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sábado, 4 de julho de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DA MEDITAÇÃO NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA SOLIDARIEDADE, COMPAIXÃO E ESPERANÇA NA SUSTENTABILIDADE(44/126)


(Julho = mês 44; faltam 126 meses para a Primavera Brasileira)

“Meditação para quem não sabe meditar
        Quando pensamos em meditação, a maioria de nós visualiza uma pessoa sentada na posição de lótus, coluna ereta, um símbolo místico pintado no espaço entre as sobrancelhas, feição leve e um corpo que quase flutua.
         Essa imagem pode ser linda para os livros orientais, mas é bem distante da vida real. Nem as pernas tão bem cruzadas, nem a coluna tão bem alinhada, menos ainda a iminente flutuação parecem acessíveis.
         Não é de se espantar que a maioria das pessoas acredite não ter nascido para essa prática. De fato, o senso comum coloca a meditação como algo distante da nossa mente humana e agitada. Parece, mesmo uma prática adequada aos monges do Tibete, mas não aos seres ocidentais que carregam um smartphone em uma mão e um filho na outra.
         A boa notícia é que esses conceitos são fantasiosos e que meditação não é coisa de gente “zen”. É ferramenta para mentes agitadas e remédio para emoções conturbadas.
         Meditação pode ser simples, desde que você deixe os conceitos pré-formados de lado e aposente as expectativas de iluminação instantânea. Considere a meditação um treino para ganhar clareza, presença e serenidade.
         “Ok, mas como treinar se não sei meditar?”
         Imagine-se num estado de caos. Pense em um momento desafiador e considere este o seu ponto de partida. A linha de chegada é o seu estado mais equilibrado. A mente humana geralmente demora muito para fazer essa travessia.
         A meditação é a ferramenta que acelera o trajeto. É uma bike elétrica que te leva mais rápido do seu estado caótico à sua versão mais presente. Mas, se você nunca subiu numa bike, é claro que vai precisar treinar.
         Por isso insisto em dizer que é treino. Entre o ponto de partida e o de chegada existe uma floresta densa, a ser desbravada. Na primeira vez que você se propõe a explorar, a mata é muito fechada, os obstáculos parecem maiores do que de fato são, o medo te deixa tenso, e a bike te derruba muitas vezes pelo caminho. Agora imagine-se repetindo esse mesmo caminho dia após dia. O que é provável que aconteça?
         Naturalmente, uma trilha começa a se formar. Os obstáculos vão sendo removidos, e aquilo que antes amedrontava se torna um caminho conhecido. Quanto mais você repete o percurso, mais domínio tem sobre o caminho. A bike começa a ser uma grande aliada, e os tropeços existem, mas são cada vez mais contornáveis.
         A floresta densa é sua mente. A bike é a meditação. E entre seu estado perturbado e sua versão alinhada existe uma trilha a ser estabelecida. Quanto mais você explora, mais familiar o percurso se torna. Em outras palavras: quanto mais treina a meditação, mais rápido começa a ser o retorno ao seu eixo.
         Não é razoável desejar que a vida não apresente desafios. Não é sobre rezar para nunca sair do eixo, mas treinar para saber voltar a ele, sempre que precisar.
         E, para isso, você só precisa se sentar numa posição confortável e convidar sua mente para o momento presente. Sem dogmas, sem complicações, sem resistências.
         Existem diversas abordagens para a meditação, cujas explicações não caberiam nem em uma página inteira de jornal. Hoje, vou sugerir a que considero mais simples e acessível: a respiração.
         A respiração está sempre no momento presente. Focar o ato de inspirar e expirar é o convite mais incisivo para que sua mente se concentre no agora. Isso trará autopercepção, clareza e expansão da consciência. Nem sempre será prazeroso, mas, voltando à metáfora da bike, cair e machucar faz parte do processo, né? Quando isso acontece, não é porque não nascemos para andar de bike, mas apenas porque precisamos de mais prática.
         Meditação é um compromisso entre você e sua verdade alinhada. É um treino que te leva de volta à sua verdade. É um presente que você se dá e que te devolve com benefícios multiplicados.
         Se você acredita que não sabe meditar, eu te conforto: eu sei, mas até hoje não aprendi a andar de bicicleta. O que me falta? Treino. O que te falta? Treino. O mesmo. Apenas comece.”.

