sexta-feira, 1 de outubro de 2010

ACIDADANIA, A LIBERDADE E A HONRA (16/44)

(Outubro = mês 16; Faltam 44 meses para a COPA DO MUNDO DE 2014)

“História é tudo

Há algumas décadas, coleção de livrinhos de bolso destinada a leitores iniciantes fez o maior sucesso no mercado brasileiro, lançada pela Editora Brasiliense. Era a Primeiros passos, que ainda está em cartaz, com mais de 300 títulos lançados. A série criou desdobramentos no mesmo formato e com o mesmo empenho em apresentar temas de interesse, em linguagem não especializada, com o propósito didático (no bom sentido da palavra) e preocupação na formação de leitores. Nasciam assim a Encanto radical, com pequenas biografias, e Tudo é história, com ensaios monográficos sobre temas da história mundial e brasileira.

[...] De todo esse amplo conjunto, fica a certeza de que há leitor interessado. E, ainda, que a história tem função social que apenas começa a ser exercida entre nós. Mais que conhecer o passado para iluminar o presente, trata-se de disciplina prospectiva. Como defende o historiador mineiro Caio César Boschi em Por estudar história, destinado a estudantes que, cada vez mais, descobrem na área campo que vale a pena: “A história é caminho para a utopia, não no sentido de um ideal inatingível, mas de manter viva a esperança. Ontem semeamos a realidade de hoje; hoje semeamos a de amanhã. A história pode nos ajudar a realizar essa semeadura com lucidez, anunciando futuro mais justo e fraterno”.

Que a história nos ajude a votar melhor em 3 de outubro. Há muito o que mudar e melhorar no Brasil.”
(JOÃO PAULO, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de setembro de 2010, Caderno PENSAR, página 2).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado na Revisa VEJA, edição 2184 – ano 43 – nº 39, de 29 de setembro de 2010, de autoria de LYA LUFT, que é escritora, e que merece INTEGRAL transcrição:

“Liberdade e honra

Até os 7 anos, menina numa cidade do interior, acreditei na cegonha. (Papai Noel tinha entrado pelo ralo pouco antes. Cegonha era mais complicado.) No tempo da inocência, a honra e a liberdade do povo me pareciam ser o natural objetivo de todo político e de toda autoridade, o bem da família seria o desejo de todos os pais, retribuir o cuidado deles seria empenho de todos os filhos. O bem seria recompensado, o mal punido. Simples assim. Mas somos apenas pobres humanos: não só os bons ocupam postos importantes, e influenciam milhões de pessoas. Palavras como “ética” e “moralidade” (não moralismo), no privado e no público, se tornariam antiquadas. Muitos pais veriam abalada sua autoridade num mundo onde a meninada é exposta aos piores modelos, às vezes sem uma orientação amorosa e firme em casa.

Amadurecendo mais, vi entre líderes bem-intencionados, os que escutam sua gente e buscam atender às suas necessidades, aqueles que visam ao interesse próprio, fortuna e poder sempre maiores. Em nossa política atual, é de meter medo a dança de estranhos ritmos em que lealdade e coerência parecem estar de castigo num canto da sala. Em que se desprezam publicamente leis e regras, e quem reclama ou denuncia é considerado um importuno, um chato, condenado ao isolamento e ao ridículo. Em que se fazem negociatas e se cometem ilegalidades com a maior calma, dezenas de partidos firmam acordos e fusões improváveis, os eleitores andam descrentes e a população despolitizada.

Não acho que tudo tenha piorado. Nunca fui saudosista. Prefiro a comunicação imediata pela internet a cartas que levavam meses. Gosto mais de trabalhar no computador do que usar a velha máquina de escrever, que tinha lá seu charme. Mas, se nossa qualidade de vida melhorou em muitas coisas, é claro que saúde, estradas, moradia, saneamento, universidades e escolas estão cada vez mais deteriorados, e uma parcela vasta deste nosso povo ainda vive em nível de miséria. Não me canso de comentar as crianças que brincam diante do seu barraco, com barro que não é terra com água mas terra com esgoto. Ainda sofre e morre gente nas filas do SUS e nos corredores de hospitais sobrecarregados, com profissionais de saúde pagos e exaustos.

Alardeia-se que a nossa economia vai bem, mas estimulam-se os ingênuos a comprar o que em breve não vão poder mais pagar, formando uma crescente bolha de inadimplência. Impostos exorbitantes e burocracia emperrada travam grande parte do nosso progresso. A corrupção escancarada e sua irmã fatal, a impunidade, nos afrontam, a nós que que não somos um povo de bandidos e malandros, mas de gente trabalhadora, às vezes conformada – o que é ruim. E, enquanto isso e mais ainda perdurar, qualquer desvio de dinheiro e esforço para objetivos que não sejam resolver tais problemas é, mais que ilegítimo, cruel.

Os que me lêem mais uma vez dirão que sou pessimista e repetitiva: sou apenas uma observadora atenta, preocupada com este país onde os políticos e líderes honrados correm o risco de se tornar estranhos no ninho. Pois é neles que eu aposto: nos decentes que não buscam vantagem pessoal, mas o bem do povo – que somos todos nós, do gari ao intelectual, da dona de casa à universitária, dos morenos aos louros de olhos azuis. Todos precisam colaborar, com consciência e responsabilidade conduzidas por uma imprensa independente, real veículo de informação em qualquer país.

Essa imprensa sem algemas é essencial para o crescimento de uma nação, coluna principal de qualquer democracia, sinal de um povo maduro e autônomo. Mas estão-se levantando sobre nós nuvens, sombras, ameaças de um controle da imprensa que nos deixaria infantilizados, quando precisamos de informação isenta para manifestar nossa vontade nas urnas. Não dá mais para acreditar na cegonha: sem saber exatamente o que acontece, não vamos poder agir. E a gente precisa cuidar do nosso próprio destino, com liberdade e honra – como merecemos.”

São, pois, REFLEXÕES e CONSIDERAÇÕES como estas que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR as suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências da MODERNIDADE, da era da GLOBALIZAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

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