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sexta-feira, 8 de setembro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A URGÊNCIA DA REVOLUÇÃO DE VALORES E PRINCÍPIOS E OS DESAFIOS DA PREVIDÊNCIA NA SUSTENTABILIDADE

“Retorno à Lei de Talião
        Nos primórdios da história do homem, a capacidade do indivíduo em sair vivo do enfrentamento às adversidades da natureza ou da luta contra outros grupos inimigos era primordial. Não importava o tipo de esperteza a ser usada. O fundamental era se dar bem, ou seja, levar vantagem. Afinal, era uma questão de vida ou morte. Os mais capazes sobreviveram, bem como seus adaptados descendentes.
         Com o passar do tempo e o crescimento numérico dos participantes nos agrupamentos humanos que se formaram, surgiram as necessidades de regulamentação visando ao melhor convívio entre todos. Houve, portanto, o início do aperfeiçoamento das relações nessas arcaicas comunidades. Com isso, alguns atributos individuais, antes considerados positivos e estimulados entre os indivíduos, passaram a ser considerados negativos e não mais aceitos. Dessa forma, a necessidade premente por harmonia na convivência social colocou limites em alguns desses atos, formatando, ainda que forma primitiva, a vida em sociedade.
         A descoberta arqueológica de algumas dessas regras milenares, como o Código de Hamurabi, na antiga Babilônia, hoje território do Iraque, é considerada um dos maiores feitos arqueológicos já registrados. Já outras, no entanto, foram preservadas pela cultura de seu povo, como o Decálogo judaico, ou seja, os 10 mandamentos da chamada Lei de Deus. Talvez até existam várias outras, mais antigas ou não, ainda perdidas. Mas, certo é a incontestável existência de provas demonstrando que a necessidade da vida comunitária obrigou a criação de regras que minimizassem entre a manifestação desagregadora da selvagem natureza dos indivíduos.
         Curioso é observar que nos tempos pós-modernos, apesar de todo o planeta ser transformado em uma imensa aldeia global, e a despeito dos imensos avanços das ciências, com sua incrível tecnologia moderna, tais contenções da vulcânica índole humana estejam sendo relegadas ao descaso e provocando, com isso, um verdadeiro caos social.
         E o Brasil é o maior exemplo desse sintoma de desagregação social em curso. Afinal, o desumano ato de desgoverno e corrupção provocado pelos líderes e autoridades desse país, que deveriam dar o mínimo de rumo e zelar pela segurança e dignidade da população, encontra-se escancaradamente nu, a mostrar suas vergonhosas entranhas impudicas como ganância, intolerância, mentiras, roubos, falcatruas, assassinatos e incompetências, entre outras. Ou seja, todo tipo de perversões, em uma explícita inversão total de valores. Aliás, dos preciosos valores construídos e mantidos há pelo menos 4 mil anos, como já registrados nos códigos milenares.
         Como justificar, no caso específico do Brasil, que tais sintomas gritantes são visíveis em grande parte das chamadas autoridades e em todas as instituições constituídas? Como contradizer, perante o povo brasileiro que a maioria dos seus líderes são seres totalmente destituídos do mínimo dos valores que as sociedades civilizadas criaram há milênios?
         E pensar que tais indivíduos se julgam no direito de ainda permanecer nos seus cargos. Uns fazendo leis que os livrem das consequências dos seus crimes de lesa-pátria. Outros, no vergonhoso uso mercenário da toga. Todos, igualmente, repletos de imerecidos privilégios e mordomias. Enquanto a sociedade civil sofre suando como escravos para os sustentar.
         Será que o único jeito de consertar o Brasil vai ser regredir no tempo e decretar a ultrapassada Lei de Talião, isto é, a lei do olho por olho, dente por dente? E sendo o próprio povo o juiz e executor das sentenças, em uma clara ressurreição tardia do espírito da Revolução Francesa com o novo lema “dignidade, competência e respeito”?”.

(JOÃO DEWET MOREIRA DE CARVALHO. Engenheiro agrônomo, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 3 de setembro de 2017, caderno OPINIÃO, página 11).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 12 de agosto de 2017, mesmo caderno, página 7, de autoria de RUBENS MENIN, presidente do Conselho de Administração da MRV Engenharia, Banco Intermedium, Log Commercial Properties, Urbamais Desenvolvimento Urbano e Abrainc, e que merece igualmente integral transcrição:

“Reforma da Previdência
        A reforma da Previdência voltou a ser o assunto do dia, embora ela nunca tivesse perdido a importância, mesmo quando eclipsada por episódios políticos cobertos pela imprensa com mais sensacionalismo. Na realidade, a nação precisa encarar esse desafio, equilibrar o sistema e garantir a sua perenidade antes que a ruína se torne inevitável.
         A hesitação dos nossos congressistas e da representação política diante do projeto de emenda à Constituição enviado pelo governo para apreciação do legislativo – e já significativamente “flexibilizado” na tramitação preliminar – acompanha, em linhas gerais, as mesmas dúvidas e indecisões de toda a sociedade. De fato, existe um grande percentual da nossa sociedade que se opõe à reforma da Previdência ou que fica inseguro em defendê-la. Por que isso acontece? Por que muitos hesitam em apoiar a iniciativa, quando em geral costumam receber com simpatia quase todo tipo de reforma, seja nos dispositivos legais, seja no ambiente mais próximo da vida familiar? Sim, o termo “reforma” costuma ser percebido como um valor positivo; como algo que vai melhorar as coisas existentes, envelhecidas ou ultrapassadas. Mas esse padrão mais otimista não ocorre, até o presente momento, no caso da reforma da Previdência. Por quê?
         Entendo que boa parte da hesitação e, até mesmo, da oposição organizada contra a PEC da reforma previdenciária, resulta de um certo sentimento de insegurança diante da propalada e inverídica “perda de direitos”, justamente em uma questão muito sensível para a maioria das pessoas, já que pode interferir diretamente no usufruto das pensões e aposentadorias, ou seja, na garantia de uma velhice segura e sem surpresas. A par de ser uma hesitação natural, dada a sensibilidade do assunto, muito de sua expressão resulta de uma oposição organizada ao projeto, associada ao desconhecimento de muitos acerca da verdadeira situação do sistema previdenciário nacional. E essa situação pode ser descrita e compreendida a partir da exposição de alguns fatos simples.
         O sistema de seguridade social brasileiro é, sem dúvida, a maior rede de proteção previdenciária do mundo. Atualmente, o nosso sistema atende mais de 30 milhões de aposentados e pensionistas. Isso significa que esse sistema garante e sustenta a vida de um contingente superior a 75 milhões de brasileiros que, de alguma forma, sobrevivem com os benefícios dos segurados originais. Essa enorme teia de proteção social merece e precisa ser cuidadosamente defendida. Foi uma expressiva conquista da sociedade brasileira. Ela não pode afundar em decorrência de um grave e fatal desequilíbrio financeiro. Temos que salvá-la da incúria e das intempéries demográficas e econômicas. Mas, para isso, precisamos entender mais um pouco sobre a situação e funcionamento desse enorme sistema.
         Apesar de ser, como eu já disse, a maior rede de proteção previdenciária do mundo, o nosso sistema está internamente desequilibrado. Atualmente, em vez de ser o desejável instrumento de distribuição de renda e de auxílio na busca de maior igualdade social, a Previdência pública brasileira vem fazendo exatamente o contrário. De fato, ela penaliza os mais desfavorecidos, seja através da cobrança direta de contribuições, seja através do menos visível mecanismo de subsídio ao bolo securitário provido pelos impostos e tributos comuns. A injusta penalização continua com a desproporção dos valores das aposentadorias e pensões pagas mais precocemente àqueles que, relativamente, foram os menos penalizados nas cobranças e taxações. Por conta disso, o sistema previdenciário brasileiro apresenta-se, justamente, como um instrumento de concentração de rendas. E é essa a característica que precisa ser modificada. Interessante observar que, se corrigido ou amenizado esse desequilíbrio interno, estará também, em idêntica proporção, corrigido ou amenizado o desequilíbrio financeiro que está ponde em risco a sobrevivência de todo o sistema previdenciário.
         Entendo que essa questão deve ser mais amplamente esclarecida para a sociedade, fomentando os debates e a formação de opinião, de modo a criar-se o desejável clima de conscientização acerta da necessidade da reforma e, mais do que isso, permitindo que surjam naturalmente, no âmbito de toda a sociedade, as manifestações de apoio às modificações mais justas, viáveis e convenientes. Nesse particular, quero concluir registrando a minha convicção de que, por maior que seja a campanha contra a reforma, eventualmente conduzida pelos detentores dos privilégios atuais, a sociedade não deixará de se sensibilizar com a origem básica do desequilíbrio do sistema e de se posicionar a favor de sua correção, desde que devidamente informada e esclarecida. Nunca é demais lembrar que não existe fonte maior de insegurança para o cidadão comum que a perspectiva de lhe faltar, no futuro, a garantia da aposentadoria ou da pensão com que sempre contou. E essa é uma possibilidade concreta, se nada for feito de imediato. Aliás, os espíritos mais atentos já começam a ficar angustiados com a realidade observada em alguns estados da Federação, cuja situação financeira deteriorou mais depressa e onde pagamentos considerados como tradicionalmente garantidos já estão sendo retardados, parcelados, colocados na dependência de auxílio federal ou simplesmente ignorados.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em julho/2017 a ainda estratosférica marca de 399,05% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 321,30%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em agosto/2017 chegou a 2,46%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        


