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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A CIDADANIA, A EDUCAÇÃO E A POBREZA

“Educação e pobreza

Vai na direção correta o primeiro discurso da presidente Dilma Roussef desde que assumiu o cargo. Quinta-feira, ela aproveitou a retomada do calendário escolar para restabelecer uma relação esquecida no Brasil: não há ferramenta mais eficaz para o país superar a pobreza do que a EDUCAÇÃO (o grifo é meu). Por isso mesmo, ao lançar o que ela chamou de “slogan de largada” de seu governo, que diz ser “país rico aquele que não tem pobreza”, Dilma acrescentou que “nenhum país poderá se desenvolver sem EDUCAR BEM (o grifo é meu) o seu jovem e capacitá-lo plenamente para o emprego e para as novas necessidades criadas pela sociedade do conhecimento”, disse a presidente. Não faltam dados para confirmar essa realidade, nem mesmo nestes tempos de desemprego baixo e crescimento acelerado da economia. Estudo sobre a evolução do mercado de trabalho nos últimos oito anos, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não deixa a menor dúvida de que a empregabilidade varia na razão direta da escolaridade.

O número de pessoas ocupadas no mercado de trabalho com 11 anos ou mais de estudo atingiu 13,5 milhões em dezembro, representando aumento de quase 60% em relação ao apurado em 2002. Enquanto isso, os ocupados sem instrução ou com menos de um ano de estudo não eram mais do que 352 mil no fim de 2010, revelando um decréscimo de 60% em relação a oito atrás. Especialistas identificam nessa evolução do perfil da massa trabalhadora a influência das modernas tecnologias, sofisticadas e exigentes quanto ao preparo da mão de obra. Observam que o único segmento com menor qualificação é o da construção civil. Nos demais, a especialização ou, pelo menos, a capacidade de lidar com equipamentos avançados e de compreender manuais de operação são exigências cada vez mais incontornáveis. Uma face perversa da incapacidade de milhares de pessoas de atender a essas exigências pode ser observada em trabalho realizado por técnicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base nos mesmos dados do IBGE.

É que apesar de todos os avanços na economia, a dificuldade de acesso ao emprego tem pesado na manutenção e mesmo no aumento da desigualdade entre os trabalhadores, conforme a renda. Entre 2005 e 2010, enquanto caiu de 2,1% para 0,9% o percentual de desempregados entre os trabalhadores de remuneração mais alta, esse índice entre os mais pobres subiu de 23,1% para 33,3%. Com isso, a participação dos que ganham menos no total de desempregados no país aumentou de 37,4% para 45,2%, no mesmo período. Em vez de dar ouvidos aos que insistem em soluções caridosas para esse quadro de injustiça social e de comprometimento da competitividade brasileira, a presidente acerta ao escolher o caminho da oferta de qualificação. Promete curar o Ministério da Educação dos defeitos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), criar escolas técnicas e investir na melhoria da remuneração e na preparação dos professores dos ensinos médio e fundamental. A intenção é ótima. Urgente é torná-la realidade.”
(EDITORIAL do Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 13 de fevereiro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 8).

Mais uma IMPORTANTE e PEDAGÓGICA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo do professor PEDRO FARIA BORGES, autor de GESTÃO ESCOLAR: guia do diretor, entre outros livros, que merece INTEGRAL transcrição:

“Eles não sabem o mal que nos fazem com o bem que nos querem fazer

Se não houver lucidez na definição dos objetivos e na escolha dos caminhos para alcançá-los, a educação de nossos filhos, apesar de todo amor que temos eles, corre o risco de nos reservar surpresas desagradáveis. O amor é fundamental, mas não é suficiente para garantir às pessoas que vivam com dignidade e alegria, neste mundo de tão rápidas transformações, de tão variados apelos e de tantas incertezas.

Embora haja muitas diferenças entre as famílias, é praticamente consensual o que queremos para os nossos filhos: que sejam felizes. O que se quer para os filhos, no entanto, não é a definição mais importante para a educação. Essencial é saber o que queremos de nossos filhos. A felicidade tem mais a ver com a competência deles para serem felizes do que com o nosso desejo de que sejam felizes. Mais do que com as condições externas, a felicidade tem a ver com uma compreensão maior da vida, com uma postura de maturidade e de confiança diante dos problemas, com um sentimento de fraternidade e de cooperação no enfrentamento das dificuldades de cada dia.

Se quisermos que nossos filhos sejam realmente felizes, é preciso gastar tempo na definição correta daquilo que esperamos deles. A felicidade não é gratuita. Principalmente quando entendida como um estado de espírito mais permanente que permite à pessoa ter saúde, ter amigos, ter alegria e ser digna, próspera e socialmente responsável.

A maioria dos filhos reconhece que os pais lhe querem muito bem, mas também sabem o quanto se equivocam em relação ao bem que lhes querem e o quanto isso faz mal a eles. Se entendem, por exemplo, que o bem tem a ver apenas com riqueza, muitos pais se matam de tanto trabalhar e matam nos seus filhos seus melhores sonhos. Se querem fazer do menino um homem realizado ou da menina uma mulher feliz nos padrões ditados pela mídia, correm o risco de serem infelizes, de criar frustrações e de fazer sofrer.