(Carol Rache, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 3 de julho de 2020, caderno INTERESSA, coluna FILOSOFADAS, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, mesma edição, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“O luto e a dor humana
        O mundo acompanha, pelos meios de comunicação, a dor do luto sofrida, anonimamente, por uma grande multidão, revelando, de maneira desconcertante, o sofrimento humano, provocado pela pandemia da Covid-19. Muitas famílias sequer tiveram a oportunidade para se despedir de seus entes queridos. Uma dor sem bálsamo, um peso necessário ante as exigências para a prevenção de novas contaminações. Há, pois, um clamor silencioso, mas ensurdecedor, que vem do luto dessas famílias. Esse clamor deve sensibilizar a sociedade, para que seja adotada a lógica da compaixão solidária, capaz de aliviar a dor dos enlutados e de promover a aprendizagem de um novo jeito de viver.
         É preocupante a indiferença em relação ao luto vivido pelo outro. Essa indiferença, entre tantas outras, aumenta ainda mais o risco de um colapso humanitário. A insensibilidade para a dor do outro, que é irmão, impede a construção de um tempo novo para a humanidade, pois leva à banalização da vida – um dom precioso. Sua preciosidade deve ser tratada com ternura, nobre reverência e sempre a partir de gestos solidários entre as pessoas. É nessa perspectiva da solidariedade que se deve, inclusive, lidar com as muitas perdas que fazem parte da vida. No caminho oposto – o da indiferença – é ainda mais difícil passar pelo luto, não somente aquele provocado pela morte, mas também pelo fim de ciclos. Cegamente, muitas vezes, as pessoas não aceitam nem a perda daquilo que, na verdade, constitui oferta para o bem de todos. Em vez de consolação, essas pessoas cultivam a revolta.
         O luto é inevitável nas circunstâncias da vida humana, mas pesa muito mais aquele que se origina nas irresponsabilidades, a exemplo do que é imposto pela atual pandemia. O luto torna-se especialmente pesado quando não é vivido adequadamente, pois não se alcança a sua fecundidade dolorosa, a força de redenção que surge nos limites próprios da condição humana. Não se pode tratar o luto com indiferença. Trata-se de experiência a ser vivida considerando a singularidade de sua dor, a consolação que se recebe das pessoas próximas, a oportunidade para aprendizados e qualificação da própria existência, alcançando sentidos profundos sobre o dom da vida.
         Assim é o luto cristão, caminho experiencial terapêutico que se distingue por estar fundamentado na esperança. Essa experiência no contexto da fé cristã é convite a vislumbrar, para além da separação terrena, o reencontro com Deus. Os cristãos consideram seus falecidos não como pobres mortos – eles são os que nos precedem e nos esperam diante de Deus. A morte provoca uma separação muitas vezes desconcertante. Há os que ficam extremamente desconsolados e até deixam de enxergar sentido na vida. O luto cristão se assenta na certeza da vida pós-morte. Assim, reorienta o viver de enlutados, ajuda a permear o coração com recordações consoladoras dos que morreram. E, mesmo na impossibilidade do contato, na invisibilidade, continua forte a presença de quem parte, ajudando a superar tristezas e angústias dos que ficam.
         A fé cristã leva à certeza da vida eterna, conquistada com Jesus – o Filho de Deus. Sua morte e ressurreição abriram as portas da vida que nunca passa. A morte é um trânsito pascal, significação luminosa que devolve a certeza de uma vitória definitiva. Essa certeza, se cultivada, ameniza a sensação de fracasso que a perda e a partida sempre trazem. A dor da morte impõe sempre o luto, alguns ainda mais dolorosos, sobretudo por circunstâncias incompreensíveis à racionalidade humana. O cristão também sente o trauma da morte biológica, com as suas angústias e sofrimentos, mas deve deixar-se orientar sempre por uma luz amorosa: a vitória da vida sobre a morte, bálsamo para a dor humana. No caminho indicado por essa luminosidade, os que professam a fé em Jesus devem se comprometer com a vida, zelar por ela em todas as suas etapas. Isto inclui saber sobre a tarefa cristã de se dedicar aos enlutados, sensibilizar-se ante a dor do próximo, que é irmão, tratando-a com o bálsamo da consolação e da solidariedade.
         Neste contexto contemporâneo de tantas feridas, de corações tomados pela dor, é urgente que cada pessoa busque ser presença solidária, compartilhando palavras que devolvam a esperança. Trata-se de cumprir missão paraclética, isto é, consoladora, responsabilidade de todos – uns cuidando dos outros, unidos, para levar luz aos momentos de luto e aliviar a dor humana.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a estratosférica marca de 313,43% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 119,32%; e já o IPCA, em maio, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 1,88%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