        

    

segunda-feira, 12 de junho de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DA CONFIANÇA NA GESTÃO E O INDISPENSÁVEL ESTADO DE DIREITO NA SUSTENTABILIDADE

“Confiança na gestão de crises
        A história recente do Brasil tem mostrado às organizações que a gestão de crises de imagem não pode ser tratada apenas como um problema de comunicação. Acima de tudo, trata-se de uma questão de atitude. De problemas como o rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), à megaexposição de empresas, governos e políticos na Operação Lava-Jato, envolvendo “lamas” de significados distintos, os fatos, suas versões e impactos são insumo para bons aprendizados.
         Mentira tem pernas curtas, comprovam políticos pegos pela Lava-Jato, recebendo milhões em propina, em total incoerência com o discurso de retidão repetido ao longo de suas carreiras. No mundo da comunicação digital acelerada, isso é ainda mais crítico. Em pouquíssimo tempo, e possível pela mídia – a tradicional e as sociais – buscar e editar declarações antigas do hoje corrupto desmascarado, numa fala em que pregava a honestidade e o respeito. A exposição é enorme e seus efeitos implacáveis.
         Crises como essas provocam verdadeiros terremotos, mexem com os corações e mentes das pessoas, abalam toda a sociedade. O efeito é tão impactante que cola em quem estiver em volta. Sem, de forma alguma, entrar aqui no mérito do fato ocorrido, pode-se dizer que o caso da Samarco respingou em toda a mineração nacional, levantando questionamentos sobre a segurança das operações e, particularmente, das barragens. É natural que a sociedade reaja assim diante das crises, pois dali vem o medo. E o medo, nesse caso, e o oposto da confiança.
         A situação de Mariana expõe também o poder público responsável pela fiscalização das atividades das mineradoras e mudou conceitos até então existentes. Dizer que as operações de uma empresa são auditadas por especialistas externos e fiscalizadas pelos órgãos ambientais não resolve. A chancela do poder público também perdeu em credibilidade. Até mesmo aquele argumento de que “nossos índices estão dentro dos limites legais” não convence. Simplesmente, porque a confiança naqueles que fazem as leis ou cuidam do cumprimento delas também e muito baixa.
         As empresas, como segmento institucional, também sofrem com a repercussão de crises envolvendo organizações de porte e importância, como Samarco, Odebrecht ou JBS. Mesmo assim, elas são, dentre as instituições, as que ainda mantêm um melhor nível de confiabilidade no julgamento da opinião pública. Isso faz com que, mesmo em um contexto de crise de confiança generalizada, as empresas tenham também oportunidades de construção e fortalecimento de sua atuação e reputação na sociedade.
         Segundo o último Trust Barometer, importante pesquisa sobre confiança nas instituições realizada globalmente pela Edelman Significa w divulgada em março deste ano, as empresas no Brasil ainda mantêm 61% de confiança junto à opinião pública, acima dos 50% registrados como média geral das instituições (engloba também poder público, INGs e mídia). Nos governos, o grau de confiança mal passa dos 20%.
         Ao divulgar o estudo, Yacolf Sarkovas, CEO da Edelman Significa, disse que este é “um momento especial para as empresas, que poderão liderar uma agenda de transformação no Brasil”. Isso porque – explicou – elas simbolizam a contraposição à baixa avaliação dos governos e a possibilidade de ascensão pelo emprego e consumo.
         Em especial no caso na mineração, que historicamente lida com o estigma de “tira do solo, leva embora e nada deixa em troca”, os projetos de fomento ao desenvolvimento socioeconômico local crescem em importância, pois contribuem para aprimorar a educação, impulsionar as vocações regionais e melhorar a autoestima das comunidades.
         A base para que essa linha de atuação prospere está no respeito no relacionamento com as pessoas, em todos os sentidos. É alicerce para a construção de confiança, importante para prevenir crises, pilar sólido durante a gestão de problemas e fundamental nos processos de recuperação da reputação corporativa.”.