Minha experiência como professor e como pai me diz que o melhor caminho, para garantir a felicidade dos nossos sonhos, está no desenvolvimento de princípios para uma ação pautada por valores. Penso que são dois importantes princípios para a ação: autonomia e competência. Entre os valores que devem nortear as ações humanas, são fundamentais: integridade e responsabilidade social.

Paracelso, nascido em 10 de novembro de 1493, tinha como divisa: Alterius non sit, qui suus esse potest, ou seja, que não pertença a outrem quem pode pertencer a si mesmo. Para muitos educadores, a autonomia é finalidade da educação. Pais, professores devem ser suicidas natos. Devem fazer tudo para que se tornem desnecessários na vida das pessoas. Sem autonomia não há possibilidade de alguém ser feliz. Enquanto não toma posse da própria vida, uma pessoa não pode determinar, com exatidão, seu lugar em relação a seu próximo e à comunidade. Para que se tenha um filho, é necessário permitir que ele vá embora.

A competência é condição necessária para a autonomia. Competência sob todos os aspectos: técnica, pessoal, humana. “Poder fazer” está subordinado ao “saber fazer”. Saber fazer é decorrência de estudo e experimentação. O melhor que podemos fazer pelos nossos filhos é criar, para eles, oportunidades de aprendizagem, isto é, ocasiões em que possam ter vivências significativas e refletir sobre elas. Viver e aprender são palavras quase sinônimas.

A integridade determina, com antecedência, o sucesso da pessoa. Qualquer sucesso, qualquer riqueza, qualquer desenvolvimento que não tenham, na sua origem, a integridade são dignos de desprezo.

Em uma sociedade de “teres humanos”, em que ter é mais importante do que ser, em que o sujeito ama as coisas e usa as pessoas, em que há um vazio moral, levando as pessoas à competição exacerbada, à violência, à exclusão, é difícil avaliar a integridade. Esperteza, malandragem, habilidade para passar os outros para trás, para blefar são as virtudes do nosso tempo. Mas tudo isso aparentemente. O que podemos constatar é que as pessoas íntegras, verdadeiras, honestas são mais felizes e satisfeitas do que aquela que “fazem tudo por dinheiro”. Se você quer paz, se você busca o verdadeiro desenvolvimento, vale a pena ser íntegro.

Ações íntegras nos permitem dormir em paz, são a terra onde estão fincadas as raízes da verdadeira felicidade. Ser íntegro é tão importante quanto proveitoso. Se não houver paz, tranqüilidade, não adiantam o caviar e o vinho caríssimo, o carro do ano e o apartamento de cobertura, a praia e o iate. Foi na encruzilhada do ser e do ter que muitos tomaram o caminho errado. Sendo, é bom ter; ter, no entanto, sem ser é o inferno.

Quanto mais nos importamos com a felicidade de nossos semelhantes, maior o nosso próprio bem-estar. Ao cultivarmos um sentimento profundo e carinhoso pelos outros, passamos automaticamente a um estado de serenidade. Esta é a principal fonte de felicidade. São palavras do Dalai-Lama, mas qualquer pessoa que tenha suas ações orientadas para o bem-comum, que tenha o espírito da responsabilidade social pode afirmar o mesmo. Desmatar, queimar, destruir, poluir, trapacear, fraudar, explorar, podem gerar riqueza pessoal, mas jamais são causa de felicidade.

Definidas as metas, é preciso definir os métodos. Método é uma palavra de origem grega que significa caminho. Entre as metas e métodos deve haver compatibilidade. Os caminhos devem garantir a concretização das metas, para que não haja surpresas quanto aos resultados. Resumidamente, apontamos a seguir alguns caminhos para a educação de nossos filhos.

1 – Cuide primeiro de você. Só quem sabe cuidar de si mesmo é capaz de cuidar bem dos outros. As pessoas não precisam do nosso sacrifício, elas só querem nosso amor.
2 – Seja coerente. Faça o que você diz. Nada é mais perigoso do que um bom discurso acompanhado de um mau exemplo.
3 – Combine e cumpra o combinado. É impossível a convivência sem regras, e não há sentido de haver regras, se não for para serem cumpridas.
4 – Não seja repetitivo. A quem errou basta o castigo de ter errado.
5 – Ajude aos seus filhos a determinarem metas, a terem objetivos claros. “Não há vento a favor para quem não sabe para aonde vai”.
6 - Crie condições em que seus filhos tenham de fazer escolhas.
7 – Não havendo riscos quanto à integridade física, emocional estimule seus filhos a correrem riscos.
8 – Não queira assumir responsabilidades pelas ações dos seus filhos. Isso poderá torná-los irresponsáveis.
9 – Evite comparações. Toda comparação entre pessoas sempre magoa uma delas.
10 – Elogie em público, critique em particular. Seu filho é uma pessoa e merece todo respeito.”

Eis, pois, mais páginas com densa PEDAGOGIA da EDUCAÇÃO que transforma a vida da PÁTRIA – entre muitos BENEFÍCIOS, reduz as DESIGUALDADES SOCIAIS e REGIONAIS e o ABISMO entre os mais RICOS e os mais POBRES; e propicia CAMINHOS que levam à ESSÊNCIA da existência humana – A FELICIDADE... E tudo isso nos MOTIVA e nos FORTALECE nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...