“Tecnologia
a favor do meio ambiente
Vivemos em uma época em
que a preocupação com o aquecimento global se tornou a principal pauta de
discussão de fóruns internacionais, ficando atrás apenas de temas como
religião, economia e desenvolvimento. A importância do assunto para o
desenvolvimento humano, econômico e social está interligada de tal maneira que
não pode mais ser ignorada.
Em
acordo assinado pela presidente afastada do Brasil, Dilma Rousseff, na
Convenção do Clima do ano passado (COP 21), na França, o Brasil assumiu o
compromisso de reduzir em 36,1% a emissão de gás carbônico (CO2) na atmosfera,
até 2020. Essa meta tornou-se um desafio e tanto e uma corrida contra o
aquecimento global, que está previsto pela ONU aumentar em até 2ºC até o mesmo
ano de 2020.
Segundo
levantamento feito e publicado pela Agência Nacional de Energia Elétrica
(ANEEL), os investimentos no setor de microgeração, central de geração de
energia até 100 kW que utilize fontes renováveis, chegarão ao patamar de R$ 30
bilhões de reais até 2024. A microgeração é uma tecnologia que permite gerar
energia elétrica limpa e com o retorno do investimento no período de um ano,
sendo que o investidor/usuário ainda terá a possibilidade de vender a energia
excedente, à sua concessionária local, em forma de crédito na conta de luz.
Essa é uma realidade que pode beneficiar tanto usuários domésticos como a
indústria e o comércio em geral.
O
setor de tecnologia está atento a essa nova realidade e já conta com
equipamentos e ferramentas que utilizam a energia solar como fonte de
combustível em seus produtos. O gigante das telecomunicações Google, por
exemplo, já possui um protótipo de carro elétrico totalmente aerodinâmico, que
não polui o meio ambiente, controlado por meio de um smartphone e que dispensa
motorista.
E não
é só isso. Outras empresas do setor já trabalham e investem pesado em
tecnologias que priorizam fontes de energias renováveis ou que em seu descarte
tenham a chance de ser recicladas. É o caso das lâmpadas de LED azuis, uma
criação conjunta dos pesquisadores Isamu Akasaki, Hiroshi Amano e Shuji
Nakamura. A invenção revolucionou o mercado de tecnologia de energia elétrica,
sendo que estas lâmpadas de diodos emitem luz azul. Mais resistentes e
duradouras, proporcionam uma economia no consumo de eletricidade de até três
vezes menos o seu real valor em conta, e o melhor, as lâmpadas de LED não
possuem mercúrio em sua composição, outro ponto positivo para o produto e
alívio para a natureza.
E por
último, mas não menos importante, a nanotecnologia, também conhecida como
nanotecnia, que é o estudo da manipulação de matérias em escala atômica e
molecular. No atual paradoxo em que vivemos, no qual os aparelhos e tecnologias
estão cada vez menores, e mais poderosos e robustos, a nanotecnologia promove
mais um ganho para a natureza. Isso porque sua produção e manipulação se dão em
níveis atômicos e nunca o sistema de produção demandou tão pouca matéria-prima
e uso de recursos naturais para a elaboração dessas tecnologias. Ou seja,
quanto menores nossos instrumentos, menos recursos gastaremos.”.
(LEONARDO
BORTOLETTO. Especialista em inteligência digital, presidente-executivo da
Sucesu Minas; vice-presidente da Sucesu nacional e conselheiro titular do MGTI,
em artigo publicado no jornal ESTADO DE
MINAS, edição de 17 de junho de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de DOM
WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e
que merece igualmente integral transcrição:
“Em
favor do povo
Essa expressão precisa
se tornar um princípio que inspire a conduta de todos os cidadãos. E é urgente
que seja adotado, particularmente, pelos governantes, políticos, dirigentes e
líderes. Uma necessidade para que se passe o Brasil a limpo, tarefa gigantesca,
pois a sujeira é incalculável. Não há outro caminho para superar as crises
senão este agir a partir do lema “em favor do povo”, o que possibilita edificar
uma cultura mais cidadã e menos egoísta. Contribui para dissipar as
manipulações que buscam favorecer pequenos grupos, partidos e interesses que
claramente não são os da população. A tarefa é exigente, demandas muitas
mudanças, que não são apenas de nomes. Urgentes são as transformações profundas
que resgatem a cidadania de um mundanismo perverso e viciado, um contexto que
impede o surgimento de pessoas motivadas para trabalhar em favor do povo.
