“Um
lugar ideal no mundo do trabalho
Todos
nós trabalhadores sonhamos em encontrar um lugar ideal no universo do trabalho.
Nada mais natural e justo querer o melhor. Porém, como esse melhor não é uma
conquista fácil, em particular agora, nesse cenário tão exigente e competitivo,
muitos terminam deixando essa aspiração esquecida no passado. Mas não deveria
ser assim. Apesar das dificuldades, todo profissional precisa lutar e continuar
sempre procurando uma situação ideal na qual desenvolver suas atividades,
progredir e retirar dali seu sustento com dignidade e alegria. Esse deve ser um
compromisso permanente consigo mesmo.
É preciso
sempre pensar que existe um lugar especial, um espaço com o nosso gravado
esperando cada um de nós no futuro. Isso motiva e direciona nossas melhores
energias. A questão é descobri-lo ou mesmo criá-lo. Sim, porque naturalmente
essa posição privilegiada necessita da nossa iniciativa e criatividade para
ganhar vida. Há uma distância entre o buscar e o encontrar que deve ser vencida
com nosso esforço inteligente e perseverança. O segredo é transformar essa
visão em meta e caminhar firmemente em direção a ela.
Bom
lembrar ainda que esse lugar ideal também pouco deve significar como regra
ficar famoso, sentar-se na cadeira de chefe, ter privilégios ou ganhar altos
salários. A felicidade muitas vezes não exige tanto nem essa é a receita certa
para o sucesso. O problema maior é que, infelizmente, a maioria dos
trabalhadores se acomoda com o pouco que encontrou e assim nunca realiza seus
sonhos. E alguns fazem pior. Se põem a reclamar da sorte, sentados à beira do
caminho, culpando os outros ou à espera de algum evento milagroso que mude sua
triste situação.
Posso
adiantar que nenhuma fada madrinha vai aparecer para mudar sua sorte. Então não
fique reclamando da escuridão! Tome a iniciativa e acenda a lua! E não é alguma
luz que resplandeça fora, mas sim aquela está dentro de você, localizada na
parte mais elevada e nobre da figura humana: a luz da sua inteligência.
Geralmente é pouco usada, mas é a única que pode iluminar o caminho e ajudá-lo
a encontrar esse lugar ideal, esse sonho de uma melhor condição no trabalho,
essa situação em que você se sinta motivado e confortável na atividade
desenvolvida.
Pode-se
ver claramente que a vida é muito gratificante para aquelas pessoas que
acreditam nos seus sonhos. Mas ela é mais gratificante ainda para aquelas
pessoas que fazem tudo para que seus sonhos se realizem. Daí que o resultado
para os que insistem é sempre uma maior garantia de sobrevivência, além de uma
visível melhoria de suas perspectivas e qualidade de vida. Nada mais motivador
e produtivo que fazer o que se gosta e encontrar as condições necessárias para
isso.
É o
maravilhoso processo de humanização dessa atividade chamada trabalho. Assim,
ela vai deixando de ser castigo, algo forçado e desgastante, para chegar a
transformar-se num verdadeiro prazer. Assim você também vai fazendo com ela se
torne mais digna. E é algo que só depende de cada pessoa. No final, os clientes
também agradecem, dando preferência àqueles que oferecem melhores produtos ou
serviços e os fazem sentir-se mais felizes nas relações do consumo.
O
essencial é não ficar preso a um modelo mental ultrapassado, acomodado ou cheio
de ilusões. E, necessariamente, não procure emprego. Procure perspectivas, pois
esse lugar ideal pode ser como empregado, empresário ou profissional
independente. A escolha depende do seu potencial, vocação e também das
possibilidades no meio em que você atua. E nunca precisa ser uma escolha
definitiva. Ela pode mudar, variar ou se multiplicar com o tempo, sua
criatividade ou as oportunidades que forem se abrindo no futuro.
Hoje
qualquer profissional tem a chance de dar grandes saltos na carreira, desde que
pare de olhar para o passado ou para o lugar-comum e descubra os novos caminhos
que estão se abrindo em todas as direções. Vemos isso todo dia nesse time de
vencedores que prosperam como pessoas e organizações, ultrapassando os limites
iniciais da incerteza e das necessidades básicas para chegar ao sucesso.
Curiosamente, não existe uma fórmula padrão ou infalível. O que funciona para
um já não resolve para outros. Por isso o sucesso é algo muito particular, que
exige uma busca contínua e que se pode medir apenas por um índice: a satisfação
pessoal.
O
importante é ter isso como objetivo claro, não perder o foco e aproveitar
inteligentemente todas as experiências, retirando de cada uma delas as lições e
os recursos que garantam sua sobrevivência e o gradual crescimento da própria
realidade. Tem razão o pesquisador e consultor americano Rick Snyder quando
afirma: “As pessoas bem-sucedidas são as que têm alta dose de esperança. Quando
não atingem suas metas, em vez de desistir, elas tentam de novo, de novo, de
novo.”.”
