sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A CIDADANIA, O e-GOVERNO E A AGENDA POSITIVA DO JORNALISMO

“DEMOCRACIA ELETRÔNICA

Importada da Europa, Estados Unidos e Japão, nova forma de administrar um município tem o computador com ferramenta para que a população aponte problemas e soluções para a cidade

Chegou a vez do e-governo

Usar a internet para aproximar governo e cidadão, favorecendo o controle social e a participação da população nas decisões do Poder Executivo. Essa nova maneira de governar, batizada de democracia eletrônica ou e-governo, ainda é tímida no Brasil, mas vem se alastrando pela Europa, Estados Unidos e Japão. Aliás, foi do Japão que veio a ideia de um projeto-piloto de gestão participativa em rede, que começa a ser implantado no Sul de Minas Gerais e também no interior de São Paulo e do Rio Grande do Sul. Em Minas, na sexta-feira, a Prefeitura de Machado, 40 mil habitantes, fez sua primeira reunião em rede de todo o secretariado com lideranças de bairro em tempo real. É também a primeira experiência desta natureza no estado.

A reunião foi na sede da Prefeitura com conexão em quatro Unidades Administrativas Intersetoriais (UAIs), criadas em bairros do município como parte do projeto. Foram discutidas as demandas da população levantadas ao longo do mês pelas equipes que já atuam em programas da Prefeitura, mas que fazem o trabalho de cadastramento das reclamações e solicitações da população e entrevistas para avaliar o governo. Toda essa coleta de informações é feita por meio de um palm top (computador de mão) usado pelos técnicos do programa, similar ao que foi usado pelos recenseadores do Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE) no Censo 2010. As equipes visitam pelo menos uma vez por mês todas as residências da cidade.

Segundo o sociólogo Rudá Ricci, um dos idealizadores do projeto, a ideia de um e-governo municipal foi inspirada em uma experiência japonesa na área de segurança pública. Lá, técnicos do governo visitam as residências para coletar informações sobre a situação da segurança pública para ajudar a polícia a planejar melhor sua atuação. “Fizemos uma adaptação para as prefeituras.” Na versão brasileira, os técnicos apelidados de “uaizeiros”, registram as conversas nesse computador de mão e também em um caderno de anotações. Eles levantam informações específicas sobre a família e quarteirões, indicando obstáculos, lacunas na gestão e problemas. “As informações são descarregadas em um banco de dados que gera gráficos, identificando por casa, quarteirão, bairro e regional os principais problemas e também os acertos”, comenta Rudá.

Segundo ele, com a implantação desse programa a prefeitura já conseguiu resolver uma das principais reclamações dos moradores sobre o atendimento nos postos de saúde. “Todos elogiavam os programas da área de saúde, mas reclamavam do atendimento. Com os dados levantados pelos uaizeiros foi possível identificar a causa do problema: a falta de preparo dos funcionários da saúde para lidar com a população.” Por causa das informações a prefeitura também descobriu o desvio de sacos de cimento de uma obra feita com recursos públicos.

CONTROLE SOCIAL O coordenador do programa do município, Carlos Eduardo Braga, disse que a resposta da população tem sido excelente e que o controle social em cima das ações da prefeitura cresceu muito. “Agora vamos fazer a primeira reunião via internet com todas as comunidades onde já existe UAI, inclusive na zona rural do município. Em cada unidade foi instalado um telecentro com computador, acesso à internet banda larga, uma webcam, datashow e telão.” Além das reuniões mensais, Carlos Eduardo conta que na visita de retorno dos uaizeiros todos os moradores que já foram ouvidos recebem um boletim com informações sobre suas demandas.

Para Rudá Ricci, essa é “uma experiência muito mais avançada do que o orçamento participativo, pois neste caso a população pode opinar sobre tudo que acontece na cidade”. Uma das técnicas do programa, Aline Campos Dias, 30 anos, disse que a população já tem parado os funcionários do programa na rua para cobrar visitas de retorno e também respostas para as demandas. “Em uma de nossas primeiras visitas havia uma rua em um dos bairros muito abandonada. Todos reclamaram muito. No retorno a esse local ficamos surpresos, pois ela estava toda limpa. Achei muito bom isso”, conta.”
(ALESSANDRA MELLO, em reportagem publicada no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 7 de agosto de 2011, Caderno POLÍTICA, página 11).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 8 de agosto de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, Diretor do Master em Jornalismo, professor de ética e doutor em comunicação pela Universidade de Navarra (Espanha), que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

