quarta-feira, 2 de março de 2011

A CIDADANIA, A MORALIDADE E A ESSÊNCIA DA PAZ (21/39)

(Março/2011 = Mês 21; Faltam 39 meses para a COPA DO MUNDO DE 2104).


“A essência da paz

Lidar com as horas que nos parecem vazias, quando em viagem, pode incomodar, no início. Mas se passamos a cumprir, devagar, cada tarefa necessária, descobrimos a sensação boa de perceber a vida fluir. Estar de corpo e de alma presentes no que fazemos pode nos propiciar o prazer de uma vida mais contemplativa e a certeza de que não necessitamos de muito do que desejamos. O importante é ter tempo para nos sentirmos vivos. Seria bom que tivéssemos essa experiência inclusive onde moramos. Porém, as casas, em geral, acabam sendo mais prisão do que abrigo. Mesmo os palácios tornam-se gaiolas de ouro, com facilidade. No interior das residências não percebemos os sentimentos mais profundos, porque estamos normalmente apressados, solucionando inúmeros problemas, cuidando mais dos objetos do que de nós mesmos ou das pessoas que ali vivem. Que o digam os integrantes das classes populares, que ainda lidam com as dificuldades decorrentes da falta de dinheiro. Além disso, moram longe, têm famílias grandes coabitando em pequenos espaços, e dependem do transporte público, que é deficitário no Brasil.

A pressa oprime, entristece e avilta nossa existência. Quem trabalha demais não dispõe de condições de perceber que cada hora do dia tem características próprias. As gerações anteriores, com frequência, estavam em casa apreciando com certa nostalgia a transmissão da hora do ângelus, pelas estações de rádio, às 18h. É pena que hoje ninguém a ouça, pois representava o mistério da transição entre o dia e a noite, quem sabe a lembrar a passagem da vida para a morte. As pessoas que têm maior poder aquisitivo, contudo, também vivem apressadas. Trabalham mais do que deveriam, têm inúmeros compromissos sociais e vão muito às compras, preenchendo, assim, todo o tempo que poderiam ter livre. Nessas famílias, apenas as crianças reclamavam do pragmatismo dos adultos. Agora, entretanto, estão sempre na frente do computador, e não sabemos que consequência isso terá no futuro. Quem conseguiu chegar à idade adulta sabe que as melhores lembranças do passado são as das horas fruídas sem pressa. A saudade da infância e da juventude talvez seja a consciência daquele estado de espírito que nos permita desperdiçar o tempo, sem culpa. Apenas as horas vividas com desapego proporcionam plena satisfação.

Essa percepção, comum a muita gente, deveria ser mais compartilhada, pois as pessoas precisam lutar pela conquista de autonomia para escolher seu modo de vida. Estar disponível para perceber o encanto da poesia cotidiana confere dignidade. Portanto, é um direito de todo ser humano. No caso dos mais pobres, para que também tenham tempo de vida verdadeira é necessário que se diminuam suas jornadas de trabalho, que se melhorem suas condições de habitação e a qualidade do transporte público que utilizam. Isso é a justiça social, que, ao permitir a todos a apreciação da beleza, com o consequente desenvolvimento da sensibilidade, vai resultar na paz que desejamos.”
(LAIR MATTAR, Mestre em educação pela UFMG, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de fevereiro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 25 de fevereiro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, que merece INTEGRAL transcrição:

“A moralidade é ouro

A sociedade está povoada de notícias que comprovam o quanto o corrupção e a desonestidade estão corroendo relações, provocando prejuízos irreversíveis na vida de cidadãos e de famílias, com sérios comprometimentos sociopolíticos. A confiança que se deposita em pessoas, no exercício de suas responsabilidades funcionais e ofícios, está e certamente continuará sendo abalada. O mesmo ocorre também na relação com as instituições, que têm tarefas de proteção aos direitos e à integridade de todos, constituídas para proteger o bem público, garantir a ordem e a justiça. Quando menos se espera, estouram aqui e ali acontecimentos que provocam decepção e generalizam a insegurança. Não se esperam conivências interesseiras dos que têm tarefa de garantir justiça. Conveniências que comprometem a vida de jovens e de outros que têm seus sonhos inviabilizados de maneira irreversível.

As providências que governos, instituições e outras instâncias da sociedade precisam e devem tomar diante de fatos graves no tecido social e cultural não podem retardar mais a consideração da moralidade como ouro na história de todos. Esse cenário com suas violências, desmandos, corrupções, tráficos e outras condutas morais é origem de tudo o que esgarça o tecido moral da cidadania. Valor que é a base para vencer seduções e ter força para permanecer do lado do bem, com gosto pela justiça e fecundo espírito de solidariedade. É imprescindível redobrar a atenção quanto à moralidade que baliza a vida de cada indivíduo e regula suas relações. É urgente e necessário avaliar o quanto o relativismo tem emoldurado critérios na emissão de juízos, na formatação de discernimentos, trazendo direções equivocadas e prejudiciais nas escolhas, tanto no âmbito privado quanto no exercício da profissão, da política e de outras ocupações na sociedade.

É preciso diagnosticar esses pontos críticos na moralidade sustentadora da conduta cidadã e honesta. Não se pode desconsiderar a gravidade da situação vivida neste tempo de avanços e conquistas – marcado pela démarche (disposição para resolver assuntos ou tomar decisões) –, imposta pela falta de moralidade pública, profissional e individual. Jesus nos seus preciosos ensinamentos para bem formar seus discípulos não deixava de advertir e indicar critérios para comprovar os comprometimentos da moralidade. Ele dizia que “o irmão entregará o irmão à morte, o pai entregará o filho; os filhos ficarão contra os pais e os matarão”, convidando-os a não se escandalizar e a permanecer firmes diante do caos que a imoralidade provoca. A decomposição das relações familiares configura o paradigma da perda da moralidade, considerando a família com seu insubstituível papel de formadora de consciência.

Com a família, o conjunto das instituições educativas, religiosas e outras prestadoras de serviços à sociedade, é preciso fortalecer o coro de vozes, como o fez a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), quanto à necessidade de incluir na pauta da sociedade a compreensão da moralidade como um tesouro do qual não se pode abrir mão. Sua ausência significa a produção de perdas irreparáveis, de vidas, de credibilidade e de conquistas e avanços de todo tipo, pelos inevitáveis comprometimentos advindos de uma cultura permissiva e cega a valores balizadores da vida cidadã. Nesse âmbito, é preciso retomar a tematização da responsabilidade dos meios de comunicação – também sublinha a CNBB. A apurada qualidade técnica e os admiráveis recursos da mídia, em particular da televisão, lamentavelmente, estão a serviço de programas que atentam contra a dignidade humana. Não se pode simplesmente ajuizar que os cidadãos são livres para escolher o que é de baixo nível moral. É melhor não produzi-los. Então, é preciso combatê-los, investindo na formação da consciência moral, com uma consistência tal que se rejeitem com lealdade os fascínios da celebridade fugaz, o gosto mórbido pelo dinheiro e pelo poder, e substituí-los pelo apreço ao bem, à verdade; criar o gosto pela transparência e pelo que é honesto.

As culturas, as sociedades não podem prescindir de investimentos, abordagens e compreensões da consciência na sua insubstituível e específica função de discernimento e juízo moral. É urgente superar considerações de que tratar e investir na moralidade é um viés antigo, e até superado. A liberdade e a autonomia que caracterizam a sociedade contemporânea não podem prescindir do exercício dos valores morais sob pena de continuarmos a fabricar o precioso tempo do terceiro milênio como um tempo de abominação da desolação.”

Eis, portanto, mais CONCISAS e SÉRIAS abordagens e REFLEXÕES acerca dos INDESVIÁVEIS valores que norteiam a EDUCAÇÃO, em sua PRECÍPUA ação TRANSFORMADORA, que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...