(Setembro = Mês 39; Faltam 21 meses para a COPA DO MUNDO de 2014)
“Razão e razões
‘O coração tem suas razões, que a própria razão desconhece’, soa o dito pascalino. De que razão e razões se trata? O Ocidente estribou-se resolutamente sobre a razão iluminista, lógica, empírica, produtiva, instrumental. Cumpre duas razões fundamentais e insubstituíveis. Penetra a realidade, torna-a inteligível para o ser humano. Enfrenta a pluralidade de fatores, elementos, conhecimentos e estrutura-os, sistematiza-os, organiza-os dentro de lógica inquestionável. Olha para o mundo, domina-o com o conhecimento e transforma-o. E, na atualidade, casa-se com a técnica e gera tecnologia com avanços gigantescos de estarrecer. Chega à lua. Depois de milhões de kms, um aparelhinho chega ao solo de Marte. Façanhas tecnológicas de bilhões de dólares. E, no campo do armamento, a precisão e a capacidade destruidora toca as raias do inimaginável.
Sem a razão científica, logocêntrica nunca alcançaríamos os píncaros do saber. E no campo da medicina, da farmacêutica, que milagres! Quantas alegrias essas ciências nos provocam, ao ver alguém à beira da morte e a passar dias e dias na UTI e depois voltar vegeto para as lides diárias! Enfim, por onde passearmos a mente, encontraremos a razão humana em plena atividade, para o bem e infelizmente também para o mal. Ela potencializou a ambos.
E de onde vêm as razões do coração? Outra face humana. E a pós-modernidade se volta para elas, não para negar a anterior, mas para completá-la, enriquecê-la e direcioná-la para o avanço de humanidade e não simplesmente da humanidade no sentido material.
Entra em jogo a razão fruitiva, afetiva, plural. Ela orienta-nos o olhar para nova sensibilidade. A experiência nos põe diante de monstros da razão. Quando Hannah Arendt defrontou-se com a razão lógica e organizadora do nazista Eichmann que, com extrema eficiência, conduziu milhares se não milhões de judeus para câmara de gás, ousou dizer que ele não pensava. Mudou o sentido de razão, de pensar. Não se tratava da eficiência, da eficácia, mas do senso de sensibilidade humana. A razão secou-lhe a ética, tornou-se-lhe assassina.
A luta se trava em prol da razão contra determinada razão. Não se aspira a nenhum primitivismo, a nenhuma volta à pura sacralidade muda da natureza, nem mesmo a deter-se na festa da existência. Nada disso se faz possível sem que a razão, também instrumental, trabalhe, organize, agite. Mas o problema gira em torno de outras palavras: a finalidade, o sentido, a dignidade humana, a solidariedade entre as pessoas.
Jesus alerta-nos para a importância de desenvolver a razão contemplativa da beleza e da bondade de Deus no mundo, nas pessoas, na natureza. Em vez de fixarmo-nos só na grandiosidade das criações humanas que perdem a noção de equilíbrio, admiremos o olhar puro das crianças, a beleza do jogo, a transparência das intenções. O Oriente, com belíssimas tradições religiosas, está a bater-nos à porta para diminuirmos a loucura frenética do Ocidente da razão instrumental. No entanto, a tradição cristã tem riqueza suficiente para moderar, corrigir e direcionar a razão tecnológica para a construção de ‘outro mundo possível’.”
(J. B. LIBÂNIO, Teólogo, escritor e professor; padre jesuíta, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 26 de agosto de 2012, Caderno O.PINIÃO, página 21).
Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, mesma edição, Caderno INTERNACIONAL, página 23, de autoria de PAULO DELGADO, sociólogo, foi deputado federal por seis mandatos, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:
“O desamparo do desejo
As crianças não sonham com dinheiro, por isso sua felicidade não vem da riqueza material e nem seus desejos têm limites. Em sua alegria mais espontânea pedem e querem o que as encanta. Os adultos nem sempre estão atentos para as mudanças na vida atual. Poucos percebem que andar, respirar, comer ou dormir não são mais funções naturais, realizadas com autonomia. Nem se dão conta de que o estudo está diminuindo o peso da riqueza das nações – de uma maneira geral, o PIB de um país aumenta segundo o grau de leveza dos produtos que fabrica. Também não se preocupam em saber quanto de educação existe em cada produto que utilizam, seja o arroz, o remédio ou o avião. Estudar e desejar podem não ter muita relação entre si na vida das crianças, mas quando botam o pé na escola e começam a se despedir da infância, o conhecimento da realidade das coisas é que as deixa menos à mercê de acidentes, crises e frustrações.
O governo japonês, cuja economia está estagnada e não cresce há décadas, está preocupado com o fato de que as escolas do país estão formando crianças menos criativas. Na França, os professores estão assustados com o aumento do número de estudantes iletrados que chegam à universidade. No Brasil, há ainda muita verdade no verso de Noel Rosa: “Minha terra dá banana e aipim/ meu trabalho é achar quem descasque por mim”. Felizmente, aumenta no mundo a sensação de que somente pela via da educação é possível avançar e estancar a reprodução de classes que impede a mobilidade social para os mais pobres. Para isso, a sabedoria e o sucesso não podem ser entendidos como coisas do universo da sorte, ou fato tão simples como assentar numa poltrona. Nem é justo continuar achando que estudar é o mais cansativo dos ócios.
O maior produto da sociedade atual é a desigualdade e a falta de cooperação entre as pessoas. Vivemos constantemente fragilizados e com muitas dúvidas em relação ao futuro. Mesmo com tanta abundância, há uma sensação de vazio preenchida por criminalidade fútil, excesso de informação desnecessária, inconsistência nas relações sociais, infelicidade repleta de festas e encontros sem destino. Daí esse conhecimento desamparado de sentido que empurra pessoas e países para noções distorcidas de progresso e competitividade.
Algumas experiências são óbvias e entre elas estão ideias antigas que fizeram algumas sociedades mais avançadas que outras: ciência e cultura; estudo e cooperação; solidariedade e reciprocidade; tecnologia e inovação; democracia e liberdade; e, reconheçamos, um comportamento previsível perante as leis. Os fundamentos de uma escola não podem desconhecer a cultura nacional nem deixar de ter interesse e curiosidade sobre o que se faz em outros países. Os asiáticos, por exemplo, são mestres em olhar e copiar o melhor do mundo. Veja-se o caso da Coreia do Sul, que, em menos de uma geração, repetiu o feito japonês de décadas passadas e produziu, segundo a imprensa norte-americana, o carro do ano no país da Ford. A China vai atropelando meio mundo com seu socialismo capitalista. Além de enviar a primeira mulher ao espaço e se preparar para ir à lua, é o país que mais estudantes manda para o exterior. Do lado empresarial, o ritmo é o mesmo quando impulsionado pela criatividade dos itinerários que os países escolheram para si. Só a IBM, Sansung e Microsoft, juntas, registraram, ano passado, mais patentes do que a América Latina em toda sua história.
O jornal The Washington Post acaba de publicar um estudo da Universidade Georgetown, de Washington, sobre os efeitos da crise econômica no mercado de trabalho americano. A pesquisa mostra a importância da boa formação superior na recaptura de empregos perdidos. O relatório confirma “que a recessão atingiu graduados e não graduados de forma diferente, mas o tamanho da diferença é dramático”. Quem estudou mais perdeu menos emprego ou está se reempregando mais rápido.
Mas atividades inovadoras, responsáveis pelo dinamismo da economia do conhecimento, em virtude de sua alta complexidade, só são capazes de influenciar a cultura da sociedade se atingirem volume e persistência. E é igualmente necessário que sejam oferecidas em ambientes arejados e estimulantes, capazes de admitir, admirar e financiar alunos e cientistas talentosos, cujas vocações despontam desde o ensino básico. Para que a atividade científica possa representar ou estimular cadeias produtivas completas, todos os setores devem estar associados em todos os níveis de produção.
