quarta-feira, 8 de novembro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS GRAVES DESAFIOS DA GESTÃO E DA GOVERNANÇA E A FORÇA DA FAMÍLIA NA SUSTENTABILIDADE

“Gestão e governança: 
o desafio da mudança cultural para êxito do projeto eSocial
        Muito se tem falado nos últimos anos sobre o eSocial, uma ferramenta eletrônica criada com o objetivo de unificar, simplificar e padronizar a prestação de informações fiscais, previdenciárias e trabalhistas fornecidas pelas empresas brasileiras ao governo relativas às relações onerosas de trabalho, com ou sem vínculo empregatício.
         Trata-se de projeto do governo federal, em conjunto com o Ministério do Trabalho e Previdência Social, a Caixa Econômica Federal e a Receita Federal, que integrará a rotina de mais de 8 milhões de empresas e 40 milhões de trabalhadores, de modo a combater a sonegação fiscal e a informalidade, que caracteriza grande parte das empresas brasileiras – o que, consequentemente, impacta negativamente na arrecadação tributária.
         O cenário de incertezas econômicas, reformas previdenciária e trabalhista e vários outros desafios que o país vem enfrentando não vão atrasar o início do eSocial, adiado várias vezes desde o cronograma inicial, que previa o início da utilização para 2014. A partir de 1º de janeiro de 2018, a plataforma digital passa a ser obrigatória para as empresas com faturamento superior a R$ 78 milhões anuais e, a partir de 1º de julho de 2018, para todas as demais empresas do país.
         Portanto, com a data para adequação cada vez mais próxima, as empresas precisam correr atrás do tempo para não perder o prazo e implementá-lo na data legalmente estipulada. Ainda assim, muitas não estão dando a devida importância ao assunto ou não se atentaram para o impacto do projeto, que envolve não apenas processos e adequação tecnológica, mas, sobretudo, uma mudança da cultura, já que as empresas terão de rever suas práticas para o cumprimento à risca das rotinas especificadas em legislação.
         Dessa forma, a partir da obrigatoriedade do eSocial, a exposição da empresa será ainda maior. Essa tecnologia trouxe um grau de sofisticação que tornará mais fácil o cruzamento de dados pelos órgãos oficiais do governo, aumentando significativamente o número de autuações, gerando advertências e penalidades indesejadas em todo o território nacional.
         Devido à complexidade e escopo do projeto, é vital que a mudança de cultura ocorra, pois trata-se de um programa abrangente, que exige adequação dos processos e políticas de governança corporativa com foco na efetividade e gestão de compliance, aliada à gestão de riscos, para garantir que as regras sejam cumpridas, por meio da integração das áreas como segurança e medicina do trabalho, meio ambiente, fiscal, contabilidade, TI e jurídico, com o apoio, é claro, da alta administração.
         Com o advento do eSocial, abre-se oportunidade na área de recursos humanos de ter uma atuação realmente estratégica, por se tornar destaque nas empresas com a sua implementação, atuando na linha de frente para a transformação cultural com o menor impacto possível. Investir em gestão de pessoas neste momento significa investir no engajamento que fará a diferença no clima organizacional, o que somente será conquistado a partir da valorização das pessoas e do alinhamento dos seus valores com a empresa.
         Nesse contexto, é preciso que o profissional dessa área tenha uma visão sistêmica dos processos que envolvem pessoas, diálogo para interagir com as lideranças, sendo um facilitador para que estas possam gerir suas equipes da melhor forma, visando garantir que nenhum detalhe seja esquecido e que os diversos prazos estejam alinhados e sejam cumpridos, de acordo com as diretrizes da nova sistêmica.
         Compete à alta administração dar todo o apoio na gestão dos riscos e controles considerados chave nos processos críticos e estratégicos da empresa, bem como garantir a alocação dos recursos necessários e a dedicação dos profissionais envolvidos no projeto, a fim de conquistar resultados sustentáveis que vão agregar efetivo valor para o futuro dos negócios, por meio de uma equipe coesa no âmbito organizacional.
         Em suma, fica evidenciado que o eSocial representa uma oportunidade singular de as empresas efetivamente transformarem sua cultura organizacional e adotarem políticas de governança corporativa. Cada organização deve identificar, organizar e implementar a melhor gestão de compliance, que pode variar conforme o tamanho, o segmento e a complexidade das operações, para mitigar riscos de multas e sanções indesejadas.”.

(ERIKA QUINTÃO. Especialista em gestão estratégica de pessoas, HR Business Partner – consultora de RH, personal e professional coaching certificada pela Sociedade Brasileira de Coaching, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 29 de outubro de 2017, caderno ADMITE-SE CLASSIFICADOS, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 9 de outubro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, jornalista, e que merece igualmente integral transcrição:

“Família é solução
        Estudos mostram que crianças criadas fora do casamento estão mais propensas a abandonar a escola, usar drogas e envolver-se em violência. O Child Trends, um instituto de pesquisa norte-americano, resumiu: “Filhos em famílias com um só dos pais, filhos nascidos de mães solteiras e filhos criados na nova família de um dos pais ou em relações de coabitação enfrentam riscos maiores de ficar pobres”. Família não é problema. É solução. Contra fatos não há argumentos.
         Não sou juiz de ninguém. Mas minha experiência profissional indica a presença de um elo que dá unidade às manifestações antissociais de inúmeros adolescentes: o esgarçamento das relações familiares. Há exceções, é claro. Desequilíbrios e patologias independem da boa vontade dos pais. A regra, no entanto, indica que a criminalidade infanto-juvenil costuma ser o corolário de um silogismo que se fundamenta em premissas bem concretas. A desestruturação da família está, de fato, na raiz de inúmeros problemas.
         Os conflitos familiares são, por exemplo, a principal causa que leva os jovens para o mundo das drogas. Embora exista uma série de fatores que podem fazer com os jovens experimentem as drogas e se viciem (predisposição genética, fatores de personalidade, pressão do narcotráfico), a estruturação familiar é decisiva.
         Sobre a importância da família há volumes alentados, análises e estudos muito ponderáveis. Eu desejaria hoje, concretamente, frisar apenas uma das razões que, a meu ver, evidenciam o nexo de causalidade existente entre família sadia e sociedade civilizada e democrática.
         Refiro-me ao fato de que, na sociedade, não há nenhum âmbito de crescimento humano e ético, nenhum ambiente educativo, nenhum “coletivo” tão propício e eficaz para o cultivo das virtudes como a família bem-estruturada. E isso é de suma importância, levando em consideração que, no mundo atual, cada vez parece mais evidente que a sociedade precisa do oxigênio vital das virtudes. Decadência social e ignorância ou desprezo pelas virtudes são a mesma coisa.
         A não ser que hoje ainda se considerem vigentes as afirmações feitas pelo poeta Paul Valéry, num famoso discurso à Academia Francesa: “Virtude, senhores, a palavra ‘virtude’, já morreu ou, pelo menos, está em via de extinção (...). Receio que não exista jornal algum que a imprima ou se atreva a imprimi-la com outro sentido que não seja o do ridículo. Chegou-se a tal extremo, que as palavras ‘virtude’ e ‘virtuoso’ só podem ser encontradas no catecismo, na farsa, na Academia e na opereta”.
         A família, sim, a família já foi e deveria ser agora o caldo de cultura mais propício para a descoberta, a valorização, o aprendizado e a prática das virtudes. Mas, em que pé está a família entre nós? Será que há algum empenho dos poderes do Estado em fortalece-la como estrutura vital e ética indispensável para a construção do bem da sociedade? Creio que não está longe da verdade afirmar que, aparentemente – a julgar por alguns projetos de lei que rebrotam com frequência aqui e ali –, nota-se mais um empenho, por parte das cúpulas do poder, em desestruturar a família.
         Não terá chegado já o momento em que os responsáveis pelos destinos do Brasil, em vez de se dedicar a lançar lenha na fogueira onde se incineram os valores familiares, voltem a sua atenção para a família, conscientes de que será – em boa parte por culpa deles mesmos – frágil e doente. Eu não duvido de que é na família, na autêntica família, mais do que em qualquer outro quadro de convivência, o “lugar” onde podem ser cultivados os valores, as virtudes e as sábias “tradições”, que constituem o melhor fundamento da educação para a cidadania. Só assim, não duvidemos, construiremos uma sociedade justa e democrática.
         A crise ética que castiga amplos segmentos da vida pública brasileira, fenômeno impressionante, desanimador, tem seu nascedouro na crise da família. A ausência de valores e princípios éticos no âmbito da educação familiar deixa marcas profundas. Os homens públicos não são fruto do acaso, mas de sua história. A virada ética, consistente e verdadeira, começa na família.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto/2017 a ainda estratosférica marca de 397,44% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 317,31%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em setembro, chegou a 2,54%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      




  

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