          

segunda-feira, 4 de maio de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA TRANSFORMADORA DA RESPONSABILIDADE SOCIAL E A TRANSCENDÊNCIA DA SOLIDARIEDADE NA TRAVESSIA DA PANDEMIA NA SUSTENTABILIDADE


“Responsabilidade social durante a quarentena
        A pandemia provocou profundas mudanças no cotidiano dos brasileiros. As crianças não podem ir à escola, usar o transporte público se tornou um desafio, e o trabalho foi adaptado para ser realizado em casa. As academias estão vazias, os shows e festivais foram cancelados, e os restaurantes estão fechados. O isolamento social foi imposto pelas autoridades como medida para combater a transmissão da doença. A preocupação com parentes, amigos e colegas é prioridade em um momento tão sensível, e ficar em casa se tornou algo muito maior que uma atitude individual. A reclusão é um ato de responsabilidade social.
         É possível observar uma ampla e intensa campanha digital com os próprios internautas incentivando o #ficaremcasa, desde o início. Um festival de música em casa foi transmitido ao vivo pelo Instagram com apresentações de Sandy, Atitude 67 e Melim. As lives de cantores sertanejos também fizeram sucesso, arrecadando ainda toneladas de doações de alimentos para pessoas necessitadas. Os próprios internautas e influencers estão oferecendo conteúdo interessante com aulas de dança, ioga e zumba on-line. As faculdades e escolas se engajaram no propósito, aderindo ao ensino a distância.
         Inevitavelmente, a paralisação gera um impacto entre profissionais e negócios, que também terão que se reinventar. A internet é a aliada número 1 para manter o atendimento, beneficiando profissionais e clientes que não querem abrir mão dos serviços. O Ministério da Saúde, por exemplo, regulamentou o uso da telemedicina durante esse período de pandemia, ferramenta crucial para monitorar as pessoas com doenças crônicas e que dependem de um acompanhamento mais frequente.
         Diversas clínicas oferecem atendimento psicológico, principalmente devido à ansiedade e estresse, decorrentes da incerteza e medo, situações marcantes nesse tipo de crise. A clínica Aprendizagem e Cia, em Belo Horizonte, por exemplo, aderiu aos atendimentos on-line, mantendo os serviços de psicologia, psicopedagogia e pedagogia. A ação também foca a educação e a orientação parental, com uma live pelo Instagram às quinta-feiras, às 19h, citando dicas aos pais sobre como ajudar os filhos a lidarem com as emoções, mantendo a concentração nos estudos. O projeto digital Escola de Pais é gratuito, fazendo parte das iniciativas focadas em responsabilidade social.
         A colaboração geral torna possível a resiliência em momentos tão difíceis. Viver em sociedade é um desafio diário, mas possível com o bom senso e a ajuda da população. A pandemia provou que a sobrevivência depende de pequenos atos, que, associados a outras ações, proporcionam uma convivência mais harmoniosa e adequada.”.

