sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A CIDADANIA, A LIBERDADE E A ESPERANÇA

“E AGORA BRASIL?

Gosto do Brasil desde o primeiro dia em que aí coloquei os pés, há quase 25 anos. Hoje esse país faz parte da minha identidade: cheguei a torcer pela Seleção Brasileira na última Copa do Mundo (tudo bem que não foi muito difícil em razão dos vexames da França) e dei à minha filha mais velha um nome brasileiro.

Claro, no começo descobri o país por meio daquilo que faz sua fama: o carnaval, que nos instiga uma aura libertária; a música, com seus ícones do tropicalismo e da bossa nova; a Cidade Maravilhosa, repleta de praias ensolaradas; a garota de Ipanema, que imaginamos mestiça; e todos os artistas do futebol.

Conhecendo melhor o país, no entanto, me conta de que esses clichês turísticos, por mais impressionantes que sejam, devem ser conjugados com alguns detalhes do dia a dia. O europeu que vive no Norte dos Alpes ou dos Pirineus é pego de surpresa pelo calor humano e a forma espontânea com que é recebido pelos seus amigos, e pelos amigos dos amigos, em terras brasileiras. Morei anos em Berlim, cidade extraordinária, mas o número de convites que recebia para sair durante uma semana em Belo Horizonte era maior do que num ano inteiro na capital alemã.


[...] Mas é preciso deixar claro: alguns traços da vida brasileira ainda trazem desconforto para um olhar europeu.

O mais difícil é a desigualdade social. As diferenças de renda são absurdas. O luxo aparece mais do que no Velho Continente. E a miséria também, sobretudo nas ruas. O choque é ainda maior pelo fato de, no Sul e no Sudeste, o nível de riqueza estar se aproximando do da Europa do Sul.

Não há dúvidas de que as despesas com saúde e educação, inacessíveis para os mais pobres, são consideradas um descompasso aos olhos daqueles cujos filhos puderam se beneficiar – da maternidade à vida adulta; da escola primária à universidade – de um serviço público de qualidade. A França ou a Alemanha também têm seus guetos de ricos, mas as classes médias não têm necessidade de se fechar em condomínios, clubes privados ou edifícios protegidos por cercas e vigias para viver em tranquilidade, em face de favelas e bairros populares onde seria perigoso colocar os pés. Se vivesse durante um tempo no Brasil (velho sonho), faria sem dúvida como todos, mas não posso considerar essa situação satisfatória. O desenvolvimento espacial separado das diferentes classes sociais é sintomático de um mal profundo. Ele contraria não somente o senso de justiça, mas também o bem-estar daquilo que é uma vida admirável. [...]”
(YVES SINTOMER, é professor de ciência política na Universidade Paris 8. Ao longo dos anos, ensinou e pesquisou em diversas universidades, entre elas Florença, Berlim, Frankfurt e Harvard. É autor de O poder ao povo: júris de cidadãos, sorteio e democracia participativa (Editora UFMG, 2010), em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 13 de novembro de 2010, Caderno PENSARBRASIL, páginas 10 e 11).

Mais uma IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 18 de novembro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de LUCAS COUTO, Gerente de relações institucionais da Face/Fumec, publicitário, pós-graduado em marketing e gestão de negócios, que merece INTEGRAL transcrição;

“Liberdade e esperança

Em 196l, o presidente John F. Kennedy lançou o desafio à nação norte-americana de, ainda naquela década, levar o homem à Lua e trazê-lo de volta em segurança. Essa conquista, realizada em 1969, por Neil Armstrong e Edwin Aldrin, simbolizava bem mais que uma vitória na corrida espacial disputada com a então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), em tempo de Guerra Fria. Foi uma longa jornada de evolução científica, tecnológica e social que transformou o povo americano pelas décadas seguintes. Os frutos evidentes desse esforço nacional são, logicamente, os dividendos colhidos pelos novos conhecimentos e pelo desenvolvimento de ferramentas necessárias à empreitada. Porém, os resultados mais duradouros e vistosos estão no fortalecimento da identidade de um povo e elevação de sua autoestima pela conquista de algo até então intangível.

O Brasil desta segunda década do novo milênio se apresenta de forma muito similar aos norte-americanos, que acabavam de sair de um período de guerra e escassez para trabalhar pela construção de sua soberania. Aos poucos, caminhamos para a vitória em nosso penoso conflito contra a miséria e a desigualdade e podemos unir a sociedade para o desafio que resgatará a cidadania de nossa gente e vai marcar definitivamente nossa ascensão como nação soberana: o fim do analfabetismo, o que representaria a inclusão de todos os brasileiros pelo universo das letras, duas palavras se tornam síntese da grandiosidade deste projeto: liberdade e esperança.

As experiências, ainda que segmentadas, na alfabetização de adultos têm demonstrado o poder libertador que projetos dessa natureza têm exercido nas comunidades onde são inseridos. Em localidades onde a sociedade se organizou e participa ativamente da luta contra o analfabetismo tendem a ser muito superiores à média. Isso se deve, principalmente, à motivação adicional que os estudantes encontram quando percebem que seu esforço em recuperar o tempo perdido é valorizado e recebido de forma tão positiva pelas pessoas a sua volta.

O conhecimento de que a presença da sociedade contribui para essas iniciativas é, sim, uma convocação inadiável para que todos nós assumamos essa batalha em nome do conhecimento e do resgate da dignidade de nossos irmãos. Esse reforço coletivo pela educação e, verdadeiramente, a etapa fundamental da transformação de nossa realidade, pois, educado, nosso povo se torna mais consciente de seus direitos e menos susceptível ao abuso, ao controle e à exploração. Ao se tornar uma nação plenamente alfabetizada, o Brasil transforma uma parcela da população, que hoje se encontra à margem do caminho do desenvolvimento nacional, nos agentes mais entusiasmados pela mudança, pois eles serão os primeiros a querer multiplicar e compartilhar os benefícios advindos do conhecimento. O desafio que a história reserva à nossa geração é erradicar o analfabetismo. Motivar a busca pelo conhecimento é a obra definitiva que garante nosso lugar na história, resgatando milhões de pessoas do abismo que marca a fronteira entre aqueles que têm ou não oportunidade de evoluir e se afirmar como indivíduo.”

Eis, portanto, mais ADEQUADAS e SÉRIAS indicações ao COMBATE, que deve ser URGENTE e IMPLACÁVEL ao ANALFABETISMO, que está na raiz de outra CHAGA NACIONAI – a DESIGUALDADE SOCIAL. São também desafios que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

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