sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A CIDADANIA, O FENÔMENO LUMINOSO E COMO SER FELIZ

“Lucas
A vida não para. No mês de junho, me despedi de minha mãe com um misto de muita tristeza e um pouco de alívio. Não foi, não é mole não. O que já se passara com meu pai se repetiu agora: ela saiu do convívio concreto e se instalou dentro de mim. Estou fazendo não sei o quê, numa hora qualquer, e sinto sua presença. O que aprendi e aprendi segue comigo. Esse talvez seja o que consola nossa dor. Os dias passam, trabalho, leio, escuto, sigo o caminho. Agora, na noite fria de fim de junho, vejo uma outra mãe, pelo vidro da sala de parto. Tem um sorriso que afasta qualquer preocupação dos que a observam, principalmente do seu frágil e comovido pai, prestes a se tornar, pela segunda vez, avô. Quero urgente um final feliz. E é o que acontece, para alegria geral. Risos e abraços na maternidade.

Clara, a ilustre, no meu colo assiste a tudo, calma, interessada. Alguém respira no mundo externo ao ventre materno. Lucas, o luminoso, de acordo com a lição de Antenor Nascentes. Então, que venha a luz, que a vida se manifeste, que meu pensamento possa voar na crença de que a humanidade e a existência valem a pena. Nesse momento, o que há de perverso em pessoas, cidade, país e mundo não importa. O que importa é aquela criança que entra para o nosso convívio e encontra a certeza de carinho, afeto e beijos. O desejo de acompanhar sua caminhada me fortalece, me enche de poesia e música. Me induz a, mais uma vez, fazer promessas que tenho a melhor das intenções de cumprir.

Uma criança que nasce renova todas as esperanças, desperta todos os bons sentimentos, abre possibilidades infinitas. É assim que me sinto nesse momento. Pronto para enfrentar os desafios diários aos nossos direitos de cidadãos. Disposto a encarar o poder econômico e político que nos asfixia. Dar a mina contribuição modesta e irada contra a injustiça e a mentira.

O meu mundo tem de ser melhor para que o mundo dos pequenos também seja. Muitos dirão que é poesia, ingenuidade, falta de foco no mundo real que é assim mesmo, explorador, que sempre foi assim e continuará sendo. As ideias me movem e nelas eu acredito. A sabedoria construída pelos homens através dos séculos está em nossas mãos como antídoto aos canalhas. Desses, que são muitos mas minoria, não quero mais falar.

Prostro-me diante do milagre a que assisti, luminoso fenômeno, na noite de 26 de julho. A mãe revelando ao pai a sua cria, mais um testemunho de que a vida continua e que um vazio que se faz é um espaço a ser preenchido. Eu, que me sentia pesado, me vi leve. Dormi profundamente naquela madrugada.

E acordei sorrindo.”
(FERNANDO BRANT, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 3 de agosto de 2011, Caderno CULTURA, página 10).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de reportagem publicada no mesmo veículo e edição, Caderno CIÊNCIA, página 18, de autoria de PALOMA OLIVETO, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Como ser feliz

Pesquisa em 123 países identifica os ingredientes mais importantes da felicidade. Em primeiro lugar, vem a satisfação de necessidades básicas, como alimentação e moradia. Convívio social e segurança são outros fatores fundamentais para o bem-estar

Brasília – Dorothy e Totó, Amélie Poulain, dr. House e todo o resto da humanidade, incluindo personagens fictícios e gente de carne e osso, têm em comum a busca obstinada pela felicidade.Seja atrás do arco-íris, nas ruas de Paris ou no hábito reprovável de infernizar a vida alheia, estão sempre procurando os ingredientes de um produto subjetivo e impossível de se achar nas prateleiras. Os psicólogos também se interessam pela fórmula e há décadas investigam a combinação certa dos elementos. Nos anos 1940, o cientista americano Abraham Maslow propôs uma pirâmide de necessidades que, pela ordem hierárquica, significariam o bem-estar da população em geral. Agora, a Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, resolveu checar se ele estava certo. E saiu pelo mundo atrás da receita.

Em parceria com o instituto de pesquisas Gallup, os psicólogos elaboraram perguntas sobre o preenchimento das necessidades básicas humanas, os fatores que desencadeiam sentimentos positivos, como o riso, e aqueles cuja falta levam a sentimentos negativos, como o desrespeito. Quase 61 mil pessoas de 123 países, incluindo o Brasil, responderam às questões. De acordo com os pesquisadores, a amostra representa 95% da população do planeta, pois investigou indivíduos de todos os continentes, moradores de áreas urbanas e rurais. Com poucas variações culturais, os psicólogos descobriram que é possível identificar os ingredientes universais da felicidade.

Além da pirâmide de Maslow, Louis Tay e Ed Diener basearam-se em teorias de outros cientistas sociais e construíram uma metodologia própria. Eles pesquisaram a importância do preenchimento de necessidades básicas, como alimentação e moradia, e de fatores subjetivos do bem-estar, como estima e respeito, sob três pontos de vista. Primeiro, pediram que os participantes do estudo escolhessem, pela ordem hierárquica, quais elementos mais pesavam na hora de avaliar suas vidas. Depois, perguntaram a importância de cada um deles na geração de sentimentos positivos ou negativos.

“Procuramos examinar a associação de seus elementos sob cada uma dessas três perspectivas, com o objetivo de responder a várias questões”, diz Louis Tay (leia entrevista). Os cientistas queriam saber, entre outras coisas, se o bem-estar geral estava associado ao preenchimento de todas as necessidades básicas e quais os fatores considerados importantes pela população.

Quando questionados sobre os principais ingredientes da felicidade na avaliação geral de suas vidas, os participantes do estudo elegeram a seguinte ordem: necessidades básicas, relacionamentos sociais, domínio (fazer alguma coisa melhor do que outros), autonomia, respeito e segurança. Mesmo em penúltimo lugar, o respeito é um fator importante. Perguntados sobre quais desses elementos haviam despertado sentimentos positivos, como riso, ou negativos, como tristeza, nos últimos dias, os respondentes apontaram o respeito – ou a falta dele – nos dois casos.

ALEGRIA BRASILEIRA Segundo Tay, entre 123 países, o Brasil ficou no 32º lugar no ranking, considerando a importância atribuída aos seis elementos avaliados. A nação se saiu bem quanto à satisfação dos sentimentos positivos: 14º. Já a falta de estima, segurança, respeito, relacionamentos e domínio não parece afetar tanto os brasileiros, pois o país alcançou a 89ª posição quando os participantes tiveram de apontar o quanto essas questões interferiam em suas vidas de forma negativa. Para 70% da população nacional, as necessidades básicas são preenchidas, o que deixou o país em 59º lugar nesse quesito. Mas os brasileiros estão se sentindo inseguros. “Trinta e cinco por cento disseram que estão satisfeitos quanto à segurança, colocando o Brasil em 109º posição”, com o psicólogo de Illinois.

De acordo com o cientista social Ed Diener, que também participou do estudo, na avaliação universal, quanto maior a satisfação dos elementos da base da pirâmide, considerados os mais importantes, mais o indivíduo é feliz.Além disso, o preenchimento do maior número possível de variáveis associadas às necessidades básicas – dinheiro, comida e moradia por exemplo – está relacionado a um nível maior de sentimentos positivos. Mas ele alerta que ter algo em demasia não significa ser feliz.

Mesmo que alguém tenha um salário milionário ou seja bastante respeitado, se os outros ingredientes estiverem fora da receita o bolo vai desmoronar. “Como vitaminas, cada um dos elementos é necessário de forma independente. Ter uma quantidade excessiva de determinada vitamina não tira a necessidade de o organismo ser suprido por outras. Todos os elementos devem contribuir para o bem-estar. Só porque alguém tem acesso a muita comida e segurança, isso não supre a importância do convívio social”, esclarece, lembrando que Maslow já fazia essa comparação entre as vitaminas e os fatores importantes para a felicidade.

AUTONOMIA Os psicólogos Ronald Fischer e Diana Boer, da Universidade de Wellington, na Nova Zelândia, acreditam que a autonomia é um dos ingrediente mais expressivos na receita de uma sociedade feliz. Em uma análise dos dados de 420.599 pessoas provenientes de 63 países, eles investigaram se o dinheiro era mais importante que a liberdade individual para o bem-estar geral. A resposta é não.

“O dinheiro pode levar à autonomia, mas não acrescenta bem-estar ou felicidade a ninguém. Nos concentramos em três estudos, com números de quatro bancos de dados, e descobrimos que os valores sociais é que predizem o bem-estar”, diz Boer. “Fornecer mais liberdade às pessoas parece ser uma importante questão na redução de sintomas psicológicos como ansiedade e depressão, e isso está intimamente ligado ao conceito de felicidade”, acredita a cientista.

ENTREVISTA LOUIS TAY

PSICÓLOGO DA UNIVERSIDADE DE ILLINOIS, EUA

A pirâmide de Abraham Maslow, afinal, estava correta?

Descobrimos que o preenchimento de necessidades é universalmente relacionado ao bem-estar da população. Isso, de forma geral, está em conformidade com a hierarquia proposta por Maslow. Porém, uma diferença importante é que necessidades distintas correspondem a diferentes formas de bem-estar.

O senhor poderia dar um exemplo?

As necessidades básicas estão fortemente associadas à avaliação que a pessoa faz da vida em geral, enquanto as necessidades sociais estão mais associadas às emoções positivas. Outra coisa interessante é que o preenchimento de cada necessidade contribui, independentemente, para o bem-estar. Também descobrimos que quando as necessidades da sociedade como um todo são preenchidas isso contribui para a felicidade individual acima de qualquer fator básico, especialmente quando consideramos a avaliação que a pessoa faz da própria vida. Uma ilustração disso seria uma pessoa rica que pode ter suas necessidades básicas atendidas, mas que fica ainda mais feliz quando sabe que a maioria dos indivíduos da sociedade onde se encontra estão na mesma situação. Outra questão chave em nosso estudo é que o nível de qualidade de um país contribui significativamente quando seus indivíduos sentem que todos têm suas necessidades básicas e de segurança preenchidas. Isso indica que quando um país faz algo para o bem de todos os cidadãos por exemplo investindo em infraestrutura e eliminando a pobreza, isso aumenta o bem-estar de todas as pessoas.

Como governo e sociedade poderiam aproveitar os resultados do estudo?

A segurança e as necessidades básicas, como abrigo e alimentação, dependem muito de fatores nacionais. Então, os governos precisam implementar políticas que atendam essas necessidades dos cidadãos. Em particular, mesmo quando um país atinge um alto PIB (produto interno bruto) per capita, a distribuição de renda costuma ser muito desigual. A corrupção também pode criar problemas para cidadãos comuns terem acesso a comida, água e moradia. Isso tudo vale para a avaliação geral que as pessoas fazem de suas vidas. Quanto à experiência baseada em emoções positivas e negativas, a maioria depende de circunstâncias pessoais, e não de ações nacionais. Por isso, acredito que as pessoas precisam perseguir suas necessidades individuais para ser mais bem-humoradas e menos carregadas de sentimentos negativos.”

Eis, portanto, mais FECUNDAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam ESSENCIALMENTE em duas direções: a) para a contribuição nacional para a FELICIDADE das pessoas precisa ter a EDUCAÇÃO – e de QUALIDADE – como PRIORIDADE ABSOLUTA de GOVERNO e SOCIEDADE, num ambiente de CONSAGRADA DEMOCRACIA, JUSTIÇA e LIBERDADE; b) e INVESTIMENTOS NACIONAIS em INFRAESTRUTURA, aí temos a questão das RODOVIAS, das FERROVIAS, das HIDROVIAS, da MOBILIDADE URBANA, do SANEAMENTO BÁSICO (água tratada, e igualmente TRATADOS, os ESGOTOS e o LIXO), da MACRODRENAGEM URBANA, dos AEROPORTOS, dos PORTOS, do ABASTECIMENTO, da ENERGIA, das COMUNICAÇÕES, da SEGURANÇA PÚBLICA, do MEIO AMBIENTE, enfim, do DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL...

São GIGANTESCOS DESAFIOS que, longe de ABATER nosso ÂNIMO e ARREFECER nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO, mais ainda nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, quer permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES EM 2013, a COPA DO MUNDO de 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

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