade” a partir de mentalidades e posturas. Eis, pois, a importância do que define por ortopatia: o cultivo correto de sentimentos, de modo coerente com a espiritualidade, a transcendência e a fé.
         Uma permanente urgência é investir em ortodoxia e ortopatia, para evitar confusões, os enrijecimentos que levam pessoas a fazer justiça com as próprias mãos, resultado de descompassos afetivos e cognitivos. Esses desajustes adoecem pessoas e a própria sociedade. São obstáculos para ações solidárias e impedem que cada pessoas se reconheça como filho de Deus, o Pai de todos. Não há mudança social sem investimentos no desenvolvimento humano-afetivo. As contribuições da política são indispensáveis, as indicações sociais têm seu lugar e o horizonte cultural influencia determinantemente esse desenvolvimento. Mas há algo que é fundamental: a experiência espiritual – que não pode confundida com fanatismo ou mera religiosidade. Trata-se da experiência mística de buscar Deus, que ilumina a condição humana.
         Para a fé cristã, a qualificada espiritualidade é a experiência do encontro pessoal com Jesus, sentido forte do tempo do advento, preparação para o Natal. Um antídoto para a ortodoxia que vira rigidez e instrumento de condenações e demonização dos outros, algo incompatível com a requerida ortopatia. Só a autêntica espiritualidade pode livrar a contemporaneidade dos fundamentalismos e ódios devastadores. Somente a vivência de uma qualificada mística, coerente com o evangelho, pode evitar que a ortodoxia seja instrumento para criar divisões, substituindo a ortopatia por graves delinquências. Sejam todos coerentes com os ensinamentos de Cristo, que vem ao encontro da humanidade, como seu salvador e redentor, para vivenciar a espiritualidade de modo autêntico e fecundo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a ainda estratosférica marca de 275,68% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 300,37%; e já o IPCA, em novembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,05%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.