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quinta-feira, 9 de março de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS CAMINHOS DA FELICIDADE E A LUZ DAS MULHERES NA SUSTENTABILIDADE

“Ser feliz
        Todo mundo procura, mas pouca gente sabe o que é. Afinal, o que é a felicidade? Quem responde é Maura Albanesi, mestre em psicologia e religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP): “A felicidade é um estado de alma que não consiste em ter as coisas, mas em ser aquilo que você almeja. Então, ela é um estado (interno) duradouro, não momentâneo. Picos de alegria não representam necessariamente felicidade”.
         De acordo com a especialista, quando uma pessoa se sente feliz, ela vibra o tempo todo na alegria, na gratidão, do reconhecimento e fica satisfeita naquilo que faz. “Essa pessoa aceita a vida como ela é – sem que isso se transforme em uma zona de conforto obviamente. Porque, às vezes, a gente olha para o mundo e pensa: ‘Nossa, está tudo errado!’ e isso nos deixa infeliz. Então, a felicidade vem de um estado perene de aceitação dos fatos como são e, com isso, nos sentimos gratos da forma como são. Isso não implica em não nos esforçarmos para melhorarmos como pessoas – sem que isso seja uma tortura – mas que seja um ato de prazer”, destaca a psicoterapeuta. “A felicidade vem junto com prazer em tudo o que fazemos. A felicidade consiste em trazer para o dia a dia o prazer de viver das coisas como elas são e não deveriam ser segundo o nosso julgamento”, completa.
         Apesar de a felicidade estar alinhada com os atos de prazer, a psicoterapeuta descarta que bens materiais, viagens e outros prazeres da vida, por si só, façam com que alguém seja feliz. “Hoje, creio que não poderia dizer que as pessoas são mais felizes, apesar de termos tantas oportunidades e coisas para nos divertirmos e sermos mais felizes, como viagens mais acessíveis, facilidade de ir e vir a vários lugares – em relação ao contexto dos nossos avós e tataravós”, compara. “Mas creio que tudo isso também gera para a pessoa uma certa obrigação, já que existem todas essas opções. Essa agitação nos obriga a resolver as coisas e se feliz a qualquer custo. Então, a pessoa pode se sentir infeliz, pois ela não tem uma força interna de se disponibilizar para absorver tudo isso” opina, acrescentando que ainda falta dentro do ser humano a crença de ser feliz com aquilo que tem. “Você pode estar no maior parque de diversões, como na Disney, por exemplo, e não estar se sentido feliz. Não importa o externo. A felicidade é algo interno.”
         Mas, enfim, como ser feliz? “Creio que a felicidade é uma decisão. Nós decidimos ser felizes ou decidimos ser infelizes – independentemente das coisas que acontecem. Porque é da nossa natureza sermos felizes, sermos alegres e vivermos a vida plenamente”, enfatiza. Mas, segundo Maura, nós vamos contra essa natureza, pois o esforço que fazemos para ficarmos tristes é maior do que faríamos para ficarmos alegres.
         “A tristeza tem ganhos secundários, principalmente, quando traz a atenção das pessoas para conosco. A gente também atrai essa tristeza como uma forma de receber carinho. E quando estamos felizes e radiantes também tememos a inveja”, explica. “Então, qual é o caminho? O caminho é uma decisão. Decida hoje e pronto, do jeito que está a sua vida, sem depender da aprovação e do afeto que o outro possa dar.”
         E existem dicas práticas da especialista para isso:
         1) Fazer o que se gosta – ter momentos de lazer, aprender a ter prazer na vida (tanto no que faz quanto nas diversões);
         2) Aplicar nos relacionamentos – investir em construir relacionamentos sociais e construir amizades, tanto as íntimas quanto as não tão íntimas, porque é bom ter um rol de amigos;
         3) Conhecer novos lugares – fazer coisas diferentes a tudo que estamos acostumados nos traz felicidade, porque nos lembra que estamos vivos e nos permite ver a beleza das coisas;
         4) Desenvolver a espiritualidade – é importante desenvolver toda a nossa espiritualidade, a transcendência, e não se apegar tanto apenas às questões materiais, mas saber que a matéria é necessária, é fundamental, mas não essencial;
         5) Paz de espírito – o essencial, pois adquirimos paz de espírito no desenvolvimento do nosso autoconhecimento e espiritualidade, que nos traz esperança, tolerância e fé.”.

