Mostrando postagens com marcador Shuji Nakamura. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Shuji Nakamura. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 20 de junho de 2016

A CIDADANIA, AS NOVAS TECNOLOGIAS NA SUSTENTABILIDADE E A REVERÊNCIA À DIGNIDADE HUMANA

“Tecnologia a favor do meio ambiente
        Vivemos em uma época em que a preocupação com o aquecimento global se tornou a principal pauta de discussão de fóruns internacionais, ficando atrás apenas de temas como religião, economia e desenvolvimento. A importância do assunto para o desenvolvimento humano, econômico e social está interligada de tal maneira que não pode mais ser ignorada.
         Em acordo assinado pela presidente afastada do Brasil, Dilma Rousseff, na Convenção do Clima do ano passado (COP 21), na França, o Brasil assumiu o compromisso de reduzir em 36,1% a emissão de gás carbônico (CO2) na atmosfera, até 2020. Essa meta tornou-se um desafio e tanto e uma corrida contra o aquecimento global, que está previsto pela ONU aumentar em até 2ºC até o mesmo ano de 2020.
         Segundo levantamento feito e publicado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), os investimentos no setor de microgeração, central de geração de energia até 100 kW que utilize fontes renováveis, chegarão ao patamar de R$ 30 bilhões de reais até 2024. A microgeração é uma tecnologia que permite gerar energia elétrica limpa e com o retorno do investimento no período de um ano, sendo que o investidor/usuário ainda terá a possibilidade de vender a energia excedente, à sua concessionária local, em forma de crédito na conta de luz. Essa é uma realidade que pode beneficiar tanto usuários domésticos como a indústria e o comércio em geral.
         O setor de tecnologia está atento a essa nova realidade e já conta com equipamentos e ferramentas que utilizam a energia solar como fonte de combustível em seus produtos. O gigante das telecomunicações Google, por exemplo, já possui um protótipo de carro elétrico totalmente aerodinâmico, que não polui o meio ambiente, controlado por meio de um smartphone e que dispensa motorista.
         E não é só isso. Outras empresas do setor já trabalham e investem pesado em tecnologias que priorizam fontes de energias renováveis ou que em seu descarte tenham a chance de ser recicladas. É o caso das lâmpadas de LED azuis, uma criação conjunta dos pesquisadores Isamu Akasaki, Hiroshi Amano e Shuji Nakamura. A invenção revolucionou o mercado de tecnologia de energia elétrica, sendo que estas lâmpadas de diodos emitem luz azul. Mais resistentes e duradouras, proporcionam uma economia no consumo de eletricidade de até três vezes menos o seu real valor em conta, e o melhor, as lâmpadas de LED não possuem mercúrio em sua composição, outro ponto positivo para o produto e alívio para a natureza.
         E por último, mas não menos importante, a nanotecnologia, também conhecida como nanotecnia, que é o estudo da manipulação de matérias em escala atômica e molecular. No atual paradoxo em que vivemos, no qual os aparelhos e tecnologias estão cada vez menores, e mais poderosos e robustos, a nanotecnologia promove mais um ganho para a natureza. Isso porque sua produção e manipulação se dão em níveis atômicos e nunca o sistema de produção demandou tão pouca matéria-prima e uso de recursos naturais para a elaboração dessas tecnologias. Ou seja, quanto menores nossos instrumentos, menos recursos gastaremos.”.