(Ângela Mathilde. Psicopedagoga e psicanalista, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 29 de abril de 2020, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 02 de maio de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Selo de solidariedade
        Solidariedade é o qualificado selo de autenticidade da cidadania, é o olhar humano nobre, dirigido ao pobre e ao vulnerável, que inspira a compaixão, alicerçando gestos de partilha capazes de renovar esperanças. Dos cristãos, a solidariedade é selo de autenticidade da fé. Muitos se dizem religiosos, se inscrevem em diferentes confissões, mas, somente quem é solidário vivencia, genuinamente, o cristianismo. O ensino do Novo Testamento, com raízes profundas na tradição judaica do Antigo Testamento, interpela cada pessoa que se propõe a seguir Jesus com a exigência da solidariedade.
         Jesus Cristo é o Deus da solidariedade, o filho do Pai solidário com a humanidade sofredora e submersa na condenação do pecado. O coração que se abre à ação do Espírito Santo, à Trindade, é inspirado a agir de forma sempre solidária, com palavras que consolam, a partir de gestos corajosos e considerando que o outro, o irmão, é sempre mais importante – um princípio da moralidade cristã. Não há, pois, outro caminho para a civilização contemporânea. A única via possível é a da solidariedade. Se não for trilhada, a humanidade continuará a ser atormentada, de modo devastador, por pandemias. No sofrimento, perceberá que não adianta acumular riquezas para vencer a morte. O mal só se vence com a luz da efetiva solidariedade. Uma luminosidade capaz de debelar até mesmo a morte, conforme ensina a ressurreição de Cristo.
         Estranha muito, e certamente revela perversidades, escolhas equivocadas, quando alguns cristãos agem como se tivessem medo da solidariedade. Fecham-se às ações solidárias, sentem-se ameaçados nas fronteiras impostas por seus próprios egoísmos doentios. Passam a caluniar a solidariedade, para enfraquecê-la, valendo-se de estereótipos obsoletos e inadequados, vinculados a ideologias políticas sem consistência. Assim procedendo, talvez sem perceber e sem se dar conta de que estão se contrapondo à solidariedade, essas pessoas habitam um terreno de outras ideologias políticas igualmente perversas, que alimentam a indiferença em relação aos pobres, aos trabalhadores da cidade e do campo.
         A Doutrina Social da Igreja Católica convoca os cristãos a se sensibilizarem diante da humanidade ferida, que não encontrará a sua cura em uma economia gananciosa. A recuperação somente virá a partir de novas configurações fundamentadas na solidariedade, no respeito, no amor. Mas o amor cristão exige o compromisso de denunciar o que está errado e ajudar no desenvolvimento de novos projetos nos campos social, cultural e econômico, capazes de garantir a todos o direito e a justiça. O ciclo novo que se espera ao final dessa pandemia do novo coronavírus necessita da inspiração de um humanismo integral e solidário.
         Não pode prevalecer a mesquinhez nos mais diferentes grupos ou mesmo na interioridade de cada pessoa. No coração humano deve habitar a voz da solidariedade, que corrige rumos, alarga horizontes e modo iluminador, exigindo novas lógicas e práticas. O coração solidário salva a mente de escolhas políticas obscurecidas, enraizadas em fanatismos ou na escravidão ao dinheiro. A oportunidade de consolidar um ciclo novo para a humanidade depende de muitos e de cada um. Precisa de lúcida e qualificada participação, particularmente das instâncias governamentais, legislativas e judiciárias a serviço do povo, do bem comum e da justiça. Trata-se de um longo caminho de purificação para vencer o acúmulo de vícios e práticas abomináveis – manipulação, iniciativas motivadas por interesses espúrios, perpetuação de privilégios e submissão ao dinheiro, por medo ou conivência.
         A solidariedade é a luz que precisa revisitar mentes, corações, contextos diversos, a exemplo de tribunais, mesas executivas, esferas variadas da conjuntura cidadã. Entre esses, está o mundo do trabalho que merece especial atenção. É preciso um olhar solidário para reconhecer a importância e, assim, respeitar trabalhadores e trabalhadoras, considerando a sacralidade de seus direitos e de sua dignidade. Neste Dia do Trabalho, importante mais uma vez retomar o que ensina a Doutrina Social da Igreja Católica, para que as mudanças em curso não ocorram de modo determinista. Seja a humanidade protagonista das transformações almejadas e cada pessoa torne-se reconhecida como protagonista de seu trabalho. Modos mecanicistas e economicistas de ordenamento social são perigosos. Em vez de propostas inadequadas, pouco lúcidas e que desrespeitam a dignidade humana, particularmente do trabalhador, a humanidade é convocada a priorizar o selo da solidariedade.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em março a estratosférica marca de 326,4% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 130,0%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,30%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


  

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DAS PEQUENAS LIÇÕES DE GRANDEZA E A TRANSCENDÊNCIA DAS QUESTÕES DA AMAZÔNIA NA SUSTENTABILIDADE