(ANNA MARINA, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 4 de março de 2017, caderno CULTURA, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 8 de março de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de MARIA AMÉLIA BRACKS DUARTE, procuradora do Trabalho em Minas Gerais, e que merece igualmente integral transcrição:

“Mulheres errantes
         Meu lado mulher incomoda-se de receber homenagens num dia do ano – 8 de março –, enquanto meu lado homem se farta com 364 dias. Talvez se faça necessária esta efeméride, dor recente de uma cicatriz antiga. Porque vive-se numa sociedade machista: matrimônio e cuidado do lar; patrimônio e domínio dos bens”. A frase é do Frei Betto, mas poderia ser bem dita e maldita por qualquer mulher.
         Apesar de se admitir que as mulheres não só são agora mais conscientes de seus direitos, mas mais capazes de exercê-los, em Moçambique, na negra e miserável África, mulheres são contaminadas pelo vírus da Aids por seus próprios maridos e, quando caem doentes e não mais podem trabalhar, são expulsas de casa e ainda perdem os filhos. Em algumas regiões, ter relações sexuais com virgem, de preferência estranha e à força, é considerado o melhor remédio para curar homens de suas doenças venéreas.
         Nos últimos 20 anos, somente no Sudeste Asiático, mais de 50 milhões de mulheres e de crianças foram vítimas do tráfico sexual. Na  Índia, mulheres são queimadas diariamente por motivos ligados aos seus dotes; pais e irmãos aceitam e participam de estupros coletivos contra meninas e moças; crimes de honra são aceitos na Jordânia, no Marrocos e no Brasil; países africanos cortam o clitóris e costuram a genitália das jovens, como repressão e controle da vidam sexual; a Nigéria sentencia à morte por apedrejamento mulher adúltera.
         Na verdade, a história e as estatísticas não favorecem a mulher. O conflito é milenar, as raízes são se sangue, a guerra é ancestral, o destino biológico ainda conviverá com a humilhação de julgamentos impiedosos, que transformam a mulher em bruxa amaldiçoada. Muitas Joanas Darcs continuarão morrendo queimadas em tribunais por transgredir normas. O preconceito ainda manchará de culpa a mulher que foi violentada por vestir uma roupa decotada. Não há absolvição para a menina que se pendura na boléia do caminhão para matar a fome em troca de favores sexuais. O perdão não ronda as crianças prostituídas no litoral do país, onde suas imagens viajam pela internet, distraindo turistas e estrangeiros, retratando o universo cruel da pornografia infantil. Essas meninas serão as mulheres deste século, maculadas em sua honra e proteção pela mesma sociedade que as homenageia no dia 8 de março de cada ano. Paradoxalmente, dos estranhos ventres das mulheres nascem os destinos do mundo. E foi do útero de uma mulher chamada Maria que nasceu o Cristo salvador.
         No entanto, não queremos muito: apenas conjugar realização profissional e crescimento pessoal; amor e parceria; sexo e compromisso. E não sermos rotuladas, como na música cantada por Paula Toller, como erradas, como errantes, sempre na estrada, sempre distantes, errando sempre, enquanto o tempo nos deixar. Dos novos tempos surge uma mulher que vem construindo nova gramática na luta pelos direitos humanos, pelas minorias raciais, pela derrubada de mitos ancestrais, denunciando a discriminação de gênero e cor, trabalhando ao lado do seu homem (ou da sua mulher) para a criação de um universo de amor e igualdade, fazendo-se ouvir pela razão e pelo coração.
         O compositor Chico César diz que sabe como pisar no coração de uma mulher: com sapatilhas de arame e alpercatas de aço. A liberdade poética da canção não esconde a realidade do novo século: mulheres que não ensarilham armas e nem queimam sutiãs, mas denunciam a violência e têm voz política para a ousadia do discurso da soberania do gênero sem o temor do destino biológico. Aí, sim, poderemos, enfim, comemorar o Dia Internacional da Mulher.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro/2017 a ainda estratosférica marca de 486,75% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,30%; e já o IPCA também acumulado nos últimos doze meses, chegou a 5,35%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
 
 



quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A CIDADANIA, A MÍDIA, AS VIOLÊNCIAS E OS DIREITOS HUMANOS (18/42)

(Dezembro = Mês 18; Faltam 42 meses para a COPA DO MUNDO de 2014)

“Juventude transviada

O título do texto nos remete à década de 1950 e a astros de cinema como James Dean, com casaco de couro preto, calça justa e em velocidade sobre uma motocicleta. Era uma época ingênua, mas assustadora para aquela sociedade conservadora. A juventude transviada de hoje é retratada pelas cenas chocantes de jovens submetidos a lama e pontapés em trote de alunos de faculdades; na foto publicada de uma professora da oitava série de uma escola estadual de Cláudio, Centro-Oeste de Minas, que foi empurrada por um aluno de 15 anos e teve a costela trincada. Essas imagens de crueldade também são reveladas no índio incendiado, nas prostitutas violentadas e nos mendigos molestados por jovens que poderiam ser nossos filhos ou de vizinhos.

Vivemos hoje um tempo de desregramentos e ausência de ética nos comportamentos, que se inicia na família, se estende nas escolas e deságua nos representantes eleitos pelo povo. Palavras como corrupção, drogas, armas, desonra fazem parte do cotidiano e assustam menos que a mula sem cabeça, que antigamente assombrava as crianças que desobedeciam aos pais. Políticos barganham o voto por cargo, juízes vendem sentenças, procuradores recebem propinas, policiais assaltam, delegados extorquem, pastores de almas seduzem crianças. A lei já não controla os abusos da sociedade. A ausência de referenciais rígidos, como o olhar severo do pai, que, antes, inibia a atitude do filho, foi enfrentada pela psicanalista Regina Teixeira da Costa, em artigo no EM, em que aborda a questão da permissividade nas relações, admitindo faltar “um organizador simbólico que oriente, intervenha, vete sensatamente os excessos e nos obrigue cada um a ceder um pouco de nosso gozo para tornar possível a convivência social. E estão aí as violências urbanas, o medo generalizado, a depressão, a toxicomania, as crises de angústia nos apontando que a sociedade carece de interdição, e que sua falta se transforma em sintomas sociais que proliferam a cada dia.”

A perda da autoridade se traduz no crescente desrespeito às normas: da desordem no trânsito à incivilidade nas ruas, da agressão ao homicídio. O aluno questiona o saber do professor; o empregado desacata o patrão; o jovem maltrata o velho; o filho agride o pai; as punições são frágeis e estéreis. Em texto sobre o esgarçamento das relações familiares, a escritora Rosiska Darcy de Oliveira indaga, para concluir, com sabedoria: “Como, então, construir uma autoridade familiar que não se justifique somente pela tradição, que já não é respeitada, nem se apoie na repressão, que é cada vez menos temida? A autoridade dos pais já não é um dado natural e será, cada vez mais, uma construção biográfica, legitimada pelo sentido que tenham as relações afetivas de acolhimento, confiança e proteção. São essas relações fortes que constroem a família e não a família que constrói as relações”. Afinal, juventude transviada só deve ser tolerada em filmes de Hollywood.”
(MARIA AMÉLIA BRACKS DUARTE, Procuradora do Trabalho em Minas Gerais, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 29 de novembro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 11).

