“A
indústria 4.0 está transformando a construção civil
Falar sobre a indústria
4.0 e seus impactos sem incluir a construção civil é impossível. Considerado um
importante termômetro da economia, esse segmento é um dos primeiros a sentir as
interferências, positivas ou negativas, que ocorrem no mercado. E, nos últimos
anos, a chamada quarta revolução industrial pelo mercado, merecendo atenção
especial do setor. Isso porque as inovações trazidas por essa nova era de
tecnologias e mudanças revolucionárias afetam, diretamente, o desempenho
econômico dos setores, que precisam acompanhar todas as transformações que
acontecem.
As
novidades em automação, inteligência artificial e armazenamento de dados, por
exemplo, chegaram para todas as áreas e para empresas de todos os portes. No
contexto da construção civil, especialmente, o uso de novas tecnologias
propiciadas pela indústria 4.0 traz uma significativa redução no desperdício de
materiais, provoca o aumento da produtividade e contribui para resolver um dos
principais desafios do setor, o excesso de gastos, que normalmente ultrapassa o
orçamento inicial das construtoras.
Dois
dados da consultoria empresarial americana McKinsey Global Institute mostram o
quanto a construção civil está envolvida nesse contexto. De acordo com o
levantamento, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) estão
atrás de outros setores, no mundo. Foi investido menos de 1% da receita,
comparando-se aos 3,5% empregados pela indústria automotiva e os 4,5% da
aeroespacial. O estudo, no entanto, estima, ainda, que o mundo precisará gastar
US$ 57 trilhões em infraestrutura, até 2030, para acompanhar o crescimento do
Produto Interno Bruto (PIB) global. Um incentivo para os integrantes do setor
da construção inverterem esse quadro de baixo investimento, identificando
oportunidades em soluções de tecnologias e melhores práticas.
Hoje,
alguns exemplos práticas dessas tecnologias já são utilizados pelo setor da
construção, como o building information modeling (BIM), um sistema de modelagem
que, diferentemente do desenho usual em 2D, trabalha com modelos 3D, que são
mais fáceis de assimilar, em vez do uso de desenhos planificados. Além disso,
fornece informações aprofundadas sobre cada detalhe da construção.
Com a
evolução dessas tecnologias, as perspectivas são de que, em breve, o modelo
passe para o nível 5D, em que haverá não apenas a representação digital, apresentando
os custos e o planejamento de todas as etapas da construção, mas, também, a
disponibilização de informações geográficas, acústicas e térmicas dos locais
onde estão construídos os imóveis. Além disso, atuará na análise estratégica
dos gastos, permitindo a avaliação e o registro do impacto de determinadas
mudanças nos custos e no cronograma do projeto. Segundo a McKinsey, devido à
natureza visual e intuitiva do BIM 5D, será possível a identificação dos
riscos, antes da conclusão do projeto, para a melhor tomada de decisões.
Com
tantas possibilidades, a construção civil está no topo da lista de setores que
mais podem contar com essas novidades para gerar resultados exponenciais, além
de proporcionar soluções de qualidade de vida à sociedade. Os objetivos de
todos os envolvidos nesse processo são convergentes: a otimização da
produtividade da equipe e a velocidade da entrega, o aumento de processos mais
flexíveis e intuitivos, além do oferecimento de experiências, que, com as
tecnologias e a mentalidade trazidas pela indústria 4.0, impulsionarão o setor
à sua capacidade máxima de oferecer solução em estrutura.”.
(DANIEL KATZ.
Presidente da Katz Construções, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22 de
janeiro de 2019, caderno OPINIÃO,
página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
16 de janeiro de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de RENATO DE MENDONÇA,
pesquisador-bolsista da Comissão Nacional de Energia Nuclear e professor do
curso escolas sustentáveis da Ufop, e que merece igualmente integral
transcrição:
“A
ignorância não é uma bênção
Estudar não é fácil.
Pode ser divertido para alguns, mas para a maioria das pessoas exige
investimento, esforço e tempo. Estudar também pode ser angustiante e
contraditório. Observa-se que quando algumas questões desaparecem com o aumento
do conhecimento e estudos, outras surgem, crescendo a nossa ignorância. Nesse sentido,
a analogia com o balão plástico que é preenchido por um gás é interessante.
Enquanto se preenche um balão com gás, a superfície do balão cresce.