“Pequenas lições de grandeza
        Em ‘Seis Propostas para o Próximo Milênio’, palestras que pronunciaria em 1985 na Universidade de Harvard – se a morte não tivesse interrompido sua obra –, Ítalo Calvino, o grande escritor de família italiana, tratou de objetos literários que gostaria de ver preservados. É uma bela coletânea sobre a complexidade das estruturas narrativas. Apesar do foco literário, podemos projetá-la para a vida social e política.
         Roguemos para que nossos governantes e políticos se comprometam com a leveza, primeira das seis propostas. Ao constatar que o esforço do governo para resgatar a economia quase não alterou o desemprego nem a vida da população, resta a prece para que se corrija a monstruosidade registrada pelo IBGE: o rendimento total dos 10% mais ricos supera a soma dos 80% mais pobres; em 2018, o rendimento médio mensal do 1% da classe mais rica foi de R$ 27.744; os 50% mais pobres receberam R$ 820, valor 33,8 vezes menor. Pede-se a leveza de um cotidiano tranquilo, seguro e farto na cozinha. Não dá para postergar.
         O segundo valor, a rapidez, deve responder ao povo nas ruas nesse ciclo explosivo das comunicações. Brasileiros estão cansados da conhecida lenga-lenga: “Vamos construir a pátria dos nossos filhos”. Urge construí-la nas cidades devastadas por más administrações. Lincoln ensinava: “Podeis ludibriar uma parte do povo durante o tempo todo, ou o povo durante algum tempo; mas não podereis ludibriar todo o povo durante todo o tempo”.
         O Brasil que ressurgiu da última eleição espera por exatidão, valor massacrado nestes tempos de fake News. Precisamos banir o refrão nazista de que uma mentira repetida três vezes torna-se verdade no quarto relato. Precisamos banir a falta de escrúpulo, a mentira, a hipocrisia.
         Bobbio, outro italiano, chama a atenção para dois fenômenos adversos e estritamente ligados: o poder oculto e o que oculta, que se esconde, escondendo. O poder invisível deve ser escancarado. Daí a necessidade da visibilidade para que se possa acreditar nos representantes. O país não aceita mais o Estado visível e o invisível, com estruturas corrompidas, gabinetes secretos, decisões longe do público, “o poder mascarado” destruindo a nação.
         Nossa cultura abriga valores nobres, como respeito, lealdade, dignidade, ética. A vontade plural merece ser respeitada. Trata-se, então, de promover a multiplicidade (quinto valor) dos olhares sobre a realidade. A pluralidade social, econômica e cultural constitui referência para o planejamento e administração de políticas públicas, o que recomenda a mobilização de classes e categorias profissionais.
         A última lição de Calvino trata da consistência. No caso, o resgate da responsabilidade, que implica seriedade, densidade. O contraponto é o improviso irresponsável.
         Nesta parte do milênio, o Brasil precisa praticar a humanidade como Confúcio definiu: “A humanidade é mais essencial para o povo do que água e fogo. Vi homens perderem sua vida por se entregarem à água ou ao fogo; nunca vi alguém perder a vida por se entregar à humanidade”.”.