Jornalismo, agenda positiva

Impressiona o crescente espaço destinado à violência nos meios de comunicação, sobretudo no telejornalismo. Catástrofes, tragédias e agressões recorrentes, como chuvas de verão, compõem uma pauta sombria e perturbadora. A violência, por óbvio, não é uma invenção da mídia. Mas sua espetacularização é um efeito colateral que deve ser evitado. Não se trata de sonegar informação. Mas é preciso contextualizá-la. O excesso de violência na mídia pode gerar fatalismo e uma perigosa resignação. Não há o fazer, imaginam inúmeros leitores, ouvintes, telespectadores e internautas. Acabamos, todos, paralisados sob o impacto de uma violência que se afirma como algo irrefreável e invencível. Assistem-se aos arrastões nas avenidas, praças e marginais como parte do cotidiano das cidades sem segurança. Não pode ser assim. O problema não está no noticiário da violência, mas na falta de uma agenda positiva. É preciso mostrar as sombras, mas é necessário iluminar as boas iniciativas. Podemos todos, jornalistas, formadores de opinião, estudantes, cidadãos, enfim, dar pequenos passos rumo à cidadania e à paz.

Precisamos valorizar editorial e informativamente inúmeras iniciativas que tentam construir avenidas ou vielas de paz nas cidades sem alma. É preciso investir numa agenda positiva. A bandeira a meio pau sinalizando a violência sem fim não pode ocultar o esforço de entidades, universidades e pessoas isoladas que, diariamente, se empenham na recuperação de valores fundamentais: o humanismo, o respeito à vida, a solidariedade. São pautas magníficas. Embriões de grandes reportagens. Denunciar o avanço da violência e a falência do Estado no seu combate é um dever ético. Mas não é menos ético iluminar a cena de ações construtivas, frequentemente desconhecidas do grande público, que, sem alarde ou pirotecnias do marketing colaboram, e muito, na construção da cidadania.

A preocupação social, felizmente, começa a mobilizar muita gente. Multiplicam-se iniciativas sérias de promoção humana. Conheço de perto uma obra notável. Sob a inspiração da prelazia do Opus Dei, foi fundado em 1985 o Centro Educacional e Assistencial de Pedreira (http://www.pedreiracentro.org.br/) . Nasceu de um ideal de diversos profissionais e estudantes, preocupados em organizar um trabalho social sério na Zona Sul de São Paulo. Depois de estudo da situação e das suas necessidades, verificou-se que, no Bairro de Pedreira, a 30 quilômetros do centro da capital paulista, jovens de 10 a 18 anos se encontravam numa situação de grave risco social, expostos a drogas, marginalidade e criminalidade. Implementou-se, então, uma escola técnica para jovens carentes que dispusesse de tudo o que uma escola de “primeira linha” pode oferecer.

A Pedreira – como é carinhosamente conhecida – tem atualmente capacidade para 500 alunos e conta com aproximadamente 5 mil metros quadrados (m2) de área construída, distribuídos em um terreno de 23 mil m2. Oferece cursos básicos de eletricidade residencial e industrial, auxiliar de informática e informática aplicada, e cursos técnicos de administração, curso técnico de redes de computador e telecomunicações, com duração de um a dois anos.

Muitos dos alunos são, em suas famílias, a principal fonte de renda, o que constitui um impacto social relevante. Além disso, deixam a escola com a clara consciência da necessidade de estudar com afinco e dedicação. Com essa mentalidade, é comum que muitos dos alunos da Pedreira cheguem ao nível univiversitário, uma meta quase impensável no início de seus estudos, em virtude de suas difíceis condições de vida. Mudar é possível.

Por isso, os esforços da Pedreira e de tantas pessoas engajadas no mutirão da inclusão merecem registro jornalístico. Não resgatarão, por óbvio, nossa imensa fatura social, mas sinalizam uma atitude importante: olhar a pobreza não com distanciamento de uma pesquisa acadêmica, mas com a fisgada de quem se sabe parte do problema e, Deus queira, parte da solução. Iluminar boas iniciativas e construir uma agenda positiva é um modo de construir a paz.”

Eis, portanto, mais RICAS e ADEQUADAS abordagens e REFLEXÕES que ACENAM, com muita LUZ, o acesso do PAÍS ao mundo CIVILIZADO e DESENVOLVIDO: com a DETERMINADA e EXPRESSSIVA REDUÇÃO das MONSTRUOSAS e inaceitáveis DESIGUALDADES SOCIAIS e REGIONAIS, através de POLÍTICAS PÚBLICAS que coloquem a EDUCAÇÃO – e só pode ser de QUALIDADE –, como PRIORIDADE ABSOLUTA de GOVERNO e SOCIADADE CIVIL...

Este e outros GIGANTESCOS DESAFIOS de forma alguma ABATEM o nosso ÂNIMO e nem ARREFECEM nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA e QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (RIO + 20) em 2012, a COPA DA CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...



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