(RONALDO
NEGROMONTE. Professor, palestrante e consultor em desenvolvimento de
pessoas e organizações, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de março de 2013, caderno MEGACLASSIFICADOSADMITE-SE, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
30 de março de 2013, caderno PENSAR, coluna
OLHAR, página 2, de autoria de JOÃO
PAULO, que é editor de Cultura, e que merece igualmente integral
transcrição:
“O
que é possível fazer
O
pensador Edgar Morin já passou dos 90 mas não descansa. Sábio além das
fronteiras do conhecimento dividido em escaninhos pelas universidades, ele é um
exemplo raro de homem capaz de trazer inovações para o pensamento sociológico,
político, antropológico e filosófico. Autor de dezenas de livros, Morin criou
com a noção de complexidade um novo modo de se aproximar dos problemas da
civilização, sem ficar preso em dogmas nem desprezar qualquer forma de
conhecimento, religião e arte.
Em sua
trajetória, elaborou o diagnóstico de nosso tempo, atento para os conflitos
étnicos, para a instabilidade política, para a degradação do meio ambiente,
para a repetição de padrões viciados de pensamento e ação política. Esse
cenário, pouco promissor, se escora em alguns dos descaminhos que se tornaram
rota na modernidade, como a mundialização e a universalização do padrão de
desenvolvimento ocidental.
Em
outras palavras, o que por muito tempo foi tomado como solução (o
desenvolvimento industrial e a sociedade de consumo) hoje é o responsável direto
pela abrangência do problema. Por meio de seus livros e de sua incansável
disposição em percorrer o mundo em busca de diálogo com o novo (o Brasil é um
país que faz parte de sua vida), Edgar Morin preparou o caminho para sua mais
recente obra, A via para o futuro da humanidade (Editora Bertrand Brasil), que acaba de chegar às livrarias.
O que
ele traz de novo é a coragem de apontar caminhos, de estabelecer um plano de
ação política para enfrentar os impasses do nosso tempo. Para Morin, não nos
restam muitas opções: ou o abismo ou a metamorfose. O que parece ser uma
solução fácil, na verdade, envolve uma transformação profunda na maneira de
compreender o mundo e se organizar para as mudanças necessárias. Não bastam
alternativas ideológicas, do tipo esquerda e direita, mas um comprometimento
mais amplo, que abranja desde as formas de pensamento filosófico até as
questões do cotidiano.
A via é um livro sobre o futuro da
humanidade. Mais que isso, sobre a possibilidade de futuro. Como parte do
método que vem fundamentando a reflexão do autor, a primeira indicação pode ser
sintetizada na expressão latina sparsa
colligo, que significa “reúno o disperso”. Para um cenário em que todos os
problemas parecem se juntar para apontar um horizonte de impossibilidade, é preciso
criar alternativas que sejam igualmente universais e holísticas. Morin, como
Drummond, sabe que vivemos um tempo partido, habitado por homens partidos. Seu
empenho é resgatar a totalidade.
QUATRO
CAMINHOS Para pavimentar sua via, o pensador elege quatro
reformas que devem se unir para firmar o propósito de verdadeira transformação
do destino humano no planeta: as reformas políticas, econômicas, educativas e
da vida. São aspectos interligados da mesma experiência; quando uma delas
avança, permite que a outra ganhe fôlego. São reformas “correlativas,
interativas e interdependentes”. Uma não existe sem a outra e, por isso, são
tratadas separadamente apenas para melhor explicitação de seus programas.
Ao
tratar do primeiro aspecto, as políticas da humanidade. Edgar Morin propõe uma
alteração nos padrões convencionais. Para uma crise singular, uma nova
concepção da política. Entre os aspectos destacados por ele estão o se chama de
“política da humanidade”, que em vez de se dirigir aos Estados nacionais tem
como objeto a comunidade de destino da espécie humana. A Terra-Pátria, em sua
unicidade, se torna uma grande pátria comum.
A
política da humanidade se situaria no pólo inverso das soluções voltadas para o
desenvolvimento, mesmo o chamado desenvolvimento sustentável. Há muito o que
aprender, por exemplo, com culturas que operam com outras noções de saber,
inclusive as religiosas. A política da humanidade, nas palavras do filósofo,
deverá promover uma simbiose entre o que há de melhor na civilização ocidental
e as contribuições de outras civilizações, portadoras de riquezas que vêm sendo
desprezadas.
A nova
política tem como desafios a questão das diferentes culturas e povos, a
recuperação da qualidade de vida, o desenvolvimento de uma consciência
ecológica planetária, que envolva temas candentes como a energia, a habitação,
a produção de alimentos, os transportes, a relação campo/cidade e a água. Além
da dimensão programática, trata-se ainda de reinventar formas de convivência
democrática e de combate à desigualdade e à pobreza.
A
segunda reforma apontada por Morin abrange o pensamento e a educação. O
filósofo defende que, para fazer frente aos graves problemas que ameaçam a
sobrevivência do planeta e da humanidade, é preciso apostar no novo homem,
formando cidadãos policompetentes e multidimensionais. Não se trata apenas de
cobrar mais investimentos para a
educação, mas de transforma radicalmente nossa concepção acerca do saber
e do pensamento. A nova educação precisa superar os impasses da tecnociência
(como a excessiva especialização) e avançar rumo a uma democracia cognitiva. Um
novo saber que seja também para todos.
DA
SAÚDE À MORTE Depois da política e da educação, a
terceira reforma se volta para diferentes campos da vida social. A começar pela
medicina e pela saúde. Morin identifica a crise dos paradigmas sanitários
tradicionais, fundados na tecnologia, com suas insuficiências e ambivalências:
perda do humanismo, do contato familiar, foco no físico com desprestígio da
dimensão psicológica, excesso de estatísticas, ênfase na especialização,
monopólios da indústria farmacêutica e enfraquecimento da relação
médico-paciente. Um modelo inviável, cada vez mais caro e menos resolutivo.
Além
da saúde, a reforma da sociedade propõe nova organização das cidades, com
humanização e governança mais inclusiva, com reforço do poder local e das
demandas sociais. As reformas abrangeriam ainda novas relações entre campo e
cidade, com reforma agrária, valorização de sistemas de produção de alta
qualidade ambiental e preservação da biodiversidade. Por fim, no âmbito das
reformas sociais, Morin propõe um equilíbrio das relações de consumo e de
trabalho.
A
quarta reforma, que o pensador define como “reforma da vida”, mira o lado menos
tangível e, por isso mesmo, mais profundo da humanidade. Se a civilização está
em crise, o homem que habita o planeta e o faz respirar padece dos mesmos
sintomas, fazendo de seu microcosmo um símile do inferno que se tornou o mundo.
Morin aposta na revolução dos sentimentos, na despoluição da inveja e do ódio,
na oxigenação da ética, no império da fraternidade e do perdão. É claro que,
mais uma vez, o repertório para construir esse patrimônio não há de vir da
ciência e do desenvolvimento. O pensador apela a todas as formas de pensamento,
entre elas a religião, o mito e a arte.
Para
alcançar esse patamar, em síntese com as reformas anteriores, o homem precisa
atentar para dimensões que estão passando batido, apostando na possibilidade de
uma outra forma de vida. Quem, em meio à depressão que define nosso tempo,
nunca pensou em simplificar a vida e dar valor ao que de fato nos alegra e
completa? É esse sentimento latente de revolta que o sociólogo propõe resgatar
e tornar real: uma outra vida é possível.
Dialético,
Morin termina seu livro tratando do envelhecimento e da morte. Mais que isso:
propondo que esses estágios sejam vividos não como derrota inevitável (os
velhos se tornaram um incômodo e deixaram de ser respeitados; a morte se tornou
um colapso tecnológico de um corpo já sem vida). Avalia projetos que buscam uma
velhice feliz, analisa o intento de dissimulação da morte que tomou conta da
sociedade da competição e do consumo, propõe a recuperação de rituais laicos e
religiosos que evoquem a alegria e os percalços da vida.
A via não é um livro teórico, embora
recheado da melhor teoria política, sociológica e filosófica; não é um programa
partidário, ainda que estabeleça vias coletivas de reformas necessárias para
evitar o abismo que nos mira cada vez mais de perto. Morin reuniu o disperso. O
que, em si, já é uma lição e tanto.”
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes,
profundas, lúcidas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à
maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas
educacionais, governamentais, jurídicas,
políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de
modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais
livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente
desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de
questões deveras cruciais como:
a) a
educação – universal e de qualidade, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas;
b) o
combate, implacável e sem trégua,
aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente e
diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar
por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e
comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício,
em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos,
inexoravelmente irreparáveis;
c) a
dívida pública brasileira, com
projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e
intolerável desembolso de cerca de R$ 1
trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma
imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tanta
sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa
capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de extremas e sempre crescentes necessidades
de ampliação e modernização de
setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
saúde; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; emprego,
trabalho e renda; habitação; agregação de valor às commodities; assistência
social; previdência social; minas e energia; segurança alimentar e nutricional;
segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; logística; turismo; esporte,
cultura e lazer; comunicações;sistema financeiro nacional; qualidade
(planejamento – estratégico, tático e operacional –, eficiência, eficácia,
efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade);
entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que,
de maneira alguma, abatem o nosso ânimo arrefecem
o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada,
qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que
possa partilhar suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos
e que contemplam eventos como a 27ª Jornada Mundial da Juventude no Rio de
Janeiro em julho; a Copa das Confederações em junho; a Copa do Mundo de 2014; a
Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das
exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das
empresas, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias,
da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da
paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a
nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!...
O
BRASIL TEM JEITO!...