segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A CIDADANIA EXIGE SEMPRE NOVA POSTURA DEPOIS DAS ELEIÇÕES

“III – PROGRESSO CIENTÍFICO E PROGRESSO MORAL

[...] ‘A busca pela verdade impõe o princípio da fraternidade entre os homens e rejeita as ideologias dos sistemas totalitários que fomentam os ódios raciais (...). Caso prevalecesse, para nossa desgraça, o movimento obscurantista que aponta o dedo acusador sobre a ciência como causa primeira dos nossos males, esses estudos, hoje em pleno desenvolvimento, seriam desestimulados, ou até mesmo suprimidos, em favor de um irracionalismo que vê em poderes ocultos extraterrestres o primum movens das ações humanas’.

Se a humanidade não progride na mesma medida em todas as partes do mundo – leia-se ainda –, a responsabilidade não é da ciência, mas da ignorância dos benefícios que dela podemos extrair, e das más escolhas políticas. Razão pela qual: ‘Há motivo para sermos otimistas sobre a possibilidade de que o Terceiro Mundo se liberte da indigência na próxima década. Os países em desenvolvimento são em boa medida donos do seu devir. Se permanecerão pobres e subdesenvolvidos ou se ingressarão nas fileiras dos países de recente industrialização, depende essencialmente das escolhas que saberão adotar.

Reagindo à conhecida acusação lançada pelo presidente Havel contra a civilização tecnológica global e planetária, que atingiu os limites do seu potencial além do qual tem início o abismo, há quem, embora admitindo que as verdades reveladas pela revolução científica nos últimos quatrocentos anos tornaram o mundo melhor, mas também mais perigoso, afirme resolutamente que, se das descobertas científicas não se extraem as vantagens que elas poderiam dar para tornar a humanidade “melhor”, a responsabilidade não é da ciência, mas da falta de vontade política.”
(NORBERTO BOBBIO, in Teoria geral da política: a filosofia política e as lições dos clássicos; organizado por Michelangelo Bovero; tradução Daniela Beccaccia Versiani. – Rio de Janeiro: Campus, 2000, páginas 664 e 665).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 5 de novembro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, que merece INTEGRAL transcrição:

“Depois das eleições

Passadas as eleições, a consciência cidadã é desafiada a considerar que está terminada a etapa da campanha eleitoral, anunciados os vitoriosos, e iniciada a fase que marca o quadriênio 2011/2014. Esta etapa é tão ou mais importante quanto a que culminou com a ida às urnas. Os eleitores têm o direito e o dever de acompanhar o desempenho dos seus representantes, no Executivo e no Legislativo. Este acompanhamento é uma imprescindível participação cidadã. Os eleitos estão, nem é necessário dizer, a serviço da sociedade civil. Configurada no seu tecido pelos cidadãos eleitores, a sociedade tem um valor considerável, de modo que a comunidade política, constituída pelo voto, está a serviço dela. A sociedade civil, enquanto universal, é a guardiã e destinatária do bem comum com a obrigação e o dever de exigir respeito na medida do direito de cada cidadão.

A comunidade civil não pode, portanto, ser considerada como um apêndice ou uma variável da comunidade política. A civil tem preeminência sobre a política. Sua justificação é o serviço prestado aos cidadãos, todos, na construção de uma sociedade justa, solidária e depositária de valores. A referência é aos valores relacionais, morais, éticos e de abertura à transcendência. Aqui se localiza o lugar educativo e de imprescindível contribuição que a Igreja Católica tem direito e obrigação de oferecer. A comunidade política não é a fonte única e inesgotável na definição de valores que se constituem como parâmetro e critério para a sua orientação.

Quando se pensa a respeito de ideologias políticas individualistas, totalitárias ou relativistas, no que concerne aos valores morais, a comunidade política precisa de instâncias de confronto que lhe podem dar novos rumos. Não se trata da constituição de bancada no Parlamento ou nas assembléias legislativas, com qualificação confessional, muitas vezes, para atender a interesses de tipo cartorial. Trata-se de um indispensável confronto e presença propositiva à consciência de representantes eleitos, no Executivo e no Legislativo, para que esses não se sustentem apenas do ideário ideológico de seus partidos, nem apenas de modo individualista do tecido de sua própria consciência, que precisa, é claro, ser bem e permanentemente formada na direção do respeito à vida e na gestão do que é do bem comum.

Oportuna é a palavra do papa Bento XVI, em discurso dirigido ao Conselho Episcopal Regional Nordeste 5, finalizando a Visita ad Limina, aquela que os bispos do mundo inteiro fazem ao papa. O pontífice conclamou os bispos, na sua tarefa de ensinar, a formar a consciência moral do povo e esclarecer com veemência a doutrina moral iluminando escolhas e discernimentos no âmbito da política, para garantir rumos adequados e inequívocos quanto ao respeito à vida – desde a fecundação até a morte, com o declínio natural; assim como na priorização de infraestrutura e erradicação da miséria. Compreende-se, pois, que a orientação dada pede vigência vigilante quanto aos rumos que agora serão dados nas governanças estaduais e federais, bem como redobrar a atenção do mapa configurado nas assembleias legislativas, Câmara dos Deputados e Senado Federal. Não se pode considerar que este período pós-eleitoral signifique um silêncio ou um acompanhamento de desfechos. A fé professada com sinceridade, ancorada em referências éticas, alimenta-se de uma fonte indispensável ao exercício desse serviço prestado pela comunidade política.

Por isso, como outros segmentos da sociedade, e em parceria com eles, a Igreja Católica, para além de interesses particularizados, tem uma tarefa importante na comunidade política, seja partindo da fé professada por seus membros ou pela obrigação de, orgânica e sistematicamente, oferecer confrontos e propostas que propiciem entendimentos visando ao bem, à verdade, à dignidade humana, ao respeito à vida e à justiça. É equivocado o entendimento , mesmo por parte de analistas de variados campos do saber, quando pretendem exilar a religião e mais diretamente a fé professada da sua incidência, pela força ética e moral, os andamentos da comunidade política. Sendo o povo o sujeito da autoridade política, esse tem o direito de exigir, por ser detentor de soberania, respeito aos seus valores no atendimento de suas necessidades pelos serviços prestados. Esperam-se audácias. O momento está exigindo e é propício para que se alcancem, com mais rapidez, conquistas na infraestrutura, erradicação da miséria, avanços na ciência , tecnologia, economia e educação. Além disso, respeito à liberdade religiosa, promoção de valores humanos, morais e políticos. A fé cristã tem, pois, importante tarefa, também, agora depois das eleições.”

Eis, portanto, mais páginas e REFLEXÕES acerca da IMPERIOSA e NECESSÁRIA participação de CADA UM na condução dos nossos DESTINOS, que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, PARTICIPATIVA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA do MUNDO de 2014, a OLIMPÍADA de 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

Nenhum comentário: