“Nos
níveis superiores de consciência, encontramos a cura
Para termos condições
de ajudar aos que se encontram em dificuldade, precisamos aprender a focalizar
nossa consciência em níveis elevados, isentos de desarmonia. Se ficarmos
excessivamente centrados em questões físicas ou em algum problema emocional ou
pensamento negativo, não conseguiremos transcender a situação que necessita
ajuda.
Os
estados físicos, emocionais e mentais equilibram-se quanto a atenção que damos
ao nosso aspecto externo é apenas a necessária para organizar a vida material e para usar de
maneira evolutiva a energia dos sentimentos e a dos pensamentos. Quanto mais
estáveis em níveis elevados, mais damos oportunidade para fatos inusitados e
evolutivos sucederem nos níveis concretos. Assim, polarizados nas esferas
harmoniosas do nosso ser, tornamo-nos aptos a efetivamente ajudar ao próximo e
a nós mesmos.
Portanto,
se uma pessoa nos procura para tratar de seus problemas, só a ajudamos
verdadeiramente quando nos conectamos internamente com níveis acima daqueles em
que os ditos problemas se localizam. Mas, se ficarmos no mesmo plano dos
problemas, nenhuma ajuda real poderemos prestar.
Sem
dúvida, um encontro focalizado em situações humanas pode aliviar alguma pressão
interior, mas não ajudará de fato a resolver o cerne da situação da pessoa, que
precisa mudar o foco de sua consciência. Sem essa reorientação e, portanto,
abertura para a cura, a pessoa pode tornar-se momentaneamente mais tranquila,
mas não estará realmente curada daquela situação.
Se
ouvimos outra pessoa com atenção e simultaneamente concentramo-nos num nível
acima do mental pensante, - nível conhecido como supramental; - pode acontecer
um trabalho profundo e oculto: as energias positivas do inconsciente são
mobilizadas e começam a atuar. Durante o encontro, nada parece estar
acontecendo, mas depois ela se dá conta de uma mudança em seu interior mesmo
sem saber a que atribuí-la.
Tenhamos
presente que não seria bom querer conduzir o que acontece no interior de quem
nos pede ajuda. Não precisaríamos pensar sobre o que fazer, e tampouco
alimentar a ideia de auxiliá-la a todo custo. A ajuda real e durável torna-se
possível quando dedicamos inteira atenção ao ser, porém sempre nos mantendo
focalizados em um nível interior. Importante saber que não se trata de
correspondermos ao que ela espera, ou de buscarmos contentá-la emocionalmente,
mas de mantermos a consciência em um nível elevado durante o contato externo
com ela.
Se
cultivamos essa atitude, inexplicavelmente a pessoa vai-se liberando do que a
faz sofrer. É que seu apelo chega até nós, mas não é retido por nosso zelo,
atenção excessiva, julgamento ou crítica; não nos envolvemos com o que está
sendo dito e não reagimos. Assim, não criamos novos conflitos e a energia
positiva que recebemos do Alto chega àquela alma.
A cura
vem de níveis de consciência que estão além da vida humana, em outros planos de
realidade. Nada do plano físico, do plano emocional ou do mental tem verdadeiro
poder de cura.
A
energia de cura não é remédio e tampouco magia. Mas, quando desce das esferas
superiores ao mundo material, harmoniza tudo o que encontra.
A cura
nasce do silêncio naquele que, tendo-se esvaziado de si mesmo, se volta para o Alto
e se deixa preencher pelo que lá encontra.”
(TRIGUEIRINHO,
que é escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 15 de dezembro de 2013, caderno O.PINIÃO, página 18).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado na revista VEJA, edição 2351 – ano 46 – nº 50, de
11 de dezembro de 2013, página 30, de autoria de Cláudio de Moura Castro, que é economista, e que merece igualmente
integral transcrição:
“O
caso dos mecânicos que sabiam ler
Segundo alguns
historiadores, houve dois sacolejões maiores na história da humanidade. O resto
foi tremelique. O primeiro foi a domesticação de cereais – começando com o
trigo selvagem. Com isso, gerou-se uma relativa abundância de alimentos, o que
permitiu às tribos, até então nômades, sedentarizar-se. As cidades trouxeram a
densidade humana requerida para o fermento da criatividade e para inúmeras
atividades produtivas e artísticas. Afirma-se que elas foram a grande motivação
de todos os tempos. Mas a agricultura induziu o seu desenvolvimento.
A
segunda transformação drástica foi a Revolução Industrial. Um tecelão, em
Constantinopla, trabalhava três horas para comprar um pão de meio quilo – o
mesmo que na Roma de César. A partir de 1600, o tempo baixou para duas horas.