(JOSÉ GUILHERME ARAÚJO. Sócio-diretor da Ideia Comunicação Empresarial e especialista em Gestão de Crises, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 10 de junho de 2017, caderno OPINIÃO, página 11).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de RUBENS MENIN, presidente do Conselho de Administração da MRV Engenharia, Banco Intermedium, Log Commercial Properties, Urbamais Desenvolvimento Urbano e Abrainc, e que merece igualmente integral transcrição:

“O indispensável Estado de Direito
         Os constituintes de 1988 tiveram o cuidado de destacar na nossa Carta Magna as assim chamadas “cláusulas pétreas”, ou seja, os dispositivos permanentes que não podem ser eliminados ou substancialmente alterados, nem mesmo por emenda constitucional, ainda que esta venha a tramitar regularmente no Congresso Nacional. Não inovamos neste aspecto. Pelo contrário, esse cuidado tem sido observado em muitas outras circunstâncias e países. No nosso caso, cuidamos de proteger disposições importantes, como a forma de organização federativa do Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação harmônica dos três poderes e os direitos e garantias individuais. Os nossos constituintes entenderam, sabiamente, que essas disposições especiais não poderiam ficar sujeitas a modificações ou descartes resultantes de modismos ocasionais, de motivações políticas extraordinárias ou de maiorias circunstanciais, pois implicariam mutilações deletérias na própria essência do Estado e de sua organização, admitidos como desejáveis e insubstituíveis no padrão original. E estamos tendo o juízo de manter as cláusulas pétreas intocadas, desde então, por maiores que sejam as tentações momentâneas de uma ou de outra corrente do pensamento político.
         A história registra outras opções sábias de proteção das sociedades e dos respectivos Estados, cujos inegáveis benefícios só podem ser avaliados depois de longo tempo de prática, com o distanciamento correto do instante ou das circunstâncias em que esses foram propostos, reconhecidos e adotados. Um exemplo dessas proposições cuidadosas foi a famosa observação feita por Benjamin Franklin, a 17 de fevereiro de 1775, na Assembleia da Pensilvânia, cuja expressão definitiva, após diversas modificações, passou a ser esta: “Aqueles que trocam um pouco de liberdade por um pouco de segurança não merecem uma nem a outra, e acabam ficando sem as duas”. Disposições ou proposições desse tipo, quase sempre aparecem na forma de um alerta ou de um apelo à reflexão, para impedir que os povos ou suas respectivas sociedades venham a cair em tentação motivada por situações e circunstâncias transitórias sem que sejam avaliados, judiciosamente, os enormes prejuízos futuros.
         Fiz essas observações introdutórias para focar um conceito igualmente importante: o Estado de Direito. Esse é um conceito reconhecido universalmente como a estrutura de organização dos Estados que submete a todos (mandatários, autoridades, cidadãos) ao Império da Lei (The Rule of Law) garantindo que a interação entre os agentes ocorrerá sempre com observância de leis aplicáveis igualmente a todos e que preservem também o assim chamado Direito Natural. Ou seja, o Estado de Direito, exercido plenamente e sem limitações ou restrições extraordinárias, é a ferramenta de garantia dos direitos fundamentais do homem, incluindo os direitos políticos, sociais, organizacionais e econômicos. É a garantia plena da liberdade, atual e futura, para todos e para cada um. Não podemos nos afastar dele, sob pena de ficarmos desguarnecidos ou desprotegidos e de alimentarmos alguma forma de tirania. Esse é um ponto a ser refletido profundamente nos dias que correm.
         Embora organizado como uma democracia constitucional, o Brasil tem sido acometido por soluços perigosos e que precisam ser evitados, mesmo quando esses soluços decorrem de providências ou atitudes que podem agradar a maioria dos brasileiros ou contar com a simpatia de outros tantos. Tivemos, recentemente, alguns exemplos muito preocupantes, como a quebra desnecessária do sigilo telefônico de políticos de destaque, seja em ligações familiares (entre mãe, filho e nora, por exemplo) sem qualquer menção a ilícitos, seja até mesmo em ligações confidenciais entre jornalista e suas fontes, também sem qualquer utilidade a prevenção ou punição de ilícitos. Existem numerosos outros exemplos além desses e, quase sempre, esses soluços autoritários nos afastam da proteção indispensável do Estado de Direito. Por mais que esses soluços agradem a alguns ou a muitos, temos que ser prudentes, antes que a quebra da proteção se volte contra cada um de nós ou possibilite a formação de uma tirania embrionária. Sem o Império da Lei, o embrião fatalmente crescerá e ameaçará a todos, inclusive aos que veem com simpatia ou desatenção os soluços atuais. Temos, sim, que combater a criminalidade e a ilicitude, notadamente aquela materializada na corrupção endêmica que assola o país. Mas temos que fazer isso com a estrita observância da lei, no âmbito preservadíssimo e intocável do Estado de Direito.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril/2017 a ainda estratosférica marca de 422,46% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,3%; e já o IPCA também no acumulado dos últimos doze meses, em maio, chegou a 3,60%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

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