Mundanismo
é um termo refletido pelo papa Francisco na sua Exortação Apostólica sobre a
Alegria do Evangelho. Ali, o papa fala a respeito do mundanismo espiritual que
corrói a interioridade do cidadão contemporâneo, com lamentáveis desdobramentos
nas diversas instituições e práticas que formam a sociedade, inclusive para a
Igreja. Tudo o que pode ser em favor da povo fica comprometido. Oportuno é
lembrar que a expressão “em favor do povo” refere-se ao bem comum que se
sustenta no respeito incondicional à dignidade de toda pessoa humana. Trata-se
de um bem emoldurado pela participação e promoção de dinâmicas que conduzem os
funcionamentos sociais e políticos nos trilhos da justiça e da verdade. Assim,
o mundanismo espiritual, com suas consequências, é veneno que atinge não
simplesmente os que se dedicam à prática da religiosidade, mas todo o conjunto
da cultura contemporânea, pois enjaula a cidadania.
Esse
mundanismo, muitas vezes, aparece camuflado. Porém, é muito simples percebê-lo
em pessoas que buscam ocupar cargos públicos, ou mesmo nas esferas religiosas,
por motivações que desconsideram o bem comum. Gente que procura atender,
exclusivamente, os quesitos da glória humana e a garantia do bem-estar. A
responsabilidade pelo mundanismo espiritual é, principalmente, de todos os que
exercem a liderança, nas diferentes esferas da sociedade e de suas instituições.
Urgente se torna buscar um caminho penitencial, de limpeza que não pode deixar
de todos envolver. Na sociedade brasileira, o mundo empresarial tem sido
“passado a limpo”. Mas ainda falta a corajosa iniciativa de também submeter o
mundo da política nos parâmetros da justiça. Sem essa coragem, não será possível
tecer nova cultura política e, consequentemente, o povo continuará a sofrer com
a corrupção.
Os
jeitos tortos de tratar a coisa pública, manipulada em favor de grupos,
partidos, indivíduos, perpetuam os equívocos. Validam escolhas inadequadas nas
estruturações e funcionamentos que de outra maneira permitiriam conquistas em
favor do povo. Torna-se indispensável analisar e entender as dinâmicas da
cultura pós-moderna. Avaliar criticamente tendências extremamente
subjetivistas, que consideram certas experiências como únicas, aprisionando a
cidadania em sentimentos e razões muito próprias. Esse fechamento traz como
consequência uma incapacidade para um olhar mais ampliado e, sobretudo, eivado
com a sensibilidade para priorizar o que é “em favor do povo”. Quando
governantes e políticos sofrem desse mal, em vez de agir para promover o bem
comum, empenham-se somente para satisfazer o próprio interesse, no máximo as
necessidades dos grupos aliados. São orientados pelos parâmetros da mesquinhez,
com perda do altruísmo.
O
mundanismo espiritual, que é também moral, enrijece e domina violentamente as
instituições, neutralizando-as na sua tarefa de conduzir o conjunto da
sociedade em direções mais arrogadas. Essas instituições e segmentos da
sociedade, em vez disso, tornam-se verdadeiros parasitas, pois ancoram a
mediocridade de quem não consegue entender e viver a cidadania. Os resultados
são prejuízos incalculáveis, inclusive a perda da esperança em pessoas que se
deixaram dominar por razões muito mesquinhas e, com isso, comprometeram a sua
competência técnica, profissional e humanística. Assim se constitui o triste
cenário dos esvaziamentos institucionais, sem credibilidade, desenhando
contextos semelhantes aos de uma terra arrasada por guerras e catástrofes. O horizonte
é presidido por uma mentalidade pequena, pela exacerbação de práticas
religiosas que são adaptadas à demanda dos fregueses, com uma multidão ancorada
na rigidez de fundamentalismos e descompromissada com as exigências éticas.
Recomeçar é a saída, e a direção é fazer valer, acima de tudo, o princípio
ético-político de tudo que seja em favor do povo.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a)
a educação
– universal e de qualidade –, desde a educação
infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em
pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República
proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução
educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do
país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da
justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da
sustentabilidade...);
b)
o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são: I – a inflação,
a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se
em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco
Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda
estratosférica marca de 435,6% para um período de doze meses; já a taxa de
juros do cheque especial, no mesmo período, chegou a históricos 308,7%; e, em
maio, o IPCA acumulado nos doze meses a 9,32%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade –
“dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se
espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos
e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do
procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A
Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o
problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu
caráter transnacional; eis, portanto,
que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas
simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de
suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do
nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas
modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente
irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na
Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das
empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c)
a dívida
pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e
municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do
Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros,
encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão
de R$ 1,044 trilhão), a exigir
alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos e que contemplam eventos como a
Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das
exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das
organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...