Hoje são necessários cinco minutos. Esse espantoso salto de produtividade
tornou possível oferecer a todos um padrão digno de vida.
Mas
por que a Revolução Industrial aconteceu na Inglaterra, no século XVIII?
Jazidas de minério de ferro e carvão mineral? Império da lei e estabilidade
política? Lei de Patentes? Avanços na ciência? Ética protestante?
Tudo
isso teve peso, mas há uma nova explicação, curiosa e persuasiva (William
Rosen, The Most Powerful Idea in the
World). Como resultado do desenvolvimento das escolas inglesas, pela
primeira vez na história apareceram mecânicos capazes de ler artigos
científicos. E também de se corresponder com colegas e pesquisadores.
Os
bons mecânicos sabiam lidar com máquinas e construir toda espécie de engenhoca.
Mas aos que tinham novas ideias faltavam o horizonte intelectual e a motivação
para implementá-las.
No
mundo das sociedades cientificas de então, os pesquisadores elucubravam, até
experimentavam, seguindo o método teórico-empírico, proposto por Bacon. Mas não
sabiam fazer coisas, não conheciam a manufatura. Portanto, não puderam ir muito
longe na utilização prática dos seus inventos. Os avanços do pensamento não
tinham pontes para o mundo da indústria.
Fora
do Olimpo científico, na sociedade hierarquizada e rígida da época, alguns
mecânicos perceberam que a Lei de Patentes era a porta que se abria para um
operário mudar de vida. E, como bons protestantes, acreditavam que Deus gostava
de quem ficava rico.
É
então que entram em cena os mecânicos-leitores. Na ânsia de ficarem ricos,
começaram a escarafunchar o que escreviam os cientistas – como Boyle, que
formulava os princípios conectando pressão, temperatura e volume. Como tinham
amigos com interesses similares, trocavam cartas, discutindo seus projetos.
Perceberam
que, se inventassem, se inovassem, poderiam abrir empresas e que patentes
poderiam proteger suas novidades. Um exemplo clássico foi um novo perfil no
filete da rosca de um reles parafuso. O invento do senhor Joseph Whitworth é
usado até hoje e foi um dos primeiros de uma série de muitos que o tornaram
milionário. A sua magnífica casa virou um museu de tecnologia.
Uma
alternativa era associar-se a banqueiros. Quem passar na porta de um certo
restaurante, no centro de Manchester, verá um cartaz dizendo que ali, na virada
do século XX, se encontraram um mecânico e um banqueiro, com a finalidade de
forjar uma sociedade. Um se chamava Rolls e o outro, Royce.
Os tais
mecânicos-leitores começam a inovar, criando bombas a vapor, teares e uma
infinidade de pequenas invenções que permitem os grandes saltos subsequentes.
O
inventor do motor a vapor, James Watt, por haver feito um aprendizado em
construção de instrumentos científicos, trabalhava como vidreiro da
Universidade de Glasgow. Convivia, portanto, com Adam Smith e David Hume. São
tais pontes com o mundo das ideias que fertilizam as inovações.
A
primeira locomotiva de sucesso (1829), chamada Rocket, embarcava mais de 1 000
patentes, registradas por mecânicos que, como Whitworth, viravam milionários.
Portanto,
mecânicos-leitores foram diretamente responsáveis por uma das mais importantes
transformações da humanidade. Sugestivo, pois não?”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes,
incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise
de liderança de nossa história – que é de ética,
de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas transformações em nossas
estruturas educacionais, governamentais,
jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais,
de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais
livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente
desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de
questões deveras cruciais como:
a) a
educação – universal e de qualidade, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas;
b) o
combate, severo e sem trégua, aos
três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da
vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária
ordem; III – o desperdício, em todas
as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos,
indubitavelmente irreparáveis;
c) a
dívida pública brasileira, com
projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e
insuportável desembolso de cerca de R$ 1
trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma
imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos (a propósito, as
habituais marchas de fim de ano a Brasília... “por mais recursos...”), diante
de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público,
mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente
ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça,
a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos
tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte,
acessibilidade); minas e energia; emprego,
trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro
nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e
nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil;
logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura,
esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento –
estratégico, tático e operacional) –, transparência, eficiência, eficácia,
efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade);
entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que,
de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada,
qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos
e que contemplam eventos como a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as
obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da
era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do
conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um
possível e novo mundo da justiça, da
liberdade, da paz, da igualdade – e com
equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a
nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...
O
BRASIL TEM JEITO!...