(Gaudêncio Torquato. Jornalista, professor (USP) e consultor político, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 27 de outubro de 2019, caderno O.PINIÃO, página 19).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 25 de outubro de 2019, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Verdade sobre o Sínodo para a Amazônia
        O Sínodo para a Amazônia, convocado pelo papa Francisco há dois anos, em 17 de janeiro de 2017, e que está sendo realizado no Vaticano neste mês de outubro, movimentou internamente a Igreja Católica, interpelou outras confissões religiosas, correu nas veias dos cristãos, encheu de esperança o coração dos povos tradicionais e habitantes deste precioso território. Ganhou lugar pauta mundial – ambientalistas, meios de comunicação, governantes e diferentes segmentos da sociedade dedicam toda a atenção ao sínodo, que lança novas luzes sobre a história e sobre os preocupantes contextos social, religioso e ambienta. Também, lamentavelmente, o sínodo serviu de pauta para muitos que se dedicam a propagar notícias falsas. Foi alvo de interpretações equivocadas, inclusive dentro da própria Igreja, alimentou medos e preconceitos, distanciamentos e fechamentos a respostas que precisam ser buscadas para se alcançar necessárias transformações. Contudo, o transcurso dessa experiência sinodal tem sido fecundo e vencedor. É uma evangélica réplica às interpretações inadequadas, com a partilha em torno da verdade sobre o sínodo.
         Não se pode desconsiderar, de maneira alguma, que a Igreja é sinodal. Isso significa que trilha o seu caminho com a participação e o envolvimento de todos, desafiados sempre a se abrir à ação amorosa e transformadora do Espírito Santo, mestre e guia da Igreja. Nunca é demais lembrar e ler, mais uma vez, o capítulo 15 dos Atos dos Apóstolos, sobre a primeira experiência sinodal da Igreja Católica, há mais de dois mil anos. O ponto de partida dessa primeira experiência da Igreja nascente foi marcado pela tensão que, inevitavelmente, faz parte dos processos de entendimentos quando se busca novos rumos, novas resposta à luz do Evangelho de Jesus, fiel aos princípios e às tradições inegociáveis que sustentam a Igreja. Uma assembleia sinodal que parte da escuta uns dos outros, porta-vozes de clamores dos pobres e dos injustiçados. Sensíveis às interpretações vindas da realidade em permanente mutação.
         Contracenando nesses processos, homens e mulheres são desafiados ao diálogo, de modo a clarear novas direções, a avaliar sua abertura de coração para se deixar interpelar pela voz de Deus, pelos clamores dos sofridos e pela contribuição em busca da verdade. Essa é uma experiência que exige escutas. Um processo que agrega riquezas e permite reconhecer limites, ao submeter-se a confrontos na elaboração da lucidez que faz entrever e encontrar o modo novo de se viver a verdade do Evangelho que não muda. É imutável a verdade do Evangelho, que tem força, propriedade e razão para transformar mentes e corações. Para gerar a sabedoria indispensável a respostas novas, próprias a cada época. Por isso, é oportuno retomar o magnífico processo sinodal descrito nos Atos dos Apóstolos, pois comprova que escutar uns aos outros e a Deus é o único caminho seguro na busca diária e permanente da verdade, a se conhecer com sua força libertadora.
         Assim, numa Igreja sinodal, isto é, aquela que prima sua vida e testemunho pela escuta permanente de Deus, dos irmãos e, particularmente, dos clamores dos pobres e sofredores, dinâmica a ser vivida em toda a Igreja, em todas as suas instâncias, e em todas as relações, realiza-se o Sínodo dos Bispos para a Amazônia. Uma convocação de quem tem a autoridade para escutar bispos, padres, cristãos, leigos, peritos, convidados, mas especialmente os representantes dos povos da Amazônia: o papa Francisco. O papa faz esse caminho sinodal precedido por uma longa preparação, a partir de ampla participação de diferentes setores e um concentrado esforço para o entendimento da realidade.
         A esperançosa realização do Sínodo para a Amazônia, emoldurada por espiritualidade, respeito fraterno mútuo e solidário, pela dedicação a um trabalho sério – qualificado do ponto de vista teológico, pastoral e científico –, reunirá agora indicações, linhas e aportes aos necessários e urgidos novos caminhos para a Igreja em missão na região. Será, ainda, referência, lição e compromisso com uma nova ordem na Casa Comum, no horizonte da ecologia integral. Ser sinodal é condição fundamental para que a Igreja avance, a exemplo da família, da sociedade ou de qualquer outra instituição. Depende sempre da competência humana e espiritual e requer o equilíbrio que abre as portas para a escuta. Não há outro caminho para ser destinatário da verdade revelada por Deus e do amor que ele esparge. E o papa Francisco é admirável referência, sinal visível da unidade na Igreja nessa competência humana e espiritual de escuta. Quem não escuta ataca: quem não escuta se defende com acusações; quem não escuta se entrincheira, ilusória e agressivamente, em ataques desrespeitosos, na semeadura de cizânias, da discórdia e da confusão. Realidade muito diferente da referência de sinodalidade, presente nos Atos dos Apóstolos.
         A experiência do Sínodo para a Amazônia, mesmo revelando os limites humanos, os confrontos nos embates dos entendimentos, num percurso que continua a exigir de todos a condição de aprendizes, apontará novos caminhos para a Igreja e para homens e mulheres de boa vontade, no compromisso com a vida plena, em todas as suas etapas, da concepção ao declínio natural. Lição a ser aprendida sempre e praticada em todas as circunstâncias: escutar a Deus e uns aos outros. E o desafio: abrir-se a novos caminhos fiéis à verdade que não muda e ao inegociável dos princípios. Uma esperança: novos modos e dinâmicas no horizonte imutável dos valores do Evangelho de Jesus. Um dever: acolher com humildade, fecundando a unidade. Um convite: participação e compromisso missionário para que a Igreja cumpra sua tarefa de fazer de todos, discípulos e discípulas abertos ao novo que vem de Deus. Uma indicação aos que se fecham e se encapam como defensores da verdade, atacando e dividindo: a conversão. No mais, agradecer, celebrar e praticar as luzes novas que em si trazem, por ser fruto da escuta de Deus e uns dos outros, o amor que unicamente tudo pode. A hora é esta: acolher, pelas do papa Francisco, a verdade sobre o Sínodo para a Amazônia.”.
        
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a ainda estratosférica marca de 307,82% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 307,58%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,89%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.