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quarta-feira, 9 de maio de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS NOVOS DESAFIOS DA PRESERVAÇÃO AMBIENTAL E A LUZ DA CIÊNCIA CIDADÃ NA SUSTENTABILIDADE


“O futuro da recuperação do dano ambiental
        O século 20 foi marcado pelo despertar da consciência internacional sobre a gravidade da crise ecológica e a necessidade de aliar o desenvolvimento econômico com a preservação do meio ambiente. A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em 1972, construiu o alicerce sobre o qual seriam edificadas as normas para alcançar o desenvolvimento sustentável. A legislação ambiental do Brasil avançou desde então, concedendo ampla legitimidade para a proteção ambiental, através de norma constitucional expressa.
         A engenharia assume papel de destaque na preservação ecológica pelas consequências de suas atividades sobre o ambiente. Ciente de sua responsabilidade, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-Minas), por meio da Câmara de Mediação e Arbitragem (CMA), tem desenvolvido notáveis esforços no sentido de dar sua efetiva contribuição para proporcionar a melhoria da qualidade ambiental no estado de Minas Gerais.
         A própria criação da Câmara Temática de Meio Ambiente no Crea-Minas permitiu a promoção de discussões técnicas sobre os temas ambientais mais relevantes, contribuindo na promoção da sustentabilidade e no conhecimento das normas ambientais. Em uma atitude inédita, foi criado, também, o Colégio de Representantes Institucionais do Crea-Minas, com membros presentes em conselhos e órgãos ambientais de Minas Gerais, permitindo o debate qualificado, o aprimoramento e a busca da excelência nas decisões adotadas.
         Imbuído pelo propósito de contribuir ainda mais nesse cenário, em 2015, o Crea-Minas motivou a reunião e o início de discussões com os poderes públicos sobre a criação de grupo de trabalho para tentar conceber um redesenho nos procedimentos para a solução dos conflitos ambientais existentes nos processos administrativos. A iniciativa tinha como objetivo a mais ampla solução de todas as consequências jurídicas provenientes dos litígios ambientais e a prioridade na recuperação do dano ambiental.
         Nesse sentido, é satisfatório acompanhar os avanços nesta área representados pela assinatura, no último 19 de abril, do acordo de cooperação técnica entre o Governo de Minas Gerais, por meio do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) e a Advocacia-Geral do Estado (AGE), o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Esse projeto pioneiro surgiu de ações conjuntas desenvolvidas nos dois últimos anos no Crea-Minas, fruto dos melhores esforços desses órgãos para a criação de novo procedimento por meio da mediação ambiental, para obter a composição nos conselhos administrativos infracionais, a recuperação do dano e a não judicialização dos conflitos.
         O Crea-Minas sente-se honrado por contribuir com a construção desse novo procedimento, novo caminho por onde trafegarão, com mais rapidez e eficácia, os conflitos ambientais. O Crea-Minas cumpre, assim, os ditames da Constituição Federal de 1988, que estabelece que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem como de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
         Estamos certos de que o acordo de cooperação técnica irá contribuir imensamente com a proteção ecológica, com a marca do ineditismo no cenário nacional.”.

(CLEMÉNCEAU CHIABI SALIBA JR, engenheiro civil e presidente da Câmara de Mediação e Arbitragem (CMA) do Crea-Minas, e CÉLIA PIMENTA BARROSO PITCHON, advogada e consultora da Câmara de Mediação e Arbitragem (CMA) do Crea-Minas, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de abril de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de LESANDRO PONCIANO, professor da PUC Minas, realiza pesquisas na área de ciência da computação com ênfase em ciência cidadã, computação social e interação humano-computador e membro da Sociedade Brasileira de Computação (SBC) e da Citizen Science Association (CSA), associação internacional dedicada à ciência cidadã, e que merece igualmente integral transcrição:

