quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A CIDADANIA, A MÍDIA, AS VIOLÊNCIAS E OS DIREITOS HUMANOS (18/42)

(Dezembro = Mês 18; Faltam 42 meses para a COPA DO MUNDO de 2014)

“Juventude transviada

O título do texto nos remete à década de 1950 e a astros de cinema como James Dean, com casaco de couro preto, calça justa e em velocidade sobre uma motocicleta. Era uma época ingênua, mas assustadora para aquela sociedade conservadora. A juventude transviada de hoje é retratada pelas cenas chocantes de jovens submetidos a lama e pontapés em trote de alunos de faculdades; na foto publicada de uma professora da oitava série de uma escola estadual de Cláudio, Centro-Oeste de Minas, que foi empurrada por um aluno de 15 anos e teve a costela trincada. Essas imagens de crueldade também são reveladas no índio incendiado, nas prostitutas violentadas e nos mendigos molestados por jovens que poderiam ser nossos filhos ou de vizinhos.

Vivemos hoje um tempo de desregramentos e ausência de ética nos comportamentos, que se inicia na família, se estende nas escolas e deságua nos representantes eleitos pelo povo. Palavras como corrupção, drogas, armas, desonra fazem parte do cotidiano e assustam menos que a mula sem cabeça, que antigamente assombrava as crianças que desobedeciam aos pais. Políticos barganham o voto por cargo, juízes vendem sentenças, procuradores recebem propinas, policiais assaltam, delegados extorquem, pastores de almas seduzem crianças. A lei já não controla os abusos da sociedade. A ausência de referenciais rígidos, como o olhar severo do pai, que, antes, inibia a atitude do filho, foi enfrentada pela psicanalista Regina Teixeira da Costa, em artigo no EM, em que aborda a questão da permissividade nas relações, admitindo faltar “um organizador simbólico que oriente, intervenha, vete sensatamente os excessos e nos obrigue cada um a ceder um pouco de nosso gozo para tornar possível a convivência social. E estão aí as violências urbanas, o medo generalizado, a depressão, a toxicomania, as crises de angústia nos apontando que a sociedade carece de interdição, e que sua falta se transforma em sintomas sociais que proliferam a cada dia.”

A perda da autoridade se traduz no crescente desrespeito às normas: da desordem no trânsito à incivilidade nas ruas, da agressão ao homicídio. O aluno questiona o saber do professor; o empregado desacata o patrão; o jovem maltrata o velho; o filho agride o pai; as punições são frágeis e estéreis. Em texto sobre o esgarçamento das relações familiares, a escritora Rosiska Darcy de Oliveira indaga, para concluir, com sabedoria: “Como, então, construir uma autoridade familiar que não se justifique somente pela tradição, que já não é respeitada, nem se apoie na repressão, que é cada vez menos temida? A autoridade dos pais já não é um dado natural e será, cada vez mais, uma construção biográfica, legitimada pelo sentido que tenham as relações afetivas de acolhimento, confiança e proteção. São essas relações fortes que constroem a família e não a família que constrói as relações”. Afinal, juventude transviada só deve ser tolerada em filmes de Hollywood.”
(MARIA AMÉLIA BRACKS DUARTE, Procuradora do Trabalho em Minas Gerais, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 29 de novembro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 11).

Mais uma IMPORTANTE e também OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 28 de novembro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 15, de autoria de ROBSON SÁVIO REIS SOUZA, Professor da PUC Minas, pesquisador do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp) da UFMG, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Mídia, violências e direitos humanos

Em 10 de dezembro, o mundo comemora os 62 anos da Declaração Universal dos Direitos dos Direitos Humanos, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU). Como já disse o poeta, “se muito vale o já feito, mais vale o que será”. Ou seja, se há muito que comemorar – nos últimos anos, a humanidade incorporou, em boa medida, os pressupostos defendidos no documento da ONU –, ainda resta um grande caminho a ser percorrido pela efetividade da cidadania, principalmente no Brasil. Aqui, o preconceito, a luta pela igualdade racial, as discriminações religiosas e sexuais e tantos outros dilemas sociais têm pouca visibilidade, por exemplo, na pauta da grande mídia. Por outro lado, veículos de comunicação primam pela superexposição de vários tipos de crimes associados a preconceitos, sentimentos de vingança, contribuindo para a banalização dos valores humanos.

O aumento da violência, nos últimos anos, trouxe para a agenda social os problemas da insegurança, do medo e da barbárie. As políticas de segurança pública, apesar de constarem na Constituição entre aquelas destinadas a promoção da cidadania – ou seja, políticas que deveriam ser entendidas como direito do cidadão –, ainda respondem inadequadamente aos impactos nefastos da criminalidade urbana na vida das pessoas e da sociedade. Segurança, outrora assunto restrito a poucos atores (as polícias), agora alcança o centro das discussões, numa sociedade amedrontada. A mídia, percebendo a importância do momento (e principalmente o poder de vocalização dessa demanda da classe média – sua maior consumidora), tem apresentado importantes discussões sobre a questão, pautando de forma cada vez mais constante acerca da violência.

Compreende-se que a cobertura do cotidiano violento das grandes cidades não é tarefa fácil. Por trás de eventos violentos, outras questões estão ocultas e dificilmente podem ser contempladas em cada matéria jornalística. É evidente a complexidade que envolve o fenômeno da violência. E, por conseqüência, a dificuldade, ou a quase impossibilidade, de, de o profissional da comunicação, cobrindo o factual, abordar todas essas questões na apresentação de cada notícia sobre o tema. Isso sem contar, obviamente, com outras dificuldades de abordagem, como o reduzido espaço ou tempo para apresentar e aprofundar a notícia. O papel da imprensa na discussão sobre os dilemas da violência é de fundamental importância para o aprimoramento da nossa democracia. Afinal, o número superior a 100 mil mortes derivadas de causas externas, por ano, no Brasil, denuncia sérios problemas da nossa ordem social e política.

A mídia pode e deve apresentar práticas viáveis de superação do medo e da impotência frente ao fenômeno da violência difusa, criando condições de mobilização social e comunitária, que, efetivamente, são fundamentais para o incremento da coesão social, a superação do medo e da apatia social frente ao fenômeno da violência, principalmente a criminalidade urbana. Além dos crimes, que recheiam os noticiários da mídia, outras tantas formas de violência que afrontam cotidianamente os direitos humanos são naturalizadas em nossa sociedade. Aqui também a mídia tem um papel relevante, podendo fomentar uma discussão sobre essas violências historicamente escamoteadas em nossa sociedade: violência contra crianças, mulheres, negros, homossexuais, entre tantas outras.

A imprensa deveria ser o espelho fiel das contradições e conflitos existentes na sociedade. Evidente, portanto, que na sua pauta apareça a questão da violência como uma das principais demandas de discussão da sociedade brasileira na atualidade. Deseja-se, portanto, responsabilidade na abordagem do tema. Estou aberto ao debate: www.uai.com.br/conversandodireito.”

Eis, pois, páginas com RICAS e GRAVES abordagens e REFLEXÕES acerca da INSEGURANÇA reinante na nossa SOCIEDADE que, por isso mesmo, nos MOTIVAM e nos FORTALCEM nesta grande CRUZADA pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, PACÍFICA, EDUCADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...