Mais uma IMPORTANTE e também OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 28 de novembro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 15, de autoria de ROBSON SÁVIO REIS SOUZA, Professor da PUC Minas, pesquisador do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp) da UFMG, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Mídia, violências e direitos humanos

Em 10 de dezembro, o mundo comemora os 62 anos da Declaração Universal dos Direitos dos Direitos Humanos, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU). Como já disse o poeta, “se muito vale o já feito, mais vale o que será”. Ou seja, se há muito que comemorar – nos últimos anos, a humanidade incorporou, em boa medida, os pressupostos defendidos no documento da ONU –, ainda resta um grande caminho a ser percorrido pela efetividade da cidadania, principalmente no Brasil. Aqui, o preconceito, a luta pela igualdade racial, as discriminações religiosas e sexuais e tantos outros dilemas sociais têm pouca visibilidade, por exemplo, na pauta da grande mídia. Por outro lado, veículos de comunicação primam pela superexposição de vários tipos de crimes associados a preconceitos, sentimentos de vingança, contribuindo para a banalização dos valores humanos.

O aumento da violência, nos últimos anos, trouxe para a agenda social os problemas da insegurança, do medo e da barbárie. As políticas de segurança pública, apesar de constarem na Constituição entre aquelas destinadas a promoção da cidadania – ou seja, políticas que deveriam ser entendidas como direito do cidadão –, ainda respondem inadequadamente aos impactos nefastos da criminalidade urbana na vida das pessoas e da sociedade. Segurança, outrora assunto restrito a poucos atores (as polícias), agora alcança o centro das discussões, numa sociedade amedrontada. A mídia, percebendo a importância do momento (e principalmente o poder de vocalização dessa demanda da classe média – sua maior consumidora), tem apresentado importantes discussões sobre a questão, pautando de forma cada vez mais constante acerca da violência.

Compreende-se que a cobertura do cotidiano violento das grandes cidades não é tarefa fácil. Por trás de eventos violentos, outras questões estão ocultas e dificilmente podem ser contempladas em cada matéria jornalística. É evidente a complexidade que envolve o fenômeno da violência. E, por conseqüência, a dificuldade, ou a quase impossibilidade, de, de o profissional da comunicação, cobrindo o factual, abordar todas essas questões na apresentação de cada notícia sobre o tema. Isso sem contar, obviamente, com outras dificuldades de abordagem, como o reduzido espaço ou tempo para apresentar e aprofundar a notícia. O papel da imprensa na discussão sobre os dilemas da violência é de fundamental importância para o aprimoramento da nossa democracia. Afinal, o número superior a 100 mil mortes derivadas de causas externas, por ano, no Brasil, denuncia sérios problemas da nossa ordem social e política.

A mídia pode e deve apresentar práticas viáveis de superação do medo e da impotência frente ao fenômeno da violência difusa, criando condições de mobilização social e comunitária, que, efetivamente, são fundamentais para o incremento da coesão social, a superação do medo e da apatia social frente ao fenômeno da violência, principalmente a criminalidade urbana. Além dos crimes, que recheiam os noticiários da mídia, outras tantas formas de violência que afrontam cotidianamente os direitos humanos são naturalizadas em nossa sociedade. Aqui também a mídia tem um papel relevante, podendo fomentar uma discussão sobre essas violências historicamente escamoteadas em nossa sociedade: violência contra crianças, mulheres, negros, homossexuais, entre tantas outras.

A imprensa deveria ser o espelho fiel das contradições e conflitos existentes na sociedade. Evidente, portanto, que na sua pauta apareça a questão da violência como uma das principais demandas de discussão da sociedade brasileira na atualidade. Deseja-se, portanto, responsabilidade na abordagem do tema. Estou aberto ao debate: www.uai.com.br/conversandodireito.”

Eis, pois, páginas com RICAS e GRAVES abordagens e REFLEXÕES acerca da INSEGURANÇA reinante na nossa SOCIEDADE que, por isso mesmo, nos MOTIVAM e nos FORTALCEM nesta grande CRUZADA pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, PACÍFICA, EDUCADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

UM PERMANENTE EXERCÍCIO DE CIDADANIA

“6. Cultura da cidadania

Cidadania é processo cultural. É conquista demorada e construção dialética. É ação estrutural permanente, e não só campanha emergencial. O emergencialismo pode carunchar a cidadania e cooestar setores que desempregam trabalhadores e depois distribuem cestas para a fome.

A cultura da cidadania é “palégica”. É luta obstinada que soma esforços, ciência, arte, trabalho e oração para elaborar a cultura da cidadania que substitua a cultura da anti-cidadania. A cultura da cidadania este malha antropossociogenética que entrelaça os cidadãos por dentro, pela mentalidade, pela consciência, pela solidariedade, pelos valores, pela liberdade responsável, pelo amor, pela tecelagem de uma sociedade de todos e para todos. A cultura da cidadania é gênese do novo brasileiro “des-anulado”, emancipado e criador de sua história.”
(PE. JUVENAL ARDUINI – in artigo O QUE É PRECISO PARA SER CIDADÃO? – VIDA PASTORAL – JULHO-AGOSTO DE 1994 – página 10).

Mais uma IMPORTANTE para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 3 de outubro de 2006, Caderno OPINIÃO, página 19, de autoria de MARIA AMÉLIA BRACKS DUARTE, Procuradora do Trabalho em Minas Gerais, que merece INTEGRAL transcrição:

“Exercício de cidadania


Neste outubro, a democracia no país se mostrou fortalecida com o exército de cidadãos cravando, conscientemente, as suas escolhas para o novo Parlamento e os governos estaduais. O povo afastou as oligarquias, puniu corruptos, não endossou acordos espúrios, ignorou negociações partidárias, concedeu mandatos a políticos injustamente afastados do cenário nacional, perdoou outros, surpreendeu nas urnas, mostrando coragem para a renovação, revelando que, com raras exceções, acompanhou as denúncias de escândalos publicadas na imprensa. O Ministério Público, Polícia Federal e a imprensa ganharam vigor institucional para continuar investigando, informando, e publicando provas de crimes cometidos por indivíduos inescrupulosos que agem com torpeza contra a nação. Um outro político envolvido em quebra de decoro, lamentavelmente, continuará no poder legitimado pelo voto, mas, com certeza, atento à vulnerabilidade em que agora se encontra, porque não se admitirá mais se enodoem os princípios democráticos tão duramente conquistados nas últimas décadas. Contra todas as evidências de marasmo e descrédito nos candidatos, exerceu-se de forma plena a cidadania, comprovando-se que, a cada eleição, o Brasil é redescoberto pelos valores da decência e do comportamento ético.

Dia 12, homenageiam-se as crianças no Brasil. Os políticos eleitos e os que disputarão a segunda rodada da disputa sabem que um grande desafio é acabar com o abandono em que se encontram os meninos e as meninas de rua, esmolando em semáforos, sujeitos a abordagens sexuais e conquistados pelo tráfico de drogas. Os novos parlamentares, imbuídos de propostas e boas intenções, têm que implementar, com urgência, políticas públicas capazes de gerar renda para os pais dessas crianças; fomentar a educação de primeiro grau, mantendo as crianças em jornada integral. É inadiável a meta de combater os salários indignos do professor da escola pública, que convive com a miséria das populações carentes e é submetido à violência das comunidades: não basta o assistencialismo da distribuição da cesta básica – os últimos quatro anos de governo já o desmonstraram.

Se queremos avançar em desenvolvimento, temos que ser vigilantes e cobrar o cumprimentos das propostas acenadas dos palanques eleitorais; não deixar calado na garganta o grito por um Brasil justo e que afaste as desigualdades sociais, e manter a inquietude do agir, a crítica construtiva aos poderes judiciário, executivo e legislativo, oferecendo soluções e achando formas de participação, pois “a democracia, da mesma forma que a civilização, é um processo em movimento, e não uma utopia estática”.”

Eis, pois, indicações PRECIOSAS da mais PREMENTE necessidade de uma grande CRUZADA NACIONAL para a CIDADANIA E QUALIDADE, que permita a construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, na conformidade com as EXIGÊNCIAS do TERCEIRO MILÊNIO e da SUSTENTABILIDADE que constitui base de um mundo GLOBALIZADO, FASCINANTE e BELO, que queremos HUMANO e FELIZ.

É o nosso SONHO, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA...

O BRASIL TEM JEITO!...