“A ciência cidadã no Brasil
        Cientistas estão descobrindo que pessoas dispondo de um pouco de curiosidade, tempo e com seus celulares em mãos são capazes de impulsionar grandes descobertas científicas. Descobrir um novo tipo de galáxia ao analisar padrão de cores e formas em imagens feitas por telescópios espaciais. Brincar em um jogo tridimensional que, indiretamente, faz síntese de proteínas e que permite estudar a cura para determinadas doenças. Fotografar a aparição de animais e plantas que nunca tinham sido avistados naquela região. Esses são alguns exemplos de iniciativas que têm engajado milhões de pessoas em todo o mundo. O nome que tem sido dado a essa forma de realizar descobertas é “ciência cidadã” (ou citizen science, em inglês).
         Ciência cidadã é uma forma humanística e colaborativa de se conduzirem estudos científicos. As pessoas não são apenas informadas sobre as descobertas, elas participam delas. Cientistas estão engajando multidões em suas pesquisas. Tal engajamento é viabilizado pelas tecnologias que hoje são acessíveis à maior parte das pessoas: um aplicativo instalado no celular é, muitas vezes, o suficiente para participar. Iniciativas precursoras têm partido de países desenvolvidos, como Austrália, Estados Unidos e Reino Unido. Projetos de vanguarda têm surgido em universidades e centros de pesquisa de grande relevância, como a Universidade de Oxford, a Universidade de Washington e a Academia de Ciências da Califórnia.
         Recentemente, a conduzirmos um estudo com outros 22 pesquisadores de 10 países. O artigo publicado pela revista científica Citizen Science, Theory and Practice, concebe uma visão terminológica internacional para ciência cidadã. O estudo investiga quando a humanidade começou a atribuir o papel de “cientista” apenas a pessoas graduadas e como, atualmente, cada pessoa pode ser vista como um “cidadão cientista” quando faz uma descoberta relevante. Embora empreguem termos diferentes por questões idiomáticas ou geopolíticas, todos os países estuados buscam uma maior participação das pessoas na atividade científica. As pessoas que participam, por sua vez, geralmente buscam aprender algo enquanto ajudam a avançar a ciência. Assim, ciência cidadã é um expoente no contexto científico internacional.
         Infelizmente, no Brasil, ciência cidadã ainda é algo incipiente. Há esforços iniciais. Alguns desses esforços estão associados ao Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr) ou a projetos pontuais de algum grupo de pesquisa. Eles são, em grande parte, adaptações de iniciativas existentes em outros países e têm forte ênfase em questões de ecologia e biodiversidade. O Brasil ainda está em busca de uma perspectiva de ciência cidadã que se adeque às suas características geográficas e socioeconômicas, pois as pessoas tendem a participar mais em projetos que estão associados aos problemas do dia a dia delas.
         Dado o suporte tecnológico comum em ciência cidadã, iniciativas inovadoras têm surgido em ambientes associados à tecnologia da informação e comunicação. Esse é o caso do Departamento de Engenharia de Software e Sistemas de Informação da PUC Minas. Investigar e desenvolver em estudantes de escola pública a habilidade de solucionar problemas por meio de “pensamento computacional”. Analisar a mobilidade urbana de estudantes e formas de melhorá-la. Investigar como criar, em redes sociais, robôs que tenham propósito positivo para a sociedade. Esses são exemplos de iniciativas em curso na PUC Minas. Com isso, está-se direcionando o avanço tecnológico e científico para tópicos relevantes e nos quais a sociedade possa ser engajada, o que é algo central em ciência cidadã.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca de 333,9% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 324,1%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em março, chegou a 2,68%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.







quarta-feira, 8 de novembro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS GRAVES DESAFIOS DA GESTÃO E DA GOVERNANÇA E A FORÇA DA FAMÍLIA NA SUSTENTABILIDADE

