segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A CIDADANIA, A INTELIGÊNCIA E A VIDA MORAL NAS CIDADES

“TUDO ESTÁ

INTERLIGADO

Com investimentos mundiais de US$ 34 bilhões, as cidades inteligentes despontam como solução para ajudar populações. Uso de redes sociais contribui para o sucesso do projeto

Rio de Janeiro – Quando a filipina Danica Mae Camacho e outras sete meninas da Índia nasceram no fim de outubro, elas não sabiam, claro, que disputavam a primazia de se tornarem o ser humano de número 7 bilhões. A chegada dessas crianças trouxe mais que um recorde para a população. Com elas, retornaram as preocupações de como o homem deve se comportar para ter um planeta duradouro – sem escassez de alimentos e água, por exemplo – e que garanta um lugar para todos morarem. Esses pontos importantes para a sobrevivência da raça têm ao seu lado um grande aliado: a tecnologia. E a aposta que possa garantir um futuro promissor para a Terra são as cidades inteligentes.

O conceito é bem simples: trata-se de qualquer área urbana que explore seus dados para otimizar a prestação de serviços. Assim, é possível monitorar, medir e gerenciar praticamente qualquer sistema físico, recolher e analisar informações em tempo real sobre tudo – dos transportes à rede elétrica, trazendo benefícios e facilidades para a população. Os investimentos nesse tipo de tecnologia devem chegar a US$ 34 bilhões até o fim de 2011 no mundo e atingir US$ 57 bilhões até 2014, segundo dados da consultoria de mercado IDC.

“Esse onda de urbanização apresenta um enorme desafio e também oportunidades para todos nós. A boa notícia é que temos capacidade, tanto tecnológica quanto política, para transformar as cidades e manter o progresso social”, afirma Sam Palmisiano, CEO da IBM, que promoveu na semana passada, no Rio de Janeiro, o fórum Smart Cities, dedicado a mostrar exemplos em todo o mundo. Em locais onde foram aplicadas algumas soluções das cidades inteligentes, conceito a partir do qual a IBM oferece sua tecnologia, foi possível constatar, por exemplo, uma redução no tráfego de automóveis em 18% e uma diminuição na emissão de CO2 de 14%, segundo a empresa.

Pelo Intelligent Community Forum (ICF), que estuda a organização das comunidades nos países, o Brasil tem três cidades inteligentes: Porto Alegre (RS), Curitiba (PR) e Piraí (RJ). Todas utilizaram a tecnologia, seja nos transportes coletivos (como em Curitiba), seja implementando a internet em locais públicos (como em Piraí), para tentar facilitar a vida da população.

Nesta lista, em breve, deve entrar a cidade do Rio de Janeiro. Desde o começo do ano está funcionando o Centro de Operações do Rio (COR). Com a ajuda da tecnologia da IBM, o COR é responsável por monitorar, principalmente, as áreas da cidade onde ocorrem mais inundações em decorrência das chuvas. Ele está integrado com as polícias, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil. O COR conta com o auxílio de um sistema próprio de previsão do tempo, que afere a probabilidade de chuva em um raio de um quilômetro, enquanto os métodos tradicionais varrem uma área de nove quilômetros quadrados e são menos precisos. “Toda informação está interligada com os principais órgãos do estado, inclusive o prefeito. Os governos estão vendo que isto é importante”, explica Guru Banavar, vice-presidente para o setor público para o setor público global da IBM.

O cidadão pode acompanhar, por meio do Twitter (@operaçoesrio), como está a situação em áreas de risco, como o trânsito, e informar sobre acidentes na região. “Esses sistemas servem também para o controle de energia e água da população. Temos mais de 2 mil projetos em pequenas, médias e grandes cidades que garantem um funcionamento melhor”, afirma Banavar.