Os instrumentos de entendimento e participação no mundo contemporâneo estão aí à disposição de todos os países, mas têm sido melhor utilizados por aqueles que superaram a cultura da reclamação e a confortável mania de pôr a culpa nos outros.”
Eis, portanto, mais páginas contendo IMPORTANTES, PEDAGÓGICAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam, em meio à nossa MAIOR crise de LIDERANÇA – que é de MORAL, de ÉTICA, de PRINCÍPIOS e de VALORES –, para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nossas estruturas EDUCACIONAIS, GOVERNAMENTAIS, JURÍDICAS, POLÍTICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS, FINANCEIRAS e AMBIENTAIS, de modo a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, CIVILIZADAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...
Urge, assim, a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como:
a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em CRECHES; 4 e 5 anos, em PRÉ-ESCOLAS) – e mais o IMPERATIVO da modernidade de MATRICULARMOS nossas crianças de seis anos na primeira série do ENSINO FUNDAMENTAL, independentemente do mês de nascimento), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) o COMBATE, implacável e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais DEVASTADORES inimigos, que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIURNA vigilância, de forma a manter-se em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, como um CÂNCER a se espalhar por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, também a ocasionar INESTIMÁVEIS perdas e danos, inexoravelmente IRREPARÁVEIS;
c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ASTRONÔMICO desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÕES e REFINANCIAMENTO, igualmente a exigir uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...
Isto posto, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que DILAPIDA o nosso já frágil DINHEIRO PÚBLICO, MINA a nossa capacidade de INVESTIMENTO e de POUPANÇA e, mais GRAVE ainda, AFETA a CONFIANÇA em nossas INSTITUÇÕES, negligenciando a JUSTIÇA, a VERDADE, a HONESTIDADE e o AMOR da PÁTRIA, ao lado de extremas e sempre crescentes necessidades de AMPLIAÇÃO e MODERNIZAÇÃO de setores como: a GESTÃO PÚBLICA; a INFRAESTRATURA (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos); EDUCAÇÃO; SAÚDE; SANEAMENTO AMBIENTAL (água TRATADA, esgotos TRATADOS, resíduos sólidos TRATADOS, MACRODRENAGEM urbana, logística REVERSA); MEIO AMBIENTE; MORADIA; MOBILIDADE URBANA (trânsito, transporte e acessibilidade); SEGURANÇA PÚBLICA; FORÇAS ARMADAS; POLÍCIA FEDERAL; DEFESA CIVIL; SEGURANÇA ALIMENTAR e NUTRICIONAL; PREVIDÊNCIA SOCIAL; ASSISTÊNCIA SOCIAL; EMPREGO, TRABALHO e RENDA; ESPORTE, CULTURA e LAZER; MINAS e ENERGIA; COMUNICAÇÕES; PESQUISA e DESENVOLVIMENTO; CIÊNCIA, INOVAÇÃO e TECNOLOGIA; TURISMO; SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL; AGREGAÇÃO DE VALOR ÀS COMMODITIES; LOGÍSTICA; QUALIDADE (planejamento, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade), entre outros...
São, e bem o sabemos, GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de maneira alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA e QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, CIVILIZADA, LIVRE, DEMOCRÁTICA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS e generosas RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODAS as BRASILEIRAS e com TODOS os BRASILEIROS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos e que contemplam EVENTOS como a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA das CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um POSSÍVEL e NOVO mundo da JUSTIÇA, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, da LIBERDADE e da FRATERNIDADE UNIVERSAL...
Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ, a nossa ESPERANÇA... e PERSEVERANÇA!...
O BRASIL TEM JEITO!...