“Gestão e governança: 
o desafio da mudança cultural para êxito do projeto eSocial
        Muito se tem falado nos últimos anos sobre o eSocial, uma ferramenta eletrônica criada com o objetivo de unificar, simplificar e padronizar a prestação de informações fiscais, previdenciárias e trabalhistas fornecidas pelas empresas brasileiras ao governo relativas às relações onerosas de trabalho, com ou sem vínculo empregatício.
         Trata-se de projeto do governo federal, em conjunto com o Ministério do Trabalho e Previdência Social, a Caixa Econômica Federal e a Receita Federal, que integrará a rotina de mais de 8 milhões de empresas e 40 milhões de trabalhadores, de modo a combater a sonegação fiscal e a informalidade, que caracteriza grande parte das empresas brasileiras – o que, consequentemente, impacta negativamente na arrecadação tributária.
         O cenário de incertezas econômicas, reformas previdenciária e trabalhista e vários outros desafios que o país vem enfrentando não vão atrasar o início do eSocial, adiado várias vezes desde o cronograma inicial, que previa o início da utilização para 2014. A partir de 1º de janeiro de 2018, a plataforma digital passa a ser obrigatória para as empresas com faturamento superior a R$ 78 milhões anuais e, a partir de 1º de julho de 2018, para todas as demais empresas do país.
         Portanto, com a data para adequação cada vez mais próxima, as empresas precisam correr atrás do tempo para não perder o prazo e implementá-lo na data legalmente estipulada. Ainda assim, muitas não estão dando a devida importância ao assunto ou não se atentaram para o impacto do projeto, que envolve não apenas processos e adequação tecnológica, mas, sobretudo, uma mudança da cultura, já que as empresas terão de rever suas práticas para o cumprimento à risca das rotinas especificadas em legislação.
         Dessa forma, a partir da obrigatoriedade do eSocial, a exposição da empresa será ainda maior. Essa tecnologia trouxe um grau de sofisticação que tornará mais fácil o cruzamento de dados pelos órgãos oficiais do governo, aumentando significativamente o número de autuações, gerando advertências e penalidades indesejadas em todo o território nacional.
         Devido à complexidade e escopo do projeto, é vital que a mudança de cultura ocorra, pois trata-se de um programa abrangente, que exige adequação dos processos e políticas de governança corporativa com foco na efetividade e gestão de compliance, aliada à gestão de riscos, para garantir que as regras sejam cumpridas, por meio da integração das áreas como segurança e medicina do trabalho, meio ambiente, fiscal, contabilidade, TI e jurídico, com o apoio, é claro, da alta administração.
         Com o advento do eSocial, abre-se oportunidade na área de recursos humanos de ter uma atuação realmente estratégica, por se tornar destaque nas empresas com a sua implementação, atuando na linha de frente para a transformação cultural com o menor impacto possível. Investir em gestão de pessoas neste momento significa investir no engajamento que fará a diferença no clima organizacional, o que somente será conquistado a partir da valorização das pessoas e do alinhamento dos seus valores com a empresa.
         Nesse contexto, é preciso que o profissional dessa área tenha uma visão sistêmica dos processos que envolvem pessoas, diálogo para interagir com as lideranças, sendo um facilitador para que estas possam gerir suas equipes da melhor forma, visando garantir que nenhum detalhe seja esquecido e que os diversos prazos estejam alinhados e sejam cumpridos, de acordo com as diretrizes da nova sistêmica.
         Compete à alta administração dar todo o apoio na gestão dos riscos e controles considerados chave nos processos críticos e estratégicos da empresa, bem como garantir a alocação dos recursos necessários e a dedicação dos profissionais envolvidos no projeto, a fim de conquistar resultados sustentáveis que vão agregar efetivo valor para o futuro dos negócios, por meio de uma equipe coesa no âmbito organizacional.
         Em suma, fica evidenciado que o eSocial representa uma oportunidade singular de as empresas efetivamente transformarem sua cultura organizacional e adotarem políticas de governança corporativa. Cada organização deve identificar, organizar e implementar a melhor gestão de compliance, que pode variar conforme o tamanho, o segmento e a complexidade das operações, para mitigar riscos de multas e sanções indesejadas.”.