(LEONARDO BORTOLETTO. Especialista em inteligência digital, presidente-executivo da Sucesu Minas; vice-presidente da Sucesu nacional e conselheiro titular do MGTI, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 17 de junho de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Em favor do povo
        Essa expressão precisa se tornar um princípio que inspire a conduta de todos os cidadãos. E é urgente que seja adotado, particularmente, pelos governantes, políticos, dirigentes e líderes. Uma necessidade para que se passe o Brasil a limpo, tarefa gigantesca, pois a sujeira é incalculável. Não há outro caminho para superar as crises senão este agir a partir do lema “em favor do povo”, o que possibilita edificar uma cultura mais cidadã e menos egoísta. Contribui para dissipar as manipulações que buscam favorecer pequenos grupos, partidos e interesses que claramente não são os da população. A tarefa é exigente, demandas muitas mudanças, que não são apenas de nomes. Urgentes são as transformações profundas que resgatem a cidadania de um mundanismo perverso e viciado, um contexto que impede o surgimento de pessoas motivadas para trabalhar em favor do povo.
         Mundanismo é um termo refletido pelo papa Francisco na sua Exortação Apostólica sobre a Alegria do Evangelho. Ali, o papa fala a respeito do mundanismo espiritual que corrói a interioridade do cidadão contemporâneo, com lamentáveis desdobramentos nas diversas instituições e práticas que formam a sociedade, inclusive para a Igreja. Tudo o que pode ser em favor da povo fica comprometido. Oportuno é lembrar que a expressão “em favor do povo” refere-se ao bem comum que se sustenta no respeito incondicional à dignidade de toda pessoa humana. Trata-se de um bem emoldurado pela participação e promoção de dinâmicas que conduzem os funcionamentos sociais e políticos nos trilhos da justiça e da verdade. Assim, o mundanismo espiritual, com suas consequências, é veneno que atinge não simplesmente os que se dedicam à prática da religiosidade, mas todo o conjunto da cultura contemporânea, pois enjaula a cidadania.
         Esse mundanismo, muitas vezes, aparece camuflado. Porém, é muito simples percebê-lo em pessoas que buscam ocupar cargos públicos, ou mesmo nas esferas religiosas, por motivações que desconsideram o bem comum. Gente que procura atender, exclusivamente, os quesitos da glória humana e a garantia do bem-estar. A responsabilidade pelo mundanismo espiritual é, principalmente, de todos os que exercem a liderança, nas diferentes esferas da sociedade e de suas instituições. Urgente se torna buscar um caminho penitencial, de limpeza que não pode deixar de todos envolver. Na sociedade brasileira, o mundo empresarial tem sido “passado a limpo”. Mas ainda falta a corajosa iniciativa de também submeter o mundo da política nos parâmetros da justiça. Sem essa coragem, não será possível tecer nova cultura política e, consequentemente, o povo continuará a sofrer com a corrupção.
         Os jeitos tortos de tratar a coisa pública, manipulada em favor de grupos, partidos, indivíduos, perpetuam os equívocos. Validam escolhas inadequadas nas estruturações e funcionamentos que de outra maneira permitiriam conquistas em favor do povo. Torna-se indispensável analisar e entender as dinâmicas da cultura pós-moderna. Avaliar criticamente tendências extremamente subjetivistas, que consideram certas experiências como únicas, aprisionando a cidadania em sentimentos e razões muito próprias. Esse fechamento traz como consequência uma incapacidade para um olhar mais ampliado e, sobretudo, eivado com a sensibilidade para priorizar o que é “em favor do povo”. Quando governantes e políticos sofrem desse mal, em vez de agir para promover o bem comum, empenham-se somente para satisfazer o próprio interesse, no máximo as necessidades dos grupos aliados. São orientados pelos parâmetros da mesquinhez, com perda do altruísmo.
         O mundanismo espiritual, que é também moral, enrijece e domina violentamente as instituições, neutralizando-as na sua tarefa de conduzir o conjunto da sociedade em direções mais arrogadas. Essas instituições e segmentos da sociedade, em vez disso, tornam-se verdadeiros parasitas, pois ancoram a mediocridade de quem não consegue entender e viver a cidadania. Os resultados são prejuízos incalculáveis, inclusive a perda da esperança em pessoas que se deixaram dominar por razões muito mesquinhas e, com isso, comprometeram a sua competência técnica, profissional e humanística. Assim se constitui o triste cenário dos esvaziamentos institucionais, sem credibilidade, desenhando contextos semelhantes aos de uma terra arrasada por guerras e catástrofes. O horizonte é presidido por uma mentalidade pequena, pela exacerbação de práticas religiosas que são adaptadas à demanda dos fregueses, com uma multidão ancorada na rigidez de fundamentalismos e descompromissada com as exigências éticas. Recomeçar é a saída, e a direção é fazer valer, acima de tudo, o princípio ético-político de tudo que seja em favor do povo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda estratosférica marca de 435,6% para um período de doze meses; já a taxa de juros do cheque especial, no mesmo período, chegou a históricos 308,7%; e, em maio, o IPCA acumulado nos doze meses a 9,32%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...