Analogamente, à medida que o conhecimento aumenta, a fronteira entre o
conhecido e o desconhecido aumenta também. Considera-se, pois, intrigante o
fato de o ser humano se esforçar tanto para aprender, acumular conhecimento, se
isso pode lhe causar sofrimento. Uma angústia tal que por vezes faz alguns
indivíduos negarem o conhecimento e acreditarem que a ignorância é uma bênção.
Sob um
ponto de vista fundamental, os estudos aumentam os horizontes, as
possibilidades, as escolhas. Indivíduos que se abrem ao conhecimento conseguem
enxergar soluções e oportunidades, onde ignorantes observam fatos com
interpretações desproporcionais ou falsas. Recentemente, o Brasil foi detectado
como um país com alto índice de ignorância pelo Instituto Ipsos. Isso foi feito
através de uma pesquisa que mediu a capacidade do brasileiro de entender e
conhecer a própria realidade. Foi observado, por exemplo, que o brasileiro
acredita que a população carcerária é constituída de 30% de imigrantes,
enquanto esse valor gira ao redor de 0,4%: um erro causado por uma avalanche de
informações falsas e falta de conhecimento de nossa realidade. Isso deve ser
matéria de reflexão de cada um de nós, pois um indivíduo guiado por falsas
informações e interpretações é comumente levado a soluções equivocadas e
catastróficas. Conforme o pedagogo Paulo Freire já pregava, somos obrigados a
ler o mundo, é da nossa natureza, mas essa interpretação depende de nossa base
de conhecimentos. Dar uma explicação científica, história ou religiosa para um
problema qualquer vai depender do conhecimento que adquirimos desde a infância.
Assim, o esforço em se obter o conhecimento com o objetivo de interpretar a
realidade e produtivo. E isso pode ser realizado de diversas maneiras, quais
sejam pela leitura, pela realização de cursos e pela obtenção de novas
experiências. Observa-se que o conhecimento, como a ignorância, reside em todos
os lugares.
Sob um
ponto de vista prático, o conhecimento valoriza o ser humano. Pessoas
inteligentes e educadas são estimadas, pois possibilitam troca de experiências,
luz e clareza. Profissionais capacitados também são melhor remunerados. No
último censo foi corroborada a relação entre renda e escolaridade,
confirmando-se que quanto mais se estuda, maior é a renda dos trabalhadores.
Ocorre que a dedicação aos estudos ajuda os indivíduos a conseguir e manter
boas posições no mercado de trabalho. A educação valoriza os trabalhadores
porque os habilita a resolver mais problemas, a lidar com novas tecnologias e a
se manter produtivos. Profissionais estimados e requisitados são aqueles que
dominam o que muitos precisam e poucos conhecem.
Ainda,
o acúmulo e a aplicação do conhecimento melhoram a vida das pessoas. No mundo
atual, vive-se em média muito mais do que há 600 ou 60 anos atrás. Segundo o
IBGE, atualmente, a expectativa de vida do brasileiro é de 76 anos; em 1960,
era de 54. A vida é mais longeva não somente porque novos medicamentos, vacinas
e diagnósticos foram criados, mas também por causa das novas atitudes. Os
cuidados com a saúde são cada vez mais disponibilizadas na internet, TV,
jornais e revistas. Por exemplo, não é novidade que o sedentarismo e uma dieta
rica em açúcar devem ser evitados por indivíduos que desejam manter a saúde.
Adicionalmente, cresce a conscientização de que saber o quanto antes o
diagnóstico de determinadas doenças implica forte possibilidade de cura dessas.
Portanto,
a ignorância não é uma bênção. O conhecimento melhora a percepção das pessoas
sobre o mundo, faz a vida mais longeva e valoriza os indivíduos. De alguma
forma, conhecimento e ignorância se amalgamam, estabelecem uma relação
intrínseca, como aquela entre o bem e o mal, a vida e a morte. E se existe
sofrimento ao saber, é importante aprender a lidar com ele, assim se lida com a
existência do mal e da morte. Conforme o escritor Isaac Asimov afirmou, se o
conhecimento pode nos causar problemas, não é através da ignorância que podemos
solucioná-los.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca
de 285,4% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 312,6%; e já o IPCA,
também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,75%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria
grega, do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias,
portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas,
oportunidades e potencialidades com todas
as brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita
misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.