(ERIKA QUINTÃO. Especialista em gestão estratégica de pessoas, HR Business Partner – consultora de RH, personal e professional coaching certificada pela Sociedade Brasileira de Coaching, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 29 de outubro de 2017, caderno ADMITE-SE CLASSIFICADOS, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 9 de outubro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, jornalista, e que merece igualmente integral transcrição:

“Família é solução
        Estudos mostram que crianças criadas fora do casamento estão mais propensas a abandonar a escola, usar drogas e envolver-se em violência. O Child Trends, um instituto de pesquisa norte-americano, resumiu: “Filhos em famílias com um só dos pais, filhos nascidos de mães solteiras e filhos criados na nova família de um dos pais ou em relações de coabitação enfrentam riscos maiores de ficar pobres”. Família não é problema. É solução. Contra fatos não há argumentos.
         Não sou juiz de ninguém. Mas minha experiência profissional indica a presença de um elo que dá unidade às manifestações antissociais de inúmeros adolescentes: o esgarçamento das relações familiares. Há exceções, é claro. Desequilíbrios e patologias independem da boa vontade dos pais. A regra, no entanto, indica que a criminalidade infanto-juvenil costuma ser o corolário de um silogismo que se fundamenta em premissas bem concretas. A desestruturação da família está, de fato, na raiz de inúmeros problemas.
         Os conflitos familiares são, por exemplo, a principal causa que leva os jovens para o mundo das drogas. Embora exista uma série de fatores que podem fazer com os jovens experimentem as drogas e se viciem (predisposição genética, fatores de personalidade, pressão do narcotráfico), a estruturação familiar é decisiva.
         Sobre a importância da família há volumes alentados, análises e estudos muito ponderáveis. Eu desejaria hoje, concretamente, frisar apenas uma das razões que, a meu ver, evidenciam o nexo de causalidade existente entre família sadia e sociedade civilizada e democrática.
         Refiro-me ao fato de que, na sociedade, não há nenhum âmbito de crescimento humano e ético, nenhum ambiente educativo, nenhum “coletivo” tão propício e eficaz para o cultivo das virtudes como a família bem-estruturada. E isso é de suma importância, levando em consideração que, no mundo atual, cada vez parece mais evidente que a sociedade precisa do oxigênio vital das virtudes. Decadência social e ignorância ou desprezo pelas virtudes são a mesma coisa.
         A não ser que hoje ainda se considerem vigentes as afirmações feitas pelo poeta Paul Valéry, num famoso discurso à Academia Francesa: “Virtude, senhores, a palavra ‘virtude’, já morreu ou, pelo menos, está em via de extinção (...). Receio que não exista jornal algum que a imprima ou se atreva a imprimi-la com outro sentido que não seja o do ridículo. Chegou-se a tal extremo, que as palavras ‘virtude’ e ‘virtuoso’ só podem ser encontradas no catecismo, na farsa, na Academia e na opereta”.
         A família, sim, a família já foi e deveria ser agora o caldo de cultura mais propício para a descoberta, a valorização, o aprendizado e a prática das virtudes. Mas, em que pé está a família entre nós? Será que há algum empenho dos poderes do Estado em fortalece-la como estrutura vital e ética indispensável para a construção do bem da sociedade? Creio que não está longe da verdade afirmar que, aparentemente – a julgar por alguns projetos de lei que rebrotam com frequência aqui e ali –, nota-se mais um empenho, por parte das cúpulas do poder, em desestruturar a família.
         Não terá chegado já o momento em que os responsáveis pelos destinos do Brasil, em vez de se dedicar a lançar lenha na fogueira onde se incineram os valores familiares, voltem a sua atenção para a família, conscientes de que será – em boa parte por culpa deles mesmos – frágil e doente. Eu não duvido de que é na família, na autêntica família, mais do que em qualquer outro quadro de convivência, o “lugar” onde podem ser cultivados os valores, as virtudes e as sábias “tradições”, que constituem o melhor fundamento da educação para a cidadania. Só assim, não duvidemos, construiremos uma sociedade justa e democrática.
         A crise ética que castiga amplos segmentos da vida pública brasileira, fenômeno impressionante, desanimador, tem seu nascedouro na crise da família. A ausência de valores e princípios éticos no âmbito da educação familiar deixa marcas profundas. Os homens públicos não são fruto do acaso, mas de sua história. A virada ética, consistente e verdadeira, começa na família.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto/2017 a ainda estratosférica marca de 397,44% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 317,31%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em setembro, chegou a 2,54%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...