DEU CERTO O que o Rio de Janeiro acabou de conquistar é um pequeno passo diante das possibilidades das cidades inteligentes. Em Tigre, município da Grande Buenos Aires, Argentina, há pouco mais de 31 mil habitantes, e tecnologia para facilitar a vida do cidadão e eliminar parte da burocracia do governo. “Colocamos 80 quilômetros de cabos de fibra ótica pela cidade e distribuímos Wi-fi pelos pontos de maior movimentação, como praças, museu, escolas e pontos de ônibus. Temos, agora, uma interconectividade dos serviços”, explica Sergio Massa, prefeito deTigre.

Com o uso da internet, a população pode ver on-line quanto tempo vai demorar para o ônibus chegar, assim como o trajeto que ele vai fazer – os veículos foram equipados com GPS –, pagar impostos com apenas um clique e verificar, por meio do sistema de vigilância por câmeras, como está o bairro em que mora. Com a ajuda das redes sociais, os cidadãos podem informar a ocorrência de um roubo ou mesmo pedir ajuda em caso de doença. “Está tudo integrado. Temos que aproveitar ao máximo a tecnologia para o desenvolvimento sustentável das cidades”, ressalta Massa.

E A CAPITAL MINEIRA?

Se não está no ranking feito pelo Intelligent Community Forum, Belo Horizonte foi considerado o município mais digital em levantamento feito em junho pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD). Conceitos à parte, experiências mostram que a capital dos mineiros trilha o caminho da inteligência artificial e já vivencia integração de serviços públicos. Mas há muitos desafios a serem vencidos.

US$ 57 BI

serão investidos em tecnologias para cidades inteligtentes até 2014, segundo a consultoria IDC.

_ QUATRO PONTOS

Sem revelar quais outras cidades estão nos planos da IBM para integrar o time das comunidades inteligentes, Pedro Almeida, diretor de estratégias das cidades inteligentes da IBM, disse que as dimensões do Brasil fazem com que quatro aspectos possam ser explorados:

1 A segurança, para identificar crimes mais rapidamente, defender a população e melhorar a resposta nas chamadas de emergência;
2 Os transportes, para melhorar o tráfego de informações e integrar os sistemas;
3 A infraestrutura, em que entram construções inteligentes de portos, aeroportos e prédios;
4 A energia para trazer um modelo mais sustentável ao país.”

(ATAÍDE DE ALMEIDA JR. – enviado especial – e SHIRLEY PACELLI, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 17 de novembro de 2011, Caderno INFORMÁTICA, página principal).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 21 de outubro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Vida moral na sociedade

A quantidade e a complexidade de leis que regem a sociedade brasileira podem ser indicativas do desejo e procura da moralidade. Um valor que precisa e deve ser edificado no recôndito da consciência moral de cada pessoa.

A sociedade se sustenta também da vida moral de seus cidadãos. E as raízes dessa vida estão na subjetividade de cada pessoa. Esse núcleo recôndito da personalidade de cada um tem força determinante nos rumos da sociedade. Vale a lembrança, segundo narra o evangelista Mateus no capítulo 23, daquela advertência que Jesus mestre faz aos seus discípulos referindo-se aos escribas e fariseus. Jesus disse: “Os escribas e fariseus sentaram-se no lugar de Moisés para ensinar. Portanto, tudo o que eles vos disserem fazei e observai, mas não imiteis suas ações. Pois eles falam e não praticam. Amarram fardos pesados e insuportáveis e os põem nos ombros dos outros, mas eles mesmos não querem movê-los, nem sequer com um dedo”.

Falar não basta. Legislar não é suficiente. É indispensável cultivar uma ilibada vida moral, não só em função de méritos pessoais, mas como contribuição decisiva e determinante nos rumos da sociedade. No mistério e na dignidade de toda pessoa humana está uma fonte indispensável para se alcançar equilíbrio na sociedade e na configuração de sua cultura, marcada pelo sentido de respeito à vida e a convicção sobre o que a cidadania exige de cada um.

A cidadania não é uma opção como a que se faz por um time esportivo, que se pode renunciar, trocar, nutrir revoltas ou localizar-se na indiferença. A cidadania depende visceralmente da condição moral de cada sujeito. Sem comprometimento é pela vida na sociedade. Ora, a pessoa não pode ser entendida de maneira redutiva, unicamente como uma individualidade, edificada por si mesma ou sobre si mesma. Também não pode ser entendida apenas como papel funcional dentro de um sistema. Cada pessoa está integrada numa teia de relações. Essas relações não são uma simples e maquinal inserção no conjunto material, embora seja este o lugar de sua realização e da sua liberdade. Há, pois, uma característica de toda pessoa, que é sua abertura à transcendência. Trata-se de uma abertura ao infinito e a todos os seres criados. É uma abertura a Deus e aos outros.

Associada a esse entendimento está a dimensão única de cada pessoa. Essa singularidade remete ao seu núcleo constitutivo central, sua subjetividade, como centro de consciência e de liberdade. Essa singularidade pressupõe de todas as instituições um irrestrito respeito. E também um compromisso de ordem moral com a nucleação de princípios e valores que definem sua vida moral.

Cada pessoa pode configurar sua cidadania, nos balizamentos próprios de sua cultura e de seu complexo social e político, contribuindo com uma vida moral sustentadora da indispensável sociabilidade humana. Ao se compreender a pessoa como um ser social está se referindo à sua subjetividade relacional. Isso significa dizer que a consciência é iluminada pela compreensão que abarca a vivência de um ser livre e responsável, capaz de reconhecer e praticar a necessidade de integrar-se e colaborar com os próprios semelhantes. Isto é, tem uma vida moral que o capacita para a comunhão com os outros na ordem do conhecimento e do amor.

O catecismo da Igreja Católica define essa sociedade como “um conjunto de pessoas ligadas de maneira orgânica por um princípio de unidade que ultrapassa cada uma delas. Assembleia ao mesmo tempo visível e espiritual, uma sociedade que perdura no tempo; ela recolhe o passado e prepara o futuro”.

A vida comunitária se torna, então, uma característica própria na formação da sociedade. O agir social não é uma arbitrariedade ou a simples satisfação impulsiva dos próprios desejos, gerando manipulações ou cegando para o sentido de respeito e apreço pela dignidade do outro. Chamada à vida social, a pessoa humana constitui a sua cidadania nos alicerces da sua vida moral. Comprometida, a vida moral consequentemente compromete a cidadania. São inevitáveis os prejuízos danosos para a sociedade. Sem investimentos e cultivo da vida moral, a sociedade claudica.

É verdade que a sociabilidade humana, indispensável para a construção de uma sociedade justa e solidária, não desemboca, por si só, na comunhão das pessoas. Isso quando a vida moral está envenenada pela soberba, egoísmo, pelos fechamentos individualistas e a nefasta opressão do outro. A vida moral de cada cidadão dá à sociedade um rumo adequado, com mais justiça e solidariedade.”

Eis, portanto, mais páginas contendo RICAS, MODERNAS, EDIFICANTES e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA necessidade de PROFUNDAS transformações na condução dos governos de nossas CIDADES e, consequentemente, da vida em SOCIEDADE, que permitam a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais DESENVOLVIDAS, SOBERANAS e DEMOCRÁTICAS...

Assim, coloca-se como essencialmente PREMENTE a PROBLEMATIZAÇÃO de questões CRUCIAIS, entre elas:

a) a EDUCAÇÃO – UNIV ERSAL e de QUALIDADE, como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância;
c) a CORRUPÇÃO, que campeia por TODAS as esferas da vida NACIONAL, solapando impiedosamente nossos RECURSOS PÚBLICOS, já por demais escassos;
d) o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES;
e) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, que já consome o montante INSUPORTÁVEL, a título de ENCARGOS e SERVIÇOS, de R$ 200 bilhões anuais, também a exigir uma qualificada, competente e transparente AUDITORIA...

Sabemos, e bem, que são GIGANTESCOS DESAFIOS que, de forma alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA e QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO+20) em 2012; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE NO RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA das CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA do MUNDO de 2014, a OLIMPÍADA de 2016, as OBRAS do PAC e os projeto do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE, e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!..

O BRASIL